Mostrando postagens com marcador Facebook. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Facebook. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 31 de março de 2015 | | 0 comentários

"Fora do Facebook"

Uma bomba atingiu o mundo das notícias esta semana: dois sites jornalísticos muito importantes, o sacrossanto “The New York Times” e o irreverente “Buzzfeed”, estão a ponto de liberar seus conteúdos para que sejam lidos dentro dos domínios do Facebook.

É uma revolução, uma profunda quebra de paradigma. Hoje, se o leitor clica em um link de notícia que aparece no Facebook, é levado para o site que originalmente produziu o material - o “Buzzfeed” e os próprios jornais “The NYT”, “The Guardian”, “El País”, “G1”, “Folha” etc.

(...) Proposta do “Feice”: trazer a notícia para dentro dele mesmo e assim agilizar a parada. Isso significa um monte de coisas, mas a principal é que o produtor do conteúdo perde controle sobre quem está lendo sua notícia. As informações, estatisticamente tão relevantes, ficam na mão do Facebook. (...)

Fonte: Álvaro Pereira Júnior, "Folha de S. Paulo", Ilustrada, 28/3/15 (íntegra aqui).

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

O que escrevem de você e o que você compartilha

A Corte de Justiça da União Europeia tomou no ano passado uma decisão extremamente relevante e polêmica: permitiu que um cidadão tivesse apagados registros no Google referentes ao seu passado. É o chamado “direito de ser esquecido”.

Esta é, sem dúvida, uma questão dos tempos modernos – e que veio para ficar.

"A decisão confirma a necessidade de trazer as normas atuais de proteção de dados da idade da pedra digital para o mundo da computação moderna", registrou Viviane Reding, comissária da Justiça da UE.

"Serviços de busca não armazenam informações, e tentar levá-los a censurar conteúdo legal em seus resultados é a abordagem incorreta. A informação precisa ser resolvida na fonte (…)", disse Emma Carr, diretora de uma organização pró-direitos de privacidade.

A polêmica coloca em pauta também os direitos (constitucionais em grande parte das democracias) às liberdades de imprensa e de acesso à informação.

No Brasil, a Constituição registra em seu artigo 5° que:

IX - é livre a expressão da atividade (...) de comunicação, independentemente de censura ou licença; 

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

Para o jurista Paulo Rená, “garantir o esquecimento, a fim de proteger a intimidade, pode abrir as portas para o crescimento da censura privada”. Em artigo para a “Folha de S. Paulo”, ele anotou:

Na Europa, foi ressalvado que o interesse público em acessar a informação supera a eliminação de dados considerados "inadequados, irrelevantes ou excessivos". 

E se fosse um livro, ou um filme, a palavra final sobre o que pode ou não ser narrado cabe ao desejo particular ou à Justiça?

A Internet, porém, além de complexa e instigante, por vezes é paradoxal. Como chamou a atenção Marcelo Coelho, também em artigo na “Folha”:

Como a internet funciona por ondas, um velho boato ou uma antiquíssima besteira renascem, meses depois de terem sido arquivadas. A mentira pode ter pernas curtas, mas volta sempre. 

Há ao mesmo tempo uma hipertrofia da memória --tudo pode ser lembrado-- e uma atrofia da memória, porque tudo será esquecido. Na política, Fulano denuncia um caso de corrupção, que equivale ao outro em que ele próprio estava envolvido.

Vê-se, portanto, que lembrar e esquecer são verbos intrínsecos à rede mundial.

Outro problema trazido à tona pela modernidade e que chegou à Justiça envolve os crimes de injúria, calúnia e difamação cometidos via redes sociais. Quando a autoria é conhecida, a possibilidade de processo é normal, bem como a chance de sucesso. A novidade apresentada no final de 2013 por uma decisão da 2ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo é o risco de condenação de quem compartilhar ou curtir eventuais ofensas.

