terça-feira, 29 de julho de 2008 | | 1 comentários

Tempo, tempo, tempo, tempo

Quando ser jornalista ainda era apenas um sonho, participei de um curso sobre jornalismo na Acil. Uma das palestrantes era a jornalista limeirense Márcia Guerreiro, então editorialista do Estadão. Na ocasião, ela disse algo sobre jornalistas não terem tempo para si. Mencionou que numa redação grande parte das pessoas - talvez a maioria - não consegue manter relacionamentos, criar filhos...

Pouco tempo na profissão foi suficiente para entender o que ela dizia. Comecei a atuar profissionalmente em agosto de 1998. Em dezembro daquele ano, já tinha dificuldade em cumprir compromissos, como sair com amigos para comemorar o meu aniversário. Sim, meu aniversário.

Das 20h para as 22h, das 22h para a meia-noite... Cada vez meus horários se estendiam mais - e eu pensava: "como era feliz quando saía às 20h", "como era feliz quando saía às 22h...". Quando participava de reuniões com outros jornalistas, sempre ouvia relatos semelhantes - o que, de certa forma, confortava-me um pouco.

Até hoje é assim. Sempre que leio algo ou escuto alguém falar sobre a profissão, a falta de tempo é um dos destaques. É inerente ao jornalismo. Recentemente, lendo uma reportagem sobre um grande repórter, deparei-me novamente com estas manifestações. "Adivinha o que sobra, neste momento, para este seu amigo... Aquilo que falta na sua vida... TEMPO! Ele mesmo!", escreveu o jornalista Marco Uchôa para a colega Márcia Dal Prete, conforme reportagem da revista "Fantástico" (nº 4).

Pois é, tempo, tempo, tempo, tempo. Hoje, cada vez mais ocupo meu tempo de modo que não me sobra tempo. "Me sobra" é isto mesmo: tempo para mim, para minhas coisas. É um vício - e como tal custa a ser superado. Eu ainda não consegui, por mais que venha tentando. Alguns amigos dizem: "ele (eu) gosta do que faz". Gosto mesmo, nunca escondi. Ainda assim, falta tempo.

És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho
Tempo Tempo Tempo Tempo,
vou te fazer um pedido
Tempo Tempo Tempo Tempo
Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos
Tempo Tempo Tempo Tempo
entro num acordo contigo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Por seres tão inventivo e pareceres contínuo
Tempo Tempo Tempo Tempo
és um dos deuses mais lindos
Tempo Tempo Tempo Tempo
Que sejas ainda mais vivo no som do meu estribilho
Tempo Tempo Tempo Tempo
ouve bem o que te digo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso
Tempo Tempo Tempo Tempo
quando o tempo for propício
Tempo Tempo Tempo Tempo
De modo que o meu espírito ganhe um brilho definido
Tempo Tempo Tempo Tempo
e eu espalhe benefícios
Tempo Tempo Tempo Tempo
O que usaremos pra isso fica guardado em sigilo
Tempo Tempo Tempo Tempo
apenas contigo e migo
Tempo Tempo Tempo Tempo
E quando eu tiver saído para fora do círculo
Tempo Tempo Tempo Tempo
não serei nem terás sido
Tempo Tempo Tempo Tempo
Ainda assim acredito ser possível reunirmo-nos
Tempo Tempo Tempo Tempo
num outro nível de vínculo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Portanto peço-te aquilo e te ofereço elogios
Tempo Tempo Tempo Tempo
nas rimas do meu estilo
Tempo Tempo Tempo Tempo
(Oração ao Tempo, de Caetano Veloso)

segunda-feira, 28 de julho de 2008 | | 1 comentários

Alguma coisa acontece no meu coração...

