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quarta-feira, 1 de julho de 2015 | | 0 comentários

Televisão, esporte e jornalismo

Sobre o novo modo de apresentar as notícias na TV, notadamente na Rede Globo, na busca (quase) desesperada por audiência (e pelo público jovem, que está deixando de ligar a telinha), li uma interessante análise do crítico de TV da "Folha de S. Paulo"/UOL, Maurício Stycer: 

"O problema ocorre quando a informação é deixada de lado, e prevalece apenas o entretenimento (...)".

segunda-feira, 15 de junho de 2015 | | 0 comentários

O legado da Copa um ano depois

Eis, pois, o fruto produzido pela sra. Fifa, sob anuência do governo brasileira, parte da imprensa e da sociedade: um prejuízo de R$ 126 milhões em apenas um ano, considerando unicamente 12 estádios - pouco ou nada utilizados.

Nestas horas, lembro das frases do então ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, a respeito das "acusações" da imprensa sulista a respeito de estádios que virariam elefantes-branco:



Em tempo: e olha que nem citei as obras para a Copa que ainda esperam trilhos, telhado, licitações...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015 | | 0 comentários

Esporte: um negócio em questão

Usar o esporte como fonte de lucro e, ao mesmo tempo, impedir a necessária divulgação daqueles que ajudam a manter a atividade não parece uma boa equação.

Pois é o que ocorre no Brasil há tempos, em várias modalidades. O caso mais recente e flagrante envolveu a transmissão de uma partida do Red Bull Brasil, clube-empresa criado em 2007 que chegou à primeira divisão do futebol paulista este ano.

Para não citar o nome do patrocinador (que, neste caso, mais que patrocinador é o nome OFICIAL do time), a TV Globo alterou até o logotipo do clube em suas transmissões.

A situação não é nova. Envolve, por exemplo, as novas arenas esportivas do país, cujos “naming rights” (os nomes comerciais adquiridos por patrocinadores) são rigorosamente apagados de jornais, revistas, TVs e sites.

No basquete, há tempos os times ganharam apenas o nome das cidades onde atuam. Assim, a Winner Limeira (nome de um patrocinador, mas também nome fantasia OFICIAL da equipe desde sua fundação) é chamada apenas de Limeira.

E assim ocorre com Bauru, São José dos Campos, Rio Claro...

Mas não com Flamengo – que não é chamado de Rio de Janeiro. Tampouco o Paulistano ou o Pinheiros são chamados de São Paulo.

Aliás, por que nas transmissões de Fórmula-1, por exemplo, a tradicional Ferrari (nome de uma marca de automóveis) não vira “Itália”?

Não defendo que os times sejam chamados com nomes de todos os patrocinadores, mas que recebam a nomenclatura que considerarem oficial. O Reb Bull Brasil não é o “time X” que ganhou o nome de um patrocinador; ele nasceu como Red Bull. É o Red Bull.

Por mais que se possa alegar que a emissora nada ganha com o merchandising alheio, não se pode esquecer que ela só paga pelos direitos de transmissão dos esportes em geral porque estes conferem audiência e lucro. Do contrário, não estariam na grade de programação.

Para que este negócio seja sustentável, porém, há que se permitir que meios de angariar patrocínio (e a divulgação na mídia é um dos principais) vinguem. Clubes rentáveis são um passo importante para campeonatos melhores. Neste sentido, esconder os nomes-fantasia não parece ser uma forma de contribuir com o esporte.

Uma última questão: por que os clubes se rendem a contratos “leoninos” em troca de algumas migalhas se, quando podem efetivamente faturar algo mais com as transmissões de TV, são impedidos inclusive de colocar placas de publicidade em seus ginásios, como ocorre na Liga Nacional de Basquete?

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015 | | 0 comentários

"O fado da bola"

sábado, 24 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

Que civilização é esta?

A Federação Paulista de Futebol (FPF) se vê obrigada a levar para o interior um clássico da capital – Corinthians x São Paulo – por um torneio de juniores para evitar violência de torcidas.

Mais: a mesma FPF decide cobrar ingresso especificamente para essa partida numa copa em que todos os jogos são tradicionalmente de graça. Mais uma vez para tentar espantar a torcida.

E mais: ao levar o jogo para o interior (Limeira), a Polícia Militar determina que as torcidas dos dois times sigam (escoltadas, registre-se) cada qual por uma rodovia (Anhanguera e Bandeirantes).

Ao final da partida, a mesma PM determina que, por segurança, a torcida do São Paulo aguarde 30 minutos após a saída dos corintianos para evitar confrontos – inevitáveis há anos (alguns descumpriram a determinação e provocaram um tumulto ao redor do estádio).

Tantas medidas assim para separar seres humanos (racionais?) que apenas cometem o erro e a heresia de torcerem para times diferentes.

Será a falência absoluta da sociedade?

domingo, 21 de dezembro de 2014 | | 0 comentários

O olhar estrangeiro (e a magia do futebol)

Tenho uma certa angústia (aliás, muitas, mas não vem ao caso neste momento) diante da impossibilidade de enxergar o olhar estrangeiro no Brasil. Uma impossibilidade sociológica - nenhum ser humano é capaz de sentir as estranhezas de quem vem de fora em seu próprio país (ou, de modo mais correto talvez, em sua própria cultura).

Recentemente, soube de um livro - "Palavra de Gringo" - escrito por correspondentes estrangeiros a respeito de aspectos pitorescos da cultura e do comportamento brasileiros. Ainda não o li, mas pelas resenhas me pareceu interessante.

Li, contudo, um outro livro (bem interessante, aliás) que me despertou para esta recorrente angústia. Trata-se de "Pelada - Uma volta ao mundo pelo prazer de jogar futebol". Escrito por Gwendolyn Oxenham, ele relata a saga de quatro jovens norte-americanos (a autora incluída) por 25 países em busca de jogos informais de futebol - a chamada "pelada" no Brasil, termo emprestado ao título da obra (provavelmente pelo carinho dos autores pelo "país do futebol").

Nele, a autora cita alguns aspectos curiosos do país, como nos trechos abaixo:


"Cheios de vida" é como Luke descreve os brasileiros. (Ele tem uma teoria não científica de que a incapacidade dos brasileiros de conterem sentimentos e emoções está, de alguma forma, relacionada ao guaraná - o Mountain Dew deles.)" - p. 47

"Nós o seguimos, viramos a esquina e chegamos a um restaurante de comida chinesa (simples assim: somos convidados para jantar por uma pessoa que nunca vimos antes)." - p. 59
 

"A bola caiu na minha frente. Tentei fazer algo sofisticado. Quando se está no Brasil, isso funciona um pouco, seus pés parecem enfeitiçados, fazendo coisas que você não é capaz de fazer, como se você tivesse absorvido um pouco daquela ginga." - p. 77

Da mesma forma, o livro traz aspectos dos demais países visitados.

O objetivo principal da viagem não foi a produção do livro e sim de um documentário, lançado mundialmente em 2013 e premiado.

"Longe dos refletores e dos campos oficiais dos estádios, pulsa um outro lado do futebol: a pelada. Os jogos espontâneos, feitos por e para qualquer um, em qualquer lugar, pelo simples prazer de jogar", como cita a apresentação do trailer oficial na página da editora Zahar (a mesma do livro) no Youtube.



Ou o trailer um pouco mais longo (em inglês) no canal de uma das participantes do projeto, Rebekah Fergusson:



Não sei se o propósito desta postagem foi falar mais a respeito do olhar estrangeiro, uma curiosidade que sempre me move e encanta, ou do "soccer project", o projeto audacioso, mágico e belo dos jovens americanos que deu origem a um documentário e a um livro.

Seja como for, estão aí, numa mesma postagem, os dois registros.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014 | | 0 comentários

Cai ou não cai?!

Eu alertei neste blog em 21 de setembro: o Palmeiras cai.

Ok, não caiu - mas por incompetência dos outros. se dependesse dele, exclusivamente dele, estaria mais uma vez na segunda divisão - a terceira vez em 12 anos.

Se salvou graças ao Santos e ao Coritiba (ou, visto de outra forma, graças ao Vitória e ao Bahia). 

