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segunda-feira, 15 de junho de 2015 | | 0 comentários

O legado da Copa um ano depois

Eis, pois, o fruto produzido pela sra. Fifa, sob anuência do governo brasileira, parte da imprensa e da sociedade: um prejuízo de R$ 126 milhões em apenas um ano, considerando unicamente 12 estádios - pouco ou nada utilizados.

Nestas horas, lembro das frases do então ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, a respeito das "acusações" da imprensa sulista a respeito de estádios que virariam elefantes-branco:



Em tempo: e olha que nem citei as obras para a Copa que ainda esperam trilhos, telhado, licitações...

terça-feira, 10 de março de 2015 | | 0 comentários

Sediar Copa e Olimpíada é mau negócio, aponta estudo

O prometido é devido: será que organizar Copas do Mundo ou Jogos Olímpicos compensa economicamente? A resposta instintiva seria dizer sim: durante os jogos, há turistas nas cidades, a economia floresce - e o nome do país sobe aos píncaros. Quem, em juízo perfeito, não receberia uma Copa ou uns Jogos Olímpicos de braços abertos?

Curiosamente, muita gente. Andrew Zimbalist (...) escreveu "Circus Maximus" (Brookings, 174 págs.), um dos mais sérios e detalhados estudos econômicos sobre Copas do Mundo e Jogos Olímpicos.

Uma primeira conclusão: Copas e Olimpíadas são tão tentadoras que o número de países que se candidatam a tal honraria tem decrescido. Em 1997, existiam 12 candidatos para os Jogos Olímpicos de 2004. Atenas venceu. Em 2013, apenas 5 para os Jogos de 2020. Tóquio venceu. Como explicar a deserção?

Uma palavra: dinheiro. Tirando honrosas exceções (já vamos lá), o investimento em grandes circos desportivos é ruinoso no curto e no longo prazos. (...)

Fonte: João Pereira Coutinho, "Jogos de azar", Folha de S. Paulo, Ilustrada, 10/3/15.

* Leia também (acrescentado em 19/3):

- Os Jogos Olímpicos não serão positivos para o Rio

quinta-feira, 24 de julho de 2014 | | 1 comentários

"O Brasil ganhou a Copa"

O Brasil ganhou a Copa de duas maneiras. A primeira é que a Copa aconteceu e funcionou. (...)

A segunda (e mais importante) razão pela qual o Brasil ganhou a Copa é que a seleção perdeu de 7 a 1 contra a Alemanha e de 3 a 0 contra a Holanda, mas isso não foi uma tragédia.

(...) Conclusão: podemos festejar - porque, sim, infelizmente a seleção perdeu, mas o Brasil parece saber que a seleção não é o Brasil. E essa descoberta é uma vitória.

Fonte: Contardo Calligaris, “Folha de S. Paulo”, Ilustrada, 24/7/14 (íntegra aqui).

quinta-feira, 17 de julho de 2014 | | 0 comentários

Frase

"Quando a mim me faltam palavras é porque alguma coisa extraordinária aconteceu."
Thomas Müller, atacante da seleção da Alemanha, após a conquista da Copa do Mundo 2014

quarta-feira, 16 de julho de 2014 | | 0 comentários

Exclusivo: conversa com a psicóloga da seleção

Conversei com a psicóloga Maria Regina Brandão. Ela tem 25 anos de experiência trabalhando no esporte, em especial no futebol, e é parceria do técnico Luiz Felipe Scolari há anos – atuou com ele nas seleções brasileira (nas Copas de 2002 e agora de 2014) e portuguesa.

Na última segunda-feira, Regina esteve no centro do “Roda Viva” (TV Cultura, 22h). No programa, ela disse, por exemplo, que a seleção “panicou”.

Você disse que tem muito material guardado, mensagens dos jogadores no seu celular. Há algo sobre a Copa que não tenha sido dito ainda?
Não, que eu tenha conhecimento não. Ali ficou tudo muito transparente, o que foi bom e o que foi muito ruim. Ficou tudo muito transparente, acho que a seleção ali se mostrou quem era.

A imprensa atrapalha o jogador? Eles leem, se informam?
Atrapalha. A primeira coisa que um jogador faz, antigamente era abrir o jornal para ver o que falavam dele, agora é entrar na Internet para ver o que estão falando dele. Aquilo mexe muito com o jogador. A gente até pede para eles não ficarem entrando muito porque, você sabe, tem gente que fala muitas coisas boas e tem gente que aproveita e detona, às vezes até sem conhecimento do trabalho. Então eu peço, mas eles não aguentam. E algum parente manda, fala “você não sabe o que fulano do jornal tal falou de você!”. Claro, depende muito do que se fala. Quando fala alguma coisa negativa eles ficam bem chateados, com raiva, tem uma influência grande. Tem um professor da Unesp de Rio Claro, o Afonso Machado, que estuda exatamente a influência da mídia no comportamento do jogador, na escalação do treinador. Tem treinador que escala pela mídia, se é mais inseguro...

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O balanço da Copa: uma análise isenta

Ante a gigantesca propaganda oficial que apontou a Copa 2104 como um sucesso, faço apenas alguns reparos necessários (para fechar o assunto):

1) a preparação brasileira para a Copa, ao contrário do que se tenta dizer agora (porque brasileiro costuma ter memória curta), não foi um sucesso. Ao contrário, foi um dos maiores fracassos de todas as Copas. Não custa lembrar que alguns estádios, inclusive o da abertura, ficaram "prontos" (?) aos "49 minutos do segundo tempo".

Aeroportos foram entregues com obras inacabadas, bem como sistemas viários (alguns deles receberam bela "maquiagem"). A Fifa (que não merece crédito, mas nisso teve razão) criticou durante todo o tempo o estouro dos prazos para o Mundial. 

Sem contar as obras previstas que sequer começaram...

Portanto, no que dizia respeito aos governos em geral, o Brasil falhou feio durante a preparação.

2) a organização da Copa só foi bem sucedida por um motivo essencial: o povo quis e permitiu. Como escreveu um analista internacional, organizar uma Copa não é tarefa tão difícil, a Fifa possui "expertise" e um roteiro bem feito, basta segui-lo. 

Se transporte e segurança funcionaram é porque, no caso do primeiro, houve feriados forçados que custaram muito à economia e, no caso do segundo, os brasileiros colaboraram ao trocar as manifestações de 2013 - que assustaram seleções, imprensa mundial e autoridades - por um clima festivo.

Será que a festa seria tão tranquila como foi se o povo decidisse novamente ir às ruas?

3) é preciso registrar que medidas de responsabilidade exclusiva da Fifa também falharam durante o Mundial, como a segurança dentro do campo de jogo e o escândalo dos ingressos.

segunda-feira, 14 de julho de 2014 | | 0 comentários

A última para os "hermanos"

A versão brasileira para o famoso "Brasil, decime que se siente" que os argentinos entoaram durante toda a Copa:

Argentina, me diz como se sente

Ver de longe cinco estrelas a brilhar
Te juro ainda que os anos passem
Você nunca vai me alcançar
Cinco Copas só eu tenho
E sem trapacear
“Mi papa” não se dopou para jogar
Uma coisa eu te digo
Para nunca se esquecer
O Pelé tem mais Copa que você!

* Para ver o vídeo com a música, clique aqui

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O nosso legado

(...) Portanto, a boa organização não é algo que, de repente, indique que o Brasil seja um país desenvolvido e maravilhosamente administrado.

Não. O que fez desta Copa a melhor à qual já assisti foi o ambiente. Sei que os brasileiros estão fartos dos chavões estrangeiros sobre sol, areia e samba. Mas procurem, por favor, entender o efeito de Copacabana sobre um cidadão do norte da Europa.

(...) O outro elemento fundamental do ambiente: os brasileiros. Já fui a Copas bem organizadas como a dos EUA em 1994 e a do Japão em 2002, quando a maioria dos habitantes locais nem sabia que estava ocorrendo um Mundial.

Os brasileiros viveram a Copa. E quase todo mundo que conheci aqui me tratou com simpatia. Essa atitude amistosa é um trunfo nacional. (...)

Fonte: Simon Kuper,
Ao menos fora de campo, Brasil ganhou a Copa”, Folha de S. Paulo, Poder, 13/7/14.

***

(...) Para ser franco, as coisas não foram tão deprimentes quanto imaginamos. Durante as partidas da Copa, viajei a quatro cidades brasileiras e não enfrentei um único problema. É a mesma história com todos os jornalistas, locais e estrangeiros. Todos têm elogios a fazer à "Copa das Copas". Os estádios são excelentes, com ambiente perfeito. Os voos foram pontuais e as filas nos aeroportos, curtas e rápidas. Os hotéis foram calorosos e eficientes. E mesmo os muito criticados motoristas de táxi têm sido prestativos e simpáticos.

Mas o maior ponto positivo para o Brasil nesta Copa do Mundo tem sido o seu povo. Estive com jornalistas europeus que se perguntavam por que as pessoas são "tão simpáticas e sempre sorridentes". Dois jornalistas indianos me perguntaram várias vezes se "as pessoas são sempre tão acolhedoras". Quem veio para cá temendo ser assaltado, vai voltar levando recordações de cantorias, dança e festa nas ruas. (...)

Fonte: Shobhan Saxena,
Quem veio temendo ser assaltado, vai voltar levando boas recordações”, Folha de S. Paulo, Poder, 13/7/14.

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Só para registrar

Parabéns à Fifa e ao Comitê Organizador Local (COL): conseguiram fazer uma Copa do Mundo sem que o "país do futebol" e sede do torneio disputasse um jogo sequer no estádio mais lendário do mundo, o Maracanã...

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Fim de jogo


Ufa, os deuses do futebol fizeram justiça e venceu a melhor!

Obrigado, Alemanha!



* Leia mais sobre a Alemanha no blog "Piscitas - travel & fun"

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A culpa (também) é da imprensa

(...) A imprensa e os jornalistas são muito democráticos: têm a convicção de que tudo e todos são sujeitos à crítica. Desde que não sejam a imprensa e os jornalistas. Apesar disso, é preciso dizer que os mal denominados meios de comunicação têm uma parcela - de difícil mensuração, mas não pequena - nas causas do que está chamado de "humilhação, catástrofe e vergonha". E parcela maior no choque emotivo das pessoas em geral, reação que corresponde à expectativa esperançosa de que estiveram imbuídas.

(...) Se o tempo de vida em contato com a imprensa e com a opinião pública vale alguma coisa, é a partir dele que concluo pela contribuição da baixa média de franqueza crítica para a ocorrência do desacerto, continuado e progressivo, que levou à "vergonha". E do mesmo modo se faz a minha convicção de que o ambiente ficou livre para que a falta de observações firmes, a tendência nacional ao oba-oba e os interesses comerciais se juntassem na criação do otimismo mentiroso. Logo, também na decepção doída como um luto.

O jornalismo brasileiro está precisando de uma reviravolta mais ou menos como a pedida para o futebol. (...)

Fonte: Janio de Freitas,
“Palavras de mudança”, Folha de S. Paulo, Poder, 10/7/14.

sexta-feira, 11 de julho de 2014 | | 0 comentários

Lições de uma goleada

A seleção da Alemanha que humilhou o Brasil por 7 a 1 nasceu de um vexame - a derrota por 2 a 0 para a seleção brasileira no final da Copa da Coreia e do Japão, em 2002. Após o resultado, a Alemanha decidiu que seu futebol chegara a um ponto de esgotamento que precisaria se reinventar. Se a seleção quiser tirar alguma lição do massacre que sofreu no Mineirão, é melhor estudar o que os germânicos fizeram nesses 12 anos.

O plano alemão partiu de um tripé: formação de jogadores, intolerância com a corrupção e a busca por mais torcedores. (...)

Fonte: Mario Cesar Carvalho, "Lições do massacre", Folha de S. Paulo, Opinião, 10/7/14.

*** 

(...) A questão a ser analisada é qual a relação entre clubes fortes e seleções fortes. O Brasil tem clubes pobres há alguns anos, mas nem por isso deixou de ser campeão mundial em 1994 e 2002. Se fracassou este ano, não foi pela debilidade de seus clubes, refletida no fato de que apenas 4% dos jogadores que disputaram as semifinais atuam no Brasileirão (contra 23%, lembra-se?, que jogam na Bundesliga).

(...) O fato é que, se quiser pensar em termos de espetáculo e de negócios - os dois pilares do futebol -, o Brasileirão não pode continuar sendo piada em vez de campeonato.

Fonte: Clóvis Rossi, "Alemanha ganha também em casa", Folha de S. Paulo, Mundo, 10/7/14.

quarta-feira, 9 de julho de 2014 | | 0 comentários

Sobre um tal 7 a 1

Dizer o que mais além de tudo o que foi dito sobre os 7 a 1 da Alemanha contra o Brasil na semifinal da Copa?

Que eu havia alertado: o Brasil não tem técnica nem emocional para vencer – o jogo contra os alemães escancarou isto (por mais que a seleção germânica seja melhor tática e tecnicamente que a brasileira, além de estar melhor preparada, nada justificaria a goleada senão a falta de controle dos atletas após tomar um gol).

Um problema, aliás, não só dos nossos jogadores, como bem descreveu Fernando Rodrigues na “Folha de S. Paulo”:

O imaginário local sobre ganhar "em casa" provocou um estado de transe coletivo. A nação escancarou todo o seu atraso civilizatório resumido na dicotomia reducionista e infantil do "é tóis" (o Brasil) contra "eles" (o restante do mundo), como se uma disputa esportiva fosse vital para o país conseguir sanar seus problemas.

Voltando ao jogo, vale o registro do jornalista Juca Kfouri, também na “Folha”:

Jamais havia visto um estado de tamanha perplexidade num estádio e não apenas entre os derrotados. Os vencedores também não esperavam tamanha facilidade, tanta que ficou constrangedor comemorar.

Foi, como registrou o “The New York Times”, "inesperado, histórico, inexplicável".

Eu acrescentaria: inaceitável. “É uma camisa forte demais, pesada demais, importante demais. Não tem o direito de tomar de sete em uma Copa do Mundo. Não tem, não pode. Não tem explicação. Não pode. É proibido”, cravou com razão o historiador Eduardo Bueno, o Peninha, no SporTV.

Antes do confronto com a Alemanha, tínhamos, talvez, os melhores zagueiros da Copa e tomamos gol em praticamente todos os jogos (exceção ao 0 a 0 contra o México). Sinal evidente de que, apesar dos bons zagueiros, o sistema defensivo não funcionava.

E a zaga foi o que tivemos de melhor...

Não tínhamos meio de campo nem ataque – “os piores atacantes (Fred, Bernard e Hulk) de Copa do Mundo que já tivemos”, nas palavras do comentarista Carlos Eduardo Lino, também no SporTV.

Ainda assim, havia chance – o futebol está longe de ser lógico e a própria Copa mostrou isto.

Se houver Justiça, porém, a Alemanha será campeã (porque embora tenha tido dificuldade em algumas partidas, como contra a Argélia, fez ao menos duas belas apresentações, contra Portugal e Brasil, ao contrário da Argentina, que não encantou em nenhum jogo).

Aliás, depois do “Maracanazo” de 1950 e do “Mineirazo” de 2014, nada pior do que a Argentina gritar “é campeã” em pleno solo brasileiro. Os “hermanos” estão na final...

Que semaninha para esquecer!

Que nunca mais inventem de fazer Copa no Brasil...

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PT do discurso e da prática

Disse o vice-presidente do PT, Alberto Cantalice, a respeito da histórica derrota da Seleção Brasileira para a Alemanha por 7 a 1 na semifinal da Copa 2014, segundo a "Folha de S. Paulo": "Enquanto máfias continuarem a comandar o futebol brasileiro, tanto os grandes clubes como a seleção ficarão nesta merda!".

Máfias, diga-se de passagem, que receberam todo o carinho, apoio e endosso do governo e da pessoa do sr. Luiz Inácio Lula da Silva, o dono do PT...

segunda-feira, 7 de julho de 2014 | | 0 comentários

Frase

“Os argentinos sempre pensam que são mais do que são. Às vezes isso é bom e às vezes isso é ruim.”
Alejandro Sabella, técnico da seleção da Argentina de futebol, em entrevista coletiva

segunda-feira, 30 de junho de 2014 | | 0 comentários

Trabalhando...

Estrangeiros estão descobrindo um Brasil além da Copa:


Presença de estrangeiros na Copa é legado positivo para o Brasil:

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Se há justiça no futebol, a Copa não será do Brasil

O jogo contra o Chile mostrou claramente que o Brasil não tem time para ganhar a Copa do Mundo - seja do ponto de vista técnico (o meio-campo não existe) ou emocional (a carga de jogar em casa paralisou o time nitidamente).

