Disparadamente, os crimes patrimoniais
em Limeira são o maior desafio para as autoridades no que diz respeito à
(in)segurança e provavelmente a maior preocupação dos limeirenses nessa área.
A média mensal de furtos e
roubos no município cresceu nos oito primeiros meses deste ano em relação a
2012 e caminha para um novo recorde anual. O aumento varia de 7,7% a 29,5% dependendo
do tipo de crime - em qualquer dos cenários, porcentuais muito superiores ao
crescimento da população no mesmo período.
De janeiro a agosto, a cidade
registrou – conforme as estatísticas oficiais da Secretaria Estadual de Segurança Pública – 983 casos de roubo e 405 roubos de veículos. Isto resulta
numa média mensal de 123 e 50 ocorrências, respectivamente.
No ano passado, em média, foram
103 roubos por mês e 47 roubos de veículos.
O cenário é igual no caso dos
furtos. A média mensal de ocorrências este ano é de 294, ante 271 no ano
passado. Em relação aos furtos de veículos, a média subiu de 110 por mês em
2012 para 142 este ano.
Considerando especificamente
os casos envolvendo veículos, a comparação com 2011 torna os dados ainda mais
alarmantes. A média de furtos foi de 97 por mês e a de roubos, 32.
Não se sabe se há uma relação
direta entre um crime e outro, mas os casos de tráfico de entorpecente também
vêm crescendo em Limeira. Sabe-se que as drogas são a raiz de grande parte (provavelmente
a maior parte) das ocorrências policiais atualmente, de pequenos furtos a
assassinatos.
Diante da escalada dos casos
ano a ano e a já provada (diante dos números) ineficiência e incapacidade do
Estado (leia-se todas as forças e o sistema de segurança em geral) de mudar
esta realidade, lembro da sugestão do administrador de empresas limeirense Celso
Leite.
Certa vez, em artigo para o “Jornal
de Limeira”, ao tratar das eleições, Leite fez a seguinte proposta: os
candidatos eleitos seriam avaliados pelo resultado matemático de seus governos.
Metas seriam fixadas para várias
áreas (como as notas nos exames da educação, as taxas de saúde e a redução da
criminalidade). Se após quatro anos as metas fossem atingidas, eles poderiam
ser candidatos à reeleição; se não fossem, estariam impedidos de pleitear um
novo mandato.
A questão é: qual governante
toparia este desafio?
***
Independentemente de metas,
os números estão aí (por força de lei e da pressão social, os dados dos
governos estão cada vez mais à disposição da sociedade). Cabe a cada cidadão
fiscalizar seu governante e, na hora do voto, dar a ele um novo mandato ou não.
Começando em 2014, quando haverá eleições para presidente e governador.
***
Este é o lado meramente
estatístico do problema.
No mundo real, os limeirenses têm a renda prejudicada
por seguros de carro e imóvel cada vez mais altos em razão do risco elevado de
furtos e roubos; trabalhadores e aposentadores ficam no prejuízo ao perderem
bens que muitas vezes lutaram a vida toda para comprar; pais se veem temporariamente
impossibilitados de garantir o sustento da família (muitos têm furtada/roubada a
moto usada como meio de trabalho, ficando sem o bem e tendo que pagar as
prestações, o que configura um duplo prejuízo), só para citar alguns casos.
***
Minha dúvida é: até
quando assistiremos passivamente ao aumento anual desses índices? Não vejo
ninguém discutindo o assunto nem cobrando as autoridades com firmeza em Limeira.
O combate à criminalidade
exige medidas de curto e médio prazos. O discurso de que é preciso investir no
social, embora correto, não é suficiente.
Mudar a realidade de bairros
carentes, inverter prioridades, integrar a comunidade, investir no social,
recuperar bens públicos, melhorar a educação, combater o uso das drogas, tudo
isto é importante e necessário, mas só poderá mudar a atual realidade a médio
prazo.
De imediato, é preciso prender
as quadrilhas (o que exige esforço de investigação e inteligência), combater os
desmanches clandestinos (é o mercado ilegal de peças que movimenta os roubos e
furtos de veículos) e parar de tratar pequenos furtos como “apenas mais um caso”.
Ou seja: é preciso agir!
Segurança é um dever do
Estado, mas não só dele. Nas circunstâncias atuais, se as três esferas de
governo – municipal, estadual e federal – não unirem forças, nada mudará.
Infelizmente, o que se vê hoje
é uma completa falta de integração e de planejamento conjunto dos governos em
geral.
Assim, os criminosos seguirão
vencendo o jogo. De goleada...
Em tempo: esta postagem foi
enviada aos 21 vereadores de Limeira, por e-mail.
CRIMINALIDADE EM LIMEIRA
Furtos em geral
2012 – 3.258 (média de 271
por mês)
2013* - 2.355 (média de 294
por mês)
Alta de 8,5%
Furtos de veículos
2011 – 1.172 (média de 97 por
mês)
2012 – 1.321 (média de 110
por mês)
2013* – 1.140 (média de 142
por mês)
Alta de 29,5%
Roubos em geral
2012 – 1.239 (média de 103
por mês)
2013* - 983 (média de 123 por
mês)
Alta de 19,4%
Roubos de veículos
2011 – 392 (média de 32 por
mês)
2012 – 564 (média de 47 por
mês)
2013* – 405 (média de 50 por
mês)
Alta de 7,7%
Tráfico de entorpecentes
2011 – 543 (média de 45 por
mês)
2012 – 642 (média de 53,5 por
mês)
2013* – 480 (média de 60 por
mês)
Alta de 12%
* Até agosto
Fonte: SSP
1 comentários:
Apenas para constar: até a presente data (1/10) nenhum vereador dignou-se a comentar o e-mail que enviei a respeito deste problema.
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