Não se pode esquecer, porém, que o maior campeão do século 20 teve a pior defesa do campeonato e fez campanha de segunda divisão.

Ou seja: foi um rebaixado moral (da mesma forma que existem os campeões morais).

Que 2015 seja mais alvissareiro ao clube alviverde - e que a diretoria e o elenco façam valer a tradição e a grandeza da camisa e da história do clube e façam jus à beleza da nova casa palmeirense - o Allianz Parque.

* Leia também:

- San Gennaro!

- Sofrimento no Parque

terça-feira, 25 de novembro de 2014 | | 0 comentários

Título mundial do Palmeiras é oficializado pela Fifa

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, recebeu nesta semana a confirmação, agora em documento da FIFA, que o Palmeiras é o primeiro campeão mundial interclubes. A informação está em cópia da ata da reunião do Comitê Executivo da entidade máxima do futebol, que atendeu um pedido do clube paulista de reconhecimento do título, encaminhado em 2001.

O Palmeiras conquistou o torneio internacional em 1951, derrotando a Juventus de Turim (Itália). No primeiro jogo, vitória paulista por 1 x 0, gol de Rodrigues. A segunda partida terminou empatada por 2 x 2, Liminha e Rodrigues marcaram pelo alviverde, enquanto Praest e Bonipertti anotaram pelos italianos. Os jogos aconteceram no Maracanã.

(...) A demanda do Palmeiras vinha desde 2001, quando o clube enviou um pedido de reconhecimento do título à FIFA e à CBF. A primeira resposta chegou ao Brasil em carta datada de 9 de março de 2007 e assinada pelo então secretário-geral da FIFA, Urs Linsi. “Após minuciosa pesquisa, temos o prazer em anunciar que a FIFA concorda com sua proposta e aceita a Copa Rio 1951 como a Primeira Copa Mundial dos Clubes. Portanto, gostaríamos de solicitar que façam chegar essa designação diretamente à Sociedade Esportiva Palmeiras”.

(...) Mais recentemente, em abril de 2013, em ofício assinado pelo atual secretário-geral da entidade máxima do futebol, Jérôme Valcke, referendou a decisão em carta enviada ao ministro Aldo Rebelo.

Intitulado “Reconhecimento da Copa Rio 1951 como a Primeira Copa Mundial de Clubes”, o documento afirma que “depois do grande sucesso da Copa do Mundo FIFA no Brasil em 1950, a CBD decidiu promover outro campeonato em parceria com a FIFA visando elevar a qualidade técnica do esporte. Isso foi alcançado na Copa Rio 1951”.

No encerramento da carta, Valcke afirma que “além de garantir uma excelente organização do evento, o Brasil também pôde, orgulhosamente, ver o clube brasileiro Palmeiras vencer a final do campeonato contra o Juventus”.

Participaram da Copa Rio 1951, além de Palmeiras e Juventus de Turim, o Vasco da Gama, o Nacional de Montevidéu, o Áustria Viena, o Sporting de Portugal e o Estrela Vermelha da Iugoslávia.

A campanha palmeirense na competição:

1º Fase
30/6/1951 - Olympique Nice-FRA 0x3 Palmeiras5/7/1951 - Estrela Vermelha-IUG 1x2 Palmeiras
8/7/1951 - Palmeiras 0x4 Juventus-ITA

Semifinal
11/7/1951 - Palmeiras 2x1 Vasco da Gama15/7/1951 - Vasco da Gama 0x0 Palmeiras

Final
18/7/1951 - Palmeiras 1x0 Juventus-ITA22/7/1951 - Juventus-ITA 2x2 Palmeiras

Fonte: site do Ministério do Esporte

quinta-feira, 2 de outubro de 2014 | | 0 comentários

Acredite: mais um(a) em defesa da CBF...

Primeiro foi Caio Ribeiro.

Agora foi a vez Fernanda Gentil defender a escrota Confederação Brasileira de Futebol (CBF) - mesmo que de forma indireta. Foi em entrevista ao "Programa do Jô".

Defendeu o "status quo", o sistema que levou à falência - e assim o mantém - o futebol brasileiro. Defendeu a instituição responsável pela histórica goleada de 7 a 1 sofrida pela seleção na Copa de 2014. Defendeu uma das mais corruptas e menos transparentes estruturas esportivas do país. Defendeu, afinal, o indefensável.

