Mostrando postagens com marcador CNN. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CNN. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 10 de junho de 2015 | | 0 comentários

A América Latina e o jornalismo

“A situação econômica da América Latina é fictícia.”

Ouvi a frase acima em abril de 2012, durante uma visita à sede da CNN em Atlanta (EUA). Foi dita pelo jornalista argentino Guillermo Arduino. Na época, ela até pareceu um tanto exagerado, embora existissem já claros sinais da deterioração do continente, principalmente na Argentina.

Hoje, ao rever as anotações daquela visita, lembrei da conversa com Arduino, na praça de alimentação pública no térreo do prédio da CNN, e reforcei a convicção de que ser visionário (no sentido de fazer análises e antecipar cenários) é papel fundamental do bom jornalista e do bom jornalismo.

Esta tarefa exige essencialmente uma qualidade (saber interpretar fatos) e duas características: leitura e cultivo de boas fontes.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013 | | 0 comentários

Liberdade, liberdade!


Este é o registro de venda de um garoto de 8 anos de idade. Sim, venda, mercadoria. Um escravo.

O documento era parte de uma exposição sobre a escravidão, que vi na sede das Nações Unidas (ONU) em Nova York (EUA) em abril de 2012.

Posto a foto hoje, nesta data tão significativa para os negros, a que celebra o líder Zumbi dos Palmares, como lembrança de uma parte triste da história da humanidade, uma barbárie que não se deve esquecer para que nunca mais se repita.

Em tempo: no mundo atual ainda existem muitas formas de escravidão, em muitos lugares. Sobre isto, recomendo assistir às reportagens da fenomenal série "Freedom Project", da CNN (no Facebook aqui).

segunda-feira, 26 de agosto de 2013 | | 0 comentários

"Ready to play?"

Ready to Play from Turner Brasil on Vimeo.

domingo, 21 de abril de 2013 | | 0 comentários

As bombas em Boston e a imprensa na berlinda

O caso dos atentados a bomba em Boston durante a famosa maratona internacional na última segunda-feira (15/4) reacendeu o debate a respeito do trabalho da imprensa. Tudo porque alguns dos principais veículos de informação dos Estados Unidos, na ânsia de sair na frente (dar um “furo”, no jargão jornalístico, uma informação em primeira mão), deram uma notícia equivocada (cometeram uma “barriga”, também no jargão da imprensa, informação falsa).

Uma agência de notícias e depois, em série, a rede CNN, Fox News e outros informaram que um suspeito havia sido preso. A polícia norte-americana precisou vir a público negar a informação. De fato, ninguém tinha sido detido.

Erros deste tipo costumam ocorrer em coberturas tensas e inesperadas como a dos atentados. Via de regra, a pressa para informar faz com que jornalistas e editores “pulem” etapas importantes da apuração, aumentando significativamente o risco de erros (ou das famosas “barrigas”).

No Brasil, notabilizou-se o chamado caso da escola Base na década de 1990 (responsáveis por uma escola infantil de São Paulo foram acusados indevidamente de abusar das crianças e a imprensa “embarcou” nas denúncias).

O que me chamou a atenção no caso foi o quase pioneirismo da CNN no erro. No ano passado, tive a oportunidade de conhecer a sede da emissora em Atlanta (EUA) e conversar com os principais jornalistas e executivos da empresa.

Um dos diretores do CNN Wire, Kurt Muller, falou do risco de erros em coberturas de maior vulto. Ele destacou o sistema que havia sido criado – o Wire - justamente para evitar a divulgação de informações erradas. Uma das ações foi centralizar a apuração dos dados que vinham de várias fontes e equipes e unificar a posterior divulgação.

Muller citou o caso da prisão do terrorista saudita Osama bin Laden, informada pela CNN antes mesmo do governo norte-americano (um “furo” arriscado). O diretor explicou que apenas quatro pessoas em toda a rede, ele incluído, podiam autorizar a divulgação de uma informação deste nível e baseada em fontes não identificadas.

Foi basicamente o que ocorreu no caso de Boston – as informações foram atribuídas a fontes oficiais.

Obviamente, não creio em má-fé da imprensa (principalmente da CNN, que conheci). Naturalmente, houve um erro de apuração (não sei exatamente se exclusivamente pela pressa ou por dar um nível de confiança exagerado a uma determinada fonte ou a determinadas fontes).

Muller talvez pudesse responder.

Leia também:

domingo, 30 de dezembro de 2012 | | 0 comentários

2012 em uma imagem


Para ler mais sobre a visita à CNN em Atlanta (EUA), clique aqui.

