segunda-feira, 26 de abril de 2010 | | 2 comentários

Detalhes - lá e cá

A árvore da minha casa em Limeira:

As árvores da primavera em Nova York:


* As fotos de NY são dos repórteres Flávio Fachel e Jorge Pontual respectivamente.

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O futuro dos jornais

Talvez a discussão mais presente nos últimos anos no que diz respeito à mídia impressa seja a do futuro dos jornais. Será que os meios de papel sobreviverão à crescente tecnologia? Sempre defendi a ideia de que sim, os jornais que investirem em profissionais qualificados e entenderem os novos tempos, vão sobreviver.

Contudo, confesso que fazia essa manifestação com o pensamento de quem cresceu tendo contato com a mídia impressa – e gostando dela.

É preciso, porém, pensar com a mentalidade de uma outra geração. Da nova geração, que nasceu num mundo no qual o telefone celular e a Internet fazem tanto parte do cotidiano quanto o arroz com feijão.

Essa nova posição foi apresentada pelo jornalista José Roberto de Toledo ao responder justamente a uma pergunta sobre o futuro dos jornais durante um curso que estou fazendo.

Como achei interessante, segue a manifestação do Toledo:

“É uma questão geracional. Sabe quantos assinantes de jornal impresso têm menos de 25 anos? Traço. O jornal impresso não tem renovação de base de assinantes, no máximo troca de assinantes da mesma faixa etária, acima de 40 anos. É um fenômeno que constatamos, na FSP, desde 1997, e não mudou de lá para cá. Só se agravou.

Quando minha geração morrer, morre junto o jornal impresso. Somos os últimos dos moicanos assinantes de jornal, porque nos habituamos com ele. Gostamos de pegá-lo, de apalpá-lo, de nos sujarmos com sua tinta, de esbarrar na pessoa ao lado ao tentar abri-lo no ônibus ou no metrô.

Fora o vício, não temos motivo para ler jornal em papel. Ele já está na web antes de chegar à nossa porta ou banca. Pode ser carregado para lá e para cá no notebook, no celular, no Kindle, e, muito brevemente, no iPad (pessoalmente, acho que esse é o suporte definitivo, porque finalmente vai chegar à mesa de café da manhã, ao banheiro e a todos os lugares estranhos em que as pessoas leem jornal.).

A sorte dos jornais impressos é que o meio publicitário brasileiro é o ambiente mais conservador que existe. Não fossem as agências segurarem os anúncios em papel com unhas e dentes para faturar um BVzinho [bonificação paga às agências], os anunciantes estariam debandando bem mais rápido do que estão.

O modelo mudou, o suporte vai mudar e, nós (...) precisamos mudar junto. Ou vamos dançar.”

A isso soma-se outra manifestação, que envolve os jornais gratuitos (seriam eles o futuro da mídia impressa?). Toledo lembra que “fazer jornalismo de qualidade todo dia é caro”, como se vê na manifestação a seguir:

O aparecimento de jornais muito baratos ou gratuitos no Brasil nos últimos anos embaralhou a discussão sobre o futuro dos jornais em papel. Vamos por partes.

Em primeiro lugar, esses jornais, em grande parte, só existem por causa dos jornais tradicionais, de circulação paga. Ou são subsidiados porque usam as notícias apuradas pelas redações dos jornais-mãe da mesma empresa, ou se alimentam das agências de notícias que são subprotudos dos jornalões. São jornais com custos muito baixos, mas que praticamente só reempacotam o conteúdo apurado por outras redações. A reportagem é quase inexistente. Se as fontes de notícias baratas acabarem, eles sucumbirão por falta do que editar, ou terão que investir em estruturas próprias de apuração, o que multiplicará seus custos e os inviabilizará economicamente. Fazer jornalismo de qualidade todo dia é caro.

Outros vivem de promoções, um fenômeno que já foi usado e descartado por todos os grandes jornais brasileiros. Você começa dando dicionário de presente para novos assinantes e termina vendendo panelas, e dando o jornal de brinde. Quando acaba a promoção, não sobra nenhum dos novos assinantes, que estavam interessados em panela, não em jornal.

Finalmente, nenhum desses jornais têm influência, repercussão. Não dão furos, não interpretam, não analisam, não investigam. Do ponto de vista do interesse público, não fazem diferença. Mesmo que sobrevivessem economicamente, o jornalismo não sobreviveria a eles. Logo, para mim, tanto faz que eles existam ou deixem de existir.

Em essência, a questão que realmente me preocupa é: se a notícia vai ser de graça e a publicidade está sendo pulverizada, quem vai financiar o jornalismo investigativo?

Há algumas alternativas surgindo por aí, como os muitos centros de investigação jornalística, tipo Pro Publica nos EUA, Ciper no Chile, CIJ na Inglaterra. Mas seus modelos são todos baseados em doações, às vezes de uma só pessoa muito rica. Não sei se conseguirão arrumar um jeito de sustentar com as próprias pernas no longo prazo.”

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A vida dos jornalistas fora do Brasil

A seguir, quatro reportagens que falam um pouco de jornalismo e de vida. São da série que o “Jornal Hoje”, da TV Globo, preparou para mostrar as dificuldades que os seus correspondentes internacionais enfrentam.

De Lisboa, Pedro Bassan:



De Jerusalém, Ari Peixoto:



De Buenos Aires, Carlos de Lannoy:



De Tóquio, Roberto Kovalic:

sexta-feira, 23 de abril de 2010 | | 1 comentários

Prefeitura de Limeira comete infração de trânsito

Terça-feira, 20 de abril. Véspera de feriado. Eram 10h30. Estava me dirigindo para o trabalho quando parei no semáforo localizado no cruzamento da Rua Amorim com Avenida Santa Bárbara, em Limeira. À frente, um caminhão vermelho, placa BWF 5788, com carroceria.

Enquanto esperava a abertura do sinal, reparei que dentro do compartimento traseiro havia algo além de mato – provavelmente fruto de podas. Lá estavam dois trabalhadores. Duas pessoas sendo transportadas IRREGULARMENTE. Não hesitei: peguei o celular (este instrumento que pode ser usado para ações de cidadania) e bati a foto. A qualidade da imagem não ficou muito boa, visto que o sol estava frontal e fiz tudo isso rapidamente para evitar a abertura do sinal (o que, aliás, ocorreu em seguida).

Ainda tive tempo de pegar uma caneta e anotar a placa e o número do caminhão (308). Só quando o trânsito andou e fui fazer a curva, porém, vi a identificação do dono do veículo: PREFEITURA DE LIMEIRA.