Quanto destas opiniões estão dissociadas dos interesses da empresa onde Ribeiro e Fernanda trabalham?

Simplesmente lamentável tendo partido de pessoas que atuam na esfera do jornalismo (ainda que no limite com o entretenimento).

domingo, 21 de setembro de 2014 | | 0 comentários

Descendo a ladeira...

Vou escrever hoje para depois não parecer oportunismo - ou comentário de jogo feito: o Palmeiras volta à série B em 2015.

Seguramente, 85% dos atuais jogadores, para ser bonzinho, não têm condições de vestir a camisa verde.

Como lá estão, e nada poderá mudar, o Palmeiras já está rebaixado.

Um time grande que cai três vezes para a segunda divisão em 12 anos ruma com velocidade para a pequenez...

quinta-feira, 18 de setembro de 2014 | | 0 comentários

Sheik está certo: a CBF é uma vergonha

Ok, está nas "regras do jogo" que o jogador Emerson Sheik, do Botafogo (RJ), não pode criticar "instituições e autoridades" como fez, mas quem merece crédito nesta história: o crítico ou o criticado (no caso, a CBF)?

Ok, está nas "regras do jogo", mas o que está errado: a crítica ou a "regra do jogo" que impede textualmente e livre manifestação do pensamento de um atleta sob o pretexto de que pode ser "intimidatória" e "desrespeitosa"?

Quem, afinal, intimida quem? O atleta à CBF ou esta aos atletas? 

Quem, afinal, desrespeita quem? O atleta à CBF ou esta ao esporte (e aos atletas em consequência)?

Com a palavra o Bom Senso F.C. e os demais atletas e ex-atletas (menos Caio Ribeiro, que apoiou o "sistema").

Se Sheik for punido além do cartão vermelho que já levou, mais um motivo para parar geral o futebol brasileiro.

Jogadores, uni-vos!

segunda-feira, 11 de agosto de 2014 | | 0 comentários

Só greve pode salvar o futebol brasileiro

O Bom Senso FC divulgou na semana passada uma dura nota contra a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), provocando seus principais dirigentes, em razão da divulgação do calendário 2015.

Ao ler a nota, reforcei uma convicção que alimento há tempos: só uma greve geral pode salvar o futebol brasileiro. E isto está nas mãos exclusivamente dos atletas.

Pode soar radical, mas para certas situações na vida apenas medidas extremas são cabíveis.

Abaixo a nota:

Marin e Del Nero 7 x 1 Futebol Brasileiro

O Calendário de 2015 também tomou de 7 a 1, e ainda tem gente comemorando o gol de honra
 
Aos 7:
1 - O calendário não foi reestruturado, foi apenas espremido. Com os campeonatos iniciando em 1º de fevereiro e terminando em 6 de dezembro, os clubes jogarão praticamente as mesmas datas em menos dias. 
2 - Qualquer reestruturação significativa do calendário trataria de resolver a sua maior deficiência: a escassez de jogos dos clubes do interior. A maior parte dos clubes pequenos continua jogando menos de 20 partidas oficiais por ano, ao longo de pouco mais de três meses - o que significa desemprego para cerca de 12 mil jogadores de futebol. 
3 - O formato de nenhuma das competições significativas foi alterado. Assim, um grande clube pode continuar fazendo inacreditáveis 84 partidas oficiais por ano, 43% a mais que qualquer clube alemão. Vale lembrar que o campeonato alemão tem média de público nos estádios três vezes maior que a nossa. 
4 - Nas datas FIFA não há jogos de clubes, mas os há na véspera destas datas. Assim, a Seleção joga partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo em terças-feiras e há jogos de clubes no Campeonato Brasileiro às quartas-feiras, por exemplo. Então basta torcermos para que nossos clubes não tenham jogadores de alto nível para não serem convocados, certo? Ou, em caso de tê-los, vemos o nosso campeonato enfraquecido sem a presença dos principais atletas em datas importantes. Ainda não entendemos como os patrocinadores e os próprios clubes admitem isso. 
5 - O horário dos jogos continua fora da pauta. Vemos o metrô mudar os seus horários, mas não vemos a CBF zelar pelo bem daqueles que de fato sustentam o futebol, os torcedores. Conforme a audiência diminui, em breve veremos nossos campeonatos na sessão Coruja. 
6 - Estabelece-se um limite de 65 jogos anuais por atleta em competições organizadas pela CBF e Federações. Esta é a famosa medida "me engana que eu gosto". De onde veio este número 65, CBF? Quantos atletas disputaram mais que 65 jogos no ano passado? Já falamos algumas vezes: não se trata de limitar o número de jogos dos atletas; é preciso organizar o calendário em torno dos clubes. Deixar um atleta impedido de jogar não oferece tempo de treinamento para o aperfeiçoamento técnico e tático da equipe. 
7 - Grande parte das rodadas do Campeonato Brasileiro continuam sendo em meios de semanas, quando seria mais interessante que todos elas, ou pelo menos a grande maioria, fossem em fins de semanas. 
Ao 1: 
- O quase mês de pré-temporada não foi inserido pensando na modernização do futebol brasileiro, qualificando-o tecnicamente, mas sim pensando no próprio umbigo, uma vez que a audiência do futebol no mês de janeiro tem caído vertiginosamente. 
Bom Senso Futebol Clube 
Por um futebol melhor para todos