PS: mais uma vez agradeço a todos que contribuíram para tornar isto possível. Muito obrigado!

* A foto é de Sabrina Yamamoto

sábado, 13 de outubro de 2012 | | 0 comentários

No telhado da CNN

Já fiz várias postagens neste blog a respeito da visita que fiz em abril deste ano à sede da CNN, em Atlanta (EUA). Restaram alguns registros que gostaria de compartilhar. Entre eles, um dos computadores do controle de satélites da emissora e uma foto no telhado da CNN (sim, até lá subimos) com Arnie Christianson, diretor de Operações da rede para a área de satélites e transmissão. 

Arnie explicou todo o sistema de operação da CNN. Pode-se resumir o trabalho basicamente em dois pontos: 1) garantir que, independentemente de problemas, a emissora continue no ar (seja com sinal a partir de Atlanta, Nova York, Los Angeles, Londres ou onde for); e 2) garantir que a entrada dos correspondentes mundo afora seja realizada conforme planejado.

Quando um jornalista precisa fazer uma entrada ao vivo de outro país, os responsáveis pela parte editorial pedem ao setor de operações que viabilize o satélite em determinado horário. E assim é feito.

Quanto ao sistema de transmissão, parece tudo tão à prova de falhas (pode haver um terremoto que, ainda assim, a CNN tem condições de seguir no ar) que me fez questionar o diretor: "Afinal, o que pode dar errado?". A resposta de Arnie foi honesta e um tanto engraçada: "As falhas de comunicação...". Em outras palavras, falha humana.






* As fotos são minhas, de Carlos Giannoni de Araujo e de Sabrina Yamamoto

sábado, 15 de setembro de 2012 | | 0 comentários

Mais um pouco da CNN

A CNN surgiu em 1980 por iniciativa de um visionário. Afinal, foi o primeiro canal de notícias 24 horas dos Estados Unidos. Hoje, a emissora – pertencente ao grupo Time Warner – possui uma série de braços, como a versão espanhola, a internacional, a popular (HLN), estando presente também em outras mídias, como Internet e rádio.

Tive a oportunidade – graças à conquista do amigo jornalista Carlos Giannoni de Araujo, vencedor do 7º concurso de jornalismo para universitários da CNN, e à gentileza de Sabrina Yamamoto, relações públicas da Turner no Brasil – de conhecer a sede da emissora em
Atlanta (EUA).






Como já registrei numa postagem anterior, a CNN é uma televisão – óbvio. Quero dizer com isso que, para um jornalista familiarizado com o meio, não há novidade no modo de fazer. Outros aspectos da visita chamaram minha atenção.

Inicialmente, a divisão das operações editoriais entre os diversos braços da companhia e, ao mesmo tempo, a união editorial em torno de uma grande reunião de pautas diária e graças ao trabalho do CNN Wire. Tudo funcionando de modo sincronizado graças à organização, planejamento e profissionalismo.

Outro aspecto relevante envolve o que costumo chamar de iniciativa. Quando surgiu, há mais de 30 anos, a CNN era uma novidade. Com o passar do tempo, deixou de ser. Como, então, diferenciar-se num mundo cada vez mais competitivo, principalmente diante da concorrência da mídia digital? As respostas são diversificando-se e investindo em produtos inéditos e de qualidade.

Assim, merece destaque o núcleo de projetos especiais (o nome oficial não é este, mas o objetivo do trabalho sim). Coordenado na ocasião pela jornalista Sara Yeglin, ele tem como foco planejar e executar coberturas especiais, sejam eventos programados (como a Copa do Mundo), pautas próprias (um especial qualquer) ou coberturas inesperadas (como uma catástrofe natural).

É fruto desse núcleo, por exemplo, o “Freedom Project” – série de reportagens que revelam e denunciam formas de trabalho escravo pelo mundo em pleno século 21. É um dos produtos jornalísticos mais relevantes a que assisti nos últimos tempos.

Iniciativas assim é que dão um tempero próprio, um diferencial para uma empresa.

Quando lá estive, em abril último, estava em curso o projeto “Voto Latino”. Questionei se ele dizia respeito a eleições na América Latina (como na Venezuela) ou à importância dos latinos na eleição para a presidência dos EUA, em novembro próximo. A segunda opção foi a resposta. Ou seja: oito meses antes a rede já estava organizada, na verdade executando, uma cobertura especial e diferenciada.

