terça-feira, 27 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

Na prisão de "bacanas", a hipocrisia da sociedade

Como a sociedade é hipócrita - principalmente em lugares provincianos como Limeira.

Quando a polícia prende gente desconhecida (eventualmente pobre), recebe aplausos e pedidos de "quero mais".

Quando prende "habitués" de colunas sociais, surgem comentários do tipo "é preciso orar por eles", "todo mundo comete erros", "não devemos julgar" e daí por diante.

HIPOCRISIA!

Estava certo o então promotor da Cidadania em Limeira, Cleber Rogério Masson, que um dia me disse numa entrevista que a mesma sociedade que condena um menor que roubou (e muitas vezes pede a pena de morte) aprecia sair em fotos com corruptos de alta patente.

Será muito pedir que a todos sejam dadas a lei e a Justiça? 

Apenas isto.

domingo, 25 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

São Paulo, 461: a minha visão na visão do estrangeiro

Para homenagear a maior metrópole do hemisfério sul neste 25 de janeiro, um vídeo dos cineastas norte-americanos Walker Dawson e Nick Neumann que retrata exatamente a minha visão de São Paulo.

Faltou, é verdade, um pouco de ZL (zona leste), Paraisópolis e Brasilândia, mas tudo bem.

O vídeo é empolgante – como São Paulo!


Para saber detalhes, veja a entrevista completa de ambos para a “Folha de S. Paulo”, da qual extraí o trecho postado a seguir:

(...) Vocês dizem no filme que se apaixonaram pela cidade. Quais aspectos a tornam apaixonante?
Nós estávamos planejando ficar na casa de Denis por duas semanas, e acabamos ficando seis semanas. Em muitas cidades do mundo leva um período longo para se apaixonar por elas, mas por São Paulo nos apaixonamos no segundo em que chegamos à estação Tietê. Foi emocionante, diferente, sofisticado, legal. Os três aspectos que mais nos atraíram em São Paulo foram o tamanho, a diversidade e a cultura alternativa rica e vibrante. São Paulo é uma das maiores cidades que nós já vimos, e essa densidade e imensidão produz uma energia incomparável a quase nenhum lugar do mundo. A diversidade de São Paulo é um diferencial, que nos lembrou os Estados Unidos, mas com um toque brasileiro. A grande diversidade se manifesta nos vários restaurantes do mundo todo. A terceira característica [que nos atraiu] foi a cultura alternativa, com São Paulo mostrando algumas das lojas, galerias de arte, bares e restaurantes mais interessantes de toda a América do Sul.

Por que a cidade é a mais "subestimada" do mundo?
A maioria das pessoas sabe muito sobre outras grandes cidades do mundo. As pessoas vão para Tóquio, Paris e Nova York, mas parecem mal saber uma única coisa sobre São Paulo. São Paulo pode ser subestimada por não ter uma atração específica, é tão grande e urbana, e o Rio a ofusca. O Brasil é um dos países mais importantes do mundo, e São Paulo é o coração pulsante disso tudo. 

Esse título pressupõe que a experiência superou as expectativas. O que vocês esperavam da cidade e quais foram as surpresas?
Walker visitou São Paulo em 2007 e desfrutou da cidade. Ao retornar, em 2014, lhe pareceu que a cidade passou por uma enorme transformação e tornou-se um lugar muito mais atrativo para visitar e viver. Não estávamos esperando que as pessoas fossem tão ligadas em tecnologia e conectadas. O que esperávamos antes de vir era uma cidade muito mais maçante, com poucos aspectos exclusivos. (...)

sábado, 24 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

Que civilização é esta?

A Federação Paulista de Futebol (FPF) se vê obrigada a levar para o interior um clássico da capital – Corinthians x São Paulo – por um torneio de juniores para evitar violência de torcidas.

Mais: a mesma FPF decide cobrar ingresso especificamente para essa partida numa copa em que todos os jogos são tradicionalmente de graça. Mais uma vez para tentar espantar a torcida.

