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terça-feira, 20 de outubro de 2015 | | 0 comentários

Frase

“A meu ver, a grande batalha do nosso tempo não é mais entre o capitalismo e o socialismo, mas entre os valores modernos da livre-iniciativa e da inovação, que estão no centro do capitalismo, e os valores reativos do corporativismo.”
Edmund Phelps, economista, em entrevista à revista "Veja" (edição 2.448, ano 48, número 42, 21/10/15)

quarta-feira, 7 de outubro de 2015 | | 0 comentários

Sobre o impeachment de Dilma

O que penso a respeito de um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) foi muito bem explicitado pelo empresário Lawrence Pih numa interessante entrevista recente ao jornal “Folha de S. Paulo”

Reproduzo a seguir o trecho em questão e recomendo a leitura da entrevista na íntegra para entender um pouco mais, do ponto de vista da economia, a atual situação do país:

Impeachment é traumático. Pensam que se remove presidente do dia para a noite, mas não é tão simples. Não sou especialista, mas dizem que pode haver afastamento devido a pedaladas ou financiamento irregular de campanha. Essas coisas ocorreram no passado, mas nunca foi apurado. Os dois pontos são suficientemente graves? Essa primeira pergunta é técnica. 
 A segunda é política: ela tem condições de continuar governando sem levar o país ao caos? Quando o câmbio quase dobra em um ano, está instalado um grau de confusão grande. Com ela na Presidência até 2018, como ficará o país? Se as coisas começam a se deteriorar no ritmo em que isso acontece desde janeiro, estamos em maus lençóis. Não é só uma questão técnica. É também política, sob o aspecto da governabilidade.

terça-feira, 6 de outubro de 2015 | | 0 comentários

"Saídas para a crise"

A TV Cultura promoveu recentemente uma série de ações visando discutir saídas para a atual crise política e econômica que assola o país. Programas especiais foram exibidos e um seminário de dois dias foi realizado em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, a Assembleia Legislativa paulista e um núcleo de estudos da Universidade de São Paulo (USP).

Para o "Jornal da Cultura", a equipe de jornalismo produziu uma série de 12 reportagens. Fiz a primeira e a última, ou seja, a abertura e o encerramento da série. Foram uma espécie de diagnóstico:





Depois, como encerramento da campanha, cobri os dois dias do seminários que debateu - na sede da OAB-SP - soluções para a crise:





Um livro está sendo elaborado com as sugestões apresentadas no seminário. Ele será encaminhado aos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

quarta-feira, 10 de junho de 2015 | | 0 comentários

A América Latina e o jornalismo

“A situação econômica da América Latina é fictícia.”

Ouvi a frase acima em abril de 2012, durante uma visita à sede da CNN em Atlanta (EUA). Foi dita pelo jornalista argentino Guillermo Arduino. Na época, ela até pareceu um tanto exagerado, embora existissem já claros sinais da deterioração do continente, principalmente na Argentina.

Hoje, ao rever as anotações daquela visita, lembrei da conversa com Arduino, na praça de alimentação pública no térreo do prédio da CNN, e reforcei a convicção de que ser visionário (no sentido de fazer análises e antecipar cenários) é papel fundamental do bom jornalista e do bom jornalismo.

Esta tarefa exige essencialmente uma qualidade (saber interpretar fatos) e duas características: leitura e cultivo de boas fontes.

sexta-feira, 10 de abril de 2015 | | 0 comentários

Trabalhando...

Internet influencia o comportamento para o bem e o mal:


Frango passou de símbolo do Real a sinônimo da crise - a partir do minuto 21:02:

terça-feira, 31 de março de 2015 | | 0 comentários

Frase

“Como afirmava Marina Silva, não é bom ganhar perdendo. Não é bom para o governo e não é bom para o país. A conta do estelionato ficou cara demais.
Samuel Pessôa, formado em Física e doutor em Economia, em artigo para a “Folha de S. Paulo”.

sexta-feira, 27 de março de 2015 | | 0 comentários

A economia na vida real

Há anos faço reportagens sobre dificuldades  na economia. Sempre ouvi falar de "jeitinhos" para fugir de aumento de preços, mas nunca isto tinha se concretizado na minha vida. Pudera: morava com meus pais, não fazia compras, sequer pagava contas básicas como água e luz.

