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terça-feira, 29 de setembro de 2015 | | 0 comentários

Casa dividida: a profecia

Em 2008, ao assistir a uma missa e ouvir um trecho bíblico do evangelho de Lucas (11:13), tive um "insight" profético pessoal-profissional.

Infelizmente, sete anos depois, a profecia se concretizou.

Ah, o que diz Lucas? "Uma casa dividida não prospera".

quinta-feira, 24 de setembro de 2015 | | 0 comentários

A tecnologia e o tempo

A “Folha de S. Paulo” publicou no caderno “Ilustríssima”, no fim de semana, uma interessante entrevista com a pensadora australiana Judy Wajcman, da área de sociologia da “London School of Economics and Political Science”. Ela fala sobre seu novo livro, "que discute a influência da tecnologia no ritmo da vida contemporânea”.

A seguir, reproduzo um trecho (e recomendo a leitura na íntegra a partir do link acima - é preciso senha da "Folha" ou do UOL):

Folha - Como a senhora responde à questão central do livro: por que as pessoas procuram os aparelhos digitais para aliviar a pressão do tempo, mas ao mesmo tempo culpam essas mesmas tecnologias por se sentirem mais pressionadas?
Judy Wajcman -
Esse é o paradoxo. E acho que é realmente verdade. Em todas as pesquisas que você conduz, particularmente em empregos gerenciais, mas entre todo mundo, as pessoas sentem que a vida é muito ocupada e acreditam completamente que parte da solução é usar mais o e-mail e ter mais "gadgets", de forma a aproveitar o tempo livre.

Creio que as tecnologias sejam muito contraditórias em seus efeitos. Não quero dizer que as pessoas têm uma falsa consciência, porque elas têm consciência. Acho que seres humanos são muito capazes de manter visões e experiências contraditórias, e para mim as tecnologias expressam isso. As pessoas vivenciam as tecnologias como algo que toma muito tempo, reclamam da quantidade de e-mails que têm de responder e se queixam das ligações para o celular, mas estão o tempo todo escrevendo e-mails e fazendo ligações.

Também penso que, numa perspectiva de longo prazo, essas tecnologias são ainda muito novas e precisamos levar isso em consideração. Quando comecei a me dedicar às tecnologias, eu trabalhava com a parte industrial, nas fábricas, e alguém me perguntou sobre o telefone fixo – e eu nunca nem tinha pensado sobre isso. Eu dava a existência do telefone como um fato, era parte da vida cotidiana, e nunca poderia teorizar sobre ele, não pensava que fosse um objeto para a sociologia.

Acho que e-mails e celulares – têm o quê, 15 anos de idade? – são coisas incrivelmente novas. Se tivéssemos essa conversa daqui a outros 15 anos, provavelmente teríamos uma outra percepção. Acho que a novidade é parte da dificuldade para analisá-los. (...)

segunda-feira, 31 de agosto de 2015 | | 1 comentários

As pessoas é que são notícia!

Se tivesse novamente a oportunidade de conduzir um jornal diário (ou site), tomaria como norma editorial algo sobre o qual tenho lido muito a respeito: a necessidade premente de humanizar o jornalismo. A questão foi muito abordada pela ombudsman da “Folha de S. Paulo”, Vera Guimarães Martins, em coluna do dia 30/8/15:

“É mais factível acreditar na insensibilidade de coberturas conduzidas no automático, nas quais predominam o macro, não as pessoas, e as disputas políticas, não as histórias humanas de gente sem pedigree.

Números são importantes, mas são as pessoas que merecem ser notícia – ou destaque. Dados ajudam a interpretar o mundo, mas são as histórias que nos comovem e nos geram identificação com os problemas que os números friamente retratam.

Quando fui convidado a voltar a dirigir o jornal do qual fui editor-chefe por quase seis anos, discuti com um dos proprietários algumas ideias que tinha para mudar o diário. Um dos pilares era justamente este: privilegiar histórias de vida, gente, pessoas de carne e osso.

Hoje, em geral, prevalecem nos jornais as aspas improdutivas; o oficialismo inútil e distante do dia a dia dos cidadãos; as denúncias que vêm e vão e pouco mudam a realidade; os dados jogados ao vento, muitas vezes sem aprofundamento, contextualização, análise ou algo mais real que possa dar a eles algum sentido.

