Há um ano, o "Jornal da Cultura" (TV Cultura, seg. a sáb., 21h) exibiu uma reportagem que eu gravei um mês antes, em Lucerna, na Suíça, sobre o trabalho de Tod Machover, um maestro que compõe sinfonias para cidades a partir de sons captados "in loco" e também enviados por moradores. A primeira delas foi para Toronto, no Canadá.
Na ocasião, Machover estava captando os sons. Pois bem: um ano depois a sinfonia foi concluída e apresentada como sucesso, no dia 5 de setembro, durante o Festival de Lucerna, no magnífico KKL Luzern.
O resultado você confere aqui:
É impossível não ouvir referências à água - elemento mais do que presente numa cidade que cresceu ao redor de um famoso lago, que leva seu nome.
Em tempo: Machover caminha agora para sua quinta cidade no projeto. A próxima a ter sua própria sinfonia é Detroit (EUA).
Mostrando postagens com marcador Lucerna. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Lucerna. Mostrar todas as postagens
quinta-feira, 24 de setembro de 2015 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 06:30 | 0 comentários
E Lucerna ganha sua sinfonia...
Marcadores: Lucerna, música, Suíça, Tod Machover
segunda-feira, 20 de outubro de 2014 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:18 | 0 comentários
O museu Rosengart - e as paixões de Angela
Uma coleção iniciada por uma garota de 17 anos deu origem a
um museu na Suíça com obras de alguns dos principais pintores do século 20. A
dona da coleção foi amiga de Pablo Picasso e chegou a ser retratada por ele.
Impressionistas franceses como
Renoir, Paul Cézanne, Camille
Pissarro e pintores figurativos como o italiano Modigliani. Nomes que enfeitam
as paredes da antiga sede do Banco Nacional em Lucerna, uma das mais
encantadoras cidades suíças. O prédio de 1924 abriga hoje este outro tipo de
tesouro. São cerca de 300 pinturas e desenhos escolhidos por Siegfried Rosengart,
um famoso vendedor de obras de arte que morreu em 1985, e sua filha Angela. Escolhas
feitas com o coração, diz a fundadora do museu que leva o sobrenome da família.
A coleção começou com um
pequeno quadro de Paul Klee, comprado por Angela com seu próprio salário quando
ela tinha apenas 17 anos. Foi o início de uma paixão - o museu tem 125 pinturas
e desenhos do famoso pintor suíço.
A outra paixão nasceu após um encontro com Pablo Picasso. Angela
conta que o famoso pintor espanhol era amigo do seu pai, que o conheceu em
paris em 1914. “Ele era educado e disse ao meu pai: ‘que filha adorável!’”, recorda.
A amizade foi parar nas telas. Uma jovem Angela foi retratada por Picasso em
pelo menos cinco quadros. Eles não podem ser filmados, devido aos direitos
autorais, mas as sessões de pintura ficaram eternizadas nas fotos feitas por Siegfried
Rosengart.
Além das imagens, Angela guarda as lembranças dos encontros
com uma pessoa que ela define como “generosa e muito amiga”. “Ele sempre tinha
ideias para fazer algo especial”, diz ela. A coleção inclui 32 pinturas e cerca
de 100 desenhos de Picasso.
Para guardar seus tesouros, Angela criou uma fundação em
1992. Dez anos depois, abriu o museu. Quando eu pergunto se ainda se encanta
com a coleção, ela responde enfática: “Com certeza. Eu passeio todos os dias
pelo museu, encontro as pessoas e vejo a paixão delas pelos quadros. Faço isto
com muito prazer.”
E se alguém ficou curioso em saber quanto vale a coleção, Angela diz que nunca se interessou por isso. Para ela, as obras têm um valor que nenhum dinheiro pode pagar...
Em tempo: a entrevista com Angela Rosengart foi reproduzida também na rádio Cultura FM 103,3. Ouça aqui.
* A último foto foi tirada por Adrien Genier
segunda-feira, 8 de setembro de 2014 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 21:52 | 0 comentários
Uma sinfonia para Lucerna
A cidade de Lucerna, na Suíça, sedia até o próximo dia 14 um
dos maiores festivais de música clássica do mundo. Este ano, a programação
inclui uma atividade diferente: a comunidade foi convidada a colaborar na
composição de uma sinfonia para a cidade.
O ronco de um motor no trânsito, o barulho do ônibus e da
fonte. Vida urbana combinada com a natureza. As aves no lago, o ruído dos
pássaros na ponte medieval, a água batendo suavemente no barco a vapor... Transformar
os sons de uma cidade numa sinfonia é o desafio do compositor americano Tod Machover.
Ele desembarcou em Lucerna com o compromisso de dar a uma das mais encantadoras
cidades suíças a sua própria música. “Toda cidade tem seus próprios sons",
disse.
Na moderna sala de concertos de Lucerna, as apresentações do
festival atraem pessoas de todo o mundo.
Do lado de fora, é o trabalho de Tod
que chama a atenção. Ele saiu às ruas para captar opiniões e ruídos. Andou às
margens do lago, ouviu sotaques e idiomas diferentes. “Num lugar quieto como
lucerna”, falou, “é preciso atenção e paciência para ouvir os sons”. Por
exemplo: dos trens e barcos.
O compositor pediu também para as pessoas enviarem sons da
cidade, qualquer som.
Depois, tudo vai ser trabalhado em estúdio com ajuda da
tecnologia. O compositor é ligado ao Laboratório de Mídia do Instituto de Tecnologia
de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, um dos mais renomados do mundo. É
lá que sons, como da água, devem virar notas musicais. O trabalho vai durar um
ano.
Parece difícil, mas o resultado Toronto conhece bem. A maior
cidade do Canadá foi a primeira a ganhar uma sinfonia para chamar de sua.
Quando eu pergunto se seria possível fazer uma composição
com o trânsito caótico de São Paulo, o compositor interrompe: “mas em São Paulo
o trânsito não anda!". Depois, confessa que adoraria fazer o projeto. “São
Paulo é uma das grandes cidades do mundo”, afirmou.
Ele lembrou até de quando esteve num barzinho e viu um
músico tocando com duas colheres: “eu nunca ouvi nada igual”.
Pelo jeito, só falta o convite.
* Texto original de reportagem feita para o "Jornal da Cultura" (seg. a sáb., 21h)
Marcadores: Lucerna, música, reportagem, Suíça, telejornalismo, Tod Machover, TV Cultura, viagens
Assinar:
Postagens (Atom)