Se no futebol deve vencer o melhor, não era o Brasil que deveria ter saído vencedor da disputa por pênaltis. O Chile controlou o jogo no segundo tempo e na prorrogação.

Agora é a vez da Colômbia - quatro jogos, quatro vitórias, artilheiro da Copa. Uma campanha disparadamente melhor que a do Brasil (duas vitórias e dois empates).

Por justiça, quem deve avançar são os colombianos. Uma Copa não pode ter um campeão do mundo com campanha tão modesta quanto a que a seleção brasileira faz até o momento.

Mas quem disse que o futebol é justo? E que o melhor vence sempre?

Por isto, o Brasil pode sim ganhar o hexa, mas se assim for, dificilmente algum cronista ou torcedor mais lúcido poderá dizer que o melhor time venceu.

A esta altura, já deu para perceber que não há uma grande seleção (as tão faladas Alemanha, Holanda e Argentina sofreram para ganhar jogos). Talvez a França esteja despontando - e ninguém deu atenção devida a ela...

O fato é que o Brasil não faz por merecer.

Contra o Chile, meu senso de justiça (às vezes um tanto extremo) me impediu de torcer pela seleção. Não torci contra, apenas não senti entusiasmo para torcer. Não vi em campo um time com perfil e potencial de campeão. Apenas assisti ao jogo - meio sonolento com tamanha falta de qualidade.

Ok, torcida não precisa ser racional, aliás é bem emocional mesmo, mas eu não sou assim...

Até gostaria, honestamente, que o Brasil ganhasse, por jogadores como Júlio Cesar, David Luiz, Thiago Silva e alguns (poucos) outros. Estes me dão orgulho. E só. 

***

Da parte da torcida, parece prevalecer uma exagerada dose de ignorância, que se manifesta por comportamentos agressivos e xingamentos, a tudo e a todos, pela falta de modos em relação às demais pessoas (aos vizinhos e aos moradores da vila Madalena, em São Paulo, por exemplo) e por um ufanismo despropositado.

Não compartilho de sentimentos nacionalistas diante de uma Copa do Mundo. Sou pragmático - minha vida não vai mudar com uma eventual vitória ou derrota da seleção brasileira. Acompanho os jogos porque gosto de futebol e até vibro com tudo o que envolve um Mundial, mas passo longe de comemorações que pretendam passar um sentimento inexistente de nação, do tipo "estamos unidos" ou "unidos pelo Brasil" ou ainda "todos juntos".

Somos um país extremamente desigual, dos mais desiguais do mundo. Vivemos numa sociedade egoísta, individualista, em que cada um quer tirar proveito do outro. Louvamos o tal "jeitinho", que muitas vezes implica em trapacear. Nosso senso de justiça é quase nulo. 

Portanto, não caio na tentação das Copas de fingir, por um mês, que somos todos iguais, uma só torcida. Para mim, o "Vai Brasil" não significa nada - ou significa ir para onde quer quer seja.

Reforço: isto não quer dizer que eu não aprecie a festa do futebol ou não queira participar dela. Curto. Como uma festa, um espetáculo esportivo, um grande evento comercial, nada mais do que isto.

A "guerra" entre nações é algo fora de contexto para mim.

Leia também:

- Brasil vai indo, medíocre até nos pênaltis

- Drama contra o Chile expõe virtudes, defeitos e nervos à flor da pele

- A lição da Copa

quinta-feira, 26 de junho de 2014 | | 0 comentários

Um pedaço da Holanda no Brasil

Estive recentemente em Holambra, na região de Campinas, para gravar uma reportagem a respeito da Copa do Mundo. A cidade, de 12 mil habitantes, surgiu fruto da colonização de holandeses, que criaram uma espécie de distrito - depois elevado a município.

Pelo trabalho do paisagista Jan Boon, Holambra se vestiu de verde, amarelo e laranja, as cores das bandeiras do Brasil e da Casa Real Holandesa.



   

   
  





   
Como lá é a capital nacional das flores (a cidade responde por 45% do mercado brasileiro de flores e plantas ornamentais e sedia há mais de 30 anos a Expoflora, maior exposição do setor na América Latina), até as placas de trânsito são turísticas:









Em tempo: a reportagem que eu citei pode ser vista aqui.

terça-feira, 24 de junho de 2014 | | 0 comentários

Resposta (bem-humorada) aos "hermanos" argentinos

Legal, então jogadores argentinos comemoraram a vitória (apertadíssima e injusta, registre-se!) contra o "fortíssimo" Irã na Copa do Mundo tirando sarro do Brasil...



