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quarta-feira, 29 de outubro de 2014 | | 0 comentários

"Custe o Que Custar"

Curtindo o "CQC" ao vivo, na Band - convite do querido Marcelo Tas!





E teve até a TV Cultura no "Top Five"...

quarta-feira, 23 de outubro de 2013 | | 0 comentários

Notas sobre um encontro

Como já mencionei “en passant” neste blog, na semana passada fui a um seminário no Sesc Pompeia que abordou o telejornalismo. O evento, intitulado “Invadir a Programação”, fez parte do programa “ContraTV – práticas experimentais do vídeo nos anos 1980” – que, por sua vez, é parte da pré-abertura do 18° Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil (que começa no próximo dia 6).

No palco, os cineastas Fernando Meirelles e Marcelo Machado, o apresentador Marcelo Tas e o jornalista Goulart de Andrade (aquele do “Vem comigo!”).


Os três primeiros fizeram parte de uma experiência, coordenada (ou avalizada) por Goulart, que revolucionou o telejornalismo brasileiro na década de 80 ao renovar a linguagem vigente. Trata-se do projeto Olhar Eletrônico, que virou uma produtora independente.  

Não pretendo resumir o debate, apenas mencionar alguns registros.

De Goulart, ouvi algumas características necessárias para um bom jornalista: “sou curioso, um garimpeiro, um contador de histórias”.

De Tas, um comentário que ilustra bem o Brasil: “estamos há 30 anos perguntando se o Maluf é ladrão. País curioso este”.

De Meirelles, uma leitura dos novos tempos, que dificultam um trabalho mais profundo e autêntico como o “Olhar Eletrônico” fez nos anos 80: “vivemos uma ditadura dos advogados”.

De todos, em comum, uma recomendação: criatividade.

A seguir, alguns vídeos que ilustram um pouco do que foi debatido na ocasião e um pouco do trabalho do “Olhar Eletrônico”:


terça-feira, 13 de agosto de 2013 | | 0 comentários

"O Facebook e a máquina de escrever"

Minha primeira vez na Redação da Folha coincidiu com a chegada dos computadores.

Até então, o ambiente era dominado pelas máquinas de escrever e pela fumaça dos cigarros.

Fui testemunha ocular da rejeição instantânea de alguns colegas à novidade tecnológica.

Uns profetizavam que a chegada das "máquinas silenciosas com monitores parecidos com os de TV" era um sinal do fim do jornalismo. Outros se agarravam nostálgicos às suas Olivettis como náufragos diante de uma boia no convés do Titanic.

Temo que o atual debate "jornalismo convencional x redes sociais" (...) repete o falso dilema "computador x máquina de escrever". A comparação entre ferramentas diferentes, somada à confusão entre ferramenta e usuário, conduz a conclusões distorcidas.

A mudança central que computadores trouxeram ao jornalismo foi conectar os profissionais na Redação e, depois, fora delas. As informações passaram a ser compartilhadas em tempo real, flexibilizando as decisões editoriais e os prazos de fechamento.

Era o início tímido da aceleração espantosa que experimentamos hoje na publicação das notícias na era das redes sociais.

Já as redes sociais não representam uma mudança de hardware, mas de software. Na história da comunicação, a transmissão da informação sempre foi unidirecional.

Na revolução digital, as redes sociais subverteram esse fluxo. Leitores não querem mais ser só leitores. Querem também publicar, criticar, influenciar. Substitua leitores por telespectadores, ouvintes, empresas, consumidores, alunos, professores, chefes, funcionários, pais, filhos, torcedores, clubes de futebol e sinta o tamanho da encrenca.

Depois das manifestações de junho, a Folha passou a ser enfática em criticar as redes sociais. Em um editorial, chegou a alertar: "É honesto reconhecer um aspecto corporativo nessas críticas".

Não questiono a legitimidade das críticas, mesmo corporativas, e até concordo com algumas delas. O equívoco é como se fundamentam: na tentativa inglória de separação asséptica entre "jornalismo convencional" e redes sociais.

(...) Ora, blogs e redes sociais são apenas ferramentas, sem vida própria. Podem ser usadas bem ou mal, por profissionais ou amadores. Ao que me consta, esta Folha tem blogs e está nas redes sociais. Resta a pergunta: qual o significado, em 2013, da expressão "mídia convencional"?

Não é mera questão semântica. Quem pensa fazer parte da "mídia convencional" parece ainda acreditar na existência de um "leitor convencional". Mesmo contra a vontade, a mídia antiga já foi empurrada para a revolução digital pelos seus próprios usuários. É hora de nos desapegarmos dos falsos dilemas e reinventarmos o jornalismo.

Fonte: Marcelo Tas, “Folha de S. Paulo”, Opinião, 12/8/13, p. 3 (para ler na íntegra, clique aqui).