Entre a prisão domiciliar e o asilo na embaixada do Equador,
Julian Assange, 42, está confinado há dois anos e nove meses no Reino Unido.
Mas o fundador e editor-chefe do WikiLeaks (site conhecido
por publicar documentos sigilosos) não se lamenta, em entrevista por telefone à "Folha".
Lista o que tem de importante para fazer, como editar novo vazamento e manter o
apoio a Edward Snowden, ex-analista da CIA que revelou a espionagem em curso do
governo dos EUA. (...)
Folha - O livro (“Cypherpunks – Liberdade e o futuro da
Internet”) soa premonitório quando foca o acesso do governo dos EUA às
comunicações latino-americanas, através de fibra ótica. Snowden, depois,
comprovou o acesso no Brasil.
Julian Assange - Estudo a Agência Nacional de Segurança [dos EUA] há 20 anos. A imagem foi composta de vazamentos, telegramas, inquéritos do Congresso, testemunhos de ex-funcionários. Uma imagem complexa, que precisava ler milhares de coisas. O importante das revelações de Snowden é que alguns documentos tornaram isso claro para as pessoas.
Julian Assange - Estudo a Agência Nacional de Segurança [dos EUA] há 20 anos. A imagem foi composta de vazamentos, telegramas, inquéritos do Congresso, testemunhos de ex-funcionários. Uma imagem complexa, que precisava ler milhares de coisas. O importante das revelações de Snowden é que alguns documentos tornaram isso claro para as pessoas.
(...) Seu livro cita uma trajetória alternativa mais
positiva.
Há uma tendência importante na direção contrária. O que estamos vendo, com o fracasso da intenção de erguer um ataque à Síria, com as revelações, é o desenvolvimento de um novo corpo político internacional, de um novo consenso, de um novo "demos" [povo como unidade política]. Se a internet, por um lado, ampliou imensamente o poder dos Estados Unidos como Estado, por outro também produziu uma nova sociedade. É um tempo muito interessante, porque ou vamos derivar para essa distopia ou para esta nova cultura internacional fortalecida, que vai fornecer uma força prática e política de equilíbrio.
Há uma tendência importante na direção contrária. O que estamos vendo, com o fracasso da intenção de erguer um ataque à Síria, com as revelações, é o desenvolvimento de um novo corpo político internacional, de um novo consenso, de um novo "demos" [povo como unidade política]. Se a internet, por um lado, ampliou imensamente o poder dos Estados Unidos como Estado, por outro também produziu uma nova sociedade. É um tempo muito interessante, porque ou vamos derivar para essa distopia ou para esta nova cultura internacional fortalecida, que vai fornecer uma força prática e política de equilíbrio.
Fonte: Nelson de Sá, “Internet levará à distopia ou a uma cultura mais forte”, Folha de S. Paulo, Ilustrada, 15/9/13, p. E1.
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