quinta-feira, 24 de julho de 2014 | | 0 comentários

A goleada necessária

Depois da outra goleada que a seleção brasileira levou, encontrei num artigo de Juca Kfouri, na "Folha de S. Paulo", a vitória difícil e necessária que o futebol nacional exige:

O Campeonato Brasileiro é tão ruim como os cartolas, como os técnicos que não os enfrentam e os criticam só em off - até porque ganham muito mais do que merecem - e como os jogadores que se acomodam na mesmice, sem perceber que vão no embrulho.
O resultado de um futebol de quinta é o deserto nas arquibancadas.
Cadê coragem para mudar?
(...) Mexer no futebol brasileiro é tentar mudar a instituição mais resistente ao novo que temos no país, o que há de mais refratário a quaisquer novidades, dominado por gente que se contenta em raspar o tacho e nem liga se matar a galinha dos ovos de ouro.

terça-feira, 22 de julho de 2014 | | 0 comentários

Outra goleada (do atraso)

Pensei em escrever algo sobre as "novidades" para renovar o futebol brasileiro. Desisti ao ler a coluna de Mário Magalhães. Em uma frase, ele resumiu o que penso: "Dupla Dunga-Gilmar é o nosso 7 a 1 moral".

É isto.

sexta-feira, 11 de julho de 2014 | | 0 comentários

Futebol & sociedade: espelho & reflexo

Vira e mexe os desacertos do futebol brasileiro vêm à tona de modo mais eloquente (numa goleada histórica em Copa do Mundo, numa briga sangrenta entre torcidas, etc), momento em que surgem críticas às coisas do futebol e se cobra correção nas práticas dentro e fora de campo.

Antes de prosseguir, quero deixar claro que sou absolutamente a favor das críticas e de mudanças profundas na estrutura do futebol.

A observação que faço aqui é outra: cobra-se do futebol algo que o Brasil como nação e sociedade não possui. Dito de outra forma, o futebol é nada mais nada menos do que reflexo da sociedade à qual está inserido e da qual faz parte.

Tal constatação se dá quando, por exemplo, o goleiro do Flamento, Felipe, manifesta após uma vitória e um título obtidos mediante um flagrante erro de arbitragem: “Estava impedido, né? Roubado é mais gostoso”.

Pensamento típico de grande parte da sociedade brasileira. Pergunte aos torcedores de Flamengo, Corinthians, etc, se não pensam assim (desde que o “roubo” favoreça o time de cada um, claro).

É a malandragem brasileira em campo.

E em relação à violência? Por que, afinal, o futebol terá paz entre as torcidas se nas ruas o país é violento? E se os próprios protagonistas do esporte (dirigentes, atletas, etc) estimulam rivalidades que vão além das quatro linhas? Quantos jogadores e clubes apoiam as torcidas organizadas, responsáveis por grande parte dos atos de violência envolvendo o futebol?

