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domingo, 27 de abril de 2014 | | 3 comentários

MC Pedrinho e o funk "pesadão", putaria, ostentação





Acredite: estas "músicas" são cantadas por um pré-adolescente (quase criança) de 11 anos. E ele ganha R$ 5 mil por show - só num sábado, segundo reportagem da "Folha de S. Paulo", seriam cinco apresentações.

E o que dizem os pais do garoto? Ah, deixa pra lá...

* Leia também (acrescentado em 24/2/15):

As pedrinática pira

Em tempo (acrescentado em 9/9/15): por duas vezes postei novos clipes das músicas, já que a primeira versão colocada aqui, com os palavrões e manifestações sexuais, havia sido mudada do material oficial. Como os vídeos sempre são retirados, decidi não postá-los mais - até porque podem ser facilmente encontrados na Internet e hoje a discussão a respeito do trabalho de MC Pedrinho e outros MCs ganhou repercussão nacional.

Optei, porém, por deixar a postagem em razão da possibilidade de debate nos comentários, como se iniciou, e também pelo link complementar.

quinta-feira, 17 de abril de 2014 | | 0 comentários

Contar ou não contar?

Encontrei um desconhecido recentemente numa pastelaria e ele me contou, entre assuntos diversos, que havia sido chamado à escola do filho pela direção. Motivo: o garoto andara propagandeando aos colegas que coelhos (da Páscoa) não botam ovos. Os pedagogos não gostaram.

O pai foi até a unidade, como solicitado. Ao saber do que se tratava, informou que ele mesmo dissera aquilo ao filho. E provocou: “e não bota mesmo!”.

O que está em jogo não é saber se o garoto estava de fato “destruindo” (este era o “crime”?) a imaginação dos coleguinhas - ou seja, de outras crianças - e, sim, se a escola tem direito de interferir na forma como o pai educa seu filho.

Isto, para mim, é grave. Houve, da parte da unidade escolar, uma intromissão indevida no seio familiar.

Trabalhei com um escritor que dizia guardar um remorso por ter revelado à filha, ainda pequenina, que Papai Noel não existia. Ateu, este ex-colega de trabalho era daqueles defensores ardorosos do direito dos pais falarem tudo aberta e lealmente aos filhos. Contudo, quando a menina cresceu (hoje tem mais de 20 anos), ela brincava (ou estaria mesmo “jogando na cara”?) que o pai havia destruído um sonho de criança.

Nunca soube se de fato o pai sentia remorso, o fato é que com a segunda filha ele preferiu manter a versão lendária a respeito da figura do “bom velhinho”.

O ponto-chave desta discussão não envolve apenas tradições infantis, como as do coelho e do Papai Noel. Há fatos mais sérios que caem na mesma armadilha, como mostrou o psicanalista Contardo Calligaris em artigo na “Folha de S. Paulo”.

“(...) muitos pais temem que uma experiência precoce da morte seja impossível ou não seja boa para as crianças. Às vezes, alguém me pergunta: até que idade devemos esconder das crianças que alguém morreu? A partir de que idade seria certo levar uma criança para um velório de caixão aberto?”

Contar ou não contar certas verdades para uma criança – e em que momento fazê-lo – é das tarefas mais polêmicas que a pedagogia e a psicologia se deparam.

No artigo, Calligaris oferece uma posição que soará perturbadora para muitos pais:

"Há os que tentam esconder tudo das crianças, porque querem 'preservá-las'. E há os que acham que nada deveria ser escondido das crianças, porque tudo é 'natural', tudo é 'bonito', nada é vergonhoso. 
(...) os adultos mostram coisas às crianças ou escondem coisas delas por uma mesma razão: para preservar sua visão de um mundo encantado e infantil, onde todos são 'felizes' e tudo é 'legal'. Esse mundo não é o das crianças; é o mundo dos sonhos dos adultos."

Complexo, não? Só não é complexo o direito dos pais de educarem seus filhos da forma que consideram mais adequada.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013 | | 0 comentários

Ouro de tolo

Era mais do que previsível que Limeira apareceria no "Globo Repórter" sobre trabalho infantil. Mais uma vez, o setor de joias folheadas em questão.

Muitos dizem que o setor de folheados é a riqueza de Limeira. Pois é há anos responsável por roubar a infância de milhares de crianças, por pagar salários aviltantes (responsável pelo baixo nível de renda na cidade, confirmado recentemente pelo IDHM, como mostrou este blog), por condições de trabalho degradantes e pela poluição ambiental dos corpos de água, como já provou uma pesquisa do curso de Engenharia Ambiental do Isca Faculdades na bacia do ribeirão do Pinhal.

Limeira vem há anos tendo destaque nacional negativo em razão desses problemas do setor de joias, responsável por fazer a riqueza de uns poucos à custa da exploração de muitos.

Sinceramente, não sei se este setor trouxe afinal vantagens à cidade. O ônus é muito pesado.

Há anos os representantes do setor devem uma resposta à sociedade. Ainda que permaneça o discurso oficial de que a exploração de mão de obra infantil é exclusividade das empresas informais, cabe às que são legalizadas contribuir para educar, conscientizar e oferecer alternativas. Seria uma contrapartida mínima, mas isto exige visão social e coletiva - o que falta para muitos.

Enquanto isto, Limeira segue aparecendo em rede nacional como uma cidade que explora crianças e adolescentes num mapa que tem em sua maioria cidades do Norte e Nordeste, como o próprio "Globo Repórter" mostrou.

Um mapa da pobreza.

Ainda que, no caso de Limeira, a situação envolva uma riqueza, o ouro.

Ouro de tