domingo, 28 de fevereiro de 2010 | | 0 comentários

Frase atrasada

Frase um pouco atrasada, mas interessante. Li numa recente ida a Santos, numa exposição de fotos de antigos carnavais em comemoração ao aniversário da cidade.

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Frases

“Tenho uma vocação obstinada: estou sempre preocupado em fazer o que eu quero, o que inclui a liberdade completa de estar com o pé na estrada, diante de Jack Kerouac e de Lao Tzu.”
James, irmão de Diane Bond, em texto de Contardo Calligaris na “Folha de S. Paulo” de 25/2/2010 (“Um herói americano”)

“A privataria tucana produziu escândalos, bens e serviços. A petista ficou nas operações escandalosas.”
Elio Gaspari, colunista da “Folha de S. Paulo”, no texto “A privataria petista é diferente, e pior” (28/2/2010)

“Deixo de herança um mundo fraturado. A religião e nossa imperfeição abusam dos dias de hoje. O universo nos fez imperfeitos para nos impulsionar a buscar pelo melhor. Estamos melhorando, mas não tão rápido quanto eu gostaria."
Sidney Poitier, na reportagem “Poitier conta percalços a sua bisneta”, de 14/2/2010

“Os direitos de defesa e a um processo justo - conquistas das quais não podemos abrir mão - não implicam necessariamente as oportunidades que nossos códigos processuais oferecem a quem quiser e puder burlar as leis do país.”
Renato Mezan, psicanalista, colunista da “Folha de S. Paulo”, no texto “Estímulo à impunidade” (28/2/2010), imperdível para quem pretende debater a questão da criminalidade no Brasil e os direitos humanos. Para Mezan, o “esforço louvável para garantir as liberdades individuais após a ditadura teve como efeito colateral ajudar a proteger criminosos”.

* Expus estas quatro frases por diferentes razões. Em relação à primeira, identifiquei-me com ela. Quanto à segunda, uma verdade que aparecerá nos debates eleitorais deste ano. A terceira incita reflexão. E a última é o extrato de um texto que merece leitura - e que traz ideias com as quais concordo. Em tempo: os textos exigem senha do UOL ou da “Folha”.

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TV é diversão e reflexão

São do repórter Marcos Losekann, chefe do escritório da Rede Globo em Londres, duas interessantes reportagens mostradas recentemente no “Jornal Nacional”. A última delas foi motivo de elogios e críticas no Twitter. Houve quem achasse perda de tempo o principal telejornal do país gastar tempo com o assunto.

Eu aprovo a matéria e a veiculação no “JN”. A reportagem cumpre princípios jornalísticos, como os do ineditismo, proximidade (trata-se de um brasileiro) e curiosidade.

Além disso, um pouco de humor na cobertura jornalística não faz mal a ninguém. Como bem disse Losekann no próprio Twitter, o “JN” exibiu na sexta-feira 99% de reportagens sérias, por que não uma “descompromissada”?




A outra reportagem deve motivar uma reflexão em todos nós, principalmente na época em que a Campanha da Fraternidade prega: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”. Longe de propor uma reflexão religiosa, acho importante pensarmos na questão do consumo exagerado dos tempos modernos, que tanto mal faz ao ambiente e a muitos seres humanos.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010 | | 0 comentários

Salariômetro: Limeira patina

O governo de São Paulo acaba de lançar uma nova ferramenta na Internet extremamente interessante. Trata-se do Salariômetro. Por meio dele, é possível saber a média salarial de mais de duas mil atividades profissionais em todo o Brasil – fora de São Paulo, a média é estadual; dentro do Estado, é municipal.

O Salariômetro calcula o salário médio dos trabalhadores admitidos nos últimos seis meses no mercado de trabalho formal, com carteira assinada. Os dados são baseados no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego.


Além da divisão geográfica, é possível obter a média por faixa etária, cor, gênero, escolaridade e setor. Quando informa um resultado, o Salariômetro menciona quantas contratações houve nos últimos seis meses e o perfil destes trabalhadores.

Para ter uma ideia de como está o mercado de trabalho em Limeira, decidi pesquisar o salário médio de dez atividades. Elas foram escolhidas aleatoriamente. Optei por fazer a comparação com três cidades de médio porte da região (Americana, Rio Claro e Piracicaba) e com uma também de médio porte, mas de outra região (Araraquara). Para facilitar, não fiz nenhuma outra especificação que não a cidade (assim, tem-se a média geral).

Já ouvi de especialistas de diversas áreas (de economista a gerente de supermercado) que a massa salarial em Limeira é baixa – ou seja, que a cidade é pobre. De fato, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita de Limeira perde para o de outras cidades da região.

O resultado da minha comparação não foi muito satisfatório. Das dez atividades, Limeira ficou em último lugar em quatro: engenheiro civil, dentista, padeiro/confeiteiro e garçom.

A cidade não lidera a média salarial em nenhuma das atividades consultadas – Americana e Piracicaba, por exemplo, são a primeira em quatro profissões cada.

Em três atividades (professor - com nível superior - de ensino fundamental, vendedor do comércio varejista e nutricionista), Limeira ficou em terceiro lugar: nos dois primeiros casos, atrás de Americana e Piracicaba; no terceiro, de Americana e Araraquara.


Em outras três atividades, Limeira esteve em segundo lugar na média salarial, atrás de Piracicaba no caso de advogado, de Rio Claro no caso de operador de caixa e de Americana no caso de jornalista.

Aliás, o editor e estudante de Jornalismo, Carlos Giannoni, fez uma pesquisa específica sobre os salários de jornalista. O resultado está disponível no blog O que rola na mídia.

Caso sua profissão não faça parte da minha consulta, recomendo uma visita ao Salariômetro.

* O primeiro número da tabela é a média salarial, em reais; o segundo, entre parênteses, é o número de trabalhadores contratados nos últimos seis meses na atividade e naquele perfil (que, no caso, teve como única especificação o município).

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A devassa da Devassa

Essa onda do “politicamente correto” em várias partes do mundo (no Brasil notadamente) sempre me causou certo desconforto (irritação para ser mais sincero).

Bastou a cerveja Devassa se tornar popular, ou iniciar o caminho para isso, que o “politicamente correto” atacou. A propaganda da dita cuja foi denunciada sob a acusação de sexista, de expor a mulher.

Não vou comentar o aspecto mercadológico e de concorrência nesse episódio (o colega Danilo Fernandes fez isso muito bem no blog Chapadeira). Quero falar do aspecto cultural. Historicamente, as propagandas de cerveja no Brasil sempre recorreram à atração da figura feminina para chamar a atenção – e, em última instância, para vender. A situação chegou a tal ponto que a propaganda sofreu restrições de conteúdo e horário. A ideia era não mais explorar a mulher como objeto.

Vejo diariamente propaganda das tradicionais cervejas brasileiras na TV e continuo vendo a mulher como objeto. Ora é o “mulherão”, ora as roupas minúsculas, ora o sarcasmo por alguém que enganou a mulher e até quando se recorre à figura masculina é para fazer referência à mulher (basta lembrar daquele comercial em que alguém dizia que mulher de amigo era homem).

Se querem denunciar as propagandas dessas cervejas, embora me soe moralizante demais, compreenderei.

Agora, se há uma cerveja que tem legitimidade para brincar com a figura feminina é a Devassa. Pelo próprio nome e pela sua história, a ligação do produto com a mulher não é forçada, um recurso barato de publicidade. Ao contrário, é natural.

E saliento um detalhe: brincar! Pois a propaganda com Paris Hilton, ela por si só uma figura emblemática, é uma grande “tiração de sarro”. E assim tem que ser vista (alguém poderia levar a Paris Hilton a sério?).

Ver no comercial algo mais me parece muita falta de humor!

O curioso é que as propagandas da Devassa sempre aproveitaram o nome do produto para brincar com a figura da mulher. Numa delas, a foto da cerveja era seguida da insinuação de que ela era aquilo que não se podia fazer em casa. E nunca o Conar – nem ninguém – falou nada.
Será, portanto, que o Danilo tem razão? Será mera disputa de mercado?


Como diz o humorista Jô Soares quando se refere a palavrões, a maldade está na mente de quem ouve (ou, no caso, de quem vê) e não de quem fala.

Um pouco mais de alegria não custaria nada a ninguém.

Ou será que o Brasil vai mesmo se tornar um país chato e quadrado?

De minha parte, seguirei combatendo qualquer tipo de preconceito. E também seguirei apreciando a Devassa. Afinal, ela é “um tesão de cerveja”.



PS: alguém poderá dizer que a propaganda atual, ao explorar as curvas da Paris Hilton, incentiva os jovens a beber. Se for isso, então que mudem o argumento da queixa do Conar. E que mudem todas as propagandas de cerveja.

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Se...

Um final de semana no Litoral, num sol escaldante, fez com que eu pensasse sobre a realidade do lazer em Limeira. O resultado é a inevitável conclusão de que, fosse Limeira uma cidade litorânea, seria proibido colocar cadeiras e mesas nas calçadas em frente aos barzinhos. Afinal, isso atrapalharia o fluxo dos pedestres.

Seria proibido fazer shows na praia, pois isso perturbaria o sossego dos moradores dos prédios da orla marítima. Tampouco seria possível colocar música nos quiosques, pois isso perturbaria aqueles que iriam à praia só para descansar.

Se Limeira fosse uma cidade litorânea, a prefeitura iria estabelecer regras para os quiosques a ponto deles não conseguirem trabalhar; os vereadores iriam exigir que todos os quiosques oferecessem bebedouros e guarda-volumes para os frequentadores, sem contar a proibição aos copos de vidros – só seriam permitidos os de plástico.

Seria proibido também jogar futebol na praia, pois o risco de que a bola acertasse algum turista faria com que os vereadores proibissem a atividade.

Se Limeira fosse uma cidade litorânea, todos os turistas e moradores iriam para a praia vizinha num tal feriado de Carnaval, pois não haveria nada de especial para fazer nas terras limeirenses.

Seria proibido abrir o comércio durante as noites quentes de verão, ainda que as ruas estivessem cheias de turistas-compradores, pois os sindicatos não permitiriam. Aos sábados e domingos, então, nem pensar!

Se Limeira fosse uma cidade litorânea, é bem provável que a praia ficasse fechada às sextas, sábados e domingos, como o zoológico na Limeira real.

Seria proibido ver o mar à noite, pois de cada dez lâmpadas públicas, sete estariam queimadas. E é bem provável que o mato no calçadão da orla estivesse com metros de altura porque, afinal, nos meses de verão chove muito... – neste caso, a prefeitura iria verificar a situação; se a orla fosse particular, iria notificar o proprietário para que providenciasse a limpeza; se fosse pública, bem... o mato iria continuar lá.

Ah, se Limeira fosse uma cidade litorânea, no lugar de Gonzaga, Boqueirão, Caiçara, Ocian, Cibratel, etc, as praias se chamariam Pastor João da Silva, Pastor Pedro da Cunha, Padre Mário Pereira – tudo fruto de projetos de decretos legislativos de vereadores homenageando as “figuras ilustres” da comunidade.

Enfim, se Limeira fosse uma cidade litorânea, seria uma cidade chata. Que sorte que Limeira não fica no Litoral e estas coisas não acontecem...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010 | | 0 comentários

Conheça o Piscitas

Se você curte viajar e gosta de ler crônicas sobre lugares, não deixe de ver meu blog Piscitas Travel & Fun.

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"Arruda nada muda"

A prisão de José Roberto Arruda nada muda no quadro amplo da corrupção institucional.

Mais impactante do que sua prisão no cargo foi o fato de ele ter resistido tanto tempo no posto mesmo depois das imagens chocantes da podridão de seu governo.Assistimos a um verdadeiro "Big Brother Brasil" da política, com dinheiro em envelopes pardos, meias, cuecas e até orações pelo maná da corrupção. Mas, mesmo assim, Arruda ficou, com o apoio da maioria de seus pares e cúmplices.

Assim como o impeachment de Collor no nascedouro deste ciclo político nada mudou na forma podre de se fazer política no país, a prisão temporária de Arruda, embora inédita, nada muda porque não há no eleitorado semialfabetizado e entre juízes, promotores e policiais força capaz de enfrentar a corrupção consensual e viral entre nossos políticos -a pior face do país.

As eleições seguem financiadas de forma criminosa pelo caixa dois, pecado original da política. E não há entre os grandes partidos ninguém que empunhe a vassoura contra a corrupção, tão óbvia e popular.

Enquanto a economia avança e puxa o Brasil, depois do libertário consenso fechado por Lula em torno do capitalismo, a política segura nosso potencial como uma bola de ferro em nossos pés. É o outro forte consenso, este sufocante, fechado por Lula e seus mensaleiros.A Itália mandou para o lixo o sistema político do pós-guerra com a Operação Mãos Limpas, força-tarefa de magistrados contra a corrupção desembestada. Apesar de erros processuais, que impediram punições mais duras, os italianos ao menos tentaram, deram limites à impunidade e aos políticos.

No Brasil, não se vê agente capaz de realizar feito similar, até porque as altas instâncias judiciais e policiais são manietadas pela classe política, sem falar de falhas graves nas investigações e nos processos.Por isso, não se anime muito com a prisão de Arruda. Infelizmente, ela não muda nada no sistema.

Fonte: Sérgio Malbergier, Folha de S. Paulo, 14.2.2010, p. 2.

* Brasília fracassou, de Fernando Rodrigues

* Brasília é um caso especialíssimo, de Hélio Schwartsman

PS: em ambos os casos, é preciso senha do UOL ou da "Folha"

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010 | | 0 comentários

O adeus a uma referência do novo jornalismo latinoamericano

"El periodismo no es un acto de narcisismo , es un acto de servicio, servicio a la comunidad, servicio a los demás , servicio a la verdad."

O escritor e jornalista argentino Tomás Eloy Martínez, que morreu no último dia 31 de janeiro aos 75 anos, foi um dos profissionais mais conhecidos quando o assunto era a mistura da crônica jornalística à literatura, lembra o La Voz de Argentina.

Martínez foi o jornalista mais lido e traduzido da Argentina, e "a este ofício dedicou sua paixão", resume o El Universal. Ele começou a carreira como corretor no jornal La Gazeta de Tucumán e nos últimos tempos desempenhava a função de colunista nos jornais La Nación, El País e New York Times.

Chamado de "professor de repórteres", desempenhou um papel-chave na criação da Fundação de Novo Jornalismo Iberoamericano (FNPI, por sua sigla em espanhol), presidida por Gabriel García Márquez.

"Nos últimos tempos, os açoites que [o jornalismo] recebeu por aqueles que o negam, trouxeram-lhe um tempo difícil; ele era apaixonado pela rapidez com que internet podia circular a informação, mas ficava preocupado com a possibilidade de espalhar rumores e erros sem que ninguém contestasse. (...) mas considerava que o jornalismo podia superar esse 'sarampo' e continuar sendo, como dizia seu amigo García Márquez, o melhor trabalho do mundo", escreve Juan Cruz, do El País.



* Texto originalmente publicado no blog do Knight Center for Journalism in the Americas. A frase de abertura da postagem é de Tomás Eloy Martínez e não consta do texto original.

Em tempo: para quem tiver interesse, Martínez escreveu sobre os desafios do jornalismo (clique aqui para ler - texto em espanhol).

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Rodrigo, Rodrigo, Rodrigo...

