(...) Apontada como a inspiradora da personagem Peggy Olson
no seriado ("Mad Men"), Jane Maas foi diretora criativa da
Ogylvi & Mather, presidente de agência e vencedora de 47 prêmios, entre
outras conquistas ao longo de sua carreira.
Hoje com 81 anos, continua atuante. (...)
Como a senhora compara aquela época com a de hoje?
Havia sexo no ar e sexo nos escritórios e sexo na hora do
almoço, em hotéis próximos às agências. Nos almoços de então, os caras bebiam
três martinis (as mulheres iam talvez uma vez por semana, mas não diariamente).
Havia muita maconha e as pessoas fumavam 24 horas por dia. Hoje quase ninguém
fuma, exceto a rara agência que tenha a conta de uma fabricante de cigarros.
Não há almoços com três martinis, as pessoas mal têm tempo para almoçar,
devoram um sanduíche enquanto trabalham.
E não há tempo para sexo. Além do
mais, basta um homem sorrir para uma mulher colega de trabalho que poderá ser
processado por assédio sexual.
As agências são locais cruéis hoje em dia. Os
clientes são menos fiéis do que nos anos 1960/1970, e o pessoal das agências
vive apavorado com medo de perder seus empregos. Gente apavorada raramente
consegue ser criativa e produzir boas peças. (...)
Fonte: Rodolfo Lucena, “Havia sexo no ar, na hora do almoçoe no escritório”, Folha de S. Paulo, Mercado, 14/9/13.
PS: postei este trecho da entrevista porque, embora trate de
uma questão relevante (o abuso contra as mulheres), ele também revela como o
mundo ficou “chato” nas últimas duas décadas. O tal do politicamente correto
impera, atrofiando a criatividade, o bom senso, o bom humor em várias áreas.
Não sou a favor, claro, da pressão que as mulheres sofriam
antigamente, houve claros avanços na sociedade, mas é inegável que as relações humanas ficaram sérias
e institucionalizadas demais - no campo pessoal e do trabalho.
Em resumo: falta um pouco de anos 1960 nos dias atuais. Da energia, da descontração, da liberalidade, do bom humor daquela época.
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