Fonte: Nizan Guanaes, “O melhor ex-presidente dos EUA”, Folha de S. Paulo, Mercado, 30/9/14.
terça-feira, 30 de setembro de 2014 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 06:39 | 0 comentários
Iniciativas que valem a pena
Fonte: Nizan Guanaes, “O melhor ex-presidente dos EUA”, Folha de S. Paulo, Mercado, 30/9/14.
Marcadores: Bill Clinton, Nizan Guanaes
quarta-feira, 30 de outubro de 2013 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 17:07 | 0 comentários
Sintomas dos novos tempos
Fonte: Nizan Guanaes, “Somos o que buscamos”, Folha de S. Paulo, Mercado, 29/10/13.
Marcadores: comportamento, Internet, Nizan Guanaes, privacidade, sociedade
terça-feira, 23 de julho de 2013 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 05:34 | 0 comentários
O velho e o novo
Marcadores: mercado, Nizan Guanaes, reflexão
terça-feira, 22 de janeiro de 2013 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:03 | 0 comentários
"Os olhos precisam viajar"
A maravilhosa frase ali no
título é de Diane Vreeland, a grande fashionista americana. Com ela eu
concordo, em sua sabedoria eu bebo.
Amo viajar. Viajo cada vez mais com mais intensidade. Não dá só
para ficar googlando a vida, é preciso ver a vida. A vida não é on-line.
É preciso internacionalizar o pensamento, confrontar os
parâmetros. Ter uma visão das coisas que estão acontecendo. E nunca foi tão
fácil viajar. (...)
Fonte: Nizan Guanaes, "Folha de S. Paulo", Mercado, 22/1/13 (texto na íntegra aqui).
Marcadores: Nizan Guanaes, viagem, vida
quarta-feira, 28 de novembro de 2012 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 06:30 | 0 comentários
O futuro (ou o presente) é "mobile"
Entre tantas revoluções nas comunicações, uma das mais importantes é a migração das telonas para as telinhas, da conexão por PCs e laptops para aparelhos móveis como celulares e tablets.
É a revolução da mobilidade, ou "mobile", em globish. Que está nos transformando.
A comunicação, quanto mais intensa, mais interfere em nossas vidas. A comunicação, afinal de contas, é o que nos une. Ela já é total e segue evoluindo rapidamente.
Unir a comunicação à mobilidade é como unir o território ao movimento, o espaço dos lugares dando lugar ao espaço dos fluxos. É nessa torrente que você, seus amigos, sua empresa, sua marca e seu produto estão navegando.
A mobilidade é a nova dimensão, o 4D. Um ponto infinito dentro do bolso. É só tirar e acessar... tudo. Sua conta bancária, suas lojas favoritas, seus jornais, seus programas de TV, suas músicas, os restaurantes da redondeza, o tempo, o trânsito, o caminho. Em resumo, tudo e o seu contrário. O mundo.
Mas, principalmente, acessar seus amigos e seus relacionamentos. E carregar os amigos no bolso é genial.
Entre 2013 e 2015, o reinado dos PCs vai acabar, e a maioria dos acessos à internet será feito por aparelhos móveis.
Em países emergidos, como o Brasil, os aparelhos móveis serão cada vez mais a forma dominante de acesso por serem mais baratos que os computadores tradicionais.
E a propaganda precisa ir aonde a audiência está. Basta olhar em sua volta e no espelho: nossa atenção está cada vez mais nas telinhas que carregamos no bolso ou na bolsa. Você pode esquecer tudo em casa, mas, se esquecer do celular, vai voltar.
Enquanto a TV, o aparelho dominante das últimas décadas, nasceu junto com o marketing, a nova pequena tela para o mundo oferece pouco espaço para a publicidade como a conhecemos.
No começo da internet, muita gente simplesmente pegou o anúncio off-line e o adaptou à web, mas off e on são obviamente muito diferentes. No "mobile", aprendemos com nossos primeiros erros digitais. Não faz sentido adaptar estratégia web para o "mobile".
É preciso usar o que há de específico e elementar nesse ambiente, como localização do usuário, conectividade com agenda e calendário, capacidade de fazer ligações telefônicas.
Em cima dessas capacidades, uma indústria de aplicativos difusa e inovadora constrói velozmente serviços tão específicos quanto a criatividade de milhões e milhões de desenvolvedores espalhados pelo mundo. Um desenvolvimento que, como Steve Jobs, consegue unir a compreensão do humano com a compreensão da tecnologia.
O resultado são serviços fáceis de acessar que os usuários consideram relevantes e úteis, do mais frívolo ao mais importante.
