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sexta-feira, 27 de março de 2015 | | 0 comentários

Uma casa ecológica no polo Norte

Kiruna, norte da Suécia. Aqui, o inverno é rigoroso - no pico da estação, a temperatura pode chegar a 45 graus negativos. Localizada num canto isolado do globo, 200 quilômetros acima do Círculo Polar Ártico, a cidade de 23 mil habitantes foi erguida sobre um verdadeiro tesouro: a maior mina de ferro do mundo. A mineração é a razão da existência de Kiruna. A cidade nasceu junto com a exploração desse recurso, o quarto mais presente no planeta. Daqui saíram 28 milhões de toneladas de minério cru no ano passado.

Para tirar tudo isto debaixo da terra, a empresa mineradora usa 1,7% de toda a energia da Suécia - é uma das maiores consumidoras do país. Mas com novas tecnologias, ela virou também fornecedora. A energia gerada no processo de mineração é reciclada e vai para o sistema de aquecimento da cidade. Hoje, ela representa 5% das necessidades de Kiruna.

No futuro, com um novo sistema que está em testes e deve começar a operar no meio do ano, será possível sustentar todo o sistema de aquecimento da cidade. Isto irá reduzir a demanda por energia, o que significa economia para os consumidores. E vai quase zerar o uso de combustíveis fósseis, uma boa notícia para o meio ambiente.

A medida também vai contribuir para a meta do governo sueco de reduzir pela metade o consumo de energia do país até 2050.

Mas a mina não trouxe só riqueza para Kiruna. Criou também um grande problema. A exploração avança em direção à área urbana e já afeta o subsolo. Pelo menos seis mil pessoas vão perder suas casas nos próximos anos. Para que a cidade não desapareça, a comunidade decidiu mudá-la de lugar. Um novo centro será construído três quilômetros para o leste. Problema que virou também oportunidade. Kiruna quer aproveitar a mudança para construir uma cidade mais sustentável. E o primeiro passo é fazer casas ecológicas - ou autossustentáveis. Um modelo já foi construído e está na fase de acabamento.

Como em Kiruna o sol se põe cada vez mais cedo no inverno, quando visitamos a casa já estava escuro. Num lugar com temperaturas tão baixas durante meses, um dos primeiros desafios da equipe que desenvolveu o projeto foi garantir aquecimento para os moradores. As paredes, por exemplo, são bem largas - tudo para segurar o ar quente dentro do imóvel e o ar frio fora. Ccom a mesma finalidade, a casa tem janelas amplas e com vidros duplos.

Além dos avanços tecnológicos, a casa sustentável conta com uma ajuda extra para o sistema de aquecimento. O calor gerado pelo próprio corpo humano. Desde que a nossa equipe chegou ao imóvel, por exemplo, a temperatura ambiente subiu um grau.
Seguindo o conceito de casa autossustentável, o aquecimento da casa aproveita também o calor dos equipamentos da cozinha e outros aparelhos elétricos.

E em tempos de crise hídrica no Brasil, a casa tem uma solução inteligente nos banheiros. Um sistema permite o reúso constante da água do banho. Assim que ela atinge o chão, passa por um filtro e é bombeada novamente para a rede. Não existe desperdício. Toda a água que circula pela casa é aquecida por um sistema especial. Ela chega fria, recebe calor e retorna aquecida.

De acordo com Mats Nilsson, chefe da empresa de energia municipal, a Tekniska Verken I Kiruna Ab, a construção da casa ecológica custa de 30% a 50% mais do que uma residência normal, mas ele explica que os custos de manutenção no dia a dia serão muito menores. “Algumas casas tradicionais em Kiruna usam 30 mil quilowatts por ano para aquecimento. Esta casa vai usar apenas cinco mil a seis mil. É muito dinheiro num ano”.

Embora o projeto tenha sido feito para uma cidade localizada quase no polo Norte, o diretor garante que os conceitos também podem ser aplicados num país tropical como o Brasil. “A ideia principal, de preservar a maior quantidade de energia possível, é uma boa ideia. Eu imagino que em condições tropicais, você estará isolando a alta temperatura do lado de fora e preservando uma boa temperatura do lado de dentro. Você reduz a quantidade de energia necessária para resfriar o ambiente.”


* Texto original de reportagem feita para o programa “Repórter Eco” (TV Cultura, dom., 17h30)

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015 | | 0 comentários

A caminho de cidades inteligentes

Durante o EBIF (Ericsson Business Innovation Forum) realizado em novembro em Estocolmo, capital da Suécia, o chefe de pesquisa do ConsumerLab da Ericsson, Michael Björn, apresentou um estudo feito em setembro de 2014 com 9.030 usuários de smartphones de 15 a 69 anos em nove cidades – Pequim (China), Nova Délhi (Índia), Londres (Inglaterra), Nova York (EUA), Estocolmo, Paris (França), Roma (Itália), São Paulo e Tóquio (Japão), representando 61 milhões de pessoas.