Aliás, sobre o uso de dados, trago a seguir a reflexão feita por Jeff Sonderman em artigo do Poynter, traduzido por Natália Mazotte, do Knight Center for Journalism in the Americas:

“Sim, registros públicos podem ser obtidos por qualquer pessoa. Isso graças a decisões de políticas públicas que determinam que o conhecimento em poder do governo deveria ser passivamente acessível a qualquer pessoa, mediante solicitação. 

Mas quando um jornalista opta por copiar essa informação, enquadrá-la em um determinado (inerentemente subjetivo) contexto e, em seguida, ativamente destacá-la para milhares de leitores e pedir a eles para olharem para ela, ele tomou uma ação distinta pela qual é responsável.
 

Bons jornalistas de dados lhes dirão que ‘despejar dados’ não é bom jornalismo.
 

Os dados podem ser errados, enganosos, prejudiciais, constrangedores ou invasivos. Apresentá-los como uma forma de jornalismo requer submetê-los a um processo jornalístico.
 

Nós devemos pensar em dados como nós pensamos em qualquer fonte. Eles lhe dão informações, mas você não apenas reproduz tudo o que uma fonte diz, textualmente. Você examina a informação de forma crítica e se atém a certos padrões de publicação - como precisão, contexto, clareza e equidade.”

Em tempo: não se trata de desafio novo. A humanização da notícia foi destacada num seminário do qual participei, promovido pela Associação Paulista de Jornais (APJ) em Bauru, muitos anos atrás. Desde então, em razão da precariedade que toma conta das Redações, fruto da crise financeira das empresas e da falta de visão dos administradores, a situação em nada melhorou.

Infelizmente, em muitos casos, degringolou...

segunda-feira, 10 de agosto de 2015 | | 0 comentários

Reflexão

(...) Se meu filho nem nasceu
Eu ainda sou o filho
Se hoje canto essa canção
O que cantarei depois?
Cantar depois!...

Se sou eu ainda jovem
Passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção
O que cantarei depois? ...

(“Dias de luta”, por Edgard Scandurra)

PS: dedicada ao "meu amigo Pedro..."

quarta-feira, 29 de julho de 2015 | | 0 comentários

Um diálogo, uma lição

- Ah, uma coisa eu aprendi bem.
- O quê?
- Que nunca se deve viajar com uma pessoa a quem não se ame.

(Ernest Hemingway, em "Paris é uma festa", p. 208)

quarta-feira, 1 de julho de 2015 | | 0 comentários

Número mágico

Por enquanto é apenas um número - 456,3.

Mas já mudou muitas vidas...

sexta-feira, 19 de junho de 2015 | | 0 comentários

As contradições do caminho

Em um dos seus raros escritos, o sábio sufi Hafik comenta a busca espiritual.

“Aceite com sabedoria o fato de que o caminho está cheio de contradições. Há momento de alegria e desespero, confiança e falta de fé. Assim como o coração cresce e se encolhe para continuar batendo, o caminho muitas vezes nega-se a si mesmo, para estimular o viajante a descobrir o que existe além da próxima curva. Se dois companheiros de jornada estão seguindo o mesmo método, isto significa que um deles está na pista falsa. Porque não há fórmulas para se atingir a verdade do caminho, e cada um precisa correr os riscos de seus próprios passos. Só os ignorantes procuram imitar o comportamento dos outros. Os homens inteligentes não perdem seu tempo com isto, e desenvolvem suas habilidades pessoais; sabem que não existem duas folhas iguais numa floresta de cem mil árvores. Não existem duas viagens iguais no mesmo caminho.”

Fonte: blog do Paulo Coelho, "O sufi Hafik e a busca espiritual", postado em 19/6/15.

segunda-feira, 2 de março de 2015 | | 0 comentários

A angústia do tempo

São duas coisas positivas, tanto a oferta cada vez maior e variada, quanto a facilidade de acessá-la, mas que, reunidas, produzem um efeito colateral: a angústia de não dar conta, a sensação de estar perdendo alguma coisa.

(...) Como escreveu James Poniewozik, crítico de TV da revista "Time", é preciso aceitar que há limite na capacidade de ludibriar o tempo. "Você não vai ver tudo o que você quer ver e fazer tudo o que quer fazer. Você terá que escolher", escreveu a respeito deste problema.