Sempre tive pavor de dirigir em São Paulo. Achava tudo aquilo muito caótico para mim. De uns anos para cá, mudei de idéia. Decidi encarar esse desafio. Ora, se milhões de pessoas fazem isso, por que eu não faria? Obviamente que não saio me aventurando ao deus dará naquela metrópole. Todas as vezes em que lá dirigi, sempre usei um GPS ("gente para salvar-me"). Isto mesmo, sempre estive acompanhado. Nem todas as vezes, as companhias sabiam os caminhos. Ao menos duas vezes coube a mim achar a rota - e fiz isso com perfeição.

Recentemente, voltei a dirigir em São Paulo, desta vez com freqüência. Foram seis viagens em três semanas, das quais em três a direção esteve sob meu comando. Senti-me seguro na medida do possível (é péssimo dirigir quando não se sabe a distância ou onde você terá que virar...). Ainda assim, acho que desempenhei um bom papel. No último dia, até cheguei praticamente sozinho ao destino (pudera, depois de cinco vezes...) e fui elogiado por isso. Elogiado pelo GPS!

Claro, devo isto aos GPSs que sempre me acompanharam (não estar só no que para mim era e ainda é um desafio ajuda muito) - desta última vez especialmente ao GPS Cristiano, que teve paciência e ensinou o caminho as várias vezes em que foi preciso. Tudo bem que ele só explicava para onde eu estava indo quando eu perguntava, mas ainda assim foi um bom GPS.

Mais do que dirigir em São Paulo, é importante entender a cidade, suas rotas, suas zonas, seus atalhos. Isto ainda estou longe de fazer, mas tenho convicção de uma coisa: só aprenderei fazendo, ou melhor, dirigindo. Agora, sempre que alguém quiser ir para São Paulo, quero ir dirigindo. Claro, se tiver GPS...

PS: sempre tive uma relação de amor e ódio com São Paulo, atração e repulsa... No ano passado, fui com uma amiga, a repórter Nani Camargo, fazer um curso de dois dias na Capital. Andamos muito pela Avenida Paulista e, como dois interioranos, num dos intervalos do curso, ficamos filmando a via símbolo da cidade lá do alto do prédio da Cásper Líbero. Foi engraçado. O resultado está no vídeo que se vê aqui.

domingo, 27 de julho de 2008 | | 1 comentários

"Rouba, mas faz". Faz o quê?

De vez em quando, acontecem umas situações curiosas. Ontem, estava trabalhando no fechamento do jornal quando pedi a um repórter que editasse a entrevista de um representante da CNBB. O foco da entrevista era o temor da conferência que reúne os bispos brasileiros em relação à volta do "rouba, mas faz" nas eleições deste ano.

À noite, na festa de aniversário de um colega, quando a política virou assunto da roda, uma colega logo lascou: "pois é, este rouba, mas faz. Pior é quem rouba e não faz nada". Não quis fazer comentário porque o assunto seguia mais pelo campo do humor do que para o da discussão séria. O fato, porém, chamou-me a atenção.

É incrível como os brasileiros ainda toleram certos desvios. É curioso como muitos brasileiros balizam seus conceitos com base naquilo que é pior e não no que é melhor, desejável. Ora, basta a existência de políticos corruptos e péssimos administradores para que aquele que "rouba, mas faz" passe a ser tolerado.

Não, não deve ser tolerado! Ninguém que rouba merece crédito - seja bom ou mau administrador. A corrupção é a origem da péssima educação, das filas nos postos de saúde, da falta de atração de investidores, do transporte público deteriorado, da falência das instituições e da criminalidade.

E aí, ainda acha válido quem "rouba, mas faz"?

segunda-feira, 14 de julho de 2008 | | 1 comentários

Devaneios

>>> A vida tem algumas regras importantes. Uma delas - que costumo dizer às pessoas - é: “não espere dos outros mais do que eles podem dar”. Se ignorar esta regra, corre-se grande risco de se decepcionar.

>>> Cada um é do tamanho de seu sonho. Às vezes brinco com as pessoas e elas riem. Não sabem que estou brincando da boca para fora, mas dentro de mim estou falando sério. E hei de lembrar destes momentos.