Estes dias, estava fazendo uma pesquisa quando me deparei com as origens do nome “Rodrigo”. Pelo que li, trata-se de um nome de origem germânica. O mais curioso foi ver como meu nome é escrito em diversas línguas:

- Em alemão antigo: Hrodric
- Em inglês antigo: Hroðricus
- Em inglês contemporâneo: Roderick
- Em norueguês: Hrœrekr
- Em dinamarquês e sueco: Hrørīkr ou Rørik
- Em eslavo: Riurik
- Em espanhol: Roderico ou Rodrigo
- Em árabe: Ludhriq ou لذريق
- Em línguas germânicas: Roderic, Roderick ou Roderik

A pesquisa indicou ainda que existiram três nobres chamados Rodrigo, sem contar o famoso El Cid (Rodrigo Dias de Vivar):

- Rodrigo: último rei visigodo na Península Ibérica (que escreveu até uma crônica que ilustra esta postagem)
- Rodrigo Sanches: cavaleiro do século 13, filho de dom Sancho I de Portugal
– Rodrigo Froilaz: conde de Castela

* A imagem é do Wikipedia

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Eu "boçal"?

Ontem, um telespectador do "Fatos & Notícias", programa que apresento diariamente às 11h30 na TV Jornal de Limeira com os colegas Ana Paula Sequinato e Luiz Biajoni, enviou uma mensagem dizendo que admirava meu trabalho. Mais: disse que eu sou a cara do Boça do "Hermes e Renato", programa da MTV. E enviou um link para provar a suposta semelhança.

O vídeo cujo link foi passado pelo telespectador está a seguir. E aí, realmente se parece comigo - ou eu me pareço com ele?

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Frase do dia

"Em certos momentos da vida, a vida não tem respostas prontas."
Marcos Ramalho, padre da Paróquia São Benedito, em Limeira, durante entrevista ao programa "Fatos & Notícias" da TV Jornal

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010 | | 0 comentários

Limeira: inchaço e desenvolvimento - as décadas do declínio

Uma análise dos projetos habitacionais de Limeira nas últimas décadas é um excelente caminho para tentar explicar a situação de estagnação – decorrente de um inchaço populacional que não foi acompanhado na mesma proporção pelo desenvolvimento econômico – que o município vive desde meados dos anos 90 e que se acentuou na primeira década do século 21.

Desde os anos 1970, a cidade deu abrigo – por meio de casas, apartamentos ou lotes, via governos municipal (prefeitura), estadual (Cohab e CDHU) ou federal (Caixa Econômica) – a 76.185 pessoas. Em quatro décadas, o número poderia até parecer razoável, uma média de 19 mil pessoas a cada dez anos. Razoável se 88,7% do total não tivessem se concentrado nos anos 80, 90 e 2000. Mais que isso: 78,1% das ocupações foram em apenas duas décadas (80 e 90). Ou seja: 59.525 pessoas tiveram acesso à moradia em 20 anos, uma média de quase 30 mil pessoas por década.

Nos anos 80, que tiveram no governo os prefeitos Waldemar Mattos Silveira, o Memau (até 1982), Jurandyr Paixão (83/88) e Paulo D´Andréa (89/92), foram feitos 12 empreendimentos habitacionais em Limeira. Isso representou 4.462 novas unidades entre casas e apartamentos, abrigando 22.310 pessoas (29,3% do total das quatro décadas). Foi o segundo maior período de crescimento de moradias.

Jardim do Lago - 721 casas - CEF - ano 1984 - 3.605 pessoas
Condomínio Mário Souza Queiroz - 320 aptos. - C.E.F. - ano 1982 - 1.600 pessoas
Parque João Ometto (Profilurb) - 261 lotes - C.E.F. - ano 1982 - 1.305 pessoas
Jardim Tancredo Neves - 147 casas - C.E.F. - ano 1988 - 735 pessoas
Parque Nossa Senhora das Dores I - 935 casas - COHAB - ano 1983 - 4.675 pessoas
Parque Nossa Senhora das Dores II - 346 casas - COHAB - ano 1986 - 1.730 pessoas
Parque Nossa Senhora das Dores III - 315 casas - COHAB - ano 1989 - 1.575 pessoas
Parque Victor D’Andréa I - 539 casas - C.D.H.U. - ano 1980 - 2.695 pessoas
Parque Victor D’Andréa II - 523 casas - C.D.H.U. - ano 1983 - 2.615 pessoas
Parque Victor D’Andréa III - 133 casas - C.D.H.U. - ano 1988 - 665 pessoas
Conjunto Hab. Manoel Francisco - 158 casas - C.D.H.U. - ano 1989 - 790 pessoas
Núcleo Habitacional JK de Oliveira - 64 aptos. - P.M.L. - ano 1988 - 320 pessoas

Os anos 90 – que tiveram na prefeitura D´Andréa (até 1992), novamente Paixão (93/96) e Pedro Kühl (97/2000) - lideraram o ranking do inchaço. Embora com um número menor de empreendimentos (dez), o número de imóveis – entre casas, apartamentos, lotes e embriões – foi maior: 7.443. Foram abrigadas 37.215 pessoas, 48,8% do total das quatro décadas, quase quatro mil pessoas por ano.

Jardim Manoel Simão de Barros Levy - 310 casas - C.E.F. - ano 1990 - 1.550 pessoas
Parque Res. Abílio Pedro - 3.437 casas - C.D.H.U. - ano 1992 - 17.185 pessoas
Conjunto Res. Olindo De Luca - 1200 aptos. - C.D.H.U. - ano 1998 - 6.000 pessoas
Jardim Odécio Degan II e III - 154 embriões - P.M.L. - ano 1994 - 770 pessoas
Jardim Res. Bartolomeu Grotta - 302 lotes urb. - P.M.L. - ano 1990 - 1.510 pessoas
Jardim Res. Antonio Brigatto - 164 lotes urb. - P.M.L. - ano 1990 - 820 pessoas
Jardim Aeroporto - 23 lotes urb. - P.M.L. - ano 1992 - 115 pessoas
Jardim Res. Ernesto Kühl - 1.407 lotes urb. - P.M.L. - ano 96/97 - 7.035 pessoas
Jardim Nova Conquista - 166 lotes urb. - P.M.L. - ano 96/97 - 830 pessoas
Jardim Odécio Degan I - 280 embriões - Soc. Com. de Hab. Pop. - ano 1990 - 1.400 pessoas

Nos anos 2000, em que governaram o município Kühl (até abril de 2002), José Carlos Pejon (abril de 2002 a 2004) e Silvio Félix (2005 até hoje), o número de empreendimentos voltou a subir (12), mas eles ofereceram menor quantidade de imóveis. Para se ter uma ideia, só dois projetos habitacionais ofereceram mais de mil unidades nesta década, contra seis nos anos 90 e oito na década de 80. Na década ainda em vigência, foram 1.619 lotes, casas e apartamentos, beneficiando 8.095 pessoas – 10,6% do total das quatro décadas.

Jardim Res. José Cortez - 250 lotes urb. - P.M.L. - ano 2001- 1.250 pessoas
Jardim Res. Antonio Simonetti I - 320 lotes urb. - P.M.L. - ano 2005 - 1.600 pessoas
Jardim Res. Antonio Simonetti II - 160 casas - C.D.H.U. - ano 2004 - 800 pessoas
Jardim Res. Antonio Simonetti III - 160 casas - C.D.H.U. - ano 2004 - 800 pessoas
Conjunto Hab. José Luiz Blumer - 128 aptos. - C.D.H.U. - ano 2004 - 640 pessoas
Conjunto Hab. Pref. Virgínio Ometto - 128 aptos. - C.D.H.U. - ano 2004 - 640 pessoas
Jardim das Paineiras - 120 casas - C.E.F. - ano 2003 - 600 pessoas
Conjunto Res. Porto Fino - 129 casas - C.E.F. - ano 2004 - 645 pessoas
Conjunto Res. Jorge Chamilet - 40 aptos. - C.E.F. - ano 2008 - 200 pessoas
Conjunto Res. Usaldo Candido Ribeiro - 56 aptos. - C.E.F. - ano 2008 - 280 pessoas
Conjunto Res. Bispo Dom Augusto Zini Filho - 32 aptos. - C.E.F. - ano 2008 - 160 pessoas
Conjunto Res. Lazinho Paschoaletto - 96 aptos. - C.E.F. - ano 2008 - 480 pessoas

Desde os anos 70, foram feitas 15.224 novas unidades habitacionais em Limeira, abrigando incríveis 76.185 pessoas – 27% da população atual do município (ou 24% considerando apenas as três décadas em que o crescimento de moradias se concentrou). Isso significa que um em cada quatro residentes em Limeira obteve sua moradia nos últimos 30 anos.