O caso envolveu duas moradoras de Piracicaba e um veterinário da cidade. Uma das mulheres postou mensagens no Facebook consideradas em primeira instância ofensivas ao profissional. A outra as compartilhou. Ambas tiveram a condenação confirmada pelo TJ em decisão dos desembargadores José Joaquim dos Santos e Álvaro Passos, além do relator José Roberto Neves Amorim.

Apontou o relator:

Ora, por certo é direito de todos a manifestação do livre pensamento, conforme artigo 5º, IX, da Constituição Federal, contudo, caminha com este direito o dever de reparar os danos dela advindos se estes violarem o direito à honra (subjetiva e objetiva) do autor, direito este também disposto na Constituição Federal em seu artigo 5º, V e X. 
Se por um lado o meio eletrônico tornou mais simples a comunicação entre as pessoas, facilitando também a emissão de opinião, sendo forte ferramenta para debates em nossa sociedade e para denúncias de inúmeras injustiças que vemos em nosso dia-a-dia, por outro lado, trouxe também, a divulgação desenfreada de mensagens que não condizem com a realidade e atingem um número incontável de pessoas, além da manifestação precipitada e equivocada sobre os fatos, dificultando o direito de resposta e reparação do dano causado aos envolvidos. 

(...) Há responsabilidade dos que “compartilham” mensagens e dos que nelas opinam de forma ofensiva, pelos desdobramentos das publicações, devendo ser encarado o uso deste meio de comunicação com mais seriedade e não com o caráter informal que como entendem as rés.

Para quem tiver curiosidade, a sentença de primeira instância pode ser lida aqui, bem como o acórdão do TJ.

Portanto, mais cuidado com seus cliques. As redes sociais são parte da sociedade e estão sujeitas às mesmas regras legais, como tem confirmado a Justiça.


* Leia também (acrescentado em 15/6/15):

- Deixando as digitais

quinta-feira, 17 de julho de 2014 | | 0 comentários

Um adeus ao Facebook

Recentemente, o ator Alexandre Nero desistiu de usar o Facebook. O motivo foi explicado por ele numa espécie de carta aberta, postada na própria rede social. E não há manifestação mais clara. 

Me despeço do Facebook pelo discurso de ódio que tem sido cada vez mais constante, e compartilhado, não que nas outras redes sociais ou blogs não exista. Há ódio na internet. Não apenas aquele "clássico" sobre cor ou religião, futebol e política. As pessoas se odeiam. Com todas as forças possíveis. Um fato ocorre envolvendo seres humanos e basta para os comentários no Facebook esfarelarem a vida dos incautos. 
Pq o Facebook é a única rede social que me faz obrigatoriamente ver postagens de pessoas que não quero. Ele serve para fazer "amigos" e por isso essas conexões acontecem. (...)

É importante lembrar que o problema não reside no Facebook em si, mas no uso que muitas pessoas fazem dele. Como registrou o ator, porém, esta rede social em especial, por suas características, dá mais vazão ao que ele chamou de "discurso de ódio".

Discurso que, registre-se, está presente cada vez mais na sociedade, intolerante e dividida (fruto até de discursos políticos dos últimos anos que investem no "nós" contra "eles", sejam lá quem forem estes tais "nós" e "eles").

domingo, 16 de março de 2014 | | 0 comentários

"Ciberescapismo"

(...) Se Samantha é um avatar avançado de Siri, Theodore em nada difere dos cibernautas do presente que vivem vicariamente num mundo à parte, como almas penadas do limbo digital em busca de uma saída distanciada, clean, para sua solidão. São zumbis, e não apenas usuários, das mídias sociais, viciados no Facebook, no Twitter e serviços afins. Diversos estudos recentes, e não tão recentes, sobre os efeitos negativos da convivência virtual revelam dados preocupantes. Conclusão unânime: quanto mais vazia nossa vida pessoal, maior a tendência para preenchê-la na realidade virtual. Quanto mais ocupados e ativos, menos nos deixamos seduzir pelo ciberescapismo.