E mais: ao levar o jogo para o interior (Limeira), a Polícia Militar determina que as torcidas dos dois times sigam (escoltadas, registre-se) cada qual por uma rodovia (Anhanguera e Bandeirantes).

Ao final da partida, a mesma PM determina que, por segurança, a torcida do São Paulo aguarde 30 minutos após a saída dos corintianos para evitar confrontos – inevitáveis há anos (alguns descumpriram a determinação e provocaram um tumulto ao redor do estádio).

Tantas medidas assim para separar seres humanos (racionais?) que apenas cometem o erro e a heresia de torcerem para times diferentes.

Será a falência absoluta da sociedade?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

As lições de jornalismo do PVC

Trechos da entrevista do jornalista Paulo Vinícius Coelho, o PVC, para o UOL Esporte. Vale a pena ler e refletir, são verdadeiras lições de jornalismo:

UOL Esporte: O PVC repórter é um pouco ofuscado por esse PVC comentarista de televisão e o PVC blogueiro?
PVC: Tem uma diferença de opinião e análise. Opinião todo mundo tem. Estamos em uma era em que todo mundo opina, cria. Eu posso achar qualquer coisa sobre qualquer coisa. Mas isso não quer dizer que tenha profundidade e tenha valor. Uma opinião tem valor? Claro que tem. Mas uma análise que tem apuração, que tem um cara que conversou com um, conversou com outro, checou os dois lados, construiu uma história, conseguiu analisar, citando quais foram as fontes, isso tem mais valor. O que eu tento fazer é esse tipo de análise. Eu não sei se ofusca. O que eu acho que ofusca é essa espetacularização da notícia. É quando você percebe que o jornalista virou quase um artista. O jornalista não é para ser artista. O jornalista é para dar a informação e para analisar a informação. Nesse cenário, não é que o repórter fica ofuscado. Fica ofuscado o jornalista em toda a sua plenitude. Ou seja, o jornalista que apura, que checa, que recheca, que interpreta, que analisa, que junta 20 anos de história, de experiência. Isso tá fora. O cara olha na TV a imagem do cara que tá aparecendo na televisão. E não tem como mudar isso. Tem como você ter a percepção de qual é o seu papel diante de disso. E o seu papel não é ser uma celebridade, é ser um jornalista.

UOL Esporte: De qualquer maneira, ainda te assusta o fato de você virar notícia? Isso te incomoda? Emendando, você é tímido?
PVC: Eu sou tímido. A vida inteira eu falo isso. Eu tinha 14 anos e comecei a esboçar para falar para algumas pessoas que eu pensava em ser jornalista e eu ouvia: "não pode porque você é muito tímido". Até hoje eu sou. Outro dia eu contei para o Flávio Gomes e ele adorou. Quando eu fiz a minha primeira matéria, eu passei pela rua Jurubatuba (em São Bernardo do Campo), e tinha um anúncio: "jornal O Diálogo". Eu bati na porta, subi a escada, tinha lá uma redação e eu pedi um frila. (...) Então eu tinha de aprender a driblar essa timidez. O que me assusta não é você entender que você virou notícia. Para resumir: eu sou jornalista. Se você decidiu fazer uma nota no UOL ou em outro lugar julgando que o que está acontecendo comigo é notícia, eu como jornalista tenho de entender que na opinião de outro jornalista isso tem um valor de notícia. Nesse momento eu virei notícia. Outra coisa é eu ter a percepção que o meu papel não é ser notícia. O meu papel é ser jornalista. Então, não é para ser notícia. Se for, foi circunstancialmente. (...)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

Na Suécia, escola ensina a mudar

O jogo surgiu no século 19 como diversão. Virou tênis de mesa quando se profissionalizou. Mas numa escola da Suécia continua sendo o bom e velho pingue-pongue. Pode não parecer, mas os jovens estão aprendendo enquanto se divertem, como ressalta Lucas Morales, estudante e diretor de arte júnior. A Suécia também exporta educação. Um jeito diferente de ensinar. Ou melhor, de mostrar o que é preciso aprender.