Atualmente, de acordo com o secretário de Planejamento e Urbanismo, Ítalo Ponzo Júnior, há quase 70 pedidos de novos loteamentos protocolados na prefeitura. No ano passado, diz ele, apenas três foram aprovados. Por ano, considerando a taxa de crescimento vegetativo da população, Limeira precisaria oferecer de 2,5 mil novas moradias.

É importante reiterar que os empreendimentos citados aqui referem-se apenas a iniciativas do Poder Público.

Apurar quantas das pessoas beneficiadas com projetos habitacionais já moravam em Limeira e quantas foram atraídas para a cidade num prazo inferior a cinco anos até serem contempladas com moradia é uma tarefa quase impossível (exigiria uma ampla consulta ao banco de dados da prefeitura).

Contudo, os dados disponíveis – e que estão no site da prefeitura - permitem alguns indicativos. E, nesse sentido, talvez não seja mera coincidência o inchaço populacional concentrado nas últimas três décadas e a decadência econômica do município.

Definitivamente, Limeira não cresceu ordenadamente. Inchou. E até hoje paga o preço por uma “política habitacional” que alternou momentos de populismo com outros de frouxidão. Na verdade, paga o preço da falta de uma política habitacional.

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Frota limeirense

Flagrantes do trânsito de Limeira...



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"Arlequim desnudo"

Às vezes me vejo
cara a cara com o espelho.
Sou um palhaço de mim mesmo.
Minha maquiagem é pesada
áspera e árdua
para o dia a dia.
Gargalhadas disfarçam
o meu coração opaco.
Enfim, as luzes foram acesas!
Agora, o meu choro é calado...
Sou a atração da noite.

De Kleber Marcelo, do livro "Confidências", editado pela Sociedade Literária Limeirense (Soll).

domingo, 14 de fevereiro de 2010 | | 0 comentários

Lulês...

"Imagens não falam por si. Há todo um processo de investigação."
Do presidente Lula no início de dezembro, quando estourou o escândalo do mensalão do DEM, também conhecido como Arrudagate.

"Obviamente que eu fico chocado quando eu vejo as denúncias de corrupção neste país, fiquei chocado quando aparece aquele filme do Arruda recebendo dinheiro. É uma coisa absurda a gente imaginar que, em pleno século 21, isso acontece no Brasil."
Do presidente Lula, na última semana, um dia após o governador José Roberto Arruda (sem partido) ser preso pela Polícia Federal.

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Trabalhando por aí

Já que a nova passagem da Ponte Preta, em Limeira, finalmente ficou pronta este mês, um ano depois de ter sido danificada por um temporal e com seis meses de atraso em relação ao prazo inicialmente previsto, achei interessante postar as fotos de uma das vezes em que estive por lá trabalhando - em uma das imagens, o cinegrafista Rodrigo Pereira (antes dele entrar literalmente no Ribeirão Tatu).

PS: as fotos foram feitas por mim mesmo, pelo celular (quando a gente viaja sozinho, acostuma-se a se autofotografar hehe).

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Três boas matérias

A seguir, três reportagens interessantes que li neste final de semana. Elas abordam questões distintas e, em alguns casos (como a primeira), de extrema relevância (para acessar, basta clicar nos títulos; infelizmente, é preciso ter senha do UOL ou da "Folha de S. Paulo"):

* Mão de obra qualificada é novo gargalo
"A escassez de mão de obra qualificada levou o Brasil a bater recorde de sobra de vagas no mercado de trabalho formal em 2009. Dados obtidos pela Folha sobre o desempenho do Sine -rede pública de agências de emprego - mostram que 1,661 milhão de postos de trabalho oferecidos pelas empresas no ano passado não foram preenchidos por esse sistema."
Fonte: Julianna Sofia, "Folha de S. Paulo", Dinheiro, 14/1/2010.

* Assisto a séries, logo existo
"Filósofo vai de Aristóteles a Descartes para analisar personagens como o doutor House e Jack Bauer, símbolos dos valores contemporâneos."
Fonte: Ana Paula Sousa, "Folha de S. Paulo", Ilustrada, 14/1/2010.

*
A guerra das traças
"Portais de venda de livros usados na internet aprimoram-se, mudam perfil de sebos e de consumidores e acirram disputa por mercado em ascensão."
Fonte: Fabio Victor, "Folha de S. Paulo", Ilustrada, 13/1/2010.

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"Ficha limpa na gaveta, suja nas eleições"

Não gosto muito de colocar textos extensos aqui, até porque eles vão contra as características de um blog, mas não poderia abrir mão do meu dever jornalístico de contribuir para o debate nacional e a cidadania diante de um assunto que julgo tão importante como o que segue:

"Um milhão e quinhentas mil assinaturas entregues a Michel Temer (PMDB-SP), presidente da Câmara dos Deputados, em 29 de setembro de 2009, foram o fruto de uma bela e esperançosa campanha nacional visando apresentar um projeto de lei exigindo ficha limpa dos candidatos a cargos eleitorais.

Um evento histórico da maior importância para a democracia brasileira.

Houve destacada participação do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), da presidência da CNBB, dom Geraldo Lyrio e dom Dimas Barbosa, insistindo, na coletiva do dia 11 de dezembro, na agilidade na aprovação do projeto para barrar a corrupção na política.A magnitude do acontecido mereceria uma comemoração das mais festivas. O que se viu, entretanto, depois da entrega oficial, foi um Congresso silencioso, reticente, triste...

O deputado Michel Temer, desde o primeiro momento, se entrincheirou no adiamento da pauta do projeto para fevereiro de 2010, alegando agenda cheia, recesso parlamentar e outras prioridades. Dizia estar dialogando com os líderes para que esse projeto de lei não corresse o risco de 'não ser aprovado'.

Passado um mês de sua entrega, não havia relator designado e entrou no inexorável ritmo do passo lento daquela pesada máquina burocrática. Uma decepção! A ficha limpa foi para a gaveta de Michel Temer. Quanto aos demais deputados, não se tem registro de posicionamento público, a não ser o do deputado José Genoino (PT-SP), que subiu à tribuna, em 4 de novembro, para criticá-lo.

Para Genoino, a proposta é 'inconstitucional' e 'autoritária'. É preciso recordar, porém, que ele é réu no processo do mensalão que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).Seu discurso recebeu apoio de quatro deputados, entre eles o de Geraldo Pudim (PR-RJ), que já foi alvo de questionamentos na Justiça, e Ernandes Amorim (PTB-RO), que admitiu responder a processos e inquéritos judiciais.

Genoino se posiciona pela liberação das fichas sujas nas eleições, pela manutenção da impunidade dos que acorrem à campanha eleitoral em busca de um cargo público, para lhes garantir fórum especial e blindá-los contra os instrumentos comuns e normais da Justiça.

Vários políticos se precipitam em busca da eleição logo após terem cometido crimes, até de homicídio. Conseguem multiplicar recursos financeiros e, consequentemente, o número suficiente de eleitores para elegê-los.

Agora, na semana passada, depois de quatro meses de espera na Câmara, os líderes partidários decidiram criar uma comissão para, simplesmente, modificar o texto da proposta porque, segundo eles, haveria dificuldades de aprovar o veto à candidatura de políticos com condenação em primeira instância na Justiça.