Fonte: Mauricio Stycer,
“Quem vê tanta televisão?”, Folha de S. Paulo, Ilustrada, 23/11/14.

PS: vale para ver TV, vale para a vida...

sábado, 24 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

Que civilização é esta?

A Federação Paulista de Futebol (FPF) se vê obrigada a levar para o interior um clássico da capital – Corinthians x São Paulo – por um torneio de juniores para evitar violência de torcidas.

Mais: a mesma FPF decide cobrar ingresso especificamente para essa partida numa copa em que todos os jogos são tradicionalmente de graça. Mais uma vez para tentar espantar a torcida.

E mais: ao levar o jogo para o interior (Limeira), a Polícia Militar determina que as torcidas dos dois times sigam (escoltadas, registre-se) cada qual por uma rodovia (Anhanguera e Bandeirantes).

Ao final da partida, a mesma PM determina que, por segurança, a torcida do São Paulo aguarde 30 minutos após a saída dos corintianos para evitar confrontos – inevitáveis há anos (alguns descumpriram a determinação e provocaram um tumulto ao redor do estádio).

Tantas medidas assim para separar seres humanos (racionais?) que apenas cometem o erro e a heresia de torcerem para times diferentes.

Será a falência absoluta da sociedade?

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

"A importância da conversa"

Em toda relação humana, a coisa mais importante é a conversa, mas as pessoas já não fazem mais isso - sentar para falar, e para escutar os outros. Vão ao teatro, cinema, veem televisão, escutam rádio, leem livros, mas quase não conversam. Se quisermos mudar o mundo, temos que voltar para a época em que os guerreiros sentavam-se em torno da fogueira, e contavam histórias.

As pessoas que contam suas histórias, começam a mudar radicalmente. A tristeza vai desaparecendo de suas vidas, as aventuras recomeçam. O amor, que teoricamente seria ameaçado por tantas mudanças, fica mais sólido e maior.

Fonte: blog do Paulo Coelho, postado em 18/1/15.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014 | | 0 comentários

São Paulo, entre a opressão e a exuberância

São Paulo é uma cidade que testa a natureza humana. Um lugar de contrastes - capaz de abrigar numa mesma área o luxo frio do Morumbi e a pobreza vibrante de Paraisópolis - não pode passar incólume por ninguém.

Andar pela capital paulista e não se indignar com retratos seguidos e frequentes da mais cruel falta de dignidade humana, exposta como ferida nas suas calçadas e jardins, embaixo de pontes, passarelas e viadutos, homens mulheres e crianças em situação de extrema pobreza ou, o que é mais comum, vencidos pelo vício da bebida e das drogas (com destaque para o crack), é chocante. (Um cenário bem diferente daquele apresentado na propaganda da prefeitura na TV ou citado em recente artigo de um vereador petista da capital).

Neste sentido, São Paulo é uma cidade feia, difícil, dura, que amargura, deprime e entristece todos os que ainda têm a capacidade de sentir.

Ao mesmo tempo, e paradoxalmente, esta mesma cidade abriga as mais pulsantes manifestações artísticas e de criatividade nas mais diversas áreas do conhecimento humano (social, ambiental, arquitetônico, etc). O sangue pulsante do que se define como cidade, ou seja, o lugar do convívio social coletivo e público, passa pelas ruas da capital. Como metrópole que é, recebe gente dos quatro cantos do globo – que vêm para mostrar seu trabalho, sua arte ou simplesmente para passear.

Neste aspecto, São Paulo emana uma energia diferente, comparável à mesma energia que move a vida. Uma energia que contagia, alegra, estimula e desperta a alma e o coração de todos os que ainda têm capacidade de sentir.

Lidar, porém, com estas duas cidades (ou estas duas realidades) misturadas num mesmo ambiente exige um certo distanciamento. Porque por mais que a capital paulista também tenha segregado à periferia o seu lado mais sombrio no que diz respeito à pobreza e à ausência do estado, não existem nela muros capazes de separar estes dois mundos.

E tal como na junção de Paraisópolis com o Morumbi, a região da estação da Luz (onde fica a Sala São Paulo, reduto cultural da elite paulistana) abriga o que há de mais belo e de mais horrendo nas paragens de Piratininga. A arquitetura monumental e histórica da antiga estação Júlio Prestes e do antigo prédio do Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo), São Paulo é tudo isto, tudo junto e misturado. Um cardápio de tristezas e possibilidades. 