Mais uma vez, planejamento, organização e profissionalismo em vigor – com a dose necessária de investimento.




A CNN, naturalmente, utiliza material de diversas agências de notícias espalhadas pelo mundo. É, também, uma geradora de material para diversas emissoras ao redor do globo. E é uma importante fonte de notícias para os norte-americanos e para o público mundial. Sendo assim, é preciso dar às coberturas o olhar próprio e isto só se consegue tendo profissionais nos diversos lugares.

Estas talvez sejam algumas lições (ou exemplos) que ajudaram a tornar a CNN uma das líderes mundiais em notícias. Cada qual, em seu nível (local, nacional ou internacional) é capaz de adotar iniciativas semelhantes se quiser crescer e se destacar. Basta lembrar do tripé: planejamento, organização e profissionalismo. E não esquecer que isto exige INVESTIMENTO – humano e técnico.









* As fotos são minhas e do Carlos; os vídeos foram feitos pelo Carlos

Leia também:



quinta-feira, 17 de maio de 2012 | | 0 comentários

Uma visita à CNN (3)

Kurt Muller é editor executivo da CNN Wire – uma divisão da CNN que tem foco no que pode-se chamar de controle editorial. A iniciativa surgiu após a constatação de que havia conflitos de informação entre o que as diversas unidades da emissora (internacional, doméstica, espanhol, internet, etc) divulgavam. Era um problema de apuração: o correspondente informava um dado/fato, a agência de notícias outro e o público ficava “vendido”. Agora, todos os dados/fatos passam pela CNN Wire e a informação é divulgada de modo uniforme.



Diante desta nova estrutura, quais os riscos de uma informação ser divulgada errada ou de modo conflitante? Segundo Muller, três situações podem resultar em erros: 1) problemas técnicos (neste caso, basta pedir para algum especialista solucioná-lo); 2) falha de comunicação (neste caso, basta identificar a origem do “ruído” comunicacional e resolvê-lo); e 3) não ter segurança sobre a informação apurada (neste caso, o editor fica sem alternativa a não ser fazer nova apuração).

Muller é oriundo da imprensa escrita. Trocou-a pela TV porque encontrava uma certa “limitação para contar histórias”, como disse durante encontro na CNN em Atlanta (EUA). Na emissora, ele tem grande responsabilidade. É um dos únicos quatro profissionais com poder para liberar a divulgação de uma notícia - por exemplo, a confirmação da morte do terrorista saudita Osama Bin Laden.

Questionado sobre o futuro da imprensa, Muller afirmou com convicção que isto passa pelas ferramentas móveis, como tablets e celulares. Por isso, a CNN dedica grande esforço para manter sites e aplicativos - nos Estados Unidos, onde a presença dos “mobiles” é muito maior que no Brasil e a oferta de banda larga é disparadamente melhor e mais barata, qualquer cidadão tem um telefone com acesso à Internet. Não é à toa que a circulação dos jornais vem caindo ano a ano. Até a audiência das TVs sente o reflexo do crescimento das ferramentas móveis.

Brandon Miller é o “homem do tempo” na CNN. Não o que aparece nas câmeras: é o produtor da área de clima (editor na verdade) e meteorologista sênior. Participa, inclusive, da reunião geral diária da emissora.


Nos EUA, a seção climática tem grande importância. Segundo Miller, há dois públicos para atender. Um é dos turistas (do exterior e de dentro do país) que buscam saber quais as condições do tempo no local de destino (não custa lembrar que os EUA têm, tal como o Brasil, dimensões continentais, o que faz o clima variar muito de um lugar a outro). Esta é a previsão básica.

O outro público busca se informar sobre os efeitos do clima no cotidiano - ou seja, como um furacão, uma nevasca ou uma onda de calor vão afetar o tráfego, o fornecimento de água e energia, os negócios, os preços de insumos e dos alimentos, por exemplo. Para esta tarefa, a equipe do tempo busca, mais do que fazer previsões, contar histórias. E elas podem ser inclusive enviadas pelos telespectadores em todo o mundo (via iReport, projeto da CNN semelhante aos que no Brasil ganharam nomes como “Você é o repórter”).

A editoria de clima utiliza computadores e programas específicos que fornecem as condições do clima em todo o planeta. O sistema, em tempo real, é alimentado 24 horas e fica disponível para os jornalistas. Basta selecionar uma cidade e buscar as informações.

A previsão básica, com as mínimas e máximas ao redor do globo, são informadas em telas específicas durante a programação. Nas entradas ao vivo, os apresentadores do tempo buscam esmiuçar os fatos e relatar as histórias e impactos do clima na vida das pessoas.