A gente se pergunta: a quem, afinal, esse Congresso representa? Qual a relação que esses nobres deputados têm com a sociedade civil organizada para que uma mobilização popular séria, prevista na Constituição, como a que ofereceu à nação um número tão expressivo de assinaturas, acabe, na Câmara, num leviano joguete de interesses escusos de senhores votando em causa própria?

Está de parabéns dom Dimas, secretário-geral da CNBB, que mais uma vez se posicionou com o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral: 'Não se tolera mais adiamento do projeto. O movimento topa dialogar com quem de direito no Congresso. Não aceita, porém, alterações redacionais que venham desfigurar os princípios que norteiam a iniciativa'.

A ficha limpa é um passo de suma importância para salvar a democracia e para garantir a credibilidade do processo eleitoral. Mas não é tudo, pois uma análise mais profunda do nosso processo eleitoral nos leva à melancólica conclusão de que ele é estruturalmente corrupto.

Vou citar, para concluir, uma autoridade no assunto, João Heliofar de Jesus Villar: 'Como procurador regional eleitoral no Rio Grande do Sul, tive a oportunidade de atuar em quatro eleições e refletir demoradamente sobre essa loucura que é o processo das eleições no Brasil. Quem trabalha na fiscalização dos pleitos sabe que o sistema está desenhado para não funcionar. Não se trata de fiscalização ineficiente e sim de fiscalização impossível. (...) Há um consenso silencioso na classe política de que o caixa dois é uma necessidade inafastável.' ('Corrupção: o ovo da serpente', Tendências/Debates, 4/1).

Antes de qualquer reforma política entregue a esses mesmos senhores, emerge, pois, a nossa inarredável responsabilidade como sociedade civil organizada."

Fonte: Dom Tomás Balduino, mestre em teologia e pós-graduado em antropologia e linguística, é bispo emérito da cidade de Goiás. Publicado na página 3 da "Folha de S. Paulo" de 14/2/2010

* Para saber como está o andamento deste projeto, clique aqui (é preciso ter senha do UOL ou da "Folha")

sábado, 13 de fevereiro de 2010 | | 1 comentários

O fracasso de Félix

O prefeito Silvio Félix (PDT) assumiu o governo em janeiro de 2005 com a tarifa de ônibus valendo R$ 1,70. Dizendo-se especialista em transporte público, já que havia sido secretário da área no governo Paulo D´Andréa (1989/1992), o pedetista decidiu já nos primeiros dias de governo – após um passeio factóide de ônibus para a imprensa ver – revogar o sistema de integração da tarifa adotado de forma um tanto intempestiva no final do governo de seu antecessor, José Carlos Pejon (PSDB na época, hoje PSC).

Passados cinco anos e dois meses, Félix autorizou pela terceira vez o reajuste da tarifa de ônibus em apenas um ano (em uma dessas vezes, em outubro passado, o prefeito acabou recuando após pressão). No próximo dia 15 de março, a tarifa vai subir para R$ 2,40 – o que resultará numa alta de 41,1% desde que ele assumiu o governo.

Se os serviços tivessem melhorado na mesma proporção, o limeirense estaria satisfeito. O fato é que o transporte coletivo na cidade continua devendo – e muito. Até agora, no governo de um “especialista” no setor, as melhorias foram apenas pontuais (nada diferente do registrado em outras administrações). A integração da tarifa, por exemplo, começou a valer apenas na última quarta-feira, de modo quase silencioso (nenhuma nota, nenhum folheto, nada para orientar o usuário).

Pelo que prometeu e pelo que efetivamente realizou, a atuação de Félix no setor de transportes é um dos maiores fracassos do seu governo.

O transporte municipal continua ruim, principalmente levando em consideração os três pilares essenciais para qualquer sistema de transporte público, segundo o arquiteto e urbanista Felipe Penedo de Barros: preço adequado, pontualidade e conforto.

Últimos reajustes da tarifa do ônibus em Limeira*:

Dezembro de 2004 .......... de R$ 1,60 para R$ 1,70
Agosto de 2006 .............. de R$ 1,70 para R$ 1,80
Maio de 2007 ................ de R$ 1,80 para R$ 1,90
Maio de 2008 ................ de R$ 1,90 para R$ 2,00
Março de 2009 ............... de R$ 2,00 para R$ 2,20
Outubro de 2009 ........... de R$ 2,20 para R$ 2,30 (cartão)/R$ 2,40 (catraca) – suspenso
Março de 2010 .............. de R$ 2,20 para R$ 2,40

* Meses em que o aumento passou a vigorar

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Contrastes

No Rio (foto do portal R7):

Em Roma (foto do UOL):

Diz aí, em qual lugar você preferia estar?

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"Sindicato abre as portas para jornalistas sem diploma"

Veja a notícia tirada do blog do "Knight Center for Journalism in the Americas", ligado à Universidade do Texas (EUA), e o comentário postado por um leitor:

"O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) decidiu aceitar a filiação de quem trabalha na área mas não tem diploma, informou o site O Jornalista. Uma resolução recente do SJSP define que, para se sindicalizar, é preciso provar o exercício remunerado da profissão e o registro no Ministério do Trabalho.

A iniciativa, inédita no País, é resultado da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que acabou com a obrigatoriedade do diploma para jornalistas, em junho de 2009. O STF entendeu que a norma, dos tempos da ditadura militar, contraria a liberdade de expressão.

Mas a corte também considerou inconstitucional a exigência de registro no Ministério do Trabalho, que o SJSP está cobrando agora dos profissionais sem diploma. O sindicato ressalva que continua a defender a exigência de formação superior em jornalismo para quem quiser exercer o ofício."

Comentário:


"Defende mas libera...

Absurdo. Caros Colegas 'sindicalistas': é um absurdo! Defende a obrigatoriedade do diploma, mas LIBERA (e reconhece) como jornalistas aqueles que não fizeram o curso e atuam sem o diploma? Como? Incoerente e entreguista. Lamentável mesmo!Mais uma vitória dos empresários (não todos) interessados em desqualificar e desregulamentar a nossa profissão. Protesto e cobra outras ações sindicais.

Gilberto Motta. Jornalista e docente universitário Comunicação Social. Chapecó, SC."

Confesso que não sou sectário em relação a este assunto, mas concordo com o Gilberto quando ele diz que a posição do sindicato é claramente incoerente. Lamentável!

Aliás, como pode o Sindicato dos Jornalistas dizer que luta contra a precarização do trabalho e ao mesmo tempo aceitar um piso salarial de R$ 861,85 para quem trabalha em rádio e TV no interior (valor de 2009, o de 2010 está em negociação, conforme o site da entidade)? R$ 861,85 para uma pessoa que estudou quatro anos numa faculdade! R$ 861,85, quase a metade do piso de um jornalista de veículo impresso, como se houvesse diferença de atribuições ou exigências de conhecimento de um para outro. ABSURDO!

Protestem todos. Basta clicar aqui e mandar uma mensagem. Eu já mandei a minha.

PS: se quiser comentar também no blog no Knight Center, clique aqui ou aqui.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010 | | 0 comentários

Um novo tempo

Soluções existem, basta vontade política e criatividade. São Paulo, por exemplo, conseguiu virar uma página importante de sua história recente.

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O auxílio-preso existe e tem regras

É muito comum ouvir as pessoas dizerem - geralmente de modo crítico - sobre o pagamento pelo governo de um tal de auxílio-preso. Normalmente as pessoas citam um valor fixo, como uma bolsa-preso.

Diante disso, a Previdência Social decidiu esclarecer como é feito esse pagamento (sim, o benefício existe). O nome correto é auxílio-reclusão. É pago aos dependentes do segurado da Previdência enquanto ele estiver preso desde que o detento não receba salário da empresa, auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço.

