segunda-feira, 16 de setembro de 2013 | |

O mundo mudou - e melhorou?

(...) Apontada como a inspiradora da personagem Peggy Olson no seriado ("Mad Men"), Jane Maas foi diretora criativa da Ogylvi & Mather, presidente de agência e vencedora de 47 prêmios, entre outras conquistas ao longo de sua carreira.

Hoje com 81 anos, continua atuante. (...)

Como a senhora compara aquela época com a de hoje?
Havia sexo no ar e sexo nos escritórios e sexo na hora do almoço, em hotéis próximos às agências. Nos almoços de então, os caras bebiam três martinis (as mulheres iam talvez uma vez por semana, mas não diariamente). 
Havia muita maconha e as pessoas fumavam 24 horas por dia. Hoje quase ninguém fuma, exceto a rara agência que tenha a conta de uma fabricante de cigarros. Não há almoços com três martinis, as pessoas mal têm tempo para almoçar, devoram um sanduíche enquanto trabalham. 
E não há tempo para sexo. Além do mais, basta um homem sorrir para uma mulher colega de trabalho que poderá ser processado por assédio sexual. 
As agências são locais cruéis hoje em dia. Os clientes são menos fiéis do que nos anos 1960/1970, e o pessoal das agências vive apavorado com medo de perder seus empregos. Gente apavorada raramente consegue ser criativa e produzir boas peças. (...)

Fonte: Rodolfo Lucena, “Havia sexo no ar, na hora do almoçoe no escritório”, Folha de S. Paulo, Mercado, 14/9/13.

PS: postei este trecho da entrevista porque, embora trate de uma questão relevante (o abuso contra as mulheres), ele também revela como o mundo ficou “chato” nas últimas duas décadas. O tal do politicamente correto impera, atrofiando a criatividade, o bom senso, o bom humor em várias áreas.

Não sou a favor, claro, da pressão que as mulheres sofriam antigamente, houve claros avanços na sociedade, mas é inegável que as relações humanas ficaram sérias e institucionalizadas demais - no campo pessoal e do trabalho.

Em resumo: falta um pouco de anos 1960 nos dias atuais. Da energia, da descontração, da liberalidade, do bom humor daquela época.

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