Para quem não conhece uma televisão, esse tipo de serviço é feito num sistema chamado “chroma key”, como mostra o vídeo abaixo, feito na CNN.


PS: para ler as demais postagens sobre a visita à CNN, clique aqui e aqui.

* O vídeo foi gravado por Carlos Giannoni de Araujo

terça-feira, 15 de maio de 2012 | | 0 comentários

Uma visita à CNN (2)

A búlgara Ralitsa Vassileva trabalha como âncora da CNN Internacional há 20 anos. Carrega na bagagem a experiência de quem atuou como jornalista num momento crucial da história de seu país: a queda do comunismo. Séria e um tanto contida, ela conversou conosco durante o 7º Brazil Contest Journalism Visit to CNN Atlanta. Falou de seu trabalho e do desafio de apresentar os fatos sem emitir a opinião pessoal.


Shasta Darlington é a atual correspondente da CNN no recém-montado escritório brasileiro, em São Paulo. Via radioconferência, ela relatou sobre o cotidiano de seu trabalho no Brasil e afirmou que o grande desafio é ter mais controle sobre a própria cobertura. O foco neste momento, diz a jornalista, é a economia – além, é claro, dos preparativos do país para a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Para Shasta, há um certo denuncismo na imprensa brasileira, o que a faz, como correspondente estrangeira, aguardar um pouco o desenrolar dos acontecimentos para saber o que de fato será relevante ou o que se perderá no mar de denúncias.

A jornalista já havia trabalhado como correspondente no Brasil entre 1997 e 2001, para uma outra emissora. Na volta ao país, afirmou ter constatado um otimismo maior das pessoas em relação ao futuro. Também citou que o país está “funcionando melhor”, principalmente o Rio de Janeiro.

O australiano Michael Holmes é um premiado âncora e correspondente da CNN Internacional. Está na emissora desde 1996. Seu currículo é recheado de trabalhos de destaque: esteve recentemente na Líbia cobrindo o avanço da forças rebeldes (que resultou na derrubada e morte do ditador Muamar Kadafi) e tem larga experiência na cobertura de guerras, como a do Afeganistão e Iraque.


Vem daí, aliás, o episódio mais marcante de sua carreira. Foi em 2002, quando sua equipe se dirigia para Bagdá. O comboio foi atacado por soldados iraquianos. O tradutor e um dos motoristas morreram; o câmera foi atingido na cabeça, mas sobreviveu. Não é fácil, admite Holmes, ver colegas de trabalho morrerem ao seu lado. Ele destacou, porém, que não escolhe as coberturas de que participa: é designado para as missões e as cumpre.

Naturalmente, explicou o jornalista, há um rigoroso curso de preparação para a cobertura de guerras. Só depois disso é que o profissional pode ir a campo. O tempo que ele fica numa cobertura desse tipo varia de um a dois meses.

Jim Clancy também é correspondente de guerra. Esteve em momentos cruciais da história contemporânea, como a queda do Muro de Berlim, o genocídio em Ruanda e o cerco a Beirute, além das guerras no Iraque. Sobre a última delas, detonada pelo governo George W. Bush, o jornalista apresenta uma visão crítica em relação ao trabalho da imprensa norte-americana. Sem meias palavras, admite: “nós erramos”.


Ele se refere ao fato do jornalismo norte-americano ter “comprado” praticamente sem questionamentos a versão da Casa Branca para justificar a guerra: a de que o governo iraquiano do ditador Saddam Hussein produzia armas de destruição em massa (estas armas nunca foram encontradas e o governo Bush admitiu posteriormente que não tinha informações seguras a respeito).

Na CNN desde 1981, Clancy – que atualmente comanda o semanal “The Brief” - mostra-se crítico não só em relação à cobertura da guerra do Iraque, mas também quanto à posição (para muitos arrogante) dos EUA no mundo. “Será que os EUA têm mesmo que levar a democracia para outros países? Será que este é mesmo nosso dever?”, questionou.