Na sexta-feira passada, nas promoções da "Black Friday", a grande sensação nos Estados Unidos foram aplicativos que mostravam as melhores ofertas de lojas próximas de acordo com escolhas do usuário.
Existem ainda aplicativos que literalmente salvam vidas, previnem e auxiliam na cura de doenças. Na África do Sul, uma operadora de telefonia atuou com ativistas sociais e pesquisadores para enviar 1 milhão de torpedos diários incentivando ligações para serviço de informações sobre Aids, com resultados espetaculares.
(...) Eric Schmidt, presidente do conselho de administração do Google, disse na Clinton Global Initiative que a mobilidade é o fator que mais pode ajudar na mobilização das causas sociais. Certamente, ela pode fazer o mesmo com causas comerciais.
Se você quer um insight desta coluna, é o seguinte: a telinha do seu celular será brevemente uma das principais vitrines da sua atividade. É melhor dar à devida atenção a ela desde já.
O pequeno ficou grande.
Fonte: Nizan Guanaes, "Tudo, de bolso", Folha de S. Paulo, Mercado, 27/11/12.
PS: durante visita à CNN em Atlanta (EUA) em abril deste ano, um dos "chefões" de lá já havia afirmado que o futuro da comunicação passa pelas tecnologias móveis - ou "mobile".
Marcadores: mídia, Nizan Guanaes, publicidade, tecnologia
quarta-feira, 22 de agosto de 2012 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 20:52 | 0 comentários
A cidade e o rio
Um amigo meu disse outro dia que adotou como esporte diário andar de bicicleta no rio. Pensei que ele tivesse mudado para o Rio de Janeiro e estivesse pedalando pela orla carioca. Mas, não, ele falava de outro rio, o Pinheiros, que corta uma das regiões mais ricas do Brasil e do mundo.
De fato, é difícil relacionar São Paulo aos seus rios hoje em dia. A cidade criou um verdadeiro apartheid fluvial. Os rios paulistanos foram emporcalhados, enclausurados e defenestrados. Ninguém os ouve, ninguém os vê -só seu mau cheiro é percebido, com repulsa. Os rios, aqui, se tornaram o avesso do símbolo de vida que são. Aqui, não inspiram nem respiram -amedrontam.
Só falamos dos nossos rios pelas piores razões: quando eles inundam comunidades na época das chuvas, quando eles tomam nossos narizes pelo mau cheiro, quando algum corpo é "desovado" em suas águas. Todo mundo tem medo de um dia, por acidente, cair num desses rios. Diz a lenda urbana que a morte é certa.
Grandes cidades se colocaram o desafio de limpar e de revitalizar seus rios para devolvê-los aos moradores. São Paulo tenta, já há muito tempo, limpá-los, e gastou uma montanha de dinheiro no processo, sem muito resultado. Mais do que dinheiro, faltou até aqui o envolvimento das pessoas, das comunidades e das empresas que formam esta cidade.
Mas agora, com a ciclovia do rio Pinheiros, uma coisa enorme aconteceu: foi feito contato. Pela primeira vez em décadas, um número grande de paulistanos tem contato direto com o rio, um contato transformador. Vendo o rio de tão perto, o desejo de limpá-lo só aumenta.
São mais de 20 km de pista reta para pedalar, que serpenteiam as zonas oeste e sul da cidade, partindo do parque Villa-Lobos e indo até Interlagos, sem carros ou semáforos. O número de acessos à ciclovia, encravada entre o rio Pinheiros e a linha de trem urbano e as marginais, ainda é pequeno, mas crescente. Ela começou com uma vocação maior de lazer do que de transporte urbano, mas isso também pode mudar.
Basta ver o trânsito na marginal e o aperto nos trens metropolitanos que passam vizinhos para perceber que a bicicleta pode ser a melhor opção de transporte naqueles trechos na hora do rush. Bolsões de bicicletas gratuitas nos acessos da ciclovia, patrocinados por empresas, podem estimular seu uso.
Quanto mais perto o paulistano estiver dos seus rios, mais perto estaremos de sua transformação em vias vivas e limpas da cidade.
O principal desse processo de revitalização é estimular a participação da população, por meios individuais, das empresas, dos órgãos públicos e de ONGs. As mídias sociais são armas novas talhadas para essa mobilização.
A participação da iniciativa cidadã e privada aqui (como em tudo) é crucial.
Vimos arranha-céus incríveis serem erguidos às margens do rio Pinheiros nos últimos anos. Muitos desses escritórios têm paredões de vidro com vista para o rio, que lá no alto não cheira nem fede. Essas torres abrigam boa parte das maiores empresas e a maior concentração de doutores do país. Eles certamente querem ajudar as autoridades a encontrar o caminho para revitalizar o rio que veem da janela.