Um veículo oficial do município acabava de ser flagrado cometendo uma infração grave de trânsito (artigo 235 do Código de Trânsito Brasileiro) – e, no mais, uma infração à dignidade do trabalhador (o que, aliás, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais deveria apurar).

“Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do veículo, salvo nos casos devidamente autorizados:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para transbordo.”


Já no trabalho, liguei para a Assessoria de Comunicações da prefeitura e informei o ocorrido. Deixei claro, inclusive, que eu tinha fotografado a situação.

Em pouco tempo veio a resposta. Inacreditável. A prefeitura conseguiu cometer dois “crimes” ao tentar justificar o injustificável: 1) negou e admitiu a situação ao mesmo tempo (como se isso fosse possível...); e 2) considerou justificável cometer um deslize (uma infração passível de multa!) por pouco tempo (ou mais precisamente por um percurso pequeno, como teria alegado o motorista do caminhão).

Ora, se a administração municipal considera cabível que uma infração seja cometida, ainda que por pouco tempo, como pode cobrar multa de alguém que esteja, por exemplo, acima do limite de velocidade? E se esta pessoa excedeu o limite apenas por “poucos metros”, justamente onde estava o radar?

Algum entendido poderia explicar?

Para que não pairem dúvidas, eis a resposta enviada pela prefeitura por e-mail (omiti os nomes dos assessores porque eles não têm nada a ver com a história, apenas repassaram a resposta. Em tempo: os grifos são meus):

"----- Original Message -----
From:
RP
To:
Fatos e Notícias ; TV Jornal
Cc:
imprensa@limeira.sp.gov.br
Sent: Tuesday, April 20, 2010 12:43 PM
Subject: AC Rodrigo - Caminhão com trabalhadores

Boa tarde, Rodrigo.

A XXXXX me passou seu questionamento referente a um caminhão que estaria transportando trabalhadores sobre a carroceria. Segue resposta da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos:

O caminhão é da Secretaria de Obras, porém presta serviços à Secretaria do Meio Ambiente, com equipe do Meio Ambiente. Esta equipe estava trabalhando no recolhimento de material de poda, mas não estava transitando com pessoas na carroceria. O que ocorre é que para fazer o recolhimento de galhos, dois trabalhadores ficam no solo e dois ficam na carroceria para receber o material entregue pelos dois primeiros.


Como são poucos metros de distância entre um material a ser recolhido e outro, o motorista do caminhão informou que percorre estes poucos metros com pisca-alerta ligado e com os dois trabalhadores na carroceria, para que não tenham que subir e descer o tempo todo.

Mesmo assim, a Secretaria de Obras e Serviços Urbanos notificou o motorista para que isso não ocorra mais.

Assessoria Geral de Comunicações
Prefeitura de Limeira"


Acho que não seria preciso, mas já que a prefeitura citou textualmente que o dito caminhão “não estava transitando com pessoas na carroceria”, decidi dar um close na imagem para tirar a dúvida se eram pessoas ou não aquilo que eu vi.

Em tempo 1: naquela hora, o motorista deve ter esquecido de acionar o pisca-alerta, pois ele não estava ligado. Aliás, acionar o pisca-alerta permite que alguém cometa uma infração de trânsito por poucos metros?

Em tempo 2: para quem não conhece Limeira, o trecho em questão fica em pleno Centro, cruzamento de vias movimentadas (além das duas já citadas, tem-se acesso às ruas Piauí e Santa Terezinha). Até onde sei, não há pontos com mato algo na região que justificassem os “poucos metros” transportando os trabalhadores na carroceria “para que não tenham que subir e descer o tempo todo”.

PS: é necessário esclarecer uma outra infração visível pela foto. Reparem que o semáforo está no vermelho e o caminhão parado sobre a faixa de pedestres. É que o veículo da prefeitura já tentava a travessia quando um ônibus à frente teve dificuldades para fazer a curva e teve que manobrar. Diante disso, o sinal acabou fechando e o caminhão ficou no local impróprio, já que não podia mais dar ré.


terça-feira, 20 de abril de 2010 | | 2 comentários

EXTRA: Limeira fora da lista de novas varas federais

Mais um exemplo claro da falta de força política de Limeira (seria em razão da ausência de deputados?) veio à tona nesta terça-feira. O “furo” foi dado pelo “Jornal da Cidade”, da TV Jornal de Limeira (diariamente, 19h30). A cidade ficou fora da lista de instalação das 230 novas varas federais aprovadas no país.

Isso significa que não será desta vez ainda que Limeira terá uma unidade da Justiça Federal. Uma perda enorme para o município e para os agentes do direito. Assim, Limeira continuará dependente de Piracicaba (que vai ganhar mais duas varas) ou poderá depender de Americana, que terá sua vara federal.

Será esta a segunda vez que Limeira tem uma perda dessas? Conta a história que, nos anos 90, a unidade da Justiça Federal hoje em funcionamento em Piracicaba tinha sido aprovada para Limeira, mas a cidade – então governada pelo prefeito Jurandyr Paixão - não teria oferecido um imóvel para a instalação. Cansada de esperar, a Justiça Federal teria “batido asas” para o município vizinho.

A definição das cidades que receberão as 230 novas varas - criadas pela lei 12.011/09 (clique aqui para ler) – ocorreu no último dia 14. Foi feita por um Colegiado do Conselho da Justiça Federal (CJF). Curiosamente, o mesmo conselho citou, oito anos atrás, Limeira como uma das seis cidades-polo paulistas que ainda não tinham nenhuma unidade federal. O estudo resultou no “Atlas da Justiça Federal”.


“Um dos resultados mostra que os Estados de São Paulo e do Ceará apresentam maior índice de carência de varas. (...)São Paulo tem a maior concentração de habitantes por vara federal. Cada juiz federal paulista recebe anualmente, em média, uma pilha com cerca de 10 mil processos. (...)

Também em São Paulo verifica-se uma contradição. Os municípios de Aparecida, Catanduva, Jundiaí, Limeira, Mogi-Guaçu e Mogi-Mirim, considerados cidades-polo, não possuem nenhuma vara federal instalada, ao passo que outros municípios não considerados polo, como Ourinhos, Jales e Tupã, possuem vara federal. Nesse sentido, a finalidade do Atlas, é auxiliar na definição das futuras varas, em localidades onde elas são mais necessárias”, menciona o site Consultor Jurídico (clique aqui para ler).

Dessas seis cidades, três estão contempladas na lista feita agora: Jundiaí (instalação prevista para 2011), Catanduva (2012) e Taubaté (2013). E, curiosamente, Ourinhos vai receber mais uma vara em 2012.

Em tempo: o CJF é presidido pelo ministro Cesar Asfor Rocha.