Um lugar falido e que renasce (ou resiste) a cada dia. Uma cidade pela qual todos os que ainda têm a capacidade de sentir simplesmente sentem – a alegria da maior metrópole do hemisfério sul e a mais rica da América Latina e a vergonha das entranhas expostas de um país fadado ao fracasso (e que tenta lutar bravamente contra esse destino).

PS: tive que voltar o tema, mesmo após escrever sobre o lado“A” e o lado “B” de São Paulo em postagens anteriores.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014 | | 0 comentários

2014 - um ano definitivo!

Como tenho feito nos últimos anos, eis o balanço (um tanto ainda precipitado, é verdade) deste 2014 que ruma para o fim.

Foi, sem margem para dúvida, um ano acima das expectativas – e definitivo em muitos aspectos.

Raras vezes minha vida sofreu tantas mudanças como neste 2014. Mudanças de alguma forma irreversíveis.

A primeira delas: a decisão de juntar as escovas de dente. Sobre isto não quero me alongar, já que não pretendo – ao fazer uma espécie de balanço público da minha vida (embora, na verdade, seja mesmo uma forma de avaliação e de acertos internos) – tratar de vertente tão íntima. Registro apenas que tem sido uma feliz descoberta, dia a dia, da forma como todas as uniões merecem ser (ou seja, com diálogo, respeito e acima de tudo amor).

Ainda do ponto de vista pessoal, já que comecei por este lado, 2014 me permitiu rever conceitos e tirar conclusões. Reencontrar pessoas e abandonar outras. Permitiu-me, acima de tudo, colocar em prática uma frase ouvida certa vez de uma colega de trabalho, e que me atormenta desde então: “Ryan, você não pode mergulhar assim de coração nas relações...”.

Um ano, este ano!, que trouxe episódios e conflitos (aparentes e invisíveis para certos olhos) que permitiram clarear quem são os amigos legais (cada vez mais raros) e aqueles que são apenas bons companheiros de cerveja. Quem são os capazes de cruzar oceanos e os que apenas dão alguns (poucos) passos. Quem são os que lembram e os que esquecem. Os que jogam limpo e os que escondem.

A vida deu também este ano oportunidades para que as pessoas pudessem se redimir – oportunidades desperdiçadas por corações duros e pela incapacidade de perdoar. Neste aspecto, 2014 foi também um ano de um ponto final definitivo.

Por fim, foi um ano para me aproximar de quem amo e de quem me ama. De valorizar pequenos momentos, um abraço, um afago, um carinho, uma saudade. De saber quem se importa e com quem de fato devo me importar.

Do ponto de vista profissional, foi um ano excepcional. Vivi várias “primeiras vezes” – num Carnaval de São Paulo, numa Copa do Mundo, numa eleição presidencial. Foram quatro viagens internacionais (Canadá, Peru, Suíça e Suécia), que renderam dezenas de reportagens – todas expostas neste blog e no Piscitas – travel & fun.

Um ano em que aprendi muito, aquietei-me e simplesmente vivi, ou deixei a vida me levar (mas também fiz acontecer – as viagens são prova mais evidente disto).

De 2014, portanto, carrego boas lembranças. Um ano que, talvez, sob certos aspectos, não mais se repita. Que seja: que os próximos tragam seus próprios desafios – e que eu encontre sabedoria, discernimento, humildade, força, amor e fé para dar os passos que precisam ser dados, sempre avante!

Obrigado a todos que compartilharam momentos nesta caminhada de 2014!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014 | | 0 comentários

“A cerimônia do adeus”

(...) "A vida é uma longa despedida de tudo aquilo que a gente ama", meu pai sempre repete (mas a frase é do Victor Hugo).

(...) Tem uma hora - e dizem que essa hora sempre chega - que para de doer. A parte chata é que, até parar de doer, parece que não vai parar de doer nunca. (...)

Fonte:
Gregorio Duvivier, "Folha de S. Paulo", Ilustrada, 8/12/14 (íntegra aqui).

sábado, 6 de dezembro de 2014 | | 0 comentários

Questões para refletir...

(...) É estranho, considerando o cenário político atual, ouvir alguns dos hinos que foram entoados por gente que clamava por democracia e ver o que aconteceu com alguns dos ícones daquela geração. Foi inevitável a sensação de que algo saiu fora do script. "O que há algum tempo era novo, jovem, hoje é antigo, e precisamos todos rejuvenescer." (...)