É um daqueles atos perfeitos onde todos ganham: a revitalização do rio estimula ação comunitária, aumenta a mobilidade urbana e o acesso, sem necessidade, de mais carros, trilhos e ruas, cria desenvolvimento econômico, impede enchentes, preserva e restaura a natureza e estimula práticas sustentáveis.
A revitalização do rio deságua na revitalização de suas margens, uma área contínua com potencial quilométrico de lazer, de cultura e também econômico.
Se há algum benefício por estarmos atrasados nessa corrida para salvar os rios urbanos, é que existem muito modelos já aplicados pelo mundo com diferentes participações das empresas, desde desonerações até o uso comercial de áreas revitalizadas.
A ciclovia já é uma pequena amostra de todo esse potencial hidrourbanístico. É um primeiro braço do abraço que os paulistanos precisam dar nos seus rios.
Esse é um bom tema para estas eleições municipais e também para as reuniões de conselhos corporativos às margens do rio Pinheiros.
Fonte: Nizan Guanaes, "Viva o rio", Folha de S. Paulo, Mercado, 21/8/12.
Marcadores: cidades, Nizan Guanaes, rio, urbanismo
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 17:26 | 0 comentários
"O jornal de papel e o papel do jornal"
Se for verdade o dito popular de que amigo não é aquele que lhe bajula, mas sim o que lhe diz a verdade, a Folha, 90, é uma grande amiga do Brasil. O papa Bento 16 tem uma frase que eu amo: "Quando se trata da verdade, não se negocia um centímetro".
Eu gosto de coisas irredutíveis, como os troncos das árvores sagradas do candomblé.
Num mundo que concede tanto, que é tão permissivo, é bom ter gente irredutível. Amo Maria Bethânia porque ela não faz concessões. Roberto Carlos, idem. João Gilberto também.
A Folha, a meu ver, é assim. Em vez do ponto de !!!, ela é ponto de ???. É singular porque é plural. É amiga de todos porque não é amiga de ninguém.
Não gosto de ficar tomando porrada da Folha e espero que ela não faça dessas bordoadas um bordão. Nestes anos todos, mesmo como agência de propaganda do jornal, ele jamais me poupou.
Quando Fernando Altério e eu inauguramos o Credicard Hall, naquele vexame de estreia, em 1999, ela nos deu as boas-vindas com o misericordioso título: "Titanic afunda em São Paulo".
E a Folha foi a primeira a dar a notícia da minha separação. Só que eu ainda estava casado...
Por isso, leitor, não dá pra não ler, pra não seguir, pra não acessar, pra não baixar, pra não tuitar...
Eu, particularmente, gosto do jornal de papel. Dizem que ele vai acabar, mas eu duvido. Que os jornais crescerão muito mais na rede, não tenho dúvida.
Mas o jornal de papel só vai acabar quando nós, os leitores do jornal de papel, acabarmos. E somos uma raça de leitores obstinada e crescente nos países emergentes.
O jornal de papel tem de ter seu avatar digital. O sujeito acaba a matéria, mas com um clique no avatar ele vê todos os desdobramentos sobre aquela matéria por meio das novas tecnologias.
Ou seja, o sujeito lê a Folha de manhã e, por meio do avatar da Folha, acompanha o noticiário o dia inteiro, do seu bolso via celular. Modelo de negócios: Folha custa tanto, o avatar custa um tanto mais.
Essa parte não será fácil, mas a indústria vive uma frenética busca de gestão e de inovação que produzirá mais de uma solução. Já está produzindo. E é muito mais difícil mudar o papel do jornal do que atualizar o jornal de papel.
Após décadas de ditadura e uma economia de filme de terror, os melhores mestres do jornalismo estão nas áreas críticas do nosso país: política e economia.
Os maiores jornalistas brasileiros que eu conheço sabem muito sobre esses dois assuntos que definiram a nossa geração. Mas grande parte deles praticamente não se preocupa com nada mais. Eles não se preocupam com fofoca, com culinária, com turismo, com esportes para valer, com decoração, com frescuras. Coisas "inúteis", mas essenciais à vida.
E é aí, e não na tecnologia, que o bicho pega.
Eu espero que a Folha entenda isso. E convide mães, pais, filhos e filhas para opinarem na Folha dos próximos 90 anos.
Afinal, foi com o "seu" Frias conversando e ouvindo "os meninos" que nasceu o jornal mais moderno e mais instigante do Brasil.
Nestes dias em que a Folha celebra conosco seus 90 anos, termino celebrando o "seu" Frias, o DNA deste jornal.