Agora, morando em minha própria casa, pagando energia, aluguel, etc, passei a entender o que as pessoas me diziam - que eu, confesso, sempre achava que eram manifestações da boca para fora. Afinal, antes as crises econômicas não afetavam o meu dia a dia.

Pois neste 2015 me deparei fazendo algumas coisas que eu sequer imaginava: ao ir ao supermercado este mês, risquei da lista de compras todos os supérfluos (chocolates, bolachas, etc). Eles sempre ficam em segundo plano por uma questão de princípios mesmo, mas desta vez foram barrados.

Também me vi trocando as marcas da grande maioria dos produtos por outras mais baratas. Abri poucas exceções, quando a qualidade efetivamente pesa (caso do leite).

Cortei saídas para o lazer (não totalmente porque tenho um princípio de que o trabalho árduo e o dinheiro dele decorrente devem servir para nosso bem-estar acima de tudo e alguns momentos de lazer são necessários, mas eles foram reduzidos).

Troquei o combustível do carro de gasolina por etanol (economia de R$ 40 a R$ 50 por tanque - em tempo: praticamente não notei diferença substancial no rendimento do motor, já que hoje o etanol está mais desenvolvido e a gasolina leva um terço deste produto em sua composição).

A partir de agora, sempre que eu for fazer um "povo fala", como chamamos a tarefa de ouvir cidadãos nas ruas para determinada reportagem, nunca mais vou duvidar dos dribles que as pessoas contam para manter (ou tentar) o orçamento em ordem.

Dá para 2015 acabar logo?

***

Claro que a situação econômica se reflete também no emprego. Na emissora onde trabalho, uma fundação pública ligada ao governo de São Paulo, o orçamento de 2015 foi reduzido em relação ao ano anterior. Resultado: necessidade de cortes de pessoal e de despesas em geral.

Em 2014 ainda, prevendo um ano difícil, o SBT cortou projetos, como a contratação do ator e humorista Fábio Porchat.

Agora, foi a vez da Band tirar programas do ar e promover demissões para economizar. A emissora já havia reduzido em 25% seu orçamento para este ano e agora, segundo leio, viu o primeiro trimestre apresentar receitas 20% abaixo das que estavam previstas (e que já eram menores do que no ano passado).

quinta-feira, 26 de março de 2015 | | 0 comentários

Uma reflexão sobre a desigualdade no mundo

Acabei de ler o badalado "O capital no século XXI", do economista francês Thomas Piketty. Livro denso, 571 páginas (mais 74 de notas explicativas), principalmente para os que não são familiarizados com termos, fórmulas e lógicas da economia. 

Um livro que não pretende ser, como o próprio autor deixa claro, uma verdade absoluta e/ou uma análise completa, mas sem dúvida uma obra extremamente relevante, profunda e necessária. Um bom caminho para a reflexão social, política e econômica (aspectos que Piketty mostram não se dissociarem em nenhum momento da história).

A provocação do título (que remonta ao lendário "O capital", de Karl Marx) é apropriada na medida em que o próprio trabalho do economista francês serve como provocação para um debate - que, espera-se, ocorra.

A seguir, alguns apontamentos do livro:

Um diagnóstico - "O crescimento econômico moderno e a difusão do conhecimento tornaram possível evitar o apocalipse marxista, mas não modificaram as estruturas profundas do capital e da desigualdade (...)". (p. 9)

Uma constatação - "(...) não houve qualquer redução estrutural da desigualdade antes da Primeira Guerra Mundial." (p. 15) 

Uma falácia - a "(...) visão otimista da relação entre o desenvolvimento econômico e a distribuição da riqueza" (p. 23), algo que me remeteu ao período do "Milagre Econômico" no Brasil, durante o regime militar (acréscimo meu).