"O auxílio-reclusão é pago em valor único mensal, sem levar em conta a quantidade de dependentes. (...) O cálculo do auxílio é feito pela média dos 80% maiores salários de contribuição do segurado desde julho de 1994, desde que o último salário do recluso tenha sido inferior a R$ 798,30 agora em 2010 (se a data de reclusão foi em 2009, o último salário deve ser inferior a R$ 752,12)", explica a Previdência.

Outros dois requisitos são exigidos: 1) a reclusão deverá ter ocorrido no prazo de manutenção da qualidade de segurado, ou seja, enquanto a pessoa estava contribuindo ou mantinha seus direitos aos benefícios da Previdência; e 2) os dependentes devem apresentar à Previdência, de três em três meses, atestado de que o trabalhador continua preso.

Não sei porque, mas fiquei com a impressão de que o tal auxílio é maior do que uma aposentadoria.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010 | | 3 comentários

Pizzaiolo

Minha pizza numa noite de muita fome. Antes:

E depois:
Detalhe importante: o condimento não é orégano, é castanha!

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O tal "jeitinho brasileiro"

O colega Danilo postou no blog dele, o Chapadeira, uma interessante mensagem (leia aqui) que resume de forma prática o que tenho insistido em pregar nos últimos tempos - notadamente nas minhas participações no programa "Fatos & Notícias", da TV Jornal: quanto nós, brasileiros, contribuímos para a bagunça nacional.

A postagem revela de forma direta como o tal "jeitinho brasileiro", do qual tanto nos orgulhamos, tem mais aspectos nocivos do que benéficos. Confirma o diagnóstico feito certa vez por um diplomata norte-americano - e que gerou até uma crise entre Brasil e EUA - de que a corrupção é endêmica na terra brasilis.

Hoje, por exemplo, fui vítima de uma situação dessas: entrei no banco às 13h47. Peguei a senha 136 e o marcador indicava que estava sendo atendido o cliente 116. E eram apenas dois caixas... Para piorar, um destes caixas atendia há 20 minutos, segundo relato de um cliente que aguardava ao meu lado, um mesmo cidadão que resolveu pagar todas as contas da vida naquele momento (direito dele, registre-se).

E assim, de um em um, os clientes eram chamados. Resumo: fui atendido exatamente às 14h28, ou seja, 41 minutos depois da minha entrada (uma lei municipal fixa que o atendimento deveria ser feito em no máximo 20 minutos, mas como não há fiscalização...).

Nesse tempo, uma senhora foi chamada pela senha especial destinada a gestantes, idosos, portadores de deficiências e mães com bebês de colo. Estranhei, pois não via nela nada que pudesse lhe conferir o benefício do atendimento prioritário. Por um momento achei que ficaria naquilo, mas a caixa - vendo a situação no banco - questionou a mulher. E eis que a folgada (sim, esta é a melhor definição) disse: "Estou com ela, ela está grávida". Ela, no caso, era uma jovem sentada comodamente na área dos caixas... A atendente alertou que da próxima vez o atendimento deverá ser feito só à pessoa grávida. E a mulher que recorreu ao "jeitinho brasileiro" nem com vergonha na cara ficou.

Em tempo: quando saí do banco, o homem que "alugou" um dos dois caixas ainda estava lá pagando as contas da empresa...

Talvez essas situações ajudem a explicar o nosso atraso. Seriam causa ou efeito?
Por isso insisto: se cada um fizer a sua parte...

PS: como não consegui ligar para o Procon enquanto estava no banco porque havia deixado o celular no carro, deixo registrada aqui minha indignação com a demora para o atendimento. Foi no Banco Real do Centro de Limeira, agência 1536, esquina da Rua Barão de Campinas.

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Dicas

Queria indicar dois sites de dois colegas de trabalho. Ambos têm em comum a mistura de informação com entretenimento. Vale a pena dar uma passada por lá de vez em quando - eu faço isso.

O que rola na mídia - Carlos Giannoni (estudante de Jornalismo e editor de TV)

Chapadeira - Danilo Fernandes (editor de TV)

Em tempo: para quem ainda não conhece meu blog Piscitas - Travel & Fun e aprecia crônicas e turismo, dê uma passada por lá.

* É possível acompanhar atualizações desses blogs no menu à direita, no item "Passe por aqui..."

domingo, 7 de fevereiro de 2010 | | 0 comentários

Lá vem o sol...

Manifestações do sol nestes tempos chuvosos...


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Vista aérea

Partiu do “The Boston Globe” uma iniciativa muito interessante. O site do jornal tem uma espécie de blog chamado “The Big Picture”, cujo foco é contar histórias por meio de fotos.

Em agosto de 2008, o projeto “The Big Picture” trouxe um pouco do trabalho do fotógrafo Jason Hawkes. A menção foi o pontapé inicial à cobertura de Londres, que vai sediar os Jogos Olímpicos de 2012 (para quem não se lembra, em agosto de 2008 tinham chegado ao fim as Olimpíadas de Pequim).

E por que Hawkes? Porque ele tem um modo especial de retratar Londres (e outros lugares). Hawkes é especialista em fotos aéreas. Seu trabalho é temático: indústrias, rodovias, esportes, meio ambiente, cidades, etc... São mais de 100 mil imagens no total, das quais 19 sobre Londres estão postadas no projeto do “The Boston Globe”.


O título da postagem é “Londres de cima, à noite”. No texto, Hawkes explica as dificuldades de se captar esse tipo de imagem durante a noite – aliás, para ele, enfrentar essas dificuldades é parte do prazer de fazer esse trabalho.

Além de Londres, Nova York também ganhou sua versão aérea noturna, na visão de Hawkes. As fotos foram recém-postadas no blog do fotógrafo.

Para quem gosta de fotografias, o trabalho de Hawkes é imperdível. Nesta postagem, há duas mostras do trabalho dele – a primeira retirada do site do “The Boston Globe” e a outra do site do próprio fotógrafo.

Como também é imperdível o projeto "The Big Picture", que traz no momento em que escrevo esta postagem um trabalho sobre as cores da Índia. Eu garanto que vale a pena conferir. Sempre!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010 | | 3 comentários

Menos é mais: a cobertura de um incêndio

Menos é mais. Ouvi essa teoria diretamente do jornalista Bob Fernandes durante uma palestra num congresso da Abraji, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, em São Paulo. Quer dizer o seguinte: quando não se tem certeza sobre uma informação, melhor não divulgá-la. Entre o prestígio do furo e o risco da barriga, prefira a cautela.

Bob Fernandes deveria espalhar ainda mais essa teoria. Sempre que ocorrem tragédias ou situações tumultuadas, ela me vem à mente. Um exemplo disso aconteceu terça-feira (2/2/2010) em Limeira. Por volta das 17h, chegou à Redação da TV Jornal – e provavelmente a todas as demais – a informação de que um grande incêndio acontecia na cidade. Primeira versão: era uma fábrica de folheados na Avenida Costa e Silva. Naquele momento, um jornalista apressado erraria pela primeira vez.

Antes de continuar, cabe contar um caso do qual participei há cerca de dois ou três anos. Era editor-chefe do Jornal de Limeira e estava tudo dentro da normalidade naquela tarde na Redação. Até que um colega de trabalho apareceu anunciando em alto som: “Vocês viram o duplo assassinato em Cordeirópolis?”. Espantado, respondi negativamente. E ele, amigo meu, emendou: “Como não? Que diacho de jornalistas vocês são que não estão sabendo? Está na primeira página do UOL!”. Fui verificar. Estava mesmo.

Primeira providência (ante as cobranças superiores – e interiores - de que o site do jornal devia ser ágil): colocar a história na Internet. Feito. Segunda providência: contatar o repórter de polícia. Feito. Terceira providência: ligar para o Resgate e a polícia de Cordeirópolis para colher mais dados. Aí veio o alerta: na cidade vizinha, ninguém sabia de nada. O repórter de polícia retornou: ninguém com quem ele falou sabia da ocorrência. Por cautela, pedi que ligassem para a polícia de Limeira, pois o atendimento poderia ter sido feito por ela. Nada. Ordenei que a história fosse retirada do site de imediato. Era tarde. Cinco minutos depois, um e-mail chegou à Redação alertando para a “barriga” e, obviamente, criticando a pressa em colocar a história no ar.

