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sexta-feira, 11 de maio de 2012 | | 0 comentários

"Portuguese?"

Afinal, se os brasileiros estão ajudando tanto a economia norte-americana, por que o português continua sendo tão ignorado? Eta linguinha esquecida tchê!


Em tempo: a placa estava em uma das atrações turísticas de Chicago (EUA).

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012 | | 0 comentários

O que é quadrilha?

Segundo o Moderno Dicionário Michaelis de Língua Portuguesa, trata-se de um "pequeno grupo de malfeitores associados, dirigidos por um chefe e dedicados especialmente ao roubo e latrocínio".

segunda-feira, 23 de maio de 2011 | | 0 comentários

"O senso comum confunde a língua com a norma culta"

A polêmica provocada pela publicação na imprensa de trechos do livro de Heloísa Ramos nasce da defasagem entre a visão do ensino da língua materna cultivada pelo senso comum e uma pedagogia desenvolvida com base na linguística.

Na condição de ciência, a linguística tem por objetivo descrever a língua, não prescrever formas de realização.

O trabalho do linguista passa ao largo dos frágeis conceitos de "certo" e "errado". É fato, porém, que, para os leigos no assunto, o estudo da língua parece se resumir exatamente a esses conceitos.

A pedagogia que orienta a obra afronta, portanto, o senso comum, que se expressa no temor de que a escola vá passar a ensinar o "errado".

A ideia é mostrar que mesmo realizações sintáticas como "os livro" ou "nós pega" têm uma gramática, que, embora diversa da que sustenta a norma de prestígio social, constitui um sistema introje
tado por um vasto grupo social - daí ser possível falar em variante linguística.

Embora goze de maior prestígio social, a norma culta é apenas uma das variantes, não a própria língua. A visão distorcida do fenômeno linguístico municia o preconceito linguístico, manifesto na inferiorização social daqueles que não dominam os recursos da variante culta.

Cabe a uma pedagogia preocupada em promover a inclusão tratar desse tipo de questão e fomentar entre os estudantes o respeito à forma de expressão de cada um.

Isso não significa, porém, deixar de ensinar a norma culta, que é o código de mediação necessário numa sociedade complexa e um meio de acesso às referências literárias e culturais que constituem a nossa tradição e reforçam a nossa identidade.

Fonte: Thaís Nicoletti de Camargo, “Folha de S. Paulo”, Cotidiano, 18/5/2011. Ela é consultora de língua portuguesa do Grupo Folha-UOL.

domingo, 20 de junho de 2010 | | 2 comentários

"Quando o errado está certo"

Muita gente torce o nariz quando um chatola, como eu, começa a reclamar dos erros de português que se cometem nos jornais e na televisão. Desses, muitos dos que os cometem são profissionais, mas estão pouco ligando para o que consideramos escrever e falar errado.

Sabe-se que, para a maioria dos linguistas, não existe isso de falar errado: todo o mundo fala certo. Admitem existir uma “norma culta”, que obedece às regras gramaticais, mas violá-las não é propriamente errar. Ouvi de um deles que está tão certo dizer “pobrema” como “problema”. Obtuso como sou, tenho dificuldade de entender por que eles mesmos vivem escrevendo livros e colunas em jornais, ensinando como se deve escrever. Ora, se não existe falar errado, por que ensinar?

Não deve o leitor concluir daí que sou aquele morrinha que vive catando os deslizes de cada um, mesmo porque não posso me considerar um grande conhecedor da língua. Gosto dela, prezo-a ou, melhor dizendo, considero-a uma das extraordinárias criações do gênio humano. Não é maravilhoso imaginar que, muito antes de surgirem os gramáticos, nossos ancestrais já falavam obedecendo às normas que tornaram o idioma meio de comunicação entre as pessoas e de invenção do nosso mundo cultural?

Pense bem nesta maravilha: a palavra “este” indica algo que está perto de mim; “esse”, o que está perto de você; e “aquele”, o que está longe de nós dois. Eis a linguagem expressando as relações reais do sujeito e das coisas do mundo. Não obstante, todos os locutores de rádio e televisão, como a maioria dos jornalistas, referindo-se ao que está perto de si, usam “esse” em lugar de “este”. E isso é hoje tão frequente que já nem se repara.

Ninguém vai morrer por isso, mas não deixa de ser preocupante observar as pessoas deformarem e empobrecerem a língua, usando, por exemplo, “sobre” como regência de quase todos os verbos.

Em vez de “comentou os fatos” dizem “comentou sobre os fatos”; em vez de “quando falou do problema”, dizem “quando falou sobre o problema”; em vez de “alertado do ataque”, dizem “alertado sobre o ataque”, e por aí vão.

Em certas frases, o uso de “sobre” chega ao limite do desatino: “o deputado aguarda o desmentido sobre a denúncia”, quando seria muito mais simples e elegante dizer “aguarda o desmentido da denúncia”. Vá você, agora, explicar como surgiu essa mania do sobre, que espero seja apenas uma mania, como outras que surgiram e se foram.

Lembram-se da época em que todos usavam a expressão “a nível de”? Servia para qualquer coisa, como ouvi um entrevistado afirmar que, “a nível de ração para porcos, o melhor seria...”. Felizmente, essa mania passou, o que me faz crer que a língua termina por excluir de si as excrescências que nela se introduzem. Mas parece que nem sempre, porque, às vezes, o mau uso se generaliza e até mesmo se oficializa.

Existe coisa mais descabida do que chamar de “sambódromo” uma passarela para desfile de escolas de samba? Em grego, “-dromo” quer dizer “ação de correr, lugar de corrida”, daí as palavras autódromo e hipódromo. É certo que, às vezes, durante o desfile, a escola se atrasa e é obrigada a correr para não perder pontos, mas não se desloca com a velocidade de um cavalo ou de um carro de Fórmula 1.

Muitas vezes, à irreverência junta-se a ignorância, a pouca leitura dos bons escritores. Não é que tenhamos de escrever como escrevia Camões, mas o conhecimento do idioma, em seus diferentes momentos históricos e em suas mudanças, ajuda-nos a preservar a língua no que tem de essencial como também a transformá-la sem lhe trair a natureza. É essa ignorância que leva alguns redatores de televisão a substituir “risco de vida” por “risco de morte”, achando que esta é a expressão correta. Ganha-se em obviedade e perde-se em elegância.

Já mencionei aqui, noutra ocasião, a tal lei da termodinâmica, segundo a qual os sistemas tendem à desordem. Sendo a língua um sistema, está sujeita a desorganizar-se, como o atestam os exemplos citados, tanto mais hoje em dia, quando a TV induz milhões de pessoas a falar errado. Essa mesma TV que poderia se tornar um instrumento decisivo na luta contra a entropia. Ou será que escrever certo é elitismo?

Fonte: Ferreira Gullar, "Folha de S. Paulo", Ilustrada, 20/6/2010.

PS: em relação ao "este" e "esse", canso de falar aos meus alunos, mas eles - e a imprensa em geral - parecem dar pouca importância...

segunda-feira, 15 de março de 2010 | | 1 comentários

Quem nunca disse "menas"?

Conhecer o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, foi uma grata surpresa. Confesso que não imaginava um museu como aquele – talvez por carregarmos aquela imagem de museu como um depósito de coisas antigas. Lá é diferente. Um lugar que todo brasileiro deveria conhecer (para aprender, divertir-se e até se emocionar).

Pois este lugar, que já é fantástico, acaba de inaugurar uma exposição extremamente interessante. A mostra visa apontar "erros linguísticos comuns cometidos pelas pessoas, e, ao mesmo tempo, entender a causa desses erros, além de discutir a amplitude e criatividade da língua", informa o governo estadual, idealizador do local.


"Sob o título Menas, a exposição, interativa, divertida e, sobretudo, provocativa, aproximará ainda mais o museu de seu grande público, segundo o diretor do Museu da Língua Portuguesa, Antonio Carlos de Moraes Sartini. 'A intenção é mostrar os principais fatores que nos levam a fugir da norma culta do idioma e reforçar a ideia da existência e pertinência dos vários padrões de linguagem que devem, ou deveriam, ser dominados por todos, criando verdadeiros usuários poliglotas de uma só língua, no caso, a portuguesa'."

Aliás, o próprio nome da exposição é uma provocação, já que "menos" é um advérbio (portanto, não varia, como explicam os curadores).

A exposição foi inaugurada nesta segunda-feira e estará aberta ao público a partir de amanhã, seguindo até junho. O ingresso custa R$ 6 (pagamento só em dinheiro). Estudantes com carteira do ano e documento de identidade pagam meia-entrada Crianças com até 10 anos, idosos a partir de 60 e professores da rede pública não pagam ingresso.

A seguir, a reportagem que o "Jornal Nacional" exibiu hoje sobre a exposição: