(...) Destruir utensílios urbanos e emporcalhar prédios
públicos é antissocial. Quebrar porta de banco como "agressão ao
capitalismo" é imbecilidade. Mas não é provável que os autores de tais
façanhas sejam capazes de perceber que não produziram efeito algum, além da
mera destruição.
Mas quando voltam a sua cretinice feroz contra alheios
indefesos e, ainda pior, já subjugados pela vida, aí essas bestas de cara
escondida ou descoberta se tornam revoltantes. Por mim, são indefensáveis. O
que quer que lhes aconteça é problema estritamente seu. Nada tem a ver com
democracia ou com direitos humanos. (...)
Fonte: Janio de Freitas, “Lixo de gente”, Folha de S. Paulo, Poder, 10/9/13.
***
(...) A fantasia junina deu lugar à raiva e ao medo. Mistura
que pode até estimular arruaceiros, mas serve exatamente à classe política que
eles dizem querer combater.
Seguindo nesta toada, as ruas ficarão cada vez mais vazias.
E o coro em defesa da repressão aos baderneiros só aumentará. De novo, algo que
só presta aos donos transitórios de palácios, acostumados a este tipo de jogo,
no qual se perpetuam.
(...) Desde muito a máscara serviu, na maior parte das
vezes, aos que não têm coragem de enfrentar a luz do dia. Precisam se esconder
para dar sequência a seus atos. Nada a ver com aquele sentimento de heróis
mascarados dos quadrinhos.
O fato é que os nossos mascarados de hoje estão fazendo um
jogo que acaba interessando aqueles que, pretensamente, seriam seus alvos. Fica
a pergunta: exatamente a favor de quem eles estão?
Fonte: Valdo Cruz, “A favor de quem?”, Folha de S. Paulo,
Opinião, 9/9/13, p. 2.
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