E quanto à ética, o que falar do comportamento de clubes que atravessam negociações de atletas com outros clubes, “roubam” jogadores da base alheia, técnicos que negociam contratos para o lugar de outros que ainda estão trabalhando?

Estes comportamentos não fazem parte da nossa sociedade?

Infelizmente, a resposta é “sim”.

E assim será enquanto “esta gente aí”, como diz o jornalista Juca Kfouri, estiver no comando. Que mudanças esperar se sai Ricardo Teixeira e entra José Maria Marin? E se sai Marin e entra Marco Polo Del Nero?

E se dirigentes que se dizem rompidos com o “status quo”, caso do ex-presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, de repente aparecem abraçados com “aquela gente” só porque seu clube foi favorecido em algo?



Que ética é esta em que os valores mudam se o beneficiado for eu?

Que mudanças esperar quando deputados são financiados pelo dinheiro do futebol (via federações e confederação)?

Atenção eleitores: entre os que votaram a favor da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) na Câmara Federal estão Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Guilherme Campos (PSD-SP), José Rocha (PR-BA), Jovair Arantes (PTB-GO), Rodrigo Maia (DEM -RJ), Valdivino de Oliveira (PSDB-GO) e Vicente Cândido (PT-SP).

Parlamentares de todas as colorações partidárias, para ninguém reclamar. E viva a democracia!

Não sei se será mais fácil mudar o futebol para mudar a sociedade e o país ou se o caminho será inverno, mudam o país e a sociedade para mudar o futebol.

Só sei que é preciso mudar!

* Fotos de divulgação do SPFC

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Lições de uma goleada

A seleção da Alemanha que humilhou o Brasil por 7 a 1 nasceu de um vexame - a derrota por 2 a 0 para a seleção brasileira no final da Copa da Coreia e do Japão, em 2002. Após o resultado, a Alemanha decidiu que seu futebol chegara a um ponto de esgotamento que precisaria se reinventar. Se a seleção quiser tirar alguma lição do massacre que sofreu no Mineirão, é melhor estudar o que os germânicos fizeram nesses 12 anos.

O plano alemão partiu de um tripé: formação de jogadores, intolerância com a corrupção e a busca por mais torcedores. (...)

Fonte: Mario Cesar Carvalho, "Lições do massacre", Folha de S. Paulo, Opinião, 10/7/14.

*** 

(...) A questão a ser analisada é qual a relação entre clubes fortes e seleções fortes. O Brasil tem clubes pobres há alguns anos, mas nem por isso deixou de ser campeão mundial em 1994 e 2002. Se fracassou este ano, não foi pela debilidade de seus clubes, refletida no fato de que apenas 4% dos jogadores que disputaram as semifinais atuam no Brasileirão (contra 23%, lembra-se?, que jogam na Bundesliga).

(...) O fato é que, se quiser pensar em termos de espetáculo e de negócios - os dois pilares do futebol -, o Brasileirão não pode continuar sendo piada em vez de campeonato.

Fonte: Clóvis Rossi, "Alemanha ganha também em casa", Folha de S. Paulo, Mundo, 10/7/14.

quarta-feira, 9 de julho de 2014 | | 0 comentários

Sobre um tal 7 a 1

Dizer o que mais além de tudo o que foi dito sobre os 7 a 1 da Alemanha contra o Brasil na semifinal da Copa?

Que eu havia alertado: o Brasil não tem técnica nem emocional para vencer – o jogo contra os alemães escancarou isto (por mais que a seleção germânica seja melhor tática e tecnicamente que a brasileira, além de estar melhor preparada, nada justificaria a goleada senão a falta de controle dos atletas após tomar um gol).

Um problema, aliás, não só dos nossos jogadores, como bem descreveu Fernando Rodrigues na “Folha de S. Paulo”:

O imaginário local sobre ganhar "em casa" provocou um estado de transe coletivo. A nação escancarou todo o seu atraso civilizatório resumido na dicotomia reducionista e infantil do "é tóis" (o Brasil) contra "eles" (o restante do mundo), como se uma disputa esportiva fosse vital para o país conseguir sanar seus problemas.