Para não ser injusto e dizer que Limeira não lutou, uma moção de apelo foi aprovada pela Câmara Municipal há alguns anos referente ao tema. A moção cobrava agilidade do Congresso na votação da lei que criava 400 varas federais no país (o texto original enviado pela Justiça ao Legislativo previa esse número, reduzido posteriormente para 230 pelas comissões internas da Câmara Federal).

Foi muito pouco, sem dúvida. A própria autora da moção, a ex-vereadora Iraciara Bassetto, procurada no ano passado para falar do assunto (e já sem mandato legislativo), recusou-se a dar entrevista.

Ainda assim, em razão da falta de uma unidade em Limeira e da alta demanda na cidade por feitos federais (reconhecida, repito, no estudo feito em 2002 a pedido do CJF), era esperado que o município estivesse na lista das 230.

Segundo o CJF, a definição dos locais que receberão as novas varas “seguiu critérios essencialmente técnicos estabelecidos na lei que as criou, tais como demanda processual, densidade populacional, índice de crescimento demográfico, Produto Interno Bruto (PIB) das localidades viáveis, distância entre varas federais existentes, além de áreas estratégicas de fronteira e as que concentram maior demanda por questões ambientais”, informa o Consultor Jurídico (clique aqui para ler mais).

Como explicar, então, que na região tenham sido contempladas Piracicaba (instalações previstas para 2011 e 2013), Americana (2011) e Campinas (2011 e 2014)? Ou Bauru, Avaré e Jaú, todas próximas? Não é demais lembrar que Limeira tem quase 100 mil moradores a mais que Americana, embora tenha deputados de menos em relação à cidade vizinha.

A instalação das varas vai começar este ano e seguir até 2014. Serão 46 novas unidades por ano (veja o cronograma completo aqui). Hoje, há 743 varas federais instaladas no país, onde atuam 1.343 juízes - entre titulares e substitutos. Como as novas, serão 973 varas e 1.946 juízes federais.

PS 1: o CJF não quis confirmar nesta terça-feira a lista dos municípios que receberão as novas varas. Em vão. A lista foi publicada no Diário Oficial da União de hoje. Está na Resolução 102, páginas 188, 189 e 190.

PS 2: no Estado, as outras cidades contempladas com varas federais além das já mencionadas no texto são Barretos, Itapeva, Mauá, Osasco, Presidente Prudente, Lins, Mogi das Cruzes, Santo André, São Vicente, Botucatu, Caraguatatuba, Santos, Sorocaba, Bragança Paulista, São Bernardo do Campo, São João da Boa Vista, São José dos Campos e São Paulo. Algumas destas cidades terão mais de uma unidade.

* Mais sobre o assunto no blog "O Informante", do jornalista Rafael Sereno (clique aqui).



segunda-feira, 19 de abril de 2010 | | 3 comentários

Um pé de quê?

Em Limeira, as árvores não brotam só da terra; elas nascem também nos bueiros...

PS: o título desta postagem é uma referência ao programa de Regina Casé para o canal Futura.

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Depois do circo, "Palhaçada"

O colega Fernando Sanches – e mais cinco membros do Foto Clube de Limeira, além de um paulistano – fizeram vários cliques no recente Festival de Circo ocorrido em Limeira. E esse material acaba de virar uma exposição, “Palhaçada”, à mostra no Isca Faculdades até o dia 30 de abril.


Segundo os fotógrafos, a exposição “reúne diferentes visões e linguagens fotográficas sobre o mesmo tema”, em que “cada fotógrafo imprimiu seu olhar e seu conhecimento, promovendo belas imagens e enquadramentos”.

Além de Sanches, que é também jornalista, estão expondo trabalhos Fábio Vivella, JB Gimenez, Igor Santucci, Lucas Tintori, Nelson Shiraga e Tiago Degaspari – que, por sinal, é meu primo.

Para quem curte fotografia e a arte do circo, vale a pena dar uma passada no Isca. O endereço é Rodovia Limeira-Piracicaba, km 4. A mostra, gratuita, está aberta de segunda à sexta-feira, das 8 às 22h, e no sábado da 8h às 12h.

No site do governo de São Paulo, organizador do festival, também há belos trabalhos fotográficos, além de um balanço do festival – que atraiu 38 mil pessoas em cinco dias. Para ver, clique aqui.

* A foto de abertura desta postagem é de Fernando Sanches. A que fecha, de Fernandes Dias Pereira.

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Chove fuligem, chove sem parar... E Serra defendeu a queimada!

A chuva de fuligem de cana que caiu sobre Limeira na manhã do último sábado (17/4) e o fogo que algum imbecil causou no mesmo dia, à noite, e nesta segunda-feira (19/4), também à noite, fizeram-me recordar de uma reportagem que escrevi ainda no Jornal de Limeira. Foi publicada no dia 4 de maio de 2008. O título: “Lei antiqueimada é radical, diz Serra”.

Isto mesmo: o então governador de São Paulo e agora pré-candidato a presidente disse, em evento no Palácio dos Bandeirantes, que a lei aprovada em Limeira – e depois derrubada pela Justiça em Brasília – proibindo a queimada de cana no município era “radical”.

Para ler a reportagem completa, clique
aqui.

Autor da lei, o presidente da Câmara Municipal, Eliseu Daniel dos Santos (ex-tucano, hoje no PDT), disse na ocasião que lamentava “profundamente” a manifestação de Serra lastimável.


Para ler, clique aqui.

sexta-feira, 16 de abril de 2010 | | 0 comentários

Ufa!

Esta não dá para ser no piloto automático. E tem que ser um piloto bom de braço!

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Lá vai o sol...

O sol - ainda que apenas em alguns resquícios - sempre proporciona belas imagens.


As duas de cima são minhas - de uma chácara em Limeira e de um fim de tarde na Via Limeira/Piracicaba.


Estas outras duas foram feitas pelo repórter Rodrigo Bocardi, correspondente da TV Globo em Nova York.

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Frases

“Se” não existe na vida. Não perca tempo com “Ses” .

“Sob determinadas circunstâncias, qualquer ser humano seria capaz de matar. Alguns têm pré-disposição para matar. E alguns outros efetivamente matam.”

Duas frases minhas. A segunda em particular não tem nada a ver com nada, mas é uma verdade.

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Língua, cultura e imigração: o relato de uma jovem

A Isabelle Biajoni, ou Belle Polenta para os mais chegados, tem um blog bem interessante, que me foi apresentado pelo pai dela – o Luiz Biajoni, com quem trabalho na TV Jornal de Limeira.