Permanecer muito tempo nas redes sociais pode provocar insônia, ansiedade, estresse, distúrbios digestivos (revelação da última edição do Journal of Eating Disorders), anorexia, afetar a autoestima, incitar a inveja e o ciúme. A psicoterapeuta Sherri Campbell defende essa tese com ardor: "As mídias sociais nos dão um falso sentimento comunitário, uma falsa conectividade com o mundo e as pessoas. As trocas que nelas se processam são meros simulacros das relações interpessoais no mundo físico. Milhares de contatos, amigos, seguidores e curtições não valem o sucesso real, palpável, que podemos desfrutar no mundo real".

(...) Nas mídias sociais a vida dos outros parece perfeita e isso pode nos deixar complexados e deprimidos, ainda que o que os outros nos mostram seja apenas um instantâneo da realidade, eventualmente edulcorada, falsificada, "porque também produto de um complexo de inferioridade", acrescenta a psicoterapeuta (...)

Fonte:
Sérgio Augusto, “O Estado de S. Paulo”, Aliás, 16/3/14, p. E9 (íntegra aqui).

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014 | | 0 comentários

"Contra o Facebook"

O fato é que sumi com o aplicativo do Facebook. Senti uma sensação boa. Aproveitei o entusiasmo e apaguei também os aplicativos do LinkedIn, do Lulu (que instalei para testar e achei simplesmente péssimo) e até do Viber (algo entre o Skype e o WhatsApp). Combinei comigo mesma que vou observar o que acontecerá com as minhas mãos da próxima vez que ficar à toa com o telefone na mão. Será que vou tremer? Será que entrarei na App Store e baixarei tudo de novo? Ou vou me esquecer aos poucos dessa mania de ficar fazendo a ronda na internet, checando as atualizações das redes e esperando reações a cada coisa que publico, nem sei bem por quê?

Sério mesmo: o Facebook é a maior perda de tempo que conheci na vida. Quanto mais amigos eu "faço", mais me distancio das pessoas que são realmente importantes para mim. A fatalidade é que sempre perco informações de quem me importa no meio da balbúrdia da multidão a que estou conectada.

Fonte:
Marion Strecker, “Folha de S. Paulo”, Tec, 3/2/14 (íntegra aqui).

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014 | | 0 comentários

Tribunal Facebook

(...) Essas conclusões foram extraídas de redes sociais menos de 24 horas depois de a história vir à tona, na semana passada. O tribunal Facebook já havia chegado a um veredicto.

(...) Esses episódios ilustram bem o que se transformou a internet pós-Mark Zuckerberg - um imenso fórum, indispensável e democrático, mas também terreno fértil para conclusões apressadas e intolerância de todos os matizes.

Fonte: Alan Gripp, “Folha de S. Paulo”, Opinião, 23/1/14, p. 2 (íntegra aqui).

domingo, 22 de setembro de 2013 | | 0 comentários

Dez minutos no Facebook - uma experiência

Dia desses, um amigo chegou e me disse: “Olha as fotos do meu sobrinho no Rio”. 

As fotos estavam no Facebook. Eu não tenho Facebook e mal sei mexer (fuçar?) nele.

Pois bem: em cerca de dez minutos que “facebookei” me vi xereteando nos fatos e fotos de umas oito pessoas pelo menos (estas foram as que eu lembrei no momento em que escrevo esta postagem).

Dez minutos bisbilhotando a vida alheia – que, por sua vez, estava lá exposta publicamente.

É este tipo de situação que me incomoda no Facebook (como já me incomodava no Orkut e, em certo grau, no Twitter): a mania (vício?) de xeretear a vida dos outros e permitir que os outros bisbilhotem a nossa vida.

Aí alguém poderá dizer: basta se controlar.

E é aí que eu respondo: o “sistema”, o Facebook no caso, faz com que você navegue pela vida dos outros. É quase inevitável. Até porque qual o sentido de estar numa rede social se não para “compartilhar” (é este o termo, não?) as experiências?

A questão é que este “compartilhamento” passou dos limites.

Qual o sentido de alguém dizer que está no shopping com fulano e beltrano? Ou que está no zoológico com o(a) namorado(a)? Ou no cinema? Ou em Paris?

Qual o sentido de postar tantas fotos, transformando a vida diária praticamente num “book”, num diário visual? Que narcisismo é este? Qual a finalidade de tanto exibicionismo?

Eu, por exemplo, descobri certa vez por meio de uma foto no Facebook que um ex-colega de trabalho tinha sido “traído” (esta não é bem a palavra, mas não vem ao caso). Como? Porque um outro colega tinha postado uma foto de um beijo dele com a “pegadete” do outro.

Esta minha experiência recente, fuçando nos perfis dos outros, trouxe-me à mente uma entrevista do jornalista e escritor Bernardo Carvalho sobre o seu mais recente livro, “Reprodução”. Detalhe: na obra, ele trata da Internet em geral, ou seja, o Facebook é apenas uma parte do problema.

Veja a seguir alguns trechos:

Folha - Não é de hoje que você questiona uma "banalização" promovida pela internet. Como essa ideia virou livro?
Bernardo Carvalho - Tive um processo longo de percepção de uma fascistização do mundo, de um jeito ambíguo, porque as pessoas criam o fascismo achando que estão encontrando a liberdade. A internet é libertária, democrática, mas também faz você entregar sua privacidade e se relacionar com corporações como se fossem Deus ou a natureza. Elas dizem: "Você não precisa pagar nada". E você se entrega acriticamente, porque a ideia de não fazer esforço é sedutora. E há o narcisismo, a exposição no Facebook, que pega um ponto central. É perverso, a conquista vai em pontos frágeis da psique, você se sente uma celebridade. Do ponto de vista político, você acha que está usando, mas está sendo usado. O livro expressa esse desconforto.
Na sua opinião, a internet apenas reflete um comportamento humano ou o reforça?
Talvez tenha acirrado algo que sempre existiu em potencial. Você não tem privacidade, mas pode ter anonimato, o que permite uma manifestação de imbecilidade sob a proteção do anonimato. Estava incomodado com isso e pensei nesse narrador que representa o ódio absoluto, o anonimato da internet. No livro há uma frase do [filósofo espanhol] Ortega y Gasset: "Todo povo cala uma coisa para poder dizer outra. Porque tudo seria indizível". O personagem tem a informação absoluta, mas nada do que ele diz quer dizer muito. Não adianta você saber um monte de coisas, ser informado na superficialidade midiática sem uma compreensão do mundo. Você só reproduz, não consegue mais produzir.
Fonte: Raquel Cozer, “Você acha que usa a Internet, mas estásendo usado por ela”, Folha de S. Paulo, Ilustrada, 21/9/13.

segunda-feira, 15 de julho de 2013 | | 0 comentários

"Facebobos"

A "grande mídia" mundial é hoje dominada por empresas como Facebook, Google e Twitter e subprodutos como Instagram, Skype e YouTube. Juntas, elas faturaram pelo menos R$ 120 bilhões só nos EUA em 2012 - ou cerca de três vezes o que movimentou no mesmo período o mercado publicitário brasileiro inteiro.

Sim, volto ao tema da coluna passada. É que, no mesmo dia em que eu escrevia que o Facebook é pouco transparente, o jornal "O Globo" publicava reportagem mostrando que o Brasil é um dos alvos da espionagem dos EUA, aquela que, segundo o "Guardian", usa o programa Prism para acessar contas do... Facebook.

Essas empresas são cada vez mais poderosas e tentaculares, com lobistas nos Legislativos e Judiciários do mundo inteiro --inclusive no Brasil. Ainda assim, pela novidade tecnológica e por contarem com um marketing muito bem feito, são vistas por seus usuários como operações amadoras tocadas por idealistas.

Sorte delas. O problema é que são empresas de práticas duvidosas e espinha dorsal gelatinosa. Quando instadas pelos governos, como ocorreu recentemente nos EUA, abrem acesso a dados de seus usuários do mundo inteiro - inclusive do Brasil.

A Microsoft, hoje dona do Skype, chegou a ajudar os arapongas a quebrar seu próprio bloqueio para um acesso mais rápido. Esse tipo de solicitude não é novidade. Na China, por exemplo, o Google censurou das buscas termos considerados indesejáveis pelo governo local. Em troca, pode continuar no país.

Imagine o escândalo se o "New York Times" fizesse acordo semelhante: seus correspondentes poderiam ficar em Pequim, desde que as reportagens que escrevessem não fossem críticas ao governo chinês. Ou se o jornal passasse dados de seus assinantes para a CIA.

Pois é o que aconteceu e acontece na nova "grande mídia". Enquanto isso, atualizamos nossos status, curtimos e compartilhamos. 

Fonte: Sérgio Dávila, “Folha de S. Paulo”, Opinião, 14/7/13, p. 2.

Leia também:

domingo, 27 de janeiro de 2013 | | 0 comentários

De novo o Facebook...

Em menos de dez dias, o Facebook invadiu as conversas ao meu redor. Primeiro, um “imbroglio” envolvendo o que considero uma idiotice de “aceitar” e “excluir” (repare bem nos verbos e o peso que eles representam) alguém como “amigo”. Como se pudesse existir amizade por meio de uma rede social, mas esta é outra questão.

Depois, um outro problema envolvendo a necessidade das pessoas de fazerem do tal Facebook um diário. “Fui em tal lugar...”, “Estive com fulano...”. De repente, a vida de -  quase – todo mundo tornou-se de interesse público.

E tudo culminou no questionamento de uma conhecida. A pergunta inevitável: “Você não tem Facebook né?”. No que respondi: “Para quê? Para ficar fuçando a vida dos outros?”. E ela: “Ué, é exatamente isto. É legal!”.

Dispenso.

Não adianta você aí, fã do dito cujo, dizer que não é necessariamente assim porque está na essência do Facebook bisbilhotar o que outros escrevem. Daí à exposição exacerbada que se vê a todo momento é um pulo. A tal rede despertou, parece-me, alguns dos mais primitivos instintos humanos...

Confesso que não entendo o que motiva alguém a tornar pública sua agenda diária de compromissos.

Tampouco consigo entender a exposição fotográfica (muitas vezes de gosto duvidoso, quando não resvalando para o apelo erótico mesmo). Poses e mais poses, novos cortes de cabelo, mensagens inúteis, enfim.

De repente, a vida de – quase – todo mundo virou um livro aberto.

A vaidade humana é potencializada pela rede, sem dúvida. O ego fica lustrado. Quem não gosta de, ao postar uma foto, ler comentários do tipo “linda”, “fofa”, “bonita como sempre”? Ou mesmo receber cantadas como “está disponível?” e afins. Faz parte da natureza humana gabar-se com o elogio.

Não sou psicólogo, antropólogo ou algo do gênero para tentar explicar o fenômeno. Nem pretendo.

Só sei que me causa certa irritação esta exposição da vida alheia. E o interessse que isto desperta – porque desperta.

Aí um amigo me disse: “O problema não é o Facebook, são as pessoas”. Ele tem meia razão. Afinal, a tal rede foi criada para quem senão para o ser humano?

O fato é que, sem ter Facebook, em uma semana me vi diante de dois problemas ligados a ele.

Prefiro, pois, levar minha vidinha desinteressante. Acho melhor, como costumava brincar um colega, “reduzir-me à minha insignificância”.

A quem há de interessar, por exemplo, que acordei resfriado se não sou Frank Sinatra...?

quarta-feira, 30 de maio de 2012 | | 0 comentários

Ainda (e sempre...) o Facebook

Uma das perguntas a que mais tenho ouvido ultimamente é: “Você tem Facebook?”. E a reação que mais tenho visto quando respondo que “não” é um espantoso “ohhh!”.

Vou escrever em letras garrafais: EU NÃO TENHO FACEBOOK!

Minha opinião a respeito dele – e de outras redes sociais do gênero – já foi postada aqui e reproduzida aqui.

