sexta-feira, 27 de setembro de 2013 | |

Roubos e furtos só crescem em Limeira - até quando?

Disparadamente, os crimes patrimoniais em Limeira são o maior desafio para as autoridades no que diz respeito à (in)segurança e provavelmente a maior preocupação dos limeirenses nessa área.

A média mensal de furtos e roubos no município cresceu nos oito primeiros meses deste ano em relação a 2012 e caminha para um novo recorde anual. O aumento varia de 7,7% a 29,5% dependendo do tipo de crime - em qualquer dos cenários, porcentuais muito superiores ao crescimento da população no mesmo período.

De janeiro a agosto, a cidade registrou – conforme as estatísticas oficiais da Secretaria Estadual de Segurança Pública – 983 casos de roubo e 405 roubos de veículos. Isto resulta numa média mensal de 123 e 50 ocorrências, respectivamente.

No ano passado, em média, foram 103 roubos por mês e 47 roubos de veículos.

O cenário é igual no caso dos furtos. A média mensal de ocorrências este ano é de 294, ante 271 no ano passado. Em relação aos furtos de veículos, a média subiu de 110 por mês em 2012 para 142 este ano.

Considerando especificamente os casos envolvendo veículos, a comparação com 2011 torna os dados ainda mais alarmantes. A média de furtos foi de 97 por mês e a de roubos, 32.

Não se sabe se há uma relação direta entre um crime e outro, mas os casos de tráfico de entorpecente também vêm crescendo em Limeira. Sabe-se que as drogas são a raiz de grande parte (provavelmente a maior parte) das ocorrências policiais atualmente, de pequenos furtos a assassinatos.

Diante da escalada dos casos ano a ano e a já provada (diante dos números) ineficiência e incapacidade do Estado (leia-se todas as forças e o sistema de segurança em geral) de mudar esta realidade, lembro da sugestão do administrador de empresas limeirense Celso Leite.

Certa vez, em artigo para o “Jornal de Limeira”, ao tratar das eleições, Leite fez a seguinte proposta: os candidatos eleitos seriam avaliados pelo resultado matemático de seus governos.

Metas seriam fixadas para várias áreas (como as notas nos exames da educação, as taxas de saúde e a redução da criminalidade). Se após quatro anos as metas fossem atingidas, eles poderiam ser candidatos à reeleição; se não fossem, estariam impedidos de pleitear um novo mandato.

A questão é: qual governante toparia este desafio?

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Independentemente de metas, os números estão aí (por força de lei e da pressão social, os dados dos governos estão cada vez mais à disposição da sociedade). Cabe a cada cidadão fiscalizar seu governante e, na hora do voto, dar a ele um novo mandato ou não. Começando em 2014, quando haverá eleições para presidente e governador.

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Este é o lado meramente estatístico do problema.

No mundo real, os limeirenses têm a renda prejudicada por seguros de carro e imóvel cada vez mais altos em razão do risco elevado de furtos e roubos; trabalhadores e aposentadores ficam no prejuízo ao perderem bens que muitas vezes lutaram a vida toda para comprar; pais se veem temporariamente impossibilitados de garantir o sustento da família (muitos têm furtada/roubada a moto usada como meio de trabalho, ficando sem o bem e tendo que pagar as prestações, o que configura um duplo prejuízo), só para citar alguns casos.

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Minha dúvida é: até quando assistiremos passivamente ao aumento anual desses índices? Não vejo ninguém discutindo o assunto nem cobrando as autoridades com firmeza em Limeira.

O combate à criminalidade exige medidas de curto e médio prazos. O discurso de que é preciso investir no social, embora correto, não é suficiente.

Mudar a realidade de bairros carentes, inverter prioridades, integrar a comunidade, investir no social, recuperar bens públicos, melhorar a educação, combater o uso das drogas, tudo isto é importante e necessário, mas só poderá mudar a atual realidade a médio prazo.

De imediato, é preciso prender as quadrilhas (o que exige esforço de investigação e inteligência), combater os desmanches clandestinos (é o mercado ilegal de peças que movimenta os roubos e furtos de veículos) e parar de tratar pequenos furtos como “apenas mais um caso”.

Ou seja: é preciso agir!

Segurança é um dever do Estado, mas não só dele. Nas circunstâncias atuais, se as três esferas de governo – municipal, estadual e federal – não unirem forças, nada mudará.

Infelizmente, o que se vê hoje é uma completa falta de integração e de planejamento conjunto dos governos em geral.

Assim, os criminosos seguirão vencendo o jogo. De goleada...

Em tempo: esta postagem foi enviada aos 21 vereadores de Limeira, por e-mail.

CRIMINALIDADE EM LIMEIRA

Furtos em geral
2012 – 3.258 (média de 271 por mês)
2013* - 2.355 (média de 294 por mês)
Alta de 8,5%

Furtos de veículos
2011 – 1.172 (média de 97 por mês)
2012 – 1.321 (média de 110 por mês)
2013* – 1.140 (média de 142 por mês)
Alta de 29,5%

Roubos em geral
2012 – 1.239 (média de 103 por mês)
2013* - 983 (média de 123 por mês)
Alta de 19,4%

Roubos de veículos
2011 – 392 (média de 32 por mês)
2012 – 564 (média de 47 por mês)
2013* – 405 (média de 50 por mês)
Alta de 7,7%

Tráfico de entorpecentes
2011 – 543 (média de 45 por mês)
2012 – 642 (média de 53,5 por mês)
2013* – 480 (média de 60 por mês)
Alta de 12%

* Até agosto

Fonte: SSP

1 comentários:

Rodrigo Piscitelli disse...

Apenas para constar: até a presente data (1/10) nenhum vereador dignou-se a comentar o e-mail que enviei a respeito deste problema.