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terça-feira, 11 de novembro de 2014 | | 0 comentários

A carta de Marta: o que disse uma petista

Trecho da carta de demissão da agora ex-ministra Marta Suplicy, do PT:

(...) Todos nós, brasileiros, desejamos, neste momento, que a senhora seja iluminada ao escolher sua nova equipe de trabalho, a começar por uma equipe econômica independente, experiente e comprovada, que resgate a confiança e credibilidade ao seu governo e que, acima de tudo, esteja comprometida com uma nova agenda de estabilidade e crescimento para o nosso país. Isto é o que hoje o Brasil, ansiosamente, aguarda e espera. (...)

(...) O que Marta escreveu, com outras palavras, foi o seguinte: o governo perdeu a credibilidade e não tem agenda. Comprometeu a estabilidade da moeda e o crescimento da economia. A recuperação depende da qualidade do ministério que está por vir, especialmente da equipe econômica.

Considerando-se a forma, Marta não quis fazer de sua saída um ato administrativo. Ela converteu o trivial num ato político. (...)

Fonte: Josias de Souza, "Marta saiu como navio que abandonou os ratos", Blog do Josias/UOL, postado em 11/11/14.

Se tivessem sido ditas por Aécio Neves, o candidato tucano derrotado por Dilma Rousseff em outubro, as palavras de Marta não soariam estranhas. Tendo sido dita por uma petista de carteirinha, da ala pró-Lula e até então ministra de Estado, são um canhão na já arranhada credibilidade do governo.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013 | | 0 comentários

Genoino, cegueira ou dissimulação?

(...) “Como é possível que, do início de 2003 até meados de 2005, o PT passasse a ter tanto dinheiro para distribuir para tanta gente, e essa súbita facilidade não levasse José Genoino a perguntar ‘de onde vem esse dinheiro? O que é isso? Como se conseguiu isso?’.''

Só Genoino pode salvar o epílogo de Genoino. Ele não diz na carta que nova causa defenderá nesse “inicio de uma nova batalha”. Que tal abraçar a causa da verdade? Ante as provas recolhidas pela PF de Lula, denunciadas pelo procurador-geral indicado por Lula e julgadas por um STF majoritariamente composto por magistrados escolhidos por Lula e Dilma, Genoino não merece descer ao verbete da enciclopédia como um cego atoleimado, incapaz de enxergar uma manada de elefantes.

Fonte: Josias de Souza, “Só Genoino pode salvar o epílogo de Genoino”, postado em 3/12/13.

segunda-feira, 4 de junho de 2012 | | 0 comentários

O crime compensa (! ou ?)

Certa vez, comentei no programa que apresento na TV Jornal de Limeira (“A Hora Informação Verdade”, segunda a sexta, 17h30-19h30) que, no Brasil, infelizmente, o crime compensa. Um telespectador não entendeu bem o sentido da frase e enviou um e-mail reclamando. Disse que eu estava estimulando o crime.

Tomada fora do contexto, de fato a frase pode adquirir outro sentido. O que pretendi dizer, porém, é algo simples: se a pessoa não possuir rígidos valores éticos e morais, diante de certas circunstâncias, recorrer ao famoso “jeitinho” brasileiro (desonesto e aproveitador, via de regra) ou mesmo ao crime é recompensador.

A máxima que vale para as situações do cotidiano não deixaria de valer para o mundo da política. Na última semana, o ex-presidente Lula e o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, fizeram campanha eleitoral durante entrevista ao “Programa do Ratinho”, no SBT. Haddad é pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo – obra exclusiva de Lula.

O fato despertou a ira de partidos adversários, como PSDB e PPS. Ambos recorreram à Justiça cobrando providências contra Lula, Haddad e o PT.

Ao comentar o caso em seu
blog, o experiente jornalista Josias de Souza – colunista da “Folha de S. Paulo” - concluiu que, perante as regras eleitorais, a possível infração cometida por Lula e Haddad (fazer campanha antes do prazo oficial) vale a pena. Na postagem, o jornalista foi objetivo e direto: “crime que compensa”.

Segundo a legislação eleitoral, fazer campanha antes do prazo pode ocasionar multas de R$ 5 mil a R$ 15 mil. Ou seja: nada para quem vai se lançar numa aventura que, sabe-se bem, custará milhões.

Josias lembrou inclusive o episódio em que Lula, ainda presidente, caçoou das multas aplicadas pela Justiça Eleitoral contra ele por fazer campanha antecipada para a então pré-candidata Dilma Rousseff em 2010.

Em Limeira, ocorre fato semelhante – aliás, mais grave diante da extensão temporal em que se dá (há meses). Um pré-candidato a prefeito, dono de uma emissora de TV com programação local, tem recorrido à aparição constante nos programas da casa para divulgar suas propostas para melhorar a cidade. Até programas especiais foram criados para apresentá-lo como empreendedor de sucesso e homem de família.

Em um dos casos, a chamada para o programa não deixou dúvida: “Você vai conhecer o empresário que quer mudar Limeira para melhor”. Parece até slogan de campanha!

Não sei se algum pré-candidato, partido ou cidadão fez representação à Justiça Eleitoral. Tampouco desconheço se existe alguma apuração a respeito do caso.

De um outro pré-candidato, ouvi justamente o que Josias comentou a respeito da entrevista de Lula-Haddad: “A lei eleitoral prevê multa de R$ 5 mil. O que é R$ 5 mil para ele?”. Em outras palavras, a possível infração compensa.

Não sou advogado, promotor ou juiz. Como cidadão, porém, entendo que pode estar ocorrendo abuso do poder econômico – um pré-candidato tem levado vantagem sobre os demais em razão de possuir um veículo de comunicação.

Não custa lembrar que na vizinha Araras, o prefeito eleito em 2008, Pedro Eliseu Filho (DEM), e seu vice Agnaldo Píspico tiveram os registros de candidatura cassados por abuso do poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. O caso envolve a circulação de um jornal com reportagens supostamente negativas em relação a adversários.

A defesa alegou que foram distribuídos apenas mil exemplares do jornal (bem menos do que o alcance de uma TV). Citou ainda que os candidatos eleitos não tiveram participação nas reportagens. Para a Justiça, porém, o jornal teve potencial de influenciar o resultado da eleição e os candidatos foram beneficiados pela ação independentemente de terem participado dela (leia detalhes
aqui).

Então, o que dizer de um país onde se tem a sensação de que o crime compensa?


Em tempo: para ver o calendário eleitoral de 2012, clique
aqui.