O objetivo foi saber quanto os cidadãos gostariam que suas cidades fossem mais inteligentes diante de tecnologias já disponíveis.

Eis alguns resultados:

- 76% gostariam que sensores em espaços públicos avisassem via smartphone quais áreas estão saturadas de veículos para evitá-las (em São Paulo o índice é de 77%);

- 70% gostariam de ter um aplicativo que comparasse o seu consumo de energia com o do vizinho (74% em SP);

- 66% queriam ter um aplicativo que informasse a qualidade da água em tempo real (81% em SP).

“Quanto mais informados, melhores decisões pode-se tomar”, diz Björn. A ideia é que quando os cidadãos usam a Internet para se informar e tomar decisões mais inteligentes, as cidades se tornam mais inteligentes também.

  
O estudo mostrou que há anseios distintos conforme o nível desenvolvimento. “Délhi, Pequim e São Paulo têm os maiores índices de predileção de utilização dos conceitos apresentados, enquanto Paris, Londres e Estocolmo estão em níveis significativamente mais baixos. Por exemplo: só 41% em Estocolmo - conhecida pela grande qualidade da sua água - acham o checador de qualidade da água útil comparando com 92% em Nova Délhi", cita Björn.


A pesquisa apontou outros “desejos” dos usuários:

- 48% usariam um aplicativo que fosse um sensor de postura corporal;

- 29% usariam um identificador biométrico para acessar espaços públicos;

- 74% gostariam de conta com mecanismos de interação entre a rua e o carro/bicicleta.


Um bom exemplo de ferramenta que ajuda o cidadão e torna as cidades mais inteligentes - e que foi citado no EBIF - é o Waze. Trata-se de um aplicativo de smartphone que indica as condições do tráfego em tempo real, aponta os melhores caminhos e as ocorrências no trânsito (como radares e acidentes). Detalhe: ele é abastecido de informações pelos próprios usuários e virou ferramenta essencial em metrópoles como São Paulo.


Ainda conforme o estudo, os usuários manifestaram que a informação gerada por eles via aplicativos deve ficar sob tutela das autoridades. Segundo o estudo, tráfego e formas de comunicação com as autoridades são as maiores demandas.

O ConsumerLab existe há 20 anos e estuda comportamento e os valores do consumidor.

* Leia também:

- No EBIF, o retrato de uma revolução

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015 | | 0 comentários

No EBIF, o retrato de uma revolução

Tive a oportunidade de participar em novembro do EBIF 2014 (Ericsson Business Innovation Forum), o tradicional fórum de inovação promovido pela empresa sueca em sua sede em Estocolmo. Foram três dias de debates (eu participei de apenas um), tendo como tema central as transformações do amanhã.


A seguir, apresento algumas informações que considero relevantes. Muitos dados até são óbvios diante da realidade que nos cerca, mas vistos de modo cru dão a real dimensão dos fenômenos que vivenciamos nos últimos anos.

Por exemplo: segundo Eva Hamilton, da TV pública sueca, 48% das crianças de 2 anos no país acessam a Internet. Aos 5 anos, elas passam ao menos três horas por dia conectadas. Em tempo: 95% dos suecos têm acesso à Internet.

Só para se ter uma ideia da invasão das redes sociais no nosso cotidiano, proporcionada pelas novas tecnologias móveis, no YouTube são postadas cem horas de vídeos por minuto.




Em 2013, 40% do tráfego móvel eram para vídeos; mais de 10% eram para redes sociais. Quatro em cada dez usuários postaram via celular vídeos no YouTube; 66% dos adultos dizem ter um perfil em rede social; 60% visitam redes sociais mais de uma vez por dia.

Só para registrar: 40% do tráfego digital mundial passam por redes suportadas pela Ericsson.

A conectividade cresceu assustadoramente no mundo na última década. Prevê-se que 9,1 bilhões de assinaturas ativas de celular existirão em 2019.



A GoPro, por exemplo, já é vista não só como uma empresa de hardware, mas também de mídia.

A mídia digital deve contribuir com US$ 4,2 trilhões para o PIB do G-20 (o grupo dos 20 países mais ricos) em 2016. O crescimento anual da indústria de mídia supera o registrado na União Europeia.

O número de usuários de Internet deve saltar de dois bilhões para cinco bilhões até o fim da década. Eles gastam de 20% a 30% do tempo online – ou seja, um terço do dia.

Importante: na Europa, mídia livre é frequentemente considerada parte da - e um pré-requisito para - democracia e qualidade de vida.