Conheci a Polenta ainda pequena, nas esporádicas visitas que ela fazia com o pai ao Jornal de Limeira (confesso que não me recordo muito bem quais eram os motivos das visitas). O fato é que desde então gostei dela, uma menina – agora jovem – comunicativa e esperta.

Bem, naturalmente a Polenta cresceu, buscou novos ares, foi morar nos Estados Unidos e etc. A vida particular dela não vem ao caso. O fato é que as qualidades que observei naquela menina se multiplicaram, como pode ser visto no blog que ela mantém, o Panela da Polenta (clique
aqui).

Para quem duvida, sugiro a leitura do mais recente (neste momento em que escrevo) post do blog. O título é
“Linguagem”. O texto, escrito para o jornal da escola onde ela estuda, aborda as dificuldades enfrentandas pelos imigrantes em razão da língua. Só para se ter uma ideia, a Polenta tasca logo de cara o filósofo austríaco (naturalizado inglês) Ludwig Wittgenstein: “Os limites da minha língua são os limites do meu mundo”.

Para quem ler a postagem, faz todo o sentido.


Ah, já ia me esquecendo: o texto está em inglês (para fazer jus ao tema). Há, porém, muitos outros textos em português, tão interessantes quanto o que eu mencionei. Um deles, por exemplo, fala das vantagens que a Polenta e um amigo veem na cadeira da janelinha no avião.

quinta-feira, 15 de abril de 2010 | | 0 comentários

O Arquivo Secreto do Vaticano

“Interim vero Deum Optimum Maximum, quem ipsam esse veritatem certissimo testimonio cognoscimus, comprecabimur, ut Sanctitatis Vestre consilia ita informare atque dirigere dignetur, ut quod sanctum, iustum ac verum est a Vestre Sanctitatis auctoritate obtinentes, ab omni alia assequende veritatis molestia liberemur.”
Trecho da carta (foto abaixo) do rei Henrique 8°, da Inglaterra, ao papa Clemente 7°, no qual o soberano pede que a Igreja Católica declare nulo o casamento dele com Catarina de Aragão. Era o início do cisma anglicano. A carta é datada de 13 de julho de 1530

Polêmicas e religião à parte, ninguém há de duvidar que o Vaticano é um dos maiores depositários da história documental da humanidade. Uma visita aos seus museus, arquivos e bibliotecas leva a uma volta ao passado, um passado de reis e papas, um passado que ajuda a contar parte da nossa história.

Para nossa felicidade, parte do acervo do Vaticano está disponível para consulta na Internet. Pelo site oficial da sede principal da Igreja Católica (ou, para quem preferir, de um dos menores Estados do mundo), é possível acessar documentos papais e reais, materiais preciosos e afrescos dos mais ricos da história da arte.

Pintura que mostra o rei francês Carlos Magno (768-814) confirmando ao papa Adriano 1° (772-795) uma doação dos territórios feita pelo seu pai Pepino, o Breve

Para quem gosta de arte, por exemplo, o site oferece uma navegação por dentro da Capela Sistina, onde são realizados os conclaves.

Entre todos os setores do Vaticano, um em especial chama a atenção: o Arquivo Secreto. Só pelo nome ele desperta grande interesse universal. O local guarda desde documentos relativos à história geral do cristianismo até os primeiros documentos de muitas nações.

Se fosse colocado em linha reta, o acervo do Arquivo Secreto atingiria 85 quilômetros em estantes, que contam mais de 800 anos de história. O documento mais antigo é do final do século 8.

Não custa registrar que todo esse patrimônio que agora está na Internet, ao alcance de todos, só foi aberto à consulta de estudiosos em 1881 por ação do papa Leão 13.

Dos principais documentos disponíveis na Internet, estão os dos concílios ecumênicos de 1245 (de Leão 1°), de 1439 (com o decreto da união entre as igrejas grega e latina) e de 1961 (Vaticano 2°); os das grandes universidades do mundo, desde 1254 (Oxford) até 1410 (Budapeste), passando por Avignon (1303) e Cambridge (1318); dos soberanos, como o francês Luís 14 (1693); de eventos célebres, como o Diploma de Otón 1° (de 962) e os Templários (1308); de confissões cristãs, como a excomunhão de Martinho Lutero (1521) e o divórcio do inglês Henrique 8° (1530), que mudaram os destinos da igreja e da humanidade; de figuras ilustres da arte, literatura, música, ciência, política e religião, como um tal Miguel Ángel (1535 e 1550), Mozart (1770), São Francisco de Assis (1223) e Galileu Galilei (1616-33).

Em alguns casos, o site oferece uma ferramenta que permite dar “zoom” nos documentos a ponto de ver os detalhes.

Sem dúvida, é um passeio virtual que vale a pena, independentemente de religião.

A bula “Decet Romanum Pontificem”, na qual o papa Leão 10 excomunga Martinho Lutero, líder da revolta protestante, datada de 3 de janeiro de 1521

Parte do processo contra Galileu (no detalhe, a assinatura do cientista renascentista)

Neste documento, de 1° de setembro de 1535, o papa Paulo 3° chama Michelângelo de “glória do nosso século” e define para o artista uma renda vitalícia de 1.200 escudos de ouro por ano

Detalhe da assinatura de Michelângelo Buonarroti numa carta ao bispo de Cesena, datada de janeiro de 1550

Detalhe do documento do imperador João Comneno 2° (do Império Romano do Oriente ou Bizantino) ao papa Calixto 2° sobre a união das igrejas, enviado de Constantinopla (atual Istambul) em junho de 1139

Em tempo: um dos motivos que faz o Arquivo Secreto despertar tantas curiosidades é, antes de tudo, seu nome. A designação dá a ideia de que o local guarda segredos que podem mudar os rumos da humanidade. Segundo o Vaticano, porém, a origem do nome é muito mais simples e está baseada na língua.

No século 15, chamava-se de secreto (do latim secretum) – tanto nas cortes reais como eclesiásticas – as pessoas ou instituições muito próximas (ou as mais próximas) do príncipe (ou no caso do papa) e sua família. Daí vem o termo secretário (secretarium), nome dado aos auxiliares mais próximos dos monarcas e líderes da igreja, aqueles que detinham a confiança para tratar dos assuntos mais reservados.

Portanto, tudo o que era mais próximo do príncipe ou do papa – fosse a biblioteca, a sala de estar, a cozinha, o jardineiro, etc – recebia o nome de “secreto”.

quarta-feira, 14 de abril de 2010 | | 1 comentários

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Dois jantares com amigos:

Cação à Porto Seguro.

Petiscos de filé mignon com requeijão, filé de frango
com queijo brie e calabreza acebolada com queijo cheddar.

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Admitindo o óbvio...

