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sexta-feira, 14 de junho de 2013 | | 0 comentários

As línguas do diabo

E já que o "brother" Danilo Fernandes perguntou, tente entender esta língua...



Isto é húngaro. Tente agora pronunciar, de primeira, o nome das cidades da placa:


Passou no teste? Que tal um pouco de tcheco?





  


Fala a verdade: como entender uma língua que tem a acentuação mostrada a seguir?


Nosso teclado nem faz este acento circunflexo ao contrário! Sem contar que alguns nomes ficam até perigosos, como o desta rua de Praga...


... ou de uma certa região de Bratislava (aí já é eslavo):


E aí, "brother", curtiu a leitura? Que tal ouvir um pouco?


Está certo Chico Buarque, que registrou em seu livro "Budapeste": "Devia ser proibido debochar de quem se aventura em língua estrangeira". Principalmente se for húngaro, "única língua do mundo que, segundo as más línguas, o diabo respeita".

Húngaro e seus vizinhos...

sexta-feira, 11 de maio de 2012 | | 0 comentários

Inglês com sotaque europeu

Meu inglês melhorou bastante (embora ainda esteja muito longe do ideal). Percebi isto na mais recente viagem aos EUA. Melhorou mais ainda meu ouvido para o inglês. Isto foi muito mais perceptível.

Apesar disso, sigo com um sotaque fortíssimo – e isto me incomoda, claro.

Um motorista de táxi em Washington perguntou-me se eu era de Chicago. Disse que não e quis saber o motivo da pergunta. “É que você tem sotaque de Chicago”, respondeu. “E isto é bom ou ruim?”, perguntei-lhe, em tom de brincadeira. Seguiram-se risos.

Confesso que fiquei curioso para saber qual era o “sotaque” de Chicago. Pelo menos ele não citou o Texas – afinal, sotaque caipira já me basta no Brasil.

Sotaque à parte, cheguei à conclusão que pareço mesmo italiano. Depois de ter sido confundido com um local em Milão (Itália), desta vez fomos – um amigo e eu – apresentados pelo motorista da van que nos pegou no hotel em Toronto (Canadá) para um passeio como “os italianos”.

No aeroporto de Chicago, ao pedir que minha mala fosse encaminhada direto para São Paulo sem necessitar passar por novo despacho em Atlanta, a atendente passou a falar em português. Era brasileira, casada com um norte-americano.

Perguntei-lhe, em tom de brincadeira, se meu inglês estava tão ruim para ela ter desistido do diálogo na língua oficial do país. Ela respondeu que eu tinha sotaque, mas não de latino. “Um sotaque diferente”, comentou. Eu insisti: “qual sotaque?”. E ela: “sotaque de europeu”. Pronto: sou italiano!

Em tempo: a atendente é de Cuiabá (MT) e contou que, após quatro anos nos EUA, ainda mantém sotaque. Mais: revelou que o marido adora. “Ele sempre fala: não vai perder este sotaque porque foi por causa dele que eu me casei com você”.

PS: o vendedor da Barnes & Noble de Chicago riu quando perguntei, em inglês, por um tal livro "The Digital Self" (o nome correto é
"The Virtual Self", de Nora Young). Riu da minha pronúncia para "digital". Perguntei se tinha falado muito errado e ele respondeu afirmativamente. Quis saber como se falava. "Di-dgi-ral" (ou algo assim), falando bem rápido.

Tentei duas vezes, mas não saiu bom. Expliquei que em português a palavra se escreve do mesmo jeito e isto dificulta a pronúncia, já que a mente "puxa" o jeito brasileiro de falar. Ele continuou rindo...

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"Portuguese?"

Afinal, se os brasileiros estão ajudando tanto a economia norte-americana, por que o português continua sendo tão ignorado? Eta linguinha esquecida tchê!


Em tempo: a placa estava em uma das atrações turísticas de Chicago (EUA).

segunda-feira, 23 de maio de 2011 | | 0 comentários

"O senso comum confunde a língua com a norma culta"

A polêmica provocada pela publicação na imprensa de trechos do livro de Heloísa Ramos nasce da defasagem entre a visão do ensino da língua materna cultivada pelo senso comum e uma pedagogia desenvolvida com base na linguística.

Na condição de ciência, a linguística tem por objetivo descrever a língua, não prescrever formas de realização.

O trabalho do linguista passa ao largo dos frágeis conceitos de "certo" e "errado". É fato, porém, que, para os leigos no assunto, o estudo da língua parece se resumir exatamente a esses conceitos.

A pedagogia que orienta a obra afronta, portanto, o senso comum, que se expressa no temor de que a escola vá passar a ensinar o "errado".

A ideia é mostrar que mesmo realizações sintáticas como "os livro" ou "nós pega" têm uma gramática, que, embora diversa da que sustenta a norma de prestígio social, constitui um sistema introje
tado por um vasto grupo social - daí ser possível falar em variante linguística.

Embora goze de maior prestígio social, a norma culta é apenas uma das variantes, não a própria língua. A visão distorcida do fenômeno linguístico municia o preconceito linguístico, manifesto na inferiorização social daqueles que não dominam os recursos da variante culta.

Cabe a uma pedagogia preocupada em promover a inclusão tratar desse tipo de questão e fomentar entre os estudantes o respeito à forma de expressão de cada um.

Isso não significa, porém, deixar de ensinar a norma culta, que é o código de mediação necessário numa sociedade complexa e um meio de acesso às referências literárias e culturais que constituem a nossa tradição e reforçam a nossa identidade.

Fonte: Thaís Nicoletti de Camargo, “Folha de S. Paulo”, Cotidiano, 18/5/2011. Ela é consultora de língua portuguesa do Grupo Folha-UOL.

sexta-feira, 16 de abril de 2010 | | 3 comentários

Língua, cultura e imigração: o relato de uma jovem

A Isabelle Biajoni, ou Belle Polenta para os mais chegados, tem um blog bem interessante, que me foi apresentado pelo pai dela – o Luiz Biajoni, com quem trabalho na TV Jornal de Limeira.

Conheci a Polenta ainda pequena, nas esporádicas visitas que ela fazia com o pai ao Jornal de Limeira (confesso que não me recordo muito bem quais eram os motivos das visitas). O fato é que desde então gostei dela, uma menina – agora jovem – comunicativa e esperta.

Bem, naturalmente a Polenta cresceu, buscou novos ares, foi morar nos Estados Unidos e etc. A vida particular dela não vem ao caso. O fato é que as qualidades que observei naquela menina se multiplicaram, como pode ser visto no blog que ela mantém, o Panela da Polenta (clique
aqui).

Para quem duvida, sugiro a leitura do mais recente (neste momento em que escrevo) post do blog. O título é
“Linguagem”. O texto, escrito para o jornal da escola onde ela estuda, aborda as dificuldades enfrentandas pelos imigrantes em razão da língua. Só para se ter uma ideia, a Polenta tasca logo de cara o filósofo austríaco (naturalizado inglês) Ludwig Wittgenstein: “Os limites da minha língua são os limites do meu mundo”.

Para quem ler a postagem, faz todo o sentido.


Ah, já ia me esquecendo: o texto está em inglês (para fazer jus ao tema). Há, porém, muitos outros textos em português, tão interessantes quanto o que eu mencionei. Um deles, por exemplo, fala das vantagens que a Polenta e um amigo veem na cadeira da janelinha no avião.