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quarta-feira, 27 de abril de 2011 | | 0 comentários

Cortez renuncia e avisa: "Vou voltar"

Envolvido no escândalo da merenda acusado de ter recebido propina (R$ 140 mil) da empresa SP Alimentação para barrar na Câmara Municipal uma investigação sobre a terceirização do serviço pela Prefeitura de Limeira, o vereador Antonio César Cortez (PV) – que estava afastado do cargo por decisão da Justiça – renunciou ao mandato. O comunicado foi feito na noite de ontem e tornado público agora à tarde, momentos antes da reunião derradeira da CPI da Merenda.

Político experiente, Cortez abandona o quarto mandato de vereador para evitar uma provável cassação que viria e a consequente inelegibilidade.

Conversei há pouco com Cortez por telefone. Ele pareceu-me tranquilo e seguro do que fez. A seguir, a entrevista:

- Cortez, você quer falar sobre a renúncia?
Cortez: Hoje não. Vou esperar a reunião da CPI. Mas pode anotar aí os motivos da minha renúncia. 1º) ganhei na Justiça de São Paulo o direito de voltar (ao cargo de vereador); 2º) foram seis meses de massacre; 3º) foi uma injustiça muito grande. O foco totalmente direcionado de maneira incorreta, acabei virando o bode expiatório de uma situação que não é minha. Não há nos autos que estão na Justiça nem da CPI prova contundente de qualquer nível que me incrimine. Reafirmo que sou inocente.

- Você pensa em voltar?
Cortez: Saio temporariamente. Vou voltar na eleição do ano que vem, vou decidir ainda se vai ser para prefeito ou vereador.

- Você sai magoado de todo esse processo?
Cortez: Não digo magoado, saio com um sentimento grande de injustiça. Contra o homem, o médico, o ser humano. Sei que a política é suja, é a arte de dar rasteira em um, em outro e em outro. E aconteceu comigo perto de uma eleição em que eu era favorito (ele se refere à candidatura a deputado federal em 2010) e ia sair forte para prefeito. Foi o alvo por causa de outros interesses.

- Você continua no partido?
Cortez: Sim, sou presidente do PV. Mas a gente pode falar com mais calma amanhã.

domingo, 14 de novembro de 2010 | | 0 comentários

O caminho que resta: a cassação

A CPI da Merenda, da Câmara de Limeira, podia economizar tempo e dinheiro do contribuinte indo diretamente ao que interessa (se é que há interesse nisso). Porque a situação do vereador César Cortez (PV) parece definida.

Se não está provado se o parlamentar recebeu propina da empresa da merenda, a notícia divulgada pelos jornais de Limeira no sábado já é motivo mais do que suficiente para a única medida que restou no caso: a cassação do mandato.

Afinal, não se deve ter como normal o recurso da mentira quando se discute uma questão pública tão importante quanto esta envolvendo a terceirização da merenda.

Cortez sempre negou com veemência qualquer tipo de contato com pessoas da SP Alimentação - a empresa acusada de pagar propina ao vereador para barrar uma investigação e a membros da prefeitura para vencer a licitação da merenda.

Na coletiva de imprensa em que falou da acusação de corrupção e ao programa “Fatos & Notícias” (TV Jornal, segunda a sexta, 11h30), o parlamentar do PV negou que tivesse falado ao telefone com o ex-funcionário da SP, Genivaldo Marques Santos, delator do escândalo da merenda.

Cortez afirmou que, caso tivesse algum contato com Santos, teria sido sem que o interlocutor se identificasse pelo nome ou pela empresa à qual servia na época (2007). O vereador frisou que, como fala com muitas pessoas pelo telefone, até poderia ter atendido alguém da SP sem saber de quem se tratava.

Pois a quebra do sigilo telefônico de Cortez revelou, como mostraram os jornais
“Gazeta de Limeira” e “Jornal de Limeira”, pelo menos 80 telefonemas entre ele e Santos num intervalo de 15 dias. Ora, ninguém fala tanto assim com uma pessoa sem que a conheça.

Diante disso, as dúvidas passam a ser outras: 1) por que Cortez mentiu?; e 2) por qual interesse a SP Alimentação manteve tantos contatos com o vereador justamente no momento em que se discutia na Câmara a possibilidade da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para discutir o contrato da merenda?

São estas respostas que a CPI agora instalada deve buscar. Porque, no caso de Cortez, que comprovadamente mentiu (e não se pode alegar engano diante de 80 ligações), não me parece restar outro caminho que não seja a cassação do mandato.

Mentir deslavadamente assim não combina com a figura de um vereador.

PS: na medida em que se complica a situação de Cortez e que fica cada vez mais evidente a preocupação da SP Alimentação em esconder algo, cresce a sombra que cerca a administração Silvio Félix e o próprio prefeito – que admitiu, no “Fatos & Notícias”, ter tido contato com o dono da SP, Eloízo Durães.