Parece que os políticos iniciaram uma (breve?) temporada de humildade e honestidade (ao menos nas palavras). Agora foi vez do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), ter admitido a parcela de culpa do poder público na tragédia que já causou a morte de 251 pessoas no Estado em razão das fortes chuvas.

Confirmando a análise feita por mim na postagem "Uma tragédia anunciada - e negligenciada" (leia aqui), Paes disse ao UOL: "Sempre há (falhas da prefeitura). Foi um misto de efeitos da tempestade somados à ineficiência do poder público, leniência com ocupação irregular, os investimentos não feitos. Eu busco agora acertar, ajeitar as coisas para que melhorem. Talvez nesse um ano que estou no governo pudesse ter feito mais do que fiz".

O prefeito falou o óbvio, claro, mas diante de tantas manifestações descabidas de políticos, não deixa de ser alentador.

Para ler a notícia completa, clique aqui.

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A "invasão" dos espaços públicos

Certa vez, escrevi no meu blog "Piscitas - Travel & Fun" uma postagem sobre a conquista do espaço público pela sociedade em várias cidades pelo mundo (leia aqui). Pois com a chegada da primavera no Hemisfério Norte, vários novos exemplos foram dados, como é possível ver nas imagens a seguir.

Importante: observe que em nenhuma das cidades existe o tal "Não pise na grama"...

Boston

Paris

Berlim

Nova York


* As três primeiras imagens são do UOL e a última do Twitter, feita pelo jornalista Rodrigo Bocardi (TV Globo).

terça-feira, 13 de abril de 2010 | | 0 comentários

A pré-candidata Constância

Constância Félix (PDT) não está preparada para ser deputada. Ao menos não do ponto de vista político. Isto não significa que os demais candidatos estejam – ou que o fato dela não estar preparada seja necessariamente uma desvantagem considerando que outros mais “experientes” deixam a desejar politicamente.

A falta de preparo da primeira-dama de Limeira em questões políticas - apesar dela estar se lançando numa disputa eletiva, a primeira de sua vida - ficou clara numa entrevista dada nesta terça-feira ao programa “Fatos & Notícias”, da TV Jornal de Limeira (diariamente, 11h30).

Enquanto falou genericamente da campanha e de suas ações à frente do Centro de Promoção Social (Ceprosom) e mais recentemente do Fundo Social de Solidariedade, a primeira-dama esteve segura. Ao ser confrontada, porém, com questões políticas, demonstrou insegurança. E revelou isso ao final da entrevista, numa rápida conversa de bastidores. “Dá nervoso”, admitiu.

O nervosismo, segundo ela, tinha a ver com recomendações de advogados para medir as palavras em razão da rigidez da lei eleitoral. Tanto é que Constância frisou várias vezes que é apenas pré-candidata.

Registre-se que, de positivo diante da insegurança nas questões políticas, a primeira-dama foi honesta ao dizer que não se sentia preparada para responder algumas questões naquele momento. Ela poderia ter enrolado, como tantos políticos de carreira fazem. Preferiu a humildade.

Também é fato que Constância será os olhos – e a voz – do marido na Assembleia Legislativa caso seja eleita. Isso ela deixou claro. Centralizador como é, Félix abandonou a neutralidade de quatro anos atrás, quando não apoiou formalmente ninguém na eleição para deputado, e decidiu ele mesmo entrar na disputa. Em sua versão possível: Constância. Até que ponto isso é positivo, não se sabe.

O fato é que Félix sacou um coelho da cartola. Desde que a Justiça impediu que a esposa presidisse o Ceprosom, ele habilmente esvaziou o órgão, transferiu os trabalhos para o Fundo Social comandado pela primeira-dama e deu-lhe a visibilidade necessária para alçar o voo eleitoral. Tudo muito bem planejado. Se o resultado final será bom, só o tempo dirá.

Registre-se que Constância teve um desempenho de destaque à frente do Fundo. Lançou programas em certa medida ousados, como o Família Acolhedora e o Planejamento Familiar.
Mas como deputada, estará bem longe dessas questões. Na Assembleia, o jogo é muito mais duro – e às vezes rasteiro. Para isso, porém, ela já tem a receita: recorrer ao seu professor.

Veja a seguir parte da entrevista com Constância (está reproduzida a essência das respostas):

- O seu partido apoiará a candidatura a governador do PT, provavelmente o senador Aloizio Mercadante. Mas as pesquisas indicam ampla vantagem do provável candidato tucano, o ex-governador Geraldo Alckmin. Caso a sra. e Alckmin sejam eleitos, a sra. será oposição?
Constância - Na política, tem que ter uma fidelidade partidária. Então, se meu partido vai apoiar o Mercadante, eu apoio. Mas é fácil lidar com isso. Seja um ou outro (Mercadante ou Alckmin), o relacionamento não influencia. Vou trabalhar em conjunto visando o que a cidade precisa.

- Mas a sra. terá que votar a favor ou contra o governo. Seguiria a orientação partidária e votaria contra?
Constância - Não vou responder agora. Vou seguir sempre o que o meu professor me ensinar. Tenho um professor dentro de casa. Na hora certa vou decidir.

- A sra. apoia o Projeto Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de pessoas com condenação em alguns crimes? Seu partido ajudou a barrar a votação no Congresso na semana passada...
Constância – Vou usar o Família Acolhedora (para responder). Para ser do projeto, tem que ter uma ficha limpa. É obrigação nossa ter ficha limpa. Independente do que fez o partido, isso é meu, sou a favor.

- O deputado estadual Otoniel de Lima (PTB) fez um projeto que reduz o ICMS do setor de folheados para 7%, o que beneficiaria Limeira. O que a sra. pensa disso, da redução de impostos, de política fiscal?
Constância - Vou estudar no momento certo. Hoje não teria condições de te responder. Prefiro que seja assim agora.

domingo, 11 de abril de 2010 | | 0 comentários

Exemplos a seguir

Fiz referência na postagem abaixo a um prêmio dado a Curitiba como cidade exemplo de sustentabilidade no mundo. Alguns fatores indicados como referências da capital paranaense devem servir de alerta à sociedade civil e ao Poder Público de Limeira (e talvez ajudem a explicar o atraso da cidade):

- “forte e saudável participação da comunidade e integração da dimensão ambiental com as dimensões intelectual, cultural, econômica e social";

- “uma política que começou há anos e não sofreu descontinuidade”;

- “razão do planejamento urbano de longo prazo”.

Em Limeira, estes três fatores historicamente estiveram completamente ausentes. Temos:

- uma sociedade isolada, pouco participativa e que via de regra só pensa em interesses próprios;

- falta de continuidade administrativa;

- falta de planejamento urbano de longo prazo.