Bem-vindo – indica a sala de aula da Hyper Island. É a área que mais se parece com uma classe como as das escolas brasileiras. Os alunos, de várias partes do mundo, estão atentos às explicações para a próxima tarefa. Ficam bem à vontade - tem até quem tira um cochilo. A aula, no sentido tradicional, dura menos de dez minutos. Hora de partir para a criação.

A escola que tem "ilha" no nome é um espaço cercado de pessoas criativas por todos os lados. E é este espírito que ela quer despertar nos estudantes. Os princípios colados nas paredes - como manter o foco e ter energia positiva - já foram vistos por 22 mil alunos.

A diretora Johanna Frelin conta que a escola nasceu em 1996 numa pequena cidade da Suécia com apenas 16 estudantes e um programa sobre novas tecnologias. Foi criada por três homens que queriam revolucionar a educação oferecendo treinamentos de uma maneira diferente porque tiveram experiências ruins na escola. “Na verdade, estamos tentando ensinar as pessoas a aprender, a serem curiosas e a entenderem a forma como a sociedade evoluiu para uma cultura digital que não tem volta. E tentar dar poder às pessoas e encorajá-las a escolher mudar”, diz ela.

Ensinar as pessoas, principalmente os jovens, a viver num mundo que muda numa velocidade nunca antes vista. É este o foco dos programas da Hyper Island. Mais do que ensinar regras ou ferramentas, estimular os alunos a pensar e a lidar com as mudanças que este novo mundo traz.

Por isso a aula tradicional toma só uma pequena parte do tempo dos estudantes. O resto é reservado para a prática - é assim que eles vão aprender. Sempre em grupos. Num espaço que é uma grande sala de aula, tudo pode mudar a qualquer dia. Inclusive os biombos que servem de paredes. E os próprios estudantes é que definem como vai ficar cada espaço. E isto tudo faz parte do aprendizado.








Os papéis coloridos lembram as tarefas e servem de estímulo à criatividade. O ambiente divertido ajuda o trabalho. Os alunos ficam concentrados. Na tela do computador, o filminho ganha forma. Thiago Masci tem 29 anos e chegou aqui em agosto do ano passado para um curso de um ano. Especializado em design de animação, procurou a Hyper Island para se aperfeiçoar.

Em breve, filmes como os do Thiago poderão ser feitos no Brasil. A Hyper Island abriu no ano passado uma filial em São Paulo. Por enquanto são apenas dois cursos rápidos, mas a ideia é ampliar a oferta de programas, inclusive com cursos de longa duração. “A Suécia tem uma longa tradição de proximidade com o Brasil. Nós compartilhamos os mesmos valores e como temos muitos estudantes que vêm aqui e refrescam nossos programas, achamos que seria muito fácil estar no Brasil”, fala a diretora.

Um intercãmbio que ganha novos parceiros e pode ajudar os dois países. A ONG “Young Innovation Hub” em Estocolmo, criada há cinco meses, aposta na troca de experiências para estimular novos negócios. Foi isto que levou o brasileiro Michael Figueiredo a colaborar com o projeto.


Uma das fundadoras da ONG, Sissa Pagels conta que o plano é ambicioso: criar uma comunidade global de empreendedores. Para isso, a ONG conecta os jovens com empresas e investidores. “Quero que eles entendam que podem trabalhar localmente, mas que são globais. Eles estão conectados com outras pessoas ao redor do mundo. Eu quero os jovens conectados com diferentes países”.

* Texto original (com adaptações para o blog) de reportagem feita para o programa “Matéria de Capa” (TV Cultura, dom., 19h30)

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"A importância da conversa"

Em toda relação humana, a coisa mais importante é a conversa, mas as pessoas já não fazem mais isso - sentar para falar, e para escutar os outros. Vão ao teatro, cinema, veem televisão, escutam rádio, leem livros, mas quase não conversam. Se quisermos mudar o mundo, temos que voltar para a época em que os guerreiros sentavam-se em torno da fogueira, e contavam histórias.

As pessoas que contam suas histórias, começam a mudar radicalmente. A tristeza vai desaparecendo de suas vidas, as aventuras recomeçam. O amor, que teoricamente seria ameaçado por tantas mudanças, fica mais sólido e maior.