Um problema - "Nas economias que crescem pouco, a riqueza acumulada no passado naturalmente ganha uma importância desproporcional." (p. 32)

Uma transformação - "O capital mudou de natureza - ele era a terra e se tornou imobiliário, industrial e financeiro (...)". (p. 121)

Um contramovimento - "(...) as guerras mundiais e as políticas públicas implementadas pelos países desempenharam um papel central no processo de redução da desigualdade no século XX (...)". (p. 233) "(...) a redução histórica da desigualdade da riqueza foi menos intensa do que às vezes se imagina. (...) Ainda assim, trata-se de migalhas importantes (...)". (p. 256)

Uma constatação perturbadora - "No século XX, foram as guerras que fizeram do passado tábula rasa, e não a suave racionalidade democrática e econômica." (p. 269)

Uma observação - "Evidentemente, a igualdade de direitos e oportunidades não é suficiente para levar à igualdade de riquezas." (p. 355)

Uma "nova era" - "(...) estamos assistindo à volta triunfal do capitalismo privado nos países ricos desde os anos 1970, ou, mais do que isso, ao ressurgimento de um novo capitalismo patrimonial." (p. 171). Isto explica movimentos como o "Occupy Wall Street" (acréscimo meu).

Uma solução 1 - "No longo prazo, a melhor maneira de reduzir as desigualdades do trabalho, além de aumentar a produtividade média da mão de obra e o crescimento global da economia, é sem dúvida investir na formação." (p. 298)

Uma solução 2 - "(...) a instituição ideal que seria capaz de evitar uma espiral infindável de aumento da desigualdade e também retomar o controle da dinâmica em curso seria um imposto progressivo global sobre o capital." (p. 459) "O imposto progressivo exprime de certa forma um compromisso ideal entre justiça social e liberdade individual." (p. 492) "O imposto mundial sobre o capital é uma utopia (...)". (p. 501)

Para se conformar - "Sem impostos, a sociedade não pode ter um destino comum e a ação coletiva é impossível." (p. 480)

quinta-feira, 19 de março de 2015 | | 0 comentários

Só para saber...

Atacado duramente pela esquerda durante os anos 1990 e início dos anos 2000, o chamado Consenso de Washington - o resumo das políticas ditas neoliberais - está "de volta" ao país? Trazido justamente por um governo supostamente de esquerda?

Será a evidência da vitória do neoliberalismo e da sua necessidade para a social-democracia? Para onde foi o socialismo da esquerda? Ou o PT não é mais esquerda?

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

Um governo de oposição?

Restrição a benefícios trabalhistas (seguro-desemprego e pensão) - a "vaca tussiu", né presidente?

Juros não param de subir - vem aí mais um aumento pelo Copom.

Preço de energia aumentará entre 20 e 25%, diz ministro.

Fazenda eleva impostos, inclusive da gasolina.

Dilma veta correção da tabela do IR - alguém prometeu na campanha não prejudicar trabalhadores?

Ué, na campanha eleitoral recém-concluída, não era a oposição que falava da necessidade de “ajustes” e de “medidas amargas”?

Para a presidente-candidata, a economia não estava em ordem? Por que tantos ajustes agora?

Parabéns...

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014 | | 0 comentários

Dilma - passado e futuro

Resumo da era Dilma 1.0:

(...) Ao assumir, Mantega encontrou um país que crescia algo mais que 3% ao ano, com a inflação na meta (4,6%) e um superavit de US$ 13 bilhões (1,4% do PIB) nas contas externas. O superavit primário não era maquiado e equivalia a 3% do PIB, enquanto a dívida bruta do governo caíra para 56% do PIB. Naquele momento, o Brasil gerava 1,3 milhão de empregos formais por ano e pavimentava seu caminho para receber o grau de investimento. 

O país que entrega não poderia ser mais diferente. O crescimento neste ano mal deve superar zero, a inflação (6,6% nos últimos 12 meses) segue perigosamente próxima ao teto da meta e o deficit externo supera US$ 84 bilhões (3,7% do PIB) nos 12 meses até outubro.
 

O superavit primário (maquiado) caiu para 0,6% do PIB (sem maquiagem, trata-se de deficit de 0,2% do PIB), e a dívida governamental atingiu 62% do PIB. A geração de empregos formais nesse contexto caiu para pouco menos de 300 mil postos por ano. (...)
 

Fonte: Alexandre Schwartsman, “Uma fotografia na parede”, Folha de S. Paulo, Mercado, 17/12/14.

Desafios da era Dilma 2.0:

(...) 1) Gastar menos do que se dispõe, bidu; 

2) Não esconder dívidas no armário (esqueletos ou caveirinhas), assumir as que estão debaixo do tapete, não maquiar a contabilidade;
 

3) Preços de verdade: tarifas de eletricidade sem subsídios (repassar custos para o consumidor), por exemplo. Aumentar a taxa de juros, a TJLP, dos empréstimos e doações do BNDES a empresas;
 

4) Estimativas realistas de crescimento do PIB e de receita de impostos, de juros ou inflação. Isto é, projeções de mercado, acompanhadas de estimativas paralelas do governo, como de resto o faz o BC;
 

5) Revisar subsídios e desonerações a fim de verificar se os benefícios dessas políticas, no fundo despesas ("gastos tributários"), foram eficazes pelo menos segundo seus objetivos iniciais. Isto é, ainda tem imposto para aumentar, além dos comentados na praça (IPI, Cide, Imposto de Importação, IOF etc.);
 

6) Bancos públicos devem ajustar a concessão de crédito às suas possibilidades e aos riscos maiores de uma economia estagnada, o que de resto é um auxílio ao BC, que talvez assim possa maneirar no juro se a banca estatal maneirar no crédito.
 

7) O que o governo não tem tempo, dinheiro ou capacidade de fazer será feito pelo setor privado. "Deu certo em aeroporto e em certas rodovias. Vai ter disso também em porto, setor de gás, internet". (...)
 

Fonte: Vinicius Torres Freire, “As dores de cair na real”, Folha de S. Paulo, Mercado, 17/12/14.

terça-feira, 25 de novembro de 2014 | | 0 comentários

Quem, afinal, é este tal de mercado? - uma reflexão

(...) Não estou afirmando que não caibam críticas morais aos resultados produzidos pelo mercado. Elas são muitas e muito pertinentes. É fundamental, contudo, que a indignação que possamos experimentar não contamine nossa capacidade de compreender como as engrenagens econômicas funcionam no mundo real. Se isso ocorrer, o resultado são barbeiragens. Foi exatamente o que se deu na primeira gestão de Dilma.

Quanto à lista de injustiças do mundo, ela até pode ser encabeçada pelos lucros exorbitantes de banqueiros, mas não se limita a eles. Por que um sujeito que teve a sorte de jogar bem futebol ou a mulher que por acaso nasceu bonita merecem ganhar milhares de vezes mais do que pernas de pau ou feias? Como mostrou John Rawls, quase tudo o que valorizamos é um prêmio indevido.

Fonte: Hélio Schwartsman, "O tal de mercado", Folha de S. Paulo, Opinião, 25/11/14, p. 2.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014 | | 0 comentários

Dilma vai mesmo mudar?

O governo federal deu mais um passo firme em direção ao descrédito total em relação ao seu comprometimento com a transparência e a manutenção do equilíbrio das contas públicas do país.

A proposta apresentada pelo Palácio do Planalto para resolver a caótica situação de 2014 é a institucionalização da irresponsabilidade fiscal. (...)

Fonte: Renato Andrade, “Irresponsabilidade fiscal”, Folha de S. Paulo, Opinião, 13/11/14, p. 2.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014 | | 0 comentários

Pitacos cotidianos

- Já escrevi aqui sobre a crise na USP e disse algo que um especialista apontou agora em artigo na “Folha de S. Paulo”: se fosse uma empresa (ou uma universidade particular), a USP estaria falida.

- O mesmo princípio vale para o ministro da Fazenda, Guido Mantega: fosse diretor de alguma empresa e apresentasse os resultados da economia brasileira dos últimos anos (sem contar as previsões desastradas), já estaria na rua!

- As universidades estaduais paulistas levam 9,57% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), uma das principais fontes de receita do Estado, e têm autonomia para administrar o dinheiro como quiserem. São quase dez bilhões de reais este ano! Gastam mal e agora cobram maior aporte de recursos do Estado. E os funcionários e alunos ainda criticam o governo quando, na verdade, deveriam aceitar que a administração das universidades é, no mínimo, temerária, para não dizer irresponsável (fruto de politicagens).

* Leia também (acrescentado em 8/9):

- Crise na USP

terça-feira, 20 de maio de 2014 | | 0 comentários

Um diagnóstico - e alguns recados ao mundo

Trecho da entrevista com o economista Thomas Piketty:

(...) Folha - Seu livro conta como o capitalismo nos países centrais concentra renda, promove desigualdade e está enredado no baixo crescimento --que beneficia os mais ricos, os herdeiros. O capitalismo está cavando sua própria cova? Sobreviverá?
Pode sobreviver certamente, mas precisa responder a seus desafios sobre desigualdade. Há instituições democráticas para isso. O debate sobre a taxação mais progressiva da riqueza é parte disso. Sou otimista. Há poucos dias, se viu que bancos suíços estão tendo que enfrentar sanções nos EUA. As coisas podem mudar.

O sr. escreve que a desigualdade é uma ameaça à democracia...
É uma ameaça verdadeira. O capitalismo do século 21 traz extrema desigualdade. A certo ponto, isso pode trazer riscos para as instituições democráticas. Outra ameaça é a resposta nacionalista: quando não conseguimos resolver os problemas sociais é tentador achar culpados: trabalhadores estrangeiros, outros países, a Alemanha, a China.
É preciso discutir uma taxação adequada para assegurar benefícios gerais. Senão, correremos sérios riscos. A batalha política é muito complicada. As pessoas precisam entender as opções e é importante discuti-las. (...)

Fonte: Eleonora de Lucena, “Desigualdade é ameaça verdadeiraà democracia”, Folha de S. Paulo, Mercado, 14/5/14.

***

(...) A principal tensão do mundo contemporâneo não advém do conflito distributivo entre capital e trabalho. O cabo de guerra é entre empreendedores e burocratas, seja na forma da grossa camada de gestores cujo intuito é a autopreservação ou nas inúmeras esferas estatais que esclerosam o dinamismo econômico.

Para países como o Brasil, o grande desafio é encontrar seu próprio modelo de capitalismo competitivo que lhe permita pagar o preço da civilização. (...)

Fonte: Marcos Troyjo, “Socialismo para milionários”, Folha de S. Paulo, Mundo, 16/5/14.

quinta-feira, 10 de abril de 2014 | | 0 comentários

"A gente não quer só comida"

Tenho ouvido frequentemente a seguinte pergunta: "Por que se preocupar tanto com o crescimento se há pleno emprego?". Na mesma linha, apareceu nova afirmação: "Ninguém come PIB". Em comum, tratam de reduzir o peso atribuído ao crescimento econômico em troca de variáveis mais facilmente observáveis, como emprego ou o consumo de alimentos.

(...) De volta ao Brasil, ao ritmo observado entre 2003 e 2010 nossa renda per capita dobraria a cada 25 anos; no ritmo registrado de 2011 a 2013 (ou 2014), contudo, seriam necessários 65 anos para obtermos o mesmo resultado. A equação do crescimento é, portanto, simples: queremos dobrar nosso padrão médio de vida para nossos filhos ou teremos que esperar até depois de nossos netos? A insatisfação que aos poucos transparece na sociedade brasileira sugere que a resposta não está na segunda alternativa.

(...) E, mais cedo ou mais tarde, os apologistas de plantão aprenderão que a gente não quer só comida, mas diversão e arte e, principalmente, uma saída para qualquer parte (salve Titãs!).

Fonte: Alexandre Schwartsman, “Folha de S. Paulo”, Mercado, 9/4/14 (íntegra aqui).

quarta-feira, 19 de março de 2014 | | 0 comentários

Quando a política eleitoreira fala mais alto

Quando a doutora Dilma assumiu a Presidência, uma ação da Petrobras valia R$ 29. Hoje ela vale R$ 12,60. Somando-se a perda de valor de mercado da Petrobras à da Eletrobras, chega-se a cerca de US$ 100 bilhões. Isso significa que a gestão da doutora comeu um ervanário equivalente à fortuna do homem mais rico do mundo (Bill Gates, com US$ 76 bilhões), mais a do homem mais rico do Brasil (Jorge Paulo Lemann, com US$ 19,7 bilhões). Noutra conta, a perda do valor de mercado das duas empresas de energia equivale à fortuna dos dez maiores bilionários brasileiros.