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Uma tragédia anunciada - e negligenciada

“Game over para o Bumba.”
De um morador do Morro do Bumba, em Niterói (RJ), onde um deslizamento de terra soterrou cerca de 50 casas na última quarta-feira.

Aguardei alguns dias para escrever sobre a tragédia causada pelas chuvas no Rio de Janeiro de modo proposital. Queria apurar dados, evitar manifestações emotivas, que pouco combinam com o rigor jornalístico – embora não pretenda aqui fazer uma reportagem e sim uma breve e simples análise.

O que aconteceu no Rio não pode ser atribuído à natureza. Ponto. Ou não pode simplesmente ser atribuído à natureza. Assim fosse, teríamos que admitir nosso fracasso como sociedade em pleno século 21 e entregar nosso destino às forças naturais.

Claro que elas são decisivas no planeta, basta ver os terremotos. Contudo, sabe-se que o investimento em ciência e tecnologia é capaz de amenizar e até evitar tragédias. Tome-se o terremoto que atingiu recentemente o Chile. Se as forças de prevenção tivessem emitido o alerta de tsunami, muitas vidas teriam sido poupadas.

No caso do Rio, há na tragédia – que causou mais de 220 mortes - uma responsabilidade direta do Poder Público local, que permitiu durante anos a ocupação de áreas de risco. Permitiu por ineficácia e incapacidade administrativa, omissão, negligência, demagogia, populismo e outras coisas do tipo que tanto atrasam o desenvolvimento do Brasil.

Demagogia e populismo que impedem, por exemplo, um fato destacado na recente escolha de Curitiba (PR) como ganhadora do prêmio Globe Award Sustainable City 2010 – dado pelo Globe Forum, uma entidade sueca: continuidade administrativa.

A este fator local (fartamente destacado pela imprensa e claramente visível nas manifestações dos atuais detentores do poder), soma-se outro da mesma gravidade: a falta de preparo do país para prever e prevenir tragédias. O Brasil não dispõe sequer de um sistema de radares que lhe permita fazer previsões meteorológicas mais apuradas e com maior exatidão, como mostram as reportagens a seguir, veiculadas pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo, durante a última semana:






Quando os investimentos existem, o resultado é outro, como se vê nesta reportagem do “Fantástico”, da TV Globo:




A conclusão é óbvia: sem investimentos e sem políticas públicas sérias e responsáveis, tragédias como a do Rio voltarão a se repetir no Brasil (basta lembrar que em 2008 foi a vez de Santa Catarina).

Ninguém nunca irá controlar o clima – pois, afinal, não se controla a natureza. Sendo assim, temporais sempre irão ocorrer. O resultado que se terá deles, porém, depende em grande parte das ações – ou omissões – humanas.

PS: registro aqui minha solidariedade ao povo fluminense, vítima do histórico descaso e despreparo dos governos. Afinal, querer culpar quem construiu sua casa, com muito esforço, sobre um lixão ou num morro qualquer é ter uma visão míope do problema
.

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Feridas abertas

A seguir, duas belas entrevistas (para variar...) do repórter Geneton Moraes Neto que mostram feridas ainda não cicatrizadas na história do Brasil. Vale a pena! Foi ao ar no "Jornal da Globo".

Em tempo: o Geneton tem um site própria, cuja leitura eu recomendo. Clique aqui para acessar.



sexta-feira, 9 de abril de 2010 | | 0 comentários

Documentários em alta

Mais uma bela reportagem da Glória Vanique (Costa), com quem eu estudei na faculdade. Foi ao ar no “Jornal da Globo” desta sexta, 9/4:

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A revolta dos quatro grandes de SP

Será que o futebol brasileiro está começando a mudar? Numa atitude rara, os quatro grandes clubes de São Paulo decidiram se unir para cobrar do Clube dos 13 – organização que reúne os principais times brasileiros – uma postura de independência em relação à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a madrasta do futebol nacional.

Os presidentes de Santos, São Paulo, Corinthians e Palmeiras almoçaram nesta sexta-feira e elaboraram um manifesto conjunto como prévia da eleição no Clube dos 13, marcada para segunda-feira.

A história começou porque após anos de reinado de Fábio Koff (ex-presidente do Grêmio) à frente do Clube dos 13, surgiu um candidato de oposição: Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo. O curioso é que o candidato da oposição acaba sendo o da situação, pois Leite tem apoio da CBF. Koff, neste caso, virou oposição (à confederação brasileira e a seu imperador, Ricardo Teixeira).

Parece confuso? E é. A verdade é quem nem Koff nem Leite vão mudar a estrutura do futebol nacional, marcada pela situação falimentar dos clubes.

No entanto, o racha - inédito no Clube dos 13 – já teve um efeito positivo: acionar uma importante e necessária discussão sobre a situação do futebol brasileiro e buscar alternativas – o que reforça minha tese de que mudanças tendem a ocorrer somente em momentos de tensão e inconformismo.

A união dos quatro grandes não vai se refletir na eleição do Clube dos 13. Palmeiras e São Paulo declararam voto em Koff. O Corinthians vai votar em Leite. O Santos ainda não decidiu. Independentemente do resultado, porém, o quarteto quer da nova gestão do Clube dos 13:

a) participação direta dos clubes na elaboração do calendário das competições;

b) participação direta na negociação de direitos de transmissão de TV e publicidade estática, que deve acontecer de forma transparente, sob regras claras, definidas em edital de concorrência;

c) promover uma completa revisão nas relações com as entidades nacionais e internacionais ligadas ao futebol;

d) gestionar (sic) junto aos seus pares para que se constitua uma liga independente no futebol brasileiro;

e) reforma estatutária da entidade, em especial no que se refere à limitação de mandatos.

Não há quem discorde de qualquer um dos itens.

A batalha não será fácil (nas urnas e após a eleição, seja quem for o vencedor). O fato é que os quatro grandes clubes paulistas (apesar do apoio do Corinthians ao candidato de Teixeira) decidiram enfrentar a CBF e mudar a estrutura do futebol nacional. E isso já é um grande passo. Um passo alentador.

Um alerta necessário: esta não é a primeira vez que clubes se unem para tentar mudanças no futebol brasileiro. Nem sempre (ou melhor, quase nunca) o resultado foi satisfatório.

Em tempo: o manifesto é assinado por Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro (Santos), Juvenal Juvêncio (São Paulo), Andrés Navarro Sanches (Corinthians) e Luiz Gonzaga Belluzzo (Palmeiras).