* Para ler a primeira postagem sobre a visita à CNN, clique
aqui.

domingo, 13 de maio de 2012 | | 0 comentários

Inspiração

Não costumo publicar nos meus blogs fotos nas quais apareço, mas não posso deixar de registrar esta frase que vi num cartaz na CNN, em Atlanta:


Em tempo: para quem nunca viu, recomendo acompanhar o trabalho de Anderson Cooper na CNN Internacional.

quarta-feira, 9 de maio de 2012 | | 0 comentários

Uma visita à CNN (1)



Já registrei neste blog, mas vou reiterar: participei (como intruso) do 7º Brazil Journalism Contest Visit to CNN Atlanta. Traduzindo: uma visita de três dias à matriz de uma das principais redes de notícias do mundo. Foi o prêmio dado ao então estudante e agora jornalista Carlos Giannoni de Araújo como vencedor do 7º Concurso de Telejornalismo da CNN Brasil.

Eu conhecia a CNN como turista, o que significa uma passada pelos estúdios e o acesso a informações básicas institucionais. Dessa vez, porém, pudemos – Carlos, o professor José Luiz Pinotti e eu – visitar as “entranhas” da emissora e conversar com seus profissionais.

Profissionalmente, posso dizer que a CNN é uma TV (sim, isto é óbvio). Quero dizer que para nós, jornalistas, saber como é feita a previsão do tempo no “chroma key”, por exemplo, não é novidade. Da mesma forma não é novidade constatar que a emissora utiliza equipamentos de última geração.



Portanto, o que teve mais valia para mim foram mesmo os contatos. Compartilhar ideias, ouvir histórias de jornalistas com experiência internacional, saber as tendências do jornalismo mundial (os EUA estão à nossa frente no uso de novas tecnologias e das mídias sociais) foram de grande importância.

(PS: antes de seguir, quero registrar mais uma vez meu agradecimento à gentileza de Sabrina Yamamoto, gerente de relações públicas da Turner International do Brasil; ao Pinotti, que permitiu minha presença junto do grupo; e ao Carlos, que afinal ganhou o concurso.)

Não, a CNN não faz nada tão diferente tecnicamente do que se faz no Brasil (talvez tenha um ou outro equipamento mais avançado em uma ou outra área). Também não é maior do que a TV Globo, por exemplo. Naturalmente, o estilo do jornalismo norte-americano é um tanto diferente do executado no Brasil – e observar estas diferenças foi bastante interessante.

Um dos jornalistas, o argentino Guillermo Arduino, por exemplo, explicou que há diferenças cruciais no modo como se conta uma história na CNN USA (a “domestic”) e na CÑN (em espanhol). O público latino é mais sentimental e a notícia exige um tom mais emotivo, disse.


Ele destacou o multiculturalismo da CNN (para abranger um público internacional, seja dentro ou fora dos EUA, é preciso ter rostos e sotaques familiares a este público). Salientou a importância da emissora e a responsabilidade de carregar sua marca – a “CNN is to big”. Também comentou sobre o “conflito” entre o que se deve fazer e o que se pode fazer e sobre o peso do patriotismo no noticiário norte-americano.

Arduino elencou ainda os elementos para uma boa história: 1) é preciso ser interessante e atrativa; 2) ter imagens excelentes; e 3) ser muito bem contada, com todos os elementos (texto, entrevistas, etc).

O mexicano Rafael Romo é editor sênior da CNN Worldwide para a América Latina. Quando nos encontramos com ele, tinha acabado de chegar do México, onde foi cobrir a visita do papa Bento 16. Mostrou todo o equipamento que usa em suas coberturas (uma pequena câmera digital, microfone direcional se for preciso, etc). Carrega tudo numa mala, vai muitas vezes sozinho, filma, edita, escreve... O jornalista do presente tem que saber fazer tudo, do contrário não sobreviverá, ressaltou.


Romo contou que todos os textos, de qualquer jornalista da CNN em qualquer lugar do mundo, são submetidos aos editores antes de serem gravados pelos repórteres. Pode haver eventuais mudanças, bem como a discussão do foco com os editores. Não há imposições e sim diálogo, garantiu.

Para ele, o essencial na reportagem é que a história flua. “É a regra número um”, falou. Questionado por mim sobre o que lhe dava mais prazer no trabalho, respondeu sem hesitar: “Cambiar la vida, corregir injusticias”.

Em tempo: Romo é parte da equipe do “Freedom Projetc”, um dos projetos mais bonitos que vi no jornalismo nos últimos tempos. Trata-se de uma iniciativa da CNN que foca a denúncia e o combate às formas modernas de trabalho escravo (no caso dele, a reportagem tratou do tráfico de jovens mexicanas para fins de exploração sexual nos EUA).

O jornalista tem no currículo entrevistas com vários líderes mundiais, como os presidentes Barack Obama e George W. Bush (EUA) e Vicente Fox (México). Nesse sentido, destacou o desafio de “chegar ao coração do político”. Já esteve no Brasil para cobrir os preparativos para a Copa do Mundo e enchentes que deixaram milhares de desabrigados.