(...) O que agrava o episódio é que tanto a Petrobras como a Eletrobras atolaram por causa de uma decisão politicamente oportunista e economicamente leviana. Tratava-se de vender energia a preços baixos para acomodar o índice do custo de vida, segurando a popularidade do governo. O truque é velho. Mesmo quando deu resultados políticos imediatos, sempre acabou em desastres para a economia.

(...) O que há no governo é mais do que má gerência. É uma fé infinita na empulhação, ofendendo a inteligência alheia.

Fonte: Elio Gaspari, “O comissariado destruidor”, Folha de S. Paulo, Poder, 19/3/14.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013 | | 0 comentários

Risco EUA

(...) Já é absurdo que os Estados Unidos se erijam em vigilantes do planeta, com seu megaesquema de espionagem. Mais absurdo fica quando seu sistema político passa a ser refém de um grupo de fanáticos de extrema direita que quer impor seus preconceitos, passando por cima dos mecanismos democráticos.

Refiro-me ao fato de que os radicais do Partido Republicano paralisaram, primeiro, a administração e, em seguida, puseram o país à beira do calote, a pretexto de derrubar um sistema de seguro-saúde que foi aprovado pelo Congresso e, depois, referendado na eleição presidencial de 2012, em que seu autor, um certo Barack Obama, foi comodamente reeleito. (...)

Fonte: Clóvis Rossi, "Desamericanizar é preciso?", Folha de S. Paulo, Mundo, 17/10/13.

PS: quem tem mais de 30 anos certamente vai se lembrar dos tempos em que se falava do risco Brasil na economia. Pois bem: diante dos novos tempos, o título desta postagem é uma referência provocativa.

terça-feira, 1 de outubro de 2013 | | 0 comentários

E a Mercedes vem aí

O mercado automobilístico no Brasil é muito promissor, afirmou Andreas Renschler, CEO da Mercedes-Benz, após reunião com a presidenta Dilma Rousseff nesta terça-feira (1°) no Palácio do Planalto. A montadora alemã anunciou investimentos de € 170 milhões, cerca de R$ 500 milhões, com a criação de uma nova fábrica em Iracemápolis (SP), que gerará mil empregos diretos.

“Estamos muito felizes que a partir de 2016 vamos produzir veículos de passeio no Brasil. Concordamos com a presidente que o mercado automobilístico no Brasil é muito promissor, e por isso a Mercedes-Benz também deveria estar produzindo veículos de passeio no país. A partir de 2016 inauguraremos a fábrica… Essa fábrica terá mil empregos diretos (…) A Mercedes está no Brasil há 56 anos já (…), nós confiamos no futuro do mercado brasileiro”, disse Andreas Renschler.

A planta de Iracemápolis terá capacidade de produção de 20 mil unidades/ano. O executivo afirmou que a empresa tem a expectativa de que o mercado de veículos de luxo no país cresça de 30 mil unidades/ano para 100 mil unidades/ano até 2017.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, avaliou que o investimento reafirma a confiança de investidores na economia brasileira. O ministro também disse que é positiva a chegada das montadoras do segmento premium, um nicho de alta tecnologia que afeta positivamente todos os níveis da indústria por atrair fornecedores novos, além de propiciar a transferência de conhecimento tecnológico.

Fonte: Blog do Planalto, “Executivo da Mercedes-Benz diz que mercado brasileiro é promissor e anuncia investimento de R$ 500 milhões”, postado em 1/10/13.

* A foto é de Roberto Stuckert Filho/PR

terça-feira, 23 de abril de 2013 | | 1 comentários

Economia real

Esta eu capturei do "Conta Corrente" (GloboNews, 21h) desta terça-feira (23/4):


É o tipo de informação que o "brother" Danilo Fernandes adora ver...

Por isso, caro leitor, se você mora no Brasil, pague sempre sua fatura do cartão em dia!