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Internet no ar

Para quem curte tecnologia, esta matéria mostrada no “Jornal da Globo” é um prato cheio:

quarta-feira, 7 de abril de 2010 | | 1 comentários

Félix, o IPTU e a matemática financeira

O ano era 2005. O prefeito de Limeira, Silvio Félix (PDT), estava no seu primeiro ano de governo. Tinha acabado de assumir a cadeira principal do Executivo e, por algum motivo (uma dessas “burrocracias” do Poder Público no Brasil), a confecção dos carnês do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) atrasou. Como resultado, Félix foi obrigado a prorrogar o vencimento da primeira parcela ou cota única do tributo de março para abril. Como consequência, o contribuinte teve naquele ano nove meses – e não dez, como de praxe – para quitar o imposto de modo parcelado.

Na ocasião, o Jornal de Limeira fez uma reportagem informando que o contribuinte teria menos tempo para pagar e que isso iria pesar mais no bolso, pois ao invés do valor total ser dividido em dez, seria em nove – logo, as parcelas seriam maiores.

Insatisfeito com a reportagem, Félix ligou para o Jornal e tentou justificar. Mais que isso, tentou explicar o inexplicável: que pagar em nove vezes era melhor do que em dez. Para isso, usou de sua conhecida retórica. Em dado momento, gabou-se ao interlocutor: “Você não entende de matemática financeira”. Claro, o interlocutor estudara jornalismo. O prefeito, administração.

Félix insistia que aquela nova forma de pagamento era melhor e negava qualquer problema da prefeitura – por exemplo, um atraso na confecção dos carnês, algo que seria compreensível.

Para a população mais carente, porém, cinco reais fazem diferença no mês. E, naquele ano, o fato é que as parcelas do IPTU estavam maiores.

O tempo, porém, é o senhor da razão.

Félix e seu conhecimento de matemática financeira estavam tão certos que, em 2006, o IPTU voltou a ser pago em dez vezes, a partir de março. Ora, por que o prefeito mudou de ideia de um ano para outro? Se em nove vezes era melhor e mais fácil para o contribuinte, como alegara no ano anterior, por que não repetir a fórmula? Talvez porque Félix estivesse errado.

De 2007 a 2009, a forma de pagamento do IPTU foi a mesma: dez parcelas. Em 2010, porém, novamente a confecção dos carnês atrasou. Mais uma vez, o limeirense terá que pagar o imposto em nove vezes. E de novo, o governo Félix tenta retomar o argumento de 2005: o de que o vencimento a partir de abril será melhor. Desta vez, a “defesa” foi apresentado pelo superintendente de captação de recursos da Secretaria da Fazenda, Valmir Barreira (homem de carreira na prefeitura). Com um adicional: “O cidadão fica com o orçamento mais apertado no primeiro trimestre do ano, com despesas como matrícula, material escolar e IPVA”, disse ao jornal “Gazeta de Limeira” (leia
aqui).

Como o tempo é o senhor da razão, veremos se em 2011 prevalecerá a “bondade” da prefeitura em livrar os contribuintes de um eventual pagamento de dois impostos num mesmo mês (IPTU e IPVA em março, para quem optou pelo parcelamento do imposto automotivo) ou retomará a “maldade” dos anos anteriores, fixando o pagamento do imposto predial em dez parcelas, a partir de março. Pois se há tantas vantagens na quitação em nove vezes, só pode ser maldade fixar dez parcelas, como tradicionalmente ocorreu.

Em tempo: o início do vencimento do IPTU este ano em Limeira foi programado para o dia 11 de abril. Um domingo.

Começou bem a prefeitura...


PS - 9/4: como era de se prever, a prefeitura anunciou nesta sexta-feira que o prazo de pagamento do IPTU em abril foi prorrogado para o dia 30. É que grande parte dos carnês não foi entregue ainda. Segundo o Executivo, a gráfica que os confecciona fica no Rio de Janeiro e, em razão das chuvas naquele estado, houve atraso no envio de parte do material.

E mais: funcionários extras serão contratados - com pagamento de até R$ 150 por dia, mais transporte e refeição - a partir de segunda-feira para acelerar a entrega dos carnês. A contratação se dará via Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT).

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Memória preservada

Além da Editora Unesp (leia postagem aqui), o Arquivo Público de São Paulo também tomou uma atitude exemplar. Em tempos de Internet e de transparência, o órgão – criado em 1721 – decidiu digitalizar e disponibilizar na rede mundial de computadores parte de seu acervo (que tem mais de 1,5 milhão de imagens, 39 mil livros e 1,2 mil jornais).

Alguns destaques do acervo digital são os projetos “Viver em São Paulo”, “
Imigração em São Paulo”, “Memória da Imprensa”, “Memórias Reveladas” e “Última Hora”.

A parte reservada à imprensa traz uma seleção de jornais e revistas que “revela as facetas variadas do jornalismo brasileiro em momentos distintos da nossa história”, aponta o governo do Estado. "Os pesquisadores poderão acessar desde publicações que marcaram época, como a revista 'A Cigarra' (1914-1975) e o jornal 'Última Hora' (1951-1971), até títulos menos conhecidos, como o jornal sindical 'Notícias Gráficas' (1945-1964) e o anarquista 'La Barricata' (1912-1913)", informa - via assessoria de imprensa - o coordenador do Arquivo Público, Carlos de Almeida Prado Bacellar (leia mais aqui).

Ainda no setor referente à imprensa, é possível rever “nove títulos de jornais do século 19, num total de 1.670 páginas”. São exemplares de 1827 a 1888, “em que se destaca ‘O Farol Paulistano’ (1827-1833), o primeiro jornal impresso e editado na província de São Paulo” (leia mais
aqui).

Na parte destinada à imigração, são 40 mil páginas de documentos, como os nomes de 570 imigrantes de diversas nacionalidades que se estabeleceram em Limeira e a lista de moradores da Colônia de Cascalho, hoje um bairro de Cordeirópolis (onde, aliás, viveram meus antepassados da família Piscitelli, uma das formadoras daquele núcleo, doadora de terras para a igreja e da coroa – furtada – da santa padroeira do templo local). Há também galerias de imagens e listas de bordo dos navios que trouxeram imigrantes para o Estado.


* A foto e o áudio acima são de divulgação do governo do Estado.

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Respeitável público...!

Finalmente Limeira foi destaque na página de abertura do UOL por um motivo positivo.

Foi aberta na noite desta quarta-feira a terceira edição do Festival Paulista de Circo, o maior evento do gênero no Brasil e um dos maiores da América Latina. O festival, que acontece pelo terceiro ano em Limeira, consolida a cidade como a capital nacional do circo.

Uma das artes mais antigas que existem, o circo representa uma mistura de coragem, habilidade, sonho e magia. No festival, o público vai conferir todos os tipos de arte circense, das mais tradicionais às mais modernas.

Em 2010, o destaque é o trapézio, que comemora 150 anos. Inventado pelo francês Jules Léotard no Cirque d´Hive, ele sempre foi uma das principais atrações nos circos. Com suas acrobacias nas alturas, os trapezistas mostram força, precisão e coragem para delírio e espanto de crianças e adultos.

Nesta terceira edição, o festival terá grupos de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Distrito Federal. São 128 atrações e mais de 400 artistas. “O espaço para as apresentações foi dividido em quatros lonas, batizadas com nomes dos palhaços Piolin, Arrelia, Pimentinha e Carequinha, personagens que marcaram a história do circo no País. Acrobacias em trapézio, oficinas para visitantes e artistas, números aéreos, globo da morte e de pêndulo integram a programação. Em destaque, as trupes Pia Fraus, Os parlapatões e La Mínima; o mágico Ricardo Malerbi e os circos Vox, Fiesta, Zanni e Venegas”, cita o governo do Estado, que organiza o evento em parceria com a Prefeitura de Limeira, a Cooperativa Paulista de Circo e a Associação Paulista dos Amigos da Arte.

Para ver a programação completa, clique aqui.

O Festival Paulista de Circo é atração de primeira, gratuita e para todas as idades!



PS: a reportagem acima foi exibida pelo programa “Metrópolis”, da TV Cultura, em 2008, na primeira edição do festival.

* A foto é de divulgação do governo do Estado.

PS - 9/4: o número de artistas foi corrigido de "mais de 500" para "mais de 400".

Em tempo: o UOL disponibilizou nesta sexta (9/4) um belo álbum com quase 80 fotos do festival. Vale a pena ver. As imagens - de Leandro Moraes - são fantásticas (uma delas segue abaixo). Para ver, clique aqui.

domingo, 4 de abril de 2010 | | 1 comentários

Os políticos e a mídia

"Sobre as críticas de Lula e Serra à mídia, a melhor resposta foi dada pelo próprio Lula, no início do governo, antes da fase megalomaníaca: 'Notícia é o que a gente quer esconder; o resto é propaganda'."
Do jornalista Clóvis Rossi, colunista da "Folha de S. Paulo", na coluna de domingo, 28/3

Em tempo: isto vale para lá (Brasília) e para cá (Limeira).

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As visões dos correspondentes

Costumo me divertir e "viajar" com as imagens postadas no Twitter por correspondentes brasileiros no exterior. As fotos abaixo são do repórter Flávio Fachel, recém-chegado ao escritório da TV Globo em Nova York.

A imagem a seguir é do repórter Rodrigo Bocardi, também do escritório da Globo em NY (aliás, no meu blog "Piscitas" há um filme com imagens da cidade feitas por ele - para ver, clique aqui):

Para quem não viu direito, o pontinho preto lá no meio é da Estátua da Liberdade.

E agora a minha primeira imagem de NY:

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Política lá e cá

Recomendo dois textos sobre política:

* "A lógica das relações políticas, segundo o presidente da Câmara de Limeira", do jornalista Rafael Sereno no blog "O Informante" (clique aqui).

* “A candidata Dilma terá de explicar logo como será sua relação com seu próprio partido, o PT, em um eventual governo. O PT tem dificuldades históricas de ter uma posição generosa em favor do Brasil. (...) Negou-se a estar no Colégio Eleitoral e votar no presidente Tancredo Neves. (...) Se dependesse do partido, talvez Paulo Maluf tivesse sido eleito presidente pelo Colégio Eleitoral. Ao final da Constituinte, o PT recusou-se a assinar a Carta. Quando o presidente Itamar Franco assumiu o governo, em um momento delicado, de instabilidade, e o PT foi convocado a participar do esforço de união nacional, novamente se negou. (...) Se prevalecesse a posição do PT, nós não teríamos a estabilidade econômica, porque o partido votou contra o Plano Real. O presidente Lula, com sua autoridade, impediu que o partido desse outros passos errados quando chegou ao governo. Mas o que esperar de um governo do PT sem o presidente Lula?"
Do jornalista Josias de Souza, colunista da "Folha de S. Paulo", no blog "Nos bastidores do poder" (clique aqui).

sexta-feira, 2 de abril de 2010 | | 0 comentários

Futebol e religião

"O episódio em que alguns atletas santistas se recusaram a alegrar crianças carentes com paralisia cerebral, apenas porque a casa que cuida delas é espírita, foi dos mais ralos e asquerosos que acompanhei."

A manifestação é de Vitor Birner e está disponível na íntegra no blog dele (clique aqui para ler).

Este episódio reforça uma opinião que há tempos venho nutrindo: infelizmente, a ignorância tem movido as religiões.

Ignorância no sentido literal, de ignorar algo, e não no sentido pejorativo. Embora em alguns casos, como neste envolvendo jogadores do Santos, os dois sentidos se apliquem.

Numa Sexta-Feira Santa, a mensagem é mais do que apropriada. Afinal, 2010 anos depois, as palavras de Cristo ainda são usadas para estimular conflitos e guerras, para matar, para separar, para excluir, enfim, para fazer tudo aquilo que o próprio Cristo combateu quando esteve entre nós.

Infelizmente, para alguns que se dizem cristãos, o "amar ao próximo como a si mesmo" só vale quando o próximo é alguém dos seus...

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Os sem-emprego

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,4% em fevereiro. O dado é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nos Estados Unidos, a taxa de desemprego está em 9,7%.

Confesso que este é um cenário com o qual nunca imaginei...

Realmente, o mundo gira e o jogo vira.

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Provocações

"Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros."
Che Guevara

A frase acima estava estampada na camisa de um colega de trabalho, uma das cabeças pensantes da imprensa limeirense, André Montanher. A mensagem me soou provocativa (não que discorde dela, ao contrário; ela me provocou a reflexão). O diálogo a seguir foi, portanto, motivado pela frase:

- Você acredita que as pessoas vão tremendo cada vez menos de indignação com o passar do tempo?
- Acredito.
- E a que você atribui isso?
- À maturidade.
- Isso pressupõe que existiu, então, uma certa "rebeldia sem causa"?
- Sim.
- E você acha isso bom?
- Sim.
- E necessário?
- Sim.
- E importante?
- Sim.

Os questionamentos foram meus. As respostas, do André. Tire você, caro leitor deste blog, as próprias conclusões.

PS: a imagem que ilustra esta postagem foi estilizada a partir da foto do cubano Alberto Korda. Ele eternizou a imagem do líder revolucionário argentino Che Guevara a ponto da imagem se tornar a mais reproduzida do mundo.