terça-feira, 10 de setembro de 2013 | |

Sobre os "baderneiros"

(...) Destruir utensílios urbanos e emporcalhar prédios públicos é antissocial. Quebrar porta de banco como "agressão ao capitalismo" é imbecilidade. Mas não é provável que os autores de tais façanhas sejam capazes de perceber que não produziram efeito algum, além da mera destruição.

Mas quando voltam a sua cretinice feroz contra alheios indefesos e, ainda pior, já subjugados pela vida, aí essas bestas de cara escondida ou descoberta se tornam revoltantes. Por mim, são indefensáveis. O que quer que lhes aconteça é problema estritamente seu. Nada tem a ver com democracia ou com direitos humanos. (...)

Fonte: Janio de Freitas, “Lixo de gente”, Folha de S. Paulo, Poder, 10/9/13.

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(...) A fantasia junina deu lugar à raiva e ao medo. Mistura que pode até estimular arruaceiros, mas serve exatamente à classe política que eles dizem querer combater.

Seguindo nesta toada, as ruas ficarão cada vez mais vazias. E o coro em defesa da repressão aos baderneiros só aumentará. De novo, algo que só presta aos donos transitórios de palácios, acostumados a este tipo de jogo, no qual se perpetuam.

(...) Desde muito a máscara serviu, na maior parte das vezes, aos que não têm coragem de enfrentar a luz do dia. Precisam se esconder para dar sequência a seus atos. Nada a ver com aquele sentimento de heróis mascarados dos quadrinhos.

O fato é que os nossos mascarados de hoje estão fazendo um jogo que acaba interessando aqueles que, pretensamente, seriam seus alvos. Fica a pergunta: exatamente a favor de quem eles estão?

Fonte: Valdo Cruz, “A favor de quem?”, Folha de S. Paulo, Opinião, 9/9/13, p. 2.

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