>>> Ouvi uma frase durante a aula de roteiro que me fez lembrar de um amigo. Quero dedicá-la a ele. É tola, mas para mim faz muito sentido. É mais ou menos assim: “se alguém tiver que ganhar sozinho o maior prêmio da loteria, que seja tal pessoa. Ela merece!” Sim, Henry Villela, você merece, cara!!!

>>> Por fim, algumas palavras que hoje fazem muito sentido.

Moucos, poucos
ouvidos
Superficiais, jamais
seres
Jamais permitas

Tristes, assim
tristes
Ante poucos
e moucos
ouvidos

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Oportunidades

Ontem fui assistir à Orquestra de Coro, um braço da Orquestra Sinfônica de São Paulo (Osesp), que se apresentou na Catedral Nossa Senhora das Dores, em Limeira. Belo cenário, bela música. Foi um momento encantador - esta é a melhor palavra para definir a apresentação. Lamento não poder assistir às outras três participações da Osesp na cidade... Ficará para outra oportunidade.

É justamente sobre oportunidade que a presença da Osesp em Limeira me fez refletir. Outro dia, ao voltar de um curso em São Paulo, comentávamos - um amigo e eu - sobre as diferenças de quem nasce/vive na Capital e no Interior. Ainda que Limeira seja uma cidade de médio porte, as oportunidades em São Paulo são incomparáveis. Obviamente, a concorrência é também muito maior.

Para quem gosta de aprender sempre, porém, este último detalhe pouco importa. O que é relevante é o primeiro aspecto. Nesse sentido, para quem gosta de aprender sempre, estar fora "do eixo" dos acontecimentos é angustiante. Quase que diariamente vejo uma série de atividades que gostaria de ver. Uma nova exposição, uma peça de teatro, a Osesp...

No fundo, se a vida nos dá condições de ser algo mais, não devemos nos acomodar. Eu estive acomodado, admito. Estou buscando mudar. Viva São Paulo! Viva o mundo!

domingo, 13 de julho de 2008 | | 2 comentários

Curso online 3

O meu mais recente exercício no curso de roteiro foi a elaboração da escaleta, que vem a ser a previsão das cenas de uma obra. Por ser um pouco extensa, decidi coloca-la como comentário a esta postagem. Portanto, quem desejar lê-la, é fácil. A seguir vai o comentário do professor.

“Rodrigo, sua história está bem estruturada, amarrada e a escaleta está ok e num tamanho adequado para um roteiro de 15 minutos. Agora é seguir em frente e partir para os diálogos.”

sexta-feira, 11 de julho de 2008 | | 0 comentários

Ode à felicidade

Ontem um colega de trabalho me ouviu cantando no corredor e perguntou: "está feliz hoje?". De imediato, respondi: "sou sempre feliz!". E é verdade. Claro que, como todo ser humano normal, tenho vários - vários mesmo - momentos de angústias, raivas, etc. Estes sentimentos, porém, vêm e vão. Estão em mim ocasionalmente; a felicidade não, está na essência. É algo difícil de explicar, só é possível sentir. É o que se costuma chamar de estado de espírito.

Quem me conhece, costumeiramente me acha bravo, de face fechada, arredio e, nos últimos tempos, irritado e impaciente. Tudo isso é verdade. Ainda assim, nada disso muda o tal estado de espírito. Talvez para desespero de alguns...

Muitas pessoas confundem felicidade com posses. Outras costumam projetar sua felicidade nos outros. Eu não faço uma coisa nem outra. Essa tal felicidade a que me refiro existe AINDA QUE tenhamos percalços na vida e APESAR deles. Algumas pessoas acreditam que o fato de estarmos eventualmente irritados pode significar que não estamos bem com algo. No meu caso, não há nenhuma relação.

Então, sintam-se convidados para compartilhar um brinde à felicidade!

quarta-feira, 9 de julho de 2008 | | 5 comentários

Curso online 2

Como estou tornando público meu curso de roteiro, fiz hoje mais um exercício. Tive que apresentar a sinopse da minha história. Ei-la:

“A história se passa numa cidade do interior de Minas Gerais. Um homem de meia idade, com algumas posses, acredita que Deus ordenou-lhe que construa uma vila onde morarão os ‘eleitos’ até o dia do Juízo Final. O homem ocupa ilegalmente uma área de proteção ambiental e dá início à vila ao mesmo tempo em que suas pregações vão angariando fiéis. Preocupado com a ocupação irregular e a aglomeração de pessoas sob as ordens do novo ‘pastor’, o prefeito da cidade - tipo coronel – ordena a remoção da vila. Inicia-se um atrito que parte do campo das palavras para um possível confronto. O clima esquenta e o ‘pastor’ identifica no prefeito a figura do demônio – a quem joga pragas. No auge da disputa e sem chance de trégua, o prefeito decide destruir a vila. Fiéis fogem, o ‘enviado’ de Deus tenta resistir e morre. O prefeito comemora até que, dias depois, morre de um mal súbito.”

O parecer do professor vai a seguir:

"Rodrigo, sua sinopse está ok, com começo, meio e fim, sem entrar em detalhes de como tudo acontece e, sim, mostrando apenas O QUE acontece. Volto a repetir sobre o tamanho do seu enredo, como já havia dito no primeiro parecer. Temos apenas 15 minutos para contar uma história. É muito pouco tempo. É imprescindível fazer um recorte do que foi apresentado, contar apenas uma parte dessa história, pois não há tempo hábil para contar sem acabar sendo superficial. Qual o ponto de partida? A vila já existe e é o embate entre o pastor e o prefeito?"

Em tempo: estou gostando muito disso!

terça-feira, 8 de julho de 2008 | | 2 comentários

Sobre amigos

>>> Acabei de escrever uma série de coisas. Perdi tudo. Vou agora apenas resumir. Cansei por hoje.

>>> Não sei se repararam, mas fiz questão de não citar o nome de ninguém até agora. Achei que não tinha esse direito. No entanto, ao escrever um blog, a gente assume nossos pensamentos e impressões. E são apenas isso: nossos pensamentos e impressões. Portanto, já não vejo mal algum em citar nomes.

>>> É curioso, mas normalmente faço amizade com pessoas muito diferentes de mim. Isto é um enorme desafio (sim, é mais fácil lidar com o semelhante); ao mesmo tempo, tem sido uma enorme oportunidade de aprendizado e crescimento. Basta estar de coração aberto. Disse certa vez a um amigo que ele acostumou-se a ter amigos que pensavam como ele. É cômodo - e meritório até! Eu era a exceção. Não me sinto melhor nem pior por isso (embora, disse isso a ele, sentia-me incomodado com comparações).

>>> É óbvio que meus amigos me conhecem mais do que meus colegas. É óbvio que estes me conhecem mais do que as pessoas que cruzam comigo em alguma oportunidade. Há, porém, uma pessoa que convive com minhas angústias, tristezas e alegrias. Que sabe quando - e quanto - choro, o que muitos amigos não vêem; que sabe quanto e como me preocupo com as pessoas e quero ajudá-las, o que muitos amigos não vêem; que sabe quanto amo as pessoas que me querem bem, o que muitos não vêem. Seu nome é Mirele.

>>> Um amigo disse recentemente que eu sou uma nova versão do Rodrigo, o Ronilo. E que ele é a nova versão de si, o Dadrigo. Perfeito. Captou a essência do negócio. Felizmente - ou infelizmente - só nós compreendemos o que isso significa.

>>> Este mesmo amigo me disse que eu estou foda (em virtude deste blog). Não quero fazer tipo. Não estou fazendo tipo. Estou sendo sincero.