Ele sonhava acordado, com os pés no chão, e influenciou toda uma geração de jovens empreendedores que se seguiram a ele. Vendo um homem já de certa idade, mas com um pensamento tão jovem, nos sentíamos empurrados por aquele peculiar pragmatismo sonhador.
O sonho não acabou. Mas está se transformando. E desse jeito é gostoso envelhecer. Feliz aniversário.
Fonte: Nizan Guanaes, "Folha de S. Paulo", Mercado, 22/2/2011
Marcadores: Folha, jornalismo, Nizan Guanaes
terça-feira, 5 de outubro de 2010 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 20:06 | 0 comentários
"No papel do papel em branco"
Já vão dois anos desde que deixei de acompanhar os detalhes da operação diária do meu grupo para me dedicar a necessidades mais intangíveis do que a manufatura, mas mais relevantes aos negócios hoje: ideias e relacionamentos.
Tenho rodado o mundo atrás deles. Um mundo cada vez mais plano, em que o Brasil é um dos "hot topics". O interesse externo abre tantas possibilidades, mas ainda vejo poucos empresários e lideranças brasileiros nesses fóruns globais. Se há mercados emergentes, há também obrigações emergentes.
Meu papel no Grupo ABC é o do papel em branco, prestes a ser preenchido. Desocupado dos pequenos desafios presentes, de olho no momento seguinte.Se todos estiverem focados no dia a dia e no que está perto da empresa, o futuro vai passar longe ou chegar tarde demais. Por isso, invisto metade do meu mês em viagens pelo mundo. Grandes histórias de sucesso nos negócios cada vez mais são forjadas fora dos ambientes de trabalho rígidos das empresas e das corporações.
Peter Drucker, o guru da gestão, disse que o "management" era a maior inovação do século 20. Mas o velho "management" está morto, decretou artigo recente do "Wall Street Journal".
As grandes corporações, ápices da antiga forma de gestão, tendem hoje a se tornar burocracias, e as burocracias atuam pela autoperpetuação e pelo status quo, resistindo às forças de mercado que antes as impulsionaram.
São tendências fatais num mundo de acelerada "destruição criativa", em que as forças de mercado foram dramaticamente fortalecidas pela globalização e pelas novas tecnologias. Gigantes morrem (Lehman Brothers) e nascem (Twitter) com incrível rapidez.
Nesse ambiente, o conhecimento novo e a troca de experiências são insumos essenciais para o desenvolvimento que só são conquistados ao derrubar paredes de escritório e fronteiras de qualquer tipo.
E não é só a web que aproximou as pessoas e os pensamentos.
Criou-se hoje no mundo uma teia de nós globais onde empreendedores, pensadores, políticos e ativistas se encontram regularmente para debater o que estão fazendo e o que querem fazer.
É isso o que busco hoje, esse "crowd sourcing" presencial, e vejo ao meu lado as principais lideranças mundiais.
Em setembro, participei do encontro asiático do Fórum Econômico Mundial, na China, e do encontro anual da Clinton Global Initiative, em Nova York. Falei ainda em evento do "Financial Times" em Hong Kong com o título: "Doing Business in Brazil".
Nos três, encontrei interesse e entusiasmo enormes com o novo Brasil, que precisam ser respondidos com interesse e entusiasmo enormes do novo Brasil com o mundo, por mais que o país emergente dentro do nosso país emergente nos atraia e nos consuma.
Anunciei na reunião do Fórum Econômico Mundial, na China, a criação de um clube de negócios Brasil-China, que será composto por cerca de dez empresários de cada lado.
A ideia é que dessa troca direta e informal de visões saiam modelos novos de relacionamento e de negócios com o nosso maior parceiro comercial. Temos muito a aprender e a ensinar uns aos outros. E precisamos nos encontrar.
Por mais criativa e estimulante que seja sua vida profissional neste momento transformador da economia brasileira, ela será ainda mais rica se você (e/ou alguém da sua organização) tiver tempo livre para expandir sua visão não só de dentro para longe, mas também de longe para dentro.
Vivemos uma nova era de grandes descobrimentos. O homem só descobriu que a Terra era azul ao sair do planeta. Eu só descobri que o futuro do Grupo ABC era global ao sair do Brasil.
Alguém na sua empresa precisa fazer essa jornada e assumir o papel mais interessante e desafiador da organização: o papel em branco.
Fonte: Nizan Guanaes, publicitário, em sua coluna quinzenal na "Folha de S. Paulo" (5/10/10)
PS: eis meu sonho, poder preencher papéis em branco...
Marcadores: cotidiano, criação, criatividade, ideias, inspiração, negócios, Nizan Guanaes