Fonte: Renato Andrade,
“Falso brilhante”, Folha de S. Paulo, Opinião, 6/12/14, p. 2.

***

(...) A gente sempre se pergunta o que um partido quer com a nomeação de um diretor de banco estatal. Implementar suas políticas de ampliação de crédito, discutir a adequação do banco às normas de Basileia, incrementar a bancarização? (...)

Fonte: Vinicius Torres Freire,
“Dilma e seus inimigos ocultos”, Folha de S. Paulo, Mercado, 4/12/14.

terça-feira, 25 de novembro de 2014 | | 0 comentários

"Vida breve"

(...) Caminho para os 40. E, com uma nitidez arrepiante, sinto que o tempo acelera como nunca.

Explico: aos dez, aos 20, o tempo passava com um ritmo mais lento. O ano acadêmico era longo. As férias de verão, também. E os dias, cada dia, tinham minutos que duravam horas e horas que duravam semanas.

Subitamente, os dias encolheram. E, com os dias, as horas e as semanas. Como explicar o fenômeno? (...)

Fonte: João Pereira Coutinho, “Folha de S. Paulo”, Ilustrada, 25/11/14 (íntegra
aqui).

domingo, 23 de novembro de 2014 | | 0 comentários

Só para constar

Revendo conceitos - sobre a vida, as relações, a profissão, as prioridades...

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Vingança & perdão

(...) Não, a vingança não traz prazer nenhum; o mais provável é que ofereça apenas o alívio de não se conviver mais com o rancor, o ressentimento, aprisionados na garganta.

Há outra maneira de obter esse alívio, naturalmente: trata-se do perdão.

Bela palavra; mas perdoar não é tão simples quanto parece. Faz pouco sentido, para mim, a indulgência que se possa ter à noite, entre uma oração e outra, dirigida a ofensores indeterminados. "Perdoo todo mundo", penso, numa imitação preguiçosa da generosidade divina. Desse modo, não perdoei ninguém.

Assim como a vingança, o perdão precisa ser pessoal, cara a cara; o perdoado precisa saber que o foi. Fez-se um contrato entre nós; combinei com meu agressor que estamos prontos a um novo começo. (...)

Fonte: Marcelo Coelho, “Relatos selvagens”, Folha de S. Paulo, Ilustrada, 19/11/14.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014 | | 0 comentários

Constatação

Tem gente que nasceu para ejacular com o pênis alheio (dito de um jeito menos grosseiro). E festeja isto!

Falta de hombridade.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014 | | 0 comentários

Coisas da vida

(...) Quando o desejo ainda está neste estado puro, homem e mulher se apaixonam pela vida, vivem cada momento com reverência, e conscientemente, sempre esperando o momento certo de celebrar a próxima bênção.

Pessoas assim não têm pressa, não precipitam os acontecimentos com ações inconscientes. Elas sabem que o inevitável se manifestará, que o verdadeiro sempre encontra uma maneira de mostrar-se. Quando chega o momento, elas não hesitam, não perdem uma oportunidade, não deixam passar nenhum momento mágico porque respeitam a importância de cada segundo.

Fonte: blog do Paulo Coelho,
“Quem deseja não tem pressa e não se precipita”, postado em 10/11/14.

***

Certa vez, um poeta disse que nenhum homem era uma ilha. Para combater o Bom Combate, precisamos de ajuda. Precisamos de amigos, e quando os amigos não estão por perto, temos que transformar a solidão em nossa principal arma. Tudo que nos cerca precisa nos ajudar a dar os passos que precisamos em direção ao nosso objetivo. Tudo tem que ser uma manifestação pessoal de nossa vontade de vencer o Bom Combate.

Sem isto, sem perceber que precisamos de todos e de tudo, seremos guerreiros arrogantes. E nossa arrogância nos derrotará no final, porque vamos estar de tal modo seguros de nós mesmos que não vamos perceber as armadilhas do campo de batalha. (...)

Fonte: blog do Paulo Coelho, “Ajuda para combater o bom combate”, postado em 7/11/14.

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Lembra?

"Lembra que tínhamos sempre tempo para fazer amigos?"

Frase de um vídeo de divulgação do Peru.