Voltando ao jogo, vale o registro do jornalista Juca Kfouri, também na “Folha”:

Jamais havia visto um estado de tamanha perplexidade num estádio e não apenas entre os derrotados. Os vencedores também não esperavam tamanha facilidade, tanta que ficou constrangedor comemorar.

Foi, como registrou o “The New York Times”, "inesperado, histórico, inexplicável".

Eu acrescentaria: inaceitável. “É uma camisa forte demais, pesada demais, importante demais. Não tem o direito de tomar de sete em uma Copa do Mundo. Não tem, não pode. Não tem explicação. Não pode. É proibido”, cravou com razão o historiador Eduardo Bueno, o Peninha, no SporTV.

Antes do confronto com a Alemanha, tínhamos, talvez, os melhores zagueiros da Copa e tomamos gol em praticamente todos os jogos (exceção ao 0 a 0 contra o México). Sinal evidente de que, apesar dos bons zagueiros, o sistema defensivo não funcionava.

E a zaga foi o que tivemos de melhor...

Não tínhamos meio de campo nem ataque – “os piores atacantes (Fred, Bernard e Hulk) de Copa do Mundo que já tivemos”, nas palavras do comentarista Carlos Eduardo Lino, também no SporTV.

Ainda assim, havia chance – o futebol está longe de ser lógico e a própria Copa mostrou isto.

Se houver Justiça, porém, a Alemanha será campeã (porque embora tenha tido dificuldade em algumas partidas, como contra a Argélia, fez ao menos duas belas apresentações, contra Portugal e Brasil, ao contrário da Argentina, que não encantou em nenhum jogo).

Aliás, depois do “Maracanazo” de 1950 e do “Mineirazo” de 2014, nada pior do que a Argentina gritar “é campeã” em pleno solo brasileiro. Os “hermanos” estão na final...

Que semaninha para esquecer!

Que nunca mais inventem de fazer Copa no Brasil...

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PT do discurso e da prática

Disse o vice-presidente do PT, Alberto Cantalice, a respeito da histórica derrota da Seleção Brasileira para a Alemanha por 7 a 1 na semifinal da Copa 2014, segundo a "Folha de S. Paulo": "Enquanto máfias continuarem a comandar o futebol brasileiro, tanto os grandes clubes como a seleção ficarão nesta merda!".

Máfias, diga-se de passagem, que receberam todo o carinho, apoio e endosso do governo e da pessoa do sr. Luiz Inácio Lula da Silva, o dono do PT...

segunda-feira, 30 de junho de 2014 | | 0 comentários

Se há justiça no futebol, a Copa não será do Brasil

O jogo contra o Chile mostrou claramente que o Brasil não tem time para ganhar a Copa do Mundo - seja do ponto de vista técnico (o meio-campo não existe) ou emocional (a carga de jogar em casa paralisou o time nitidamente).

Se no futebol deve vencer o melhor, não era o Brasil que deveria ter saído vencedor da disputa por pênaltis. O Chile controlou o jogo no segundo tempo e na prorrogação.

Agora é a vez da Colômbia - quatro jogos, quatro vitórias, artilheiro da Copa. Uma campanha disparadamente melhor que a do Brasil (duas vitórias e dois empates).

Por justiça, quem deve avançar são os colombianos. Uma Copa não pode ter um campeão do mundo com campanha tão modesta quanto a que a seleção brasileira faz até o momento.

Mas quem disse que o futebol é justo? E que o melhor vence sempre?

Por isto, o Brasil pode sim ganhar o hexa, mas se assim for, dificilmente algum cronista ou torcedor mais lúcido poderá dizer que o melhor time venceu.

A esta altura, já deu para perceber que não há uma grande seleção (as tão faladas Alemanha, Holanda e Argentina sofreram para ganhar jogos). Talvez a França esteja despontando - e ninguém deu atenção devida a ela...

O fato é que o Brasil não faz por merecer.

Contra o Chile, meu senso de justiça (às vezes um tanto extremo) me impediu de torcer pela seleção. Não torci contra, apenas não senti entusiasmo para torcer. Não vi em campo um time com perfil e potencial de campeão. Apenas assisti ao jogo - meio sonolento com tamanha falta de qualidade.