>>> Acho que um amigo - o mesmo citado acima - não tem noção de quanto aprendi e tenho aprendido com ele. Acho que ele pensa que, neste momento, eu tenho ensinado mais. Besteira. Talvez ele não saiba - ou até sabe, só não tem plena consciência disso - que o "novo Rodrigo" é muito fruto de seus pensamentos. Sou muito grato por isso e por encontrar pessoas assim na minha vida. Um dia serei grato a ele.

>>> É curioso como a amizade se fortalece ao considerar quanto o outro pode nos ensinar. Por isso estranho algumas pessoas mais fechadas - o diálogo aberto é uma fonte de aprendizado.

>>> Já escrevi demais e perdi o texto duas vezes. Por isso, vou encerrar escrevendo sobre um outro amigo. Discordo de algumas coisas que ele pensa (é normal). Discordo de alguns de seus atos (é natural). Acho que ele aposta sempre na negociação quando, às vezes, é preciso optar pelo confronto. Um dia, quem sabe, vou lhe dizer isto mais claramente - quando ele tiver paciência para ouvir, o que acho que hoje não tem. Este amigo, porém, tem algo essencial: caráter.

>>> Aliás, se há algo em comum entre estes e outros amigos, é o fato de serem pessoas fenomenais!!! E não é preciso nominá-los.

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Curso online

Como já citei, estou fazendo um curso de roteiro. É algo completamente novo para mim. Tenho muitas idéias na cabeça e nenhuma noção de como concretizá-las. Busco sempre a perfeição, mas não tenho o menor receio de errar. O erro nos dá a oportunidade de aprender.

Pensando em tudo isso, decidi tornar pública a minha participação nesse curso. Não sei se interessa a alguém, mas tomei esta decisão e ponto. Quanto a gente escolhe fazer um blog é porque quer compartilhar idéias e pensamentos com outras pessoas. Tudo se torna um livro aberto.

Fiz apenas uma aula. Minha primeira tarefa foi fazer uma story-line, que vem a ser um resumo (bem resumido) da minha história - que, por sorteio, deve conter os conceitos de "criação", "casa" e "Deus". Ei-la, pois: "Homem cria uma vila em área ilegal para acolher os eleitos por Deus e se dá mal".

A seguir está o comentário de meu professor. Como não falei com ele sobre este blog, não citarei seu nome - embora não veja nenhum problema; trata-se apenas de uma questão de respeito.

"Rodrigo, você parece ter captado o conceito de story-line, que é a definição de sua história em uma única linha. Porém eu ainda tentaria ser um pouco mais sucinto, pode tirar o 'e se dá mal'. Gosto da sua definição e a idéia parece ser boa. Não sei como você está pensando em desenvolver o roteiro, pois está faltando a sinopse. E de antemão, fique atento ao tamanho da mesma, pois temos apenas 15 minutos para contar uma boa e concentrada história."

É isso. Quinta-feira tem mais aula. Desta vez é meu dever chegar no destino (e espero sinceramente contar com a paciência e a compreensão do passageiro; dirigir em São Paulo ainda é um desafio para mim).

segunda-feira, 7 de julho de 2008 | | 0 comentários

Só uma reflexão

É engraçado como alguns sentimentos crescem dentro da gente. Sempre fico muito feliz quando posso ser útil a um amigo. Isso reforça a confiança e os laços de amizade. Além disso, fico imaginando que se fosse comigo, queria ter alguém com quem contar.

Há também momentos em que não me sinto como amigo. Não me sinto útil. Não que seja legal os outros terem problemas para que possamos ajudar. Não se trata disso. É que como todo ser humano tem seus momentos de angústia, tristeza, incerteza, não poder participar disso como amigo soa-me estranho. Como se não houvesse confiança.