Fonte: blog do Paulo Coelho, postado em 18/1/15.

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Um governo de oposição?

Restrição a benefícios trabalhistas (seguro-desemprego e pensão) - a "vaca tussiu", né presidente?

Juros não param de subir - vem aí mais um aumento pelo Copom.

Preço de energia aumentará entre 20 e 25%, diz ministro.

Fazenda eleva impostos, inclusive da gasolina.

Dilma veta correção da tabela do IR - alguém prometeu na campanha não prejudicar trabalhadores?

Ué, na campanha eleitoral recém-concluída, não era a oposição que falava da necessidade de “ajustes” e de “medidas amargas”?

Para a presidente-candidata, a economia não estava em ordem? Por que tantos ajustes agora?

Parabéns...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

"Need for speed"

Agora já sei como me virar no caótico trânsito de São Paulo...



Eu spre quis ter um autorama assim. Que tal?

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

Uma curta reflexão sobre o caso "Charlie Hebdo"

Foi de propósito que esperei para escrever algo a respeito do lamentável ataque ao jornal "Charlie Hebdo", em Paris (França), na semana passada.

Li análises diversas, ouvi opiniões diversas e gostaria apenas de reforçar um aspecto que considero necessário em relação ao episódio: nada (repito - em letras garrafais - NADA) justifica o terror.

Se abrirmos uma brecha, pequena que seja, para buscar justificativas para atos desse tipo estaremos no perigoso caminho para justificar atrocidades como as do nazismo e tantas outras.

* Leia também (acrescentado em 21/1/15):

Žižek: Pensar o atentado ao Charlie Hebdo

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

O que escrevem de você e o que você compartilha

A Corte de Justiça da União Europeia tomou no ano passado uma decisão extremamente relevante e polêmica: permitiu que um cidadão tivesse apagados registros no Google referentes ao seu passado. É o chamado “direito de ser esquecido”.

Esta é, sem dúvida, uma questão dos tempos modernos – e que veio para ficar.

"A decisão confirma a necessidade de trazer as normas atuais de proteção de dados da idade da pedra digital para o mundo da computação moderna", registrou Viviane Reding, comissária da Justiça da UE.

"Serviços de busca não armazenam informações, e tentar levá-los a censurar conteúdo legal em seus resultados é a abordagem incorreta. A informação precisa ser resolvida na fonte (…)", disse Emma Carr, diretora de uma organização pró-direitos de privacidade.

A polêmica coloca em pauta também os direitos (constitucionais em grande parte das democracias) às liberdades de imprensa e de acesso à informação.

No Brasil, a Constituição registra em seu artigo 5° que:

IX - é livre a expressão da atividade (...) de comunicação, independentemente de censura ou licença; 

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

Para o jurista Paulo Rená, “garantir o esquecimento, a fim de proteger a intimidade, pode abrir as portas para o crescimento da censura privada”. Em artigo para a “Folha de S. Paulo”, ele anotou:

Na Europa, foi ressalvado que o interesse público em acessar a informação supera a eliminação de dados considerados "inadequados, irrelevantes ou excessivos". 

E se fosse um livro, ou um filme, a palavra final sobre o que pode ou não ser narrado cabe ao desejo particular ou à Justiça?

A Internet, porém, além de complexa e instigante, por vezes é paradoxal. Como chamou a atenção Marcelo Coelho, também em artigo na “Folha”:

Como a internet funciona por ondas, um velho boato ou uma antiquíssima besteira renascem, meses depois de terem sido arquivadas. A mentira pode ter pernas curtas, mas volta sempre. 

Há ao mesmo tempo uma hipertrofia da memória --tudo pode ser lembrado-- e uma atrofia da memória, porque tudo será esquecido. Na política, Fulano denuncia um caso de corrupção, que equivale ao outro em que ele próprio estava envolvido.

Vê-se, portanto, que lembrar e esquecer são verbos intrínsecos à rede mundial.