Para quem não entendeu, porque realmente é difícil entender, a música diz mais ou menos o seguinte: "Brasil, me diz como é ter em casa o seu 'papai' (referência a Maradona). Eu juro que mesmo que passem os anos nós nunca vamos esquecer que Diego te driblou, Canniggia te ferrou e que vocês estão chorando desde a Itália até hoje (referência à derrota brasileira para a Argentina na Copa da Itália por 1 a 0). E o Messi vocês vão ver que a Copa ele vai trazer. E Maradona é maior do que o Pelé".

Realmente deprimente um time ter que comemorar - para zombar do outro - um vice-campeonato... Pois até onde me recordo a Copa da Itália foi vencida pela Alemanha contra a Argentina. "Hermanos" argentinos, vocês não têm nada melhor para comemorar sobre o Brasil?

Outra perguntinha: quantas estrelas vocês têm no peito mesmo? Duas... Ah, só para saber... (não custa lembrar que a Copa de 78, lá na Argentina, foi um dos maiores escândalos do futebol mundial, não é mesmo?). Só gostaria de lembrar que o Brasil tem cinco.

Ah, e se uma vitoriazinha que não levou a nada numa Copa do Mundo é só o que vocês têm a comemorar sobre o Brasil, ou seja, se vale qualquer joguinho, então que tal relembrar o TÍTULO brasileiro sobre a Argentina na final da Copa das Confederações da Alemanha em 2005?

Placar? 4 a 1...



Em tempo: é bom mesmo que Messi leve a Copa porque assim, quem sabe, vocês terão de fato algo a comemorar porque já se vão 28 anos né...

PS: eu citei em postagens anteriores que rivalidade esportiva vale!

quinta-feira, 19 de junho de 2014 | | 0 comentários

A "latinidade" dos nossos vizinhos

Recentemente, tive a oportunidade de entrevistar um peruano e um colombiano. Ambos falaram da Copa do Mundo no Brasil. E manifestaram um sentimento sul-americano que, sinceramente, creio estar um pouco distante de nós, brasileiros.

Ao ser questionado para quem torceria no Mundial, o peruano apontou Brasil e Argentina. Brinquei que ele devia escolher um ou outro, mas não poderia torcer para ambos. A resposta: “Sim, Brasil e Argentina. A Copa é na América do Sul, a taça tem que ficar na América do Sul”.

Já o colombiano disse que torceria, obviamente, para a seleção de seu país e mais o Brasil, a Argentina, o Chile, o Uruguai... “Todos os sul-americanos, a Copa tem que ficar aqui!”, justificou.

É preciso considerar que os dois torcedores não têm seleções com possibilidades reais de ganhar uma Copa – o Peru sequer se classificou para o Mundial. Daí a opção por outros países.

Para nós, brasileiros, vislumbrar o título para o Brasil é algo factível. Impensável, portanto, escolher outra seleção.

Feita a ressalva, não posso deixar de registrar que chamou minha atenção a exibição do que classifiquei de “latinidade” por parte do peruano e do colombiano.

Andando pela América do Sul e Central nos últimos meses, percebi dois fatos:

1 – temos uma história semelhante (ex-colônias exploradas, que se desenvolveram nos últimos dez anos, viram a economia crescer, mas ainda têm enormes desafios pela frente);

2 – há um sentimento comum entre nossos irmãos latinos, unidos que estão pelo idioma, o mesmo que nos separa do restante do continente.

Não noto entre nós, brasileiros, esta tal “latinidade” a que me refiro. Pelo contrário, arrisco dizer que temos um certo sentimento de superioridade em relação ao restante do continente (EUA e Canadá à parte), notadamente em relação aos vizinhos do sul.

Teríamos, de fato, uma posição imperialista? Somos vistos assim por nossos vizinhos?

O fato é que nos sentimos à parte na América do Sul. Meio como se fôssemos a parte rica e bem sucedida de um continente subdesenvolvido.

Como se não tivéssemos nossa parcela de culpa no subdesenvolvimento histórico (vide a Guerra do Paraguai). Como se não compartilhássemos os mesmos desafios e problemas. Como se não fôssemos, afinal, todos sul-americanos.