Apostamos, erradamente!, na credibilidade do UOL e oferecemos ao público uma história sem checar. Um erro gravíssimo, dos mais graves que um jornalista pode cometer (claro que meu amigo ouve meus xingamentos até hoje por causa disso, embora a falha maior tenha sido nossa).

Voltando à história de terça-feira: rapidamente, três equipes da TV foram deslocadas para o local do incêndio com objetivos comuns no caso dos cinegrafistas (pegar o máximo de imagens) e distintos no caso dos repórteres (um faria um boletim para o programa que estava no ar, outra tentaria entrar ao vivo do local e outro prepararia a reportagem para o jornal da noite). Neste cenário, era óbvio que “informações” (ou versões) chegariam de todos os lados. Havia ainda pelo menos mais três pessoas na Redação buscando dados.

E os “dados” iam chegando. Era uma fábrica de folheados mesmo, mas não na Costa e Silva. E havia “pelo menos quatro pessoas feridas”. Estava posta a segunda oportunidade para errar. Dali a pouco uma “novidade”: era uma fábrica de tintas. Mais próximo da verdade, mas ainda impreciso.

Chegaram as primeiras imagens e deu para ver o nome de uma empresa no barracão: Jota Bello. Nova imprecisão, nova chance de erro. Um editor reparou que o fogo vinha do prédio ao lado, sem nome visível.

O que se vê até aqui é que a falta de apuração leva ao risco de uma série de erros.

Decidi ligar para o Pronto Socorro. Nenhuma vítima de incêndio havia dado entrada até aquele momento. Era preciso pisar no freio. O tempo ia passando e o “dead line” para entregar a matéria acabando. Nenhuma informação oficial, concreta, estava à disposição. Ninguém – polícia e Bombeiros – sabia dizer naquele momento com exatidão (repito, exatidão) o nome da empresa incendiada, a rua, o bairro, nada.

Procurei um colega e anunciei: não iria escrever um texto com informações que eu não tinha confirmado. Até aquele momento, não existia matéria.

A apuração da nossa equipe, porém, permitiu obter minutos depois o nome correto da empresa - Uniplastic. A partir daí, o endereço e o bairro. Surgiu um número mais realista de vítimas: uma, leve, e não “pelo menos quatro”. O quadro começava a se delinear.

Devido ao “dead-line” apertado e à precariedade das informações, não hesitei em aplicar a teoria do Bob Fernandes. Menos era mais naquela hora. A edição do “Jornal da Cidade” teve uma matéria de 1min27s com um relato básico do caso. Naquele momento, com o incêndio ainda ardendo, as imagens eram – e foram – o grande trunfo da edição. O texto não era suficiente para aqueles 1min27s, mas a habilidade dos editores fez com que o som ambiente ampliasse o que seria apenas uma nota.

Não consegui, obviamente, acompanhar os veículos que fizeram coberturas em tempo real. Imagino, porém, que todos que cederam à pressa para levar “informação” ou dar o furo cometeram deslizes (para não dizer graves erros). Eu, naturalmente, contava com a possibilidade da apuração para a edição do jornal, que iria ao ar só às 19h30. No ao vivo, a hora é agora. Ainda assim, até no ao vivo (seja no rádio, na Internet ou na TV), menos deve sempre ser mais.

Não se deve permitir que a pressa atropele a exatidão. Em nome de nada! Sob risco do produto final deixar de ter o selo de “jornalismo”. Ao menos de jornalismo responsável e de credibilidade.

* O episódio reforçou a certeza de que televisão é efetivamente um trabalho em equipe. De nada valeria nosso esforço de apuração num caso como esse se nossos cinegrafistas Vinícius Cuccio, Jackson Marques e Rodrigo Pereira não tivessem obtido as melhores imagens.
Aliás, ainda a esse respeito, de nada vale o repórter fazer um belo texto bem casado com as imagens se estas não existem ou não têm qualidade. “Sua matéria fica um lixo”, como disse um editor...

PS: o caso incêndio me fez lembrar o acidente com o avião da TAM em Congonhas. Primeira versão da TV: avião de carga, ninguém a bordo. Segunda versão: mais de 200 mortos. Fim da noite, horas após a tragédia: ainda mais de 200 mortos em alguns veículos, 199 em outros. No fechamento do Jornal de Limeira na época, preferi o “menos é mais”. Afinal, numa tragédia, o jornalismo aceita que o número de vítimas possa crescer, diminuir nunca...

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Economia doméstica



Interessante reportagem, com dicas de economia. Ah, e a repórter Glória Vanique (Costa) foi minha colega de classe na faculdade!

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A história secreta de uma renúncia

Era final de março de 2002, provavelmente dia 29. Eram fortíssimos os rumores de que o então prefeito de Limeira, o empresário Pedro Teodoro Kühl (PSDB), o primeiro reeleito sucessivamente na história da cidade, iria renunciar ao mandato para ser candidato a deputado federal. Há tempos o tucano vinha reclamando que a cidade deixava de ganhar muito com a ausência de um representante em Brasília (o último deputado federal limeirense foi Jurandyr Paixão Filho, o Jurinha, que deixou o cargo em 1998).

Com a autoconfiança e um certo grau de messianismo que sempre lhe foram característicos, Kühl arvorou-se o dever de sanar este problema, ainda que parecesse uma tarefa insana para quem um ano e seis meses antes havia sido aclamado pelas urnas para manter-se no cargo mais alto do Executivo limeirense por mais quatro anos. Nos bastidores políticos, a possibilidade da renúncia era ao mesmo tempo provável (para quem conhecia o prefeito) e impensável (para quem conhecia o cenário eleitoral, uma candidatura que exigia algo em torno de 120 mil votos).

Para quem achava-se na condição de ser candidato a vice na chapa do então governador Mário Covas (PSDB), porém, a candidatura a deputado soava como plausível – sensação provavelmente reforçada pelo cordão de puxa-sacos que cercava o então chefe do Executivo municipal.

Deste cordão não fazia parte o vice-prefeito. José Carlos Pejon nunca fora amigo (na correta acepção do termo) de Kühl. Então no PSDB após um acordo político que o levou em 1996 a apoiar a candidatura do empresário à prefeitura, Pejon havia comandado a Secretaria da Habitação durante o primeiro mandato do colega tucano.

O rompimento do prefeito com o então vice Paulo Brasil Batistella (PL, hoje PR), que saiu candidato ao Executivo em 2000 contra seu ex-colega de chapa e de governo, fez com que o PSDB optasse por uma chapa pura na disputa reeleitoral. E a escolha recaiu sobre Pejon – naquele momento, o candidato a vice talvez nunca tivesse imaginado que em breve comandaria a prefeitura.

Um ano e três meses depois da posse, Pejon continuava não acreditando naquela hipótese. Em entrevista ao programa “Fatos & Notícias”, da TV Jornal, nesta quinta-feira (4/2/2010), ele admitiu que considerava a ideia da renúncia em prol de uma candidatura a deputado um grande risco. “Uma aventura”, em suas palavras.

Mas Kühl insistia na ideia e os rumores só aumentavam.

Aproximava-se o prazo exigido pela lei para que o então prefeito deixasse o cargo (a tal desincompatibilização). Pejon via cada vez mais perto a chance de realizar um sonho nutrido desde sua candidatura a prefeito em 1992 (quando – apoiado pelo prefeito da época, Paulo D´Andréa - competiu contra Kühl, então em outro partido, e contra o ex-prefeito Jurandyr Paixão, que venceu; houve ainda um candidato do PT, não me recordo se Wilson Nunes Cerqueira ou Neide Mansur).