* Leia mais sobre a viagem à Suécia no blog Piscitas - travel & fun.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015 | | 0 comentários

Trabalhando... (na Suécia - 2)





quarta-feira, 21 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

Na Suécia, escola ensina a mudar

O jogo surgiu no século 19 como diversão. Virou tênis de mesa quando se profissionalizou. Mas numa escola da Suécia continua sendo o bom e velho pingue-pongue. Pode não parecer, mas os jovens estão aprendendo enquanto se divertem, como ressalta Lucas Morales, estudante e diretor de arte júnior. A Suécia também exporta educação. Um jeito diferente de ensinar. Ou melhor, de mostrar o que é preciso aprender.


Bem-vindo – indica a sala de aula da Hyper Island. É a área que mais se parece com uma classe como as das escolas brasileiras. Os alunos, de várias partes do mundo, estão atentos às explicações para a próxima tarefa. Ficam bem à vontade - tem até quem tira um cochilo. A aula, no sentido tradicional, dura menos de dez minutos. Hora de partir para a criação.

A escola que tem "ilha" no nome é um espaço cercado de pessoas criativas por todos os lados. E é este espírito que ela quer despertar nos estudantes. Os princípios colados nas paredes - como manter o foco e ter energia positiva - já foram vistos por 22 mil alunos.

A diretora Johanna Frelin conta que a escola nasceu em 1996 numa pequena cidade da Suécia com apenas 16 estudantes e um programa sobre novas tecnologias. Foi criada por três homens que queriam revolucionar a educação oferecendo treinamentos de uma maneira diferente porque tiveram experiências ruins na escola. “Na verdade, estamos tentando ensinar as pessoas a aprender, a serem curiosas e a entenderem a forma como a sociedade evoluiu para uma cultura digital que não tem volta. E tentar dar poder às pessoas e encorajá-las a escolher mudar”, diz ela.

Ensinar as pessoas, principalmente os jovens, a viver num mundo que muda numa velocidade nunca antes vista. É este o foco dos programas da Hyper Island. Mais do que ensinar regras ou ferramentas, estimular os alunos a pensar e a lidar com as mudanças que este novo mundo traz.

Por isso a aula tradicional toma só uma pequena parte do tempo dos estudantes. O resto é reservado para a prática - é assim que eles vão aprender. Sempre em grupos. Num espaço que é uma grande sala de aula, tudo pode mudar a qualquer dia. Inclusive os biombos que servem de paredes. E os próprios estudantes é que definem como vai ficar cada espaço. E isto tudo faz parte do aprendizado.








Os papéis coloridos lembram as tarefas e servem de estímulo à criatividade. O ambiente divertido ajuda o trabalho. Os alunos ficam concentrados. Na tela do computador, o filminho ganha forma. Thiago Masci tem 29 anos e chegou aqui em agosto do ano passado para um curso de um ano. Especializado em design de animação, procurou a Hyper Island para se aperfeiçoar.

Em breve, filmes como os do Thiago poderão ser feitos no Brasil. A Hyper Island abriu no ano passado uma filial em São Paulo. Por enquanto são apenas dois cursos rápidos, mas a ideia é ampliar a oferta de programas, inclusive com cursos de longa duração. “A Suécia tem uma longa tradição de proximidade com o Brasil. Nós compartilhamos os mesmos valores e como temos muitos estudantes que vêm aqui e refrescam nossos programas, achamos que seria muito fácil estar no Brasil”, fala a diretora.

Um intercãmbio que ganha novos parceiros e pode ajudar os dois países. A ONG “Young Innovation Hub” em Estocolmo, criada há cinco meses, aposta na troca de experiências para estimular novos negócios. Foi isto que levou o brasileiro Michael Figueiredo a colaborar com o projeto.


Uma das fundadoras da ONG, Sissa Pagels conta que o plano é ambicioso: criar uma comunidade global de empreendedores. Para isso, a ONG conecta os jovens com empresas e investidores. “Quero que eles entendam que podem trabalhar localmente, mas que são globais. Eles estão conectados com outras pessoas ao redor do mundo. Eu quero os jovens conectados com diferentes países”.

* Texto original (com adaptações para o blog) de reportagem feita para o programa “Matéria de Capa” (TV Cultura, dom., 19h30)

domingo, 23 de novembro de 2014 | | 1 comentários

Trabalhando... (na Suécia)

Garantir moradia para todos é um desafio até em países mais ricos:



Cidade inteira está de mudança para não desaparecer:



PS: segundo vídeo acrescentado em 18/12/14.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014 | | 0 comentários

Mensagens de banheiro

Ir ao banheiro também pode ser divertido. Desde que ele seja diferente como os do Ericsson Studio, na área de Kista, em Estocolmo, na Suécia:



"Se alguma coisa não vai bem, aqui vai meu conselho: 'mantenha a calma e siga em frente'. Durante a Segunda Guerra Mundial as pessoas olhavam para este poster. Não é algo ruim para lembrar. Sob qualquer circunstância."


"Acreditar cria os fatos." (Willian James)