Mostrando postagens com marcador Julian Assange. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Julian Assange. Mostrar todas as postagens

domingo, 15 de setembro de 2013 | | 0 comentários

O futuro do "Grande Irmão"

Entre a prisão domiciliar e o asilo na embaixada do Equador, Julian Assange, 42, está confinado há dois anos e nove meses no Reino Unido.

Mas o fundador e editor-chefe do WikiLeaks (site conhecido por publicar documentos sigilosos) não se lamenta, em entrevista por telefone à "Folha". Lista o que tem de importante para fazer, como editar novo vazamento e manter o apoio a Edward Snowden, ex-analista da CIA que revelou a espionagem em curso do governo dos EUA. (...)

Folha - O livro (“Cypherpunks – Liberdade e o futuro da Internet”) soa premonitório quando foca o acesso do governo dos EUA às comunicações latino-americanas, através de fibra ótica. Snowden, depois, comprovou o acesso no Brasil.
Julian Assange - Estudo a Agência Nacional de Segurança [dos EUA] há 20 anos. A imagem foi composta de vazamentos, telegramas, inquéritos do Congresso, testemunhos de ex-funcionários. Uma imagem complexa, que precisava ler milhares de coisas. O importante das revelações de Snowden é que alguns documentos tornaram isso claro para as pessoas.

(...) Seu livro cita uma trajetória alternativa mais positiva.
Há uma tendência importante na direção contrária. O que estamos vendo, com o fracasso da intenção de erguer um ataque à Síria, com as revelações, é o desenvolvimento de um novo corpo político internacional, de um novo consenso, de um novo "demos" [povo como unidade política]. Se a internet, por um lado, ampliou imensamente o poder dos Estados Unidos como Estado, por outro também produziu uma nova sociedade. É um tempo muito interessante, porque ou vamos derivar para essa distopia ou para esta nova cultura internacional fortalecida, que vai fornecer uma força prática e política de equilíbrio.

Fonte: Nelson de Sá, “Internet levará à distopia ou a uma cultura mais forte”, Folha de S. Paulo, Ilustrada, 15/9/13, p. E1.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013 | | 0 comentários

Os riscos à vida privada

"A luta do WikiLeaks é uma luta de muitas facetas. Em meu trabalho como jornalista, lutei contra guerras e para forçar os grupos poderosos a prestarem contas ao povo. Em muitas ocasiões, manifestei-me contra a tirania do imperialismo, que hoje sobrevive no domínio econômico-militar da superpotência global.

Por meio desse trabalho, aprendi a dinâmica da ordem internacional e a lógica do império. Vi países pequenos sendo oprimidos e dominados por países maiores ou infiltrados por empreendimentos estrangeiros e forçados a agir contra os próprios interesses. Vi povos cuja expressão de seus desejos lhes foi tolhida, eleições compradas e vendidas, riquezas de países como o Quênia sendo roubadas e vendidas em leilão a plutocratas em Londres e Nova York. Expus parte disso e continuarei a expor, apesar de ter me custado caro.

Essas experiências embasaram minha atuação como um cypherpunk. Elas me deram uma perspectiva sobre as questões discutidas nesta obra, que são de especial interesse para os leitores da América Latina.

A próxima grande alavanca no jogo geopolítico serão os dados resultantes da vigilância: a vida privada de milhões de inocentes. (...)"

Fonte: Julian Assange, “Mensagens de um ativista digital”, Folha de S. Paulo, Tec, 4/2/13.