Sei lá. Ninguém é igual a ninguém. Procuro respeitar as pessoas. E amigos são amigos - com suas e nossas diferenças. Ponto. Esta postagem é apenas uma reflexão.

sexta-feira, 4 de julho de 2008 | | 2 comentários

Confiança e amizade

Todo mundo já deve ter ouvido aquele ditado segundo o qual não existe mulher meio grávida; ou está, ou não está. Pois isso vale também para a confiança. Não existe "confiar mais ou menos". Ou confia, ou não confia. Confiança não se compra, conquista-se. Não se mede com palavras e sim com atos.

Quando alguém "confia mais ou menos", é melhor desconfiar. Se você confia "mais ou menos em alguém", verá que a desconfiança prevalece. E se você sente que alguém "confia mais ou menos" em você, saiba que o mesmo princípio é aplicado. E se alguém "confia mais ou menos" em você não merece a sua confiança.

É difícil saber o grau de confiança de uma pessoa. Não existe, porém, confiança que exclua confidências. São intrínsecas. Da mesma forma que são intrínsecas a confiança e a amizade. Esta não existe sem aquela. Logo, como não existe "mulher meio grávida" e "confiar mais ou menos", também não existe ser "mais ou menos amigo".

Em tempo: como a maioria das pessoas usa a palavra amigo como toma refrigerante, quero deixar um recado a todos: "amigos" para os momentos felizes existem aos montes. Não precisa sequer chamá-los, eles aparecem. Experimente, porém, precisar de alguém num momento difícil - mas bem difícil, daqueles que exigem que o outro abra mão de si mesmo. Faça a recontagem das suas "amizades" e fique feliz se o saldo for positivo, ainda que baixo.

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Tolerância e perdão

Algumas vezes me acham intolerante. Sou maleável. Quem pensa que sou intolerante não me conhece verdadeiramente. Saberia enumerar um a um os fatos que me levaram a desistir de algumas pessoas - poucas, é verdade. Quem ouvir, concluirá: "sim, Rodrigo, você teve muita paciência e ofereceu muitas chances".

Contudo, quando chego neste ponto de desistir, já era! Não haverá argumento que me convencerá que vale a pena. Algumas pessoas me conhecem apenas nesta fase - e tiram conclusões precipitadas. Porque nesta fase torno-me (e não sou) intolerante. Admito: não suporto choramingos falsos, sorrisos falsos... Prefiro a frieza sincera. E, convenhamos, paciência tem limite.

Conheço gente que tolera algumas situações assim. Eu não. Respeito a opinião alheia, mas fico realmente irritado quando percebo que não respeitam a minha. O que para alguns pode parecer intolerância, para mim é convicção. Talvez por isso ache estranho pessoas que levam "porrada" e momentos depois estão trocando confidências com quem bateu.

Perdoar é algo nobre - e bem diferente de insistir em situações em que impera a falsidade. Por algumas pessoas, insisto em lutar. Por outras, com todo o respeito, FODA-SE!

quinta-feira, 3 de julho de 2008 | | 3 comentários

Um ideal

Há tempos pensava em fazer um outro blog (tenho um sobre viagens) para tornar públicas minhas idéias. Como tenho me sentido provocado ultimamente ante tantas manifestações de incompreensão sobre meus pensamentos, apressei este projeto. Quero deixar claro desde já que neste espaço pretendo falar de tudo. Não quero restringir temas - ao contrário do meu blog de estréia, o "Piscitas", no qual falo apenas sobre viagens e afins.

Para abrir este novo blog, pensei muito no que escrever. E cheguei à conclusão que a oração de São Francisco de Assis, minha favorita depois do Pai Nosso, resume bem o que penso - e quem me conhece de fato há de entender (ah, este espírito sagitariano...). Faço questão de frisar que, ao eleger a oração de São Francisco como apresentação, não pretendo insinuar qualquer tipo de comparação. Seria leviano. Quero apenas que sirva de reflexão para todos como serve para mim.

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa , que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais

consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido,
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe
é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se nasce para a vida eterna...