Ok, torcida não precisa ser racional, aliás é bem emocional mesmo, mas eu não sou assim...

Até gostaria, honestamente, que o Brasil ganhasse, por jogadores como Júlio Cesar, David Luiz, Thiago Silva e alguns (poucos) outros. Estes me dão orgulho. E só. 

***

Da parte da torcida, parece prevalecer uma exagerada dose de ignorância, que se manifesta por comportamentos agressivos e xingamentos, a tudo e a todos, pela falta de modos em relação às demais pessoas (aos vizinhos e aos moradores da vila Madalena, em São Paulo, por exemplo) e por um ufanismo despropositado.

Não compartilho de sentimentos nacionalistas diante de uma Copa do Mundo. Sou pragmático - minha vida não vai mudar com uma eventual vitória ou derrota da seleção brasileira. Acompanho os jogos porque gosto de futebol e até vibro com tudo o que envolve um Mundial, mas passo longe de comemorações que pretendam passar um sentimento inexistente de nação, do tipo "estamos unidos" ou "unidos pelo Brasil" ou ainda "todos juntos".

Somos um país extremamente desigual, dos mais desiguais do mundo. Vivemos numa sociedade egoísta, individualista, em que cada um quer tirar proveito do outro. Louvamos o tal "jeitinho", que muitas vezes implica em trapacear. Nosso senso de justiça é quase nulo. 

Portanto, não caio na tentação das Copas de fingir, por um mês, que somos todos iguais, uma só torcida. Para mim, o "Vai Brasil" não significa nada - ou significa ir para onde quer quer seja.

Reforço: isto não quer dizer que eu não aprecie a festa do futebol ou não queira participar dela. Curto. Como uma festa, um espetáculo esportivo, um grande evento comercial, nada mais do que isto.

A "guerra" entre nações é algo fora de contexto para mim.

Leia também:

- Brasil vai indo, medíocre até nos pênaltis

- Drama contra o Chile expõe virtudes, defeitos e nervos à flor da pele

- A lição da Copa

segunda-feira, 16 de junho de 2014 | | 0 comentários

Isto é a Copa do Mundo, meus amigos!

(...) Os contribuintes brasileiros pagaram por esses camarotes, assentos que os fãs brasileiros jamais poderiam comprar. Em nome da família Blatter, gostaria de agradecer a vocês. E também um muito obrigado da empresa Taittinger, dona do contrato exclusivo de distribuição de champanhe. O contrato de hospitalidade corporativa de todos os estádios foi concedido por tio Sepp à empresa Match, da qual a empresa Infront, do sobrinho dele, Philippe Blatter, é dona de uma parte. Os proprietários majoritários da Match são os irmãos mexicanos Jaime e Enrique Byrom, trazidos para o mundo dos lucros do futebol algumas décadas atrás por João Havelange.

Os irmãos Byrom são sortudos. Eles têm também um contrato para fornecer todos os 3 milhões de ingressos da Copa do Mundo. Das entradas, 450 mil são reservadas para a elite nos camarotes com seus chefs, garçonetes e estacionamentos privilegiados. (...)

Os brasileiros que percorrem grandes distâncias para assistir aos jogos vão precisar de quartos de hotel, e nisso os irmãos podem ajudar. Tio Sepp deu a eles o contrato da indústria hoteleira (...).

Caso Sepp Blatter queira sair inteiro do aeroporto do Galeão, o Brasil precisa ser campeão da Copa do Mundo. Por isso, se Neymar, Fred ou Hulk quebrarem a perna ou se Marcelo sofrer um mal súbito como ocorreu com Ronaldo, em 1998, não há motivo para preocupação.

Por pior que seja o desempenho da seleção nos campos, Blatter tem muito poder sobre o resultado. No passado, alguns juízes das partidas não passaram de fantoches interessados apenas em viajar pelo mundo, receber quantias vultosas e participar de intercâmbios culturais nos bordéis. (...)

Fonte: Andrew Jennings, “Salvem o futebol das mãos da Fifa”, O Estado de S. Paulo, Aliás, 15/6/14, pg. 2-3.