Outro problema trazido à tona pela modernidade e que chegou à Justiça envolve os crimes de injúria, calúnia e difamação cometidos via redes sociais. Quando a autoria é conhecida, a possibilidade de processo é normal, bem como a chance de sucesso. A novidade apresentada no final de 2013 por uma decisão da 2ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo é o risco de condenação de quem compartilhar ou curtir eventuais ofensas.

O caso envolveu duas moradoras de Piracicaba e um veterinário da cidade. Uma das mulheres postou mensagens no Facebook consideradas em primeira instância ofensivas ao profissional. A outra as compartilhou. Ambas tiveram a condenação confirmada pelo TJ em decisão dos desembargadores José Joaquim dos Santos e Álvaro Passos, além do relator José Roberto Neves Amorim.

Apontou o relator:

Ora, por certo é direito de todos a manifestação do livre pensamento, conforme artigo 5º, IX, da Constituição Federal, contudo, caminha com este direito o dever de reparar os danos dela advindos se estes violarem o direito à honra (subjetiva e objetiva) do autor, direito este também disposto na Constituição Federal em seu artigo 5º, V e X. 
Se por um lado o meio eletrônico tornou mais simples a comunicação entre as pessoas, facilitando também a emissão de opinião, sendo forte ferramenta para debates em nossa sociedade e para denúncias de inúmeras injustiças que vemos em nosso dia-a-dia, por outro lado, trouxe também, a divulgação desenfreada de mensagens que não condizem com a realidade e atingem um número incontável de pessoas, além da manifestação precipitada e equivocada sobre os fatos, dificultando o direito de resposta e reparação do dano causado aos envolvidos. 

(...) Há responsabilidade dos que “compartilham” mensagens e dos que nelas opinam de forma ofensiva, pelos desdobramentos das publicações, devendo ser encarado o uso deste meio de comunicação com mais seriedade e não com o caráter informal que como entendem as rés.

Para quem tiver curiosidade, a sentença de primeira instância pode ser lida aqui, bem como o acórdão do TJ.

Portanto, mais cuidado com seus cliques. As redes sociais são parte da sociedade e estão sujeitas às mesmas regras legais, como tem confirmado a Justiça.


* Leia também (acrescentado em 15/6/15):

- Deixando as digitais

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

Um recanto de beleza no Ibirapuera

Em meio à bela natureza já conhecida do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, existe um cantinho ignorado por muitos que possui uma beleza ímpar. Trata-se do Viveiro "Manequinho Lopes", É de lá que saem as plantas que enfeitam o parque. Juntas, formam um imenso jardim de cores, aromas e formatos distintos.







 



Vale a pena a visita! O acesso é pelo portão 7 do parque, logo na entrada há um portãozinho à direita.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

Uma esperança para os jornais (e o jornalismo de qualidade)

Há um par de anos, a "Economist" alçou à capa a suposição, tirada de um especialista em comunicação, de que o último jornal impresso circularia pela última vez no ano de 2043.

(...) Eis que, há duas semanas, John Cassidy, jornalista da "New Yorker", tascou o primeiro texto razoavelmente otimista sobre a indústria nos últimos 20 anos.

Antes das boas notícias, o diagnóstico mais ou menos consensual: com a chegada da internet, o antigo modelo de negócios baseado em receitas de publicidade foi seriamente danificado, "e o esforço para replicar o modelo de anúncios na rede fracassou em geral".

Ninguém, no mundo inteiro, descobriu até agora como ganhar dinheiro com jornalismo na internet.

Ganhar dinheiro, no caso, não significa só os trocados que permitem a mera sobrevivência. Jornalismo (de qualidade, é claro) é um esporte extremamente caro e, portanto, exige receitas de fato suculentas.

A boa notícia é que começam a pipocar, aqui e ali, números que demonstram que talvez dê, sim, para ganhar dinheiro com notícias no papel e em sua versão digital.

O exemplo mais recente citado por Cassidy é o do veteraníssimo "Times" (o de Londres, não o de Nova York), que acaba de anunciar o primeiro lucro operacional após 13 anos de prejuízos.

Como foi dos primeiros a cobrar pelo seu conteúdo, o lucro do "Times" é um desmentido à sabedoria convencional que diz que ninguém pagaria por notícias se estivessem disponíveis de graça na internet.

(...) A mudança no modelo de negócios, se e quando efetivamente se consolidar, beneficia o leitor, como escreve Cassidy:

"Jornalistas financiados por anúncios são dependentes de anunciantes, da métrica de page-views' e dos algoritmos das mídias sociais. Jornalistas financiados por assinaturas são dependentes dos leitores".

(...) O otimismo do texto não leva o autor à ingenuidade de supor que a crise do modelo de negócios está superada, mas lhe permite afirmar que "o argumento de que jornais são dinossauros, destinados a serem substituídos por competidores on-line mais ágeis, parece um bocado menos convincente do que há poucos anos". (...)

Fonte: Clóvis Rossi, "Há vida no planeta jornal", Folha de S. Paulo, Mundo, 28/12/14.

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Frase

“O descenso moral do PT não é um espetáculo bonito, mas é didático.
Hélio Schwartsman, filósofo, em coluna na “Folha de S. Paulo”

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Trabalhando...

Crédito deve ficar mais restrito em 2015:


Uma pílula para emagrecer?

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Que ministério é este, Dilma? (2)

Fato inconteste: a presidente Dilma Rousseff (PT) tem pregado reiteradamente a necessidade de uma reforma política - até como antídoto a casos como os do "mensalão" e "Petrolão" -, mas repetiu na formação de seu novo ministério exatamente os mesmos vícios que levaram aos recentes escândalos de corrupção no país.

Ricardo Balthazar, em artigo na "Folha de S. Paulo", resumiu o "espírito da coisa": "Em outubro, após a confirmação de sua vitória nas eleições, Dilma disse que a reforma do sistema político brasileiro seria uma de suas prioridades. Com a chegada do pastor Hilton ao time, talvez tenha chegado a hora de a presidente esclarecer o que queria dizer com isso".

Já na posse, Dilma anunciou - como registrou o jornalista Igor Gielow em análise também na "Folha" - o "mote de governo envolvendo educação no momento em que o ministério da área foi loteado na bacia das almas para um aliado sem qualquer afinidade com o tema".

Leonardo Sakamoto, em seu blog, fez uma síntese:


Você pode escolher, o estelionato eleitoral  (Joaquim Levy, controlando a economia), a afronta (Kátia Abreu à frente da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a provocação (Gilberto Kassab, no Ministério das Cidades) ou o professor-tem-que-trabalhar-por-amor-não-por-dinheiro (Cid Gomes, na Educação). 
Ou um comunista (Aldo Rebelo), que afirmou não acreditar que o ser humano é responsável pelo processo de aquecimento global, no Ministério da CIÊNCIA e Tecnologia. 
Teve até espaço para velhas tradições, como a família Barbalho (Helder, na Pesca), e o velho peso da família (Armando Monteiro, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Sem contar, o Ministério do Esporte, que foi entregue a Deus.

Até gente mais alinhada com o petismo, como Ricardo Melo, em artigo na "Folha", não conseguiu evitar críticas: "Ao indicar nomes identificados com interesses que ela combateu durante a campanha, Dilma promove um curto-circuito talvez impossível de consertar antes de a fumaça aparecer".

Vinicius Torres Freire oferece, em coluna na "Folha", uma interessante análise que explica a causa e a consequência do novo ministério de Dilma. Diz que "falta outra vez projeto de governo, articulação de interesses sociais a fim de tocar reformas substantivas" e que "a presidente está acuada pelos próprios reveses, com pouco prestígio para queimar".

Talvez fosse melhor Dilma aplicar a proposta de Bernardo Mello Franco em artigo também na "Folha": "Reconhecer os erros do primeiro mandato seria uma fórmula mais indicada para quem precisa tanto de confiança ao iniciar o segundo".

* Leia também:

- Grupo de atletas comandado por Raí detona novo ministro do Esporte: 'Envergonhados'

- Que ministério é este, Dilma?

- Brincando de ser ministro (acrescentado em 21/1/15)