Foi na sala em que Romo estava quando nos recebeu que vi uma interessante frase sobre a CNN: “We are what we air. We air what we are”. É isto!

Em breve escrevo mais sobre as visitas.

segunda-feira, 7 de maio de 2012 | | 1 comentários

Ah, o sobrenome...

Quando eu trabalhava no Jornal de Limeira, recebia um número considerável de correspondências. Via de regra, meu sobrenome vinha escrito de modo errado. Com o tempo, comecei a colecionar “sobrenomes”, que divertiam os colegas de trabalho.

Piscitelli virou Piscideli, Biscatelli, Buscateli e até o apelido de Piscitli eu ganhei de um amigo, fruto de um erro numa dessas correspondências.

Nada, porém, se aproxima do que meu sobrenome virou no cromo que nos servia de crachá para acessar a CNN em Atlanta (EUA) durante a visita mencionada numa postagem anterior. Foi tão inusitado que mereceu uma foto – e desta vez espero que o amigo Danilo Janine não transforme “aquilo” em apelido:



| | 0 comentários

Um desafio, uma missão e uma lição

Visitei no mês passado a CNN, em Atlanta (EUA). Eu já conhecia a emissora como turista; desta vez, porém, estive como convidado juntamente com o vencedor da edição 2011 do concurso de telejornalismo da emissora e seu professor orientador. Fui na qualidade de jornalista, colega de trabalho e também professor.

Durante quatro dias, acompanhamos as atividades da emissora, participamos de uma dezena de encontros e conhecemos toda a estrutura operacional.


Em um dos corredores, deparei-me com a folha mostrada a seguir. Um papel simples, escrito manualmente e com uma frase de muita profundidade:


Para quem não entendeu, aí vai a tradução (mais literal): "Missão - Criar uma grande televisão destemidamente, honestamente, eticamente e eficientemente com equilíbrio e paixão pelo ofício".


Inspirador, não?


Em tempo: não posso escrever a primeira postagem a respeito da visita à CNN sem deixar de agradecer a três pessoas. São elas: Sabrina Yamamoto, gerente de relações públicas da Turner International do Brasil; José Luiz Pinotti, professor do Isca Faculdades; e Carlos Giannoni de Araujo, jornalista vencedor do concurso.

segunda-feira, 11 de julho de 2011 | | 1 comentários

Uma conquista, um orgulho, uma lição

Meio que sem querer, acabei de ver praticamente em tempo real a atualização do site do concurso anual que a rede de TV norte-americana CNN realiza entre universitários brasileiros. Esta é a sétima edição do projeto. A atualização trouxe a lista dos finalistas.

Acessei a página porque um ex-aluno, companheiro de trabalho e amigo está participando.

Este ex-aluno/colega de trabalho/amigo, Carlos Giannoni de Araújo, passou o dia ansioso. Sequer conseguia disfarçar. E agora pode comemorar: ele está entre os dez finalistas do concurso, que oferece ao vencedor uma viagem para conhecer a sede da CNN em Atlanta (Geórgia).

Em 2011, o concurso tratou de sustentabilidade, um tema da moda – e que, justamente por estar na moda, costuma apresentar uma série de propostas já conhecidas. Carlos, porém, apostou em algo diferente. Fez a reportagem e foi em frente.

Desde que eu soube do tema, há cerca de duas semanas, tinha quase certeza de que ele poderia se dar bem. É uma abordagem interessante. Quando vi o produto final, tive certeza de que ele seria um dos finalistas.

Esta é a segunda vez que um ex-aluno participa deste concurso e vai para a final – o que, reconheçamos, já é uma conquista. O que virá daqui para frente só o tempo dirá. E, como eu disse ao Carlos hoje, o que tiver que ser dele, será.

Resta torcer. Eu, de minha parte, como ex-professor, colega de trabalho e amigo, estou feliz e orgulhoso por este grande passo dado por ele.

Parabéns e boa sorte!

A reportagem do Carlos está logo a seguir:


Em tempo: não fui professor do Carlos na área de TV, que fique claro.

PS: esta história toda para mim é também uma lição. Por circunstâncias da vida (diria mesmo idiotices), não consegui ajudá-lo na elaboração da reportagem. Enfim, coisas que não se consertam. Minha torcida, porém, não será menos valiosa do que a ajuda que deixei de dar.