Hoje, diante de mais uma indagação (e mais uma resposta negativa de minha parte), uma colega de profissão sugeriu que eu criasse uma conta “fake” só para acessar informações. Um colega emendou: “Tem muita pauta no Facebook, hoje tudo acontece pelo Facebook”.

Eles até têm razão, mas na minha vida prefiro que as coisas aconteçam no mundo real.

Curiosamente, a mesma colega que me sugeriu criar uma conta “fake” veio me contar uma “fofoca” (não era bem uma fofoca no sentido de ser maldosa). Ou seja: ela corroborou minha tese a respeito do Facebook – a de que ele serve mais para bisbilhotar a vida alheia e para quem quer buscar “tilangos" e "tilangas” do que para qualquer outra coisa.

Em tempo: ainda que possa ser útil para “saber das coisas”, de que valia tem uma relação virtual? A “fofoca” contada pela minha colega era sobre a morte do filho de um conhecido. Quantas mensagens terá ele recebido via Facebook? Inúmeras. Quantas dessas pessoas terão ido ao velório ou à casa dele para consolá-lo, como fazem os AMIGOS?

A resposta ajuda a explicar porque tenho resistência ao Facebook. Prefiro as poucas – e boas e sinceras – amizades reais.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011 | | 1 comentários

O Facebook serve pra quê?

Uma das iniciativas mais bem-sucedidas no mundo virtual, e também controversas, o Facebook é um estranho para mim. Nunca aderi a ele, não sei bem como funciona nem quais suas reais utilidades. Dos que tentam defini-lo sempre que questiono, ouço a mesma e simples resposta: “ah, é como um Orkut”.

Se assim for, posso afirmar sem sombra de dúvidas: sua utilidade é bem próxima de zero. E sua capacidade em arrumar confusões, muito alta.

(Não refiro-me às contas de empresas, cujas marcas devem estar cada vez mais presentes nas redes sociais; restrinjo esta análise às contas pessoais.)

É incrível a quantidade de histórias que ouço – e cada vez com mais frequência - envolvendo fofocas geradas pelo Facebook. São desde fotos inadequadas até a troca do estado conjugal no perfil (experimente inverter o seu “namorando” ou “solteiro” para ver a quantidade de fofocas que isso vai gerar), passando por recados impróprios e explicações que você às vezes têm que dar para uma série de pessoas.

Em resumo: dores de cabeça desnecessárias, criadas pelo mundo virtual, por uma ferramenta que pouco acrescenta de útil às nossas vidas.

Muitos irão dizer que encontraram amigos pela rede. Ou reencontraram. Ok, eu também me entusiasmei com isso na época do Orkut. Mas os contatos foram ficando raros e vazios.

Exemplo: você recebe um milhão de “parabéns” pelo seu aniversário por causa das redes sociais. Quantos destes “parabéns” são sinceros? Quantos existiriam se não fosse o Facebook?

Mais: experimente precisar de um desses “amigos” para ver o que acontece. Digo precisar de verdade, não de um favor qualquer. São “amizades” com a profundidade de uma tampinha de garrafa.

Há quem diga que o Facebook serve apenas para diversão. Ainda assim, duvido que essa pessoa não tenha se visto envolvida em alguma confusão, por menor que seja, por causa da tal ferramenta de relacionamentos. Diga aí você: já foi vítima ou alvo de um mal-entendido virtual? Aposto que sim!

O que sobra, então? O voyeurismo. Com as redes sociais, o ser humano elevou à enésima potência seus desejos – muitas vezes reprimidos – de xeretear a vida alheia. Quase todo mundo gosta de saber utilidades como “fulano está saindo com fulana”, “fulano largou de fulana”, “fulano postou uma foto íntima demais com fulana”, “fulano está fazendo isso ou aquilo”. Descobertas que vão mudar as nossas vidas, não?!

Sei que muitos dirão que estou sendo radical. A estes, lanço um desafio: diga-me algo de construtivo que o Facebook acrescentou à sua vida e pensarei em mudar de ideia (lembrando que não me refiro a questões profissionais).

Definitivamente, eu não preciso de um “facebook”.