Em uma das salas do núcleo duro do governo municipal, Pejon vivia uma certa perturbação. Uma mistura de expectativa e dúvida. Estava a poucas horas de se tornar prefeito, mas não conseguia conceber a renúncia do colega. O vice decidiu, então, ter uma conversa “olho no olho”, como classificou na entrevista ao “Fatos”, com Kühl. Dirigiu-se ao gabinete do prefeito e pediu para conversar.

Pejon foi direto: “Pedrinho, está todo mundo falando da sua renúncia. Você vai mesmo renunciar? Pense bem porque, olha, eu sou o maior interessado, mas a candidatura me parece um cenário difícil”. Kühl também foi direto (algo não tão comum na personalidade do ex-prefeito, aliás na de qualquer tucano...): “Pejon, pode ter certeza. Vou renunciar e vou me eleger deputado federal”.

Ali, naquele momento, Pejon teve realmente certeza de que o sonho de uma década antes seria realizado. Ainda como vice, ele chegou em sua casa à noite e comunicou a esposa Silvia que dali alguns dias seria o novo prefeito de Limeira – e ela, por tabela, a primeira-dama. Houve uma modesta comemoração em família, admitiu Pejon.

Dois dias depois, em 31 de março, Kühl enviava à Câmara Municipal sua carta de renúncia. Ele cumpria assim a primeira parte da afirmação que fizera ao vice naquela conversa reservada. No dia seguinte, 1 de abril, Dia da Mentira, Pejon era empossado prefeito de Limeira. A cidade tinha um novo chefe, num dos capítulos mais inusitados de sua história política recente.

O resto da história é conhecido: na eleição de outubro de 2002, Kühl teve 67.524 votos, insuficientes (de longe) para dar-lhe uma cadeira na Câmara Federal. Foi apenas o 21 mais votado na coligação PSDB-PSD-PFL (hoje DEM). O ex-prefeito deixava de cumprir a segunda parte da afirmação. Por sua vez, as previsões de Pejon se confirmavam: a candidatura revelou-se uma grande aventura. Uma aventura de preço alto, o preço da renúncia, que Kühl pagará pelo resto de sua vida.

PS: na entrevista ao “Fatos”, questionado sobre a nota que daria ao seu governo numa escala de zero a dez, Pejon apontou sete. Foi a mesma nota que deu ao governo Silvio Félix (PDT). Justificou que, embora o atual prefeito tenha uma popularidade muito maior do que a dele, “o tempo é o senhor da razão” (expressão que havia sido citada momentos antes por mim).

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Polêmica à vista

Isto promete gerar polêmica - e diz respeito diretamente ao trabalho jornalístico.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010 | | 0 comentários

Staff de Dilma enquadra petistas de Limeira

A informação é de fonte quente: um dia antes da visita da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) a Limeira, que ocorreu no último dia 23 de janeiro, alguns petistas limeirenses foram jantar com o “staff” da toda-poderosa do governo Lula.

No jantar, membros da comitiva de Dilma “enquadraram” membros do PT de Limeira em razão da oposição do partido ao governo do pedetista Silvio Félix na cidade.

A lógica é simples: além de ser da base do governo petista de Lula, o PDT acaba de declarar publicamente apoio “incondicional” à candidatura de Dilma à presidência da República. Logo, PT e PDT estarão juntos nos palanques a partir de julho. Lá e cá. É o que manda o PT que pode. Resta saber se o PT que deve obedecer tem juízo para isso.

Aparentemente, não. Ou parte dele, não. Pois um petista limeirense me disse, um tanto contrariado, mas resignado: "estaremos juntos". E outro, ainda no evento do qual Dilma participou: "e vão dizer que eu estava errado?" - referência a uma aproximação com o governo Félix, ao menos para dialogar, discutida na eleição do diretório municipal do PT.

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Um triste recorde - e um prejuízo milionário!

Espere seis horas e conte mais um veículo roubado ou furtado em Limeira. É o que indicam as estatísticas de criminalidade divulgadas nesta terça-feira pela Secretaria Estadual de Segurança. Em 2009, os ladrões levaram nada menos que 1.373 veículos na cidade. É o maior índice da história! Representa um aumento de 34,6% em relação a 2008, que teve 1.020 veículos roubados e furtados.

Em 2009, houve 1.084 furtos de veículos – contra 874 do ano anterior. O mais preocupante, porém, é a escalada dos roubos. Eles praticamente dobraram de um ano para outro: 289 casos no ano passado ante 146 em 2008. Traduzindo: a violência está aumentando. Os ladrões estão ficando mais audaciosos.

Segundo um corretor de seguros entrevistado pelo jornalista André Montanhér em reportagem para a TV Jornal, o crescimento dos roubos de carros está ligado aos mecanismos tecnológicos usados na atualidade, como os rastreadores, que dificultam os furtos. Ainda assim, os ladrões estão furtando muito. Quase quatro vezes mais do que roubam.

Um crescimento dessa proporção revela, sem dúvida, um fracasso do sistema de segurança – principalmente considerando os investimentos em câmeras feitos pela prefeitura e o aparelhamento da Guarda Municipal. Esse indício vira convicção diante do aumento dos casos de furtos e roubos (exceto veículos) também verificado no ano passado. Os furtos saltaram de 2.718 em 2008 para 3.339 (+22,8%); os roubos cresceram de 943 para 1.215 (+28,8%) – e olha que houve nestes dois crimes uma subnotificação de 21%, segundo o Estado, em razão da paralisação de policiais civis durante alguns meses.

Não resta dúvida: os crimes patrimoniais são o mal a combater em Limeira.

Cenário idêntico (em números absolutos menores, claro) ocorreu em Iracemápolis. Já Cordeirópolis reduziu os furtos e roubos de veículos e os furtos em geral.

Importante: em Piracicaba, os furtos e roubos de veículos vêm caindo desde 2006 (no ano passado foram 1.717 casos, redução de 2,1% em relação a 2008 – índice semelhante ao verificado no Estado, o que significa que Limeira rema contra a maré). Em Americana, houve uma alta de 11% após dois anos em queda.

PREJUÍZO MILIONÁRIO
Nos últimos nove anos, os limeirenses tiveram 8.511 veículos levados pelos ladrões, uma média de 945 por ano. Considerando um valor médio de R$ 15 mil por veículo (há muitas motos e carros usados), chega-se a um espantoso prejuízo de R$ 127 milhões! Sendo um pouco mais modesto, tomando um preço médio de R$ 10 mil, ainda assim a conta assusta: R$ 85 milhões.

Muitos poderão dizer que parte desses números envolve o famoso golpe do seguro. Pode ser, mas ainda assim é um crescimento espantoso.

E para quem acha que a polícia pouco age, só no ano passado 1,2 mil pessoas foram presas em Limeira, 700 em flagrante e 500 por mandados judiciais. São mais de três prisões por dia, conforme balanço da Delegacia Seccional. Outros 190 menores foram apreendidos. Foram tirados de circulação na cidade 504 quilos de drogas e 140 armas. Ainda assim, 20 mil ocorrências chegaram aos distritos policiais e viraram boletins, quase 55 por dia!

Para o delegado seccional José Henrique Ventura, um dos fatores que contribuem para a criminalidade em Limeira são as rodovias. A cidade está num ponto estratégico, cercada por três das principais vias do país - Anhanguera, Bandeirantes e Washington Luiz -, sem contar as pistas para Piracicaba e Mogi-Mirim e algumas vicinais. E se não bastasse existem ainda 850 quilômetros de estradas rurais (mais que a distância de Limeira a Florianópolis, capital de Santa Catarina), que ficam com pouquíssima vigilância.

De positivo no ranking, 2009 teve apenas a redução dos assassinatos – foram nove, contra 12 no ano anterior. Nos últimos nove anos, 224 pessoas perderam a vida brutalmente em Limeira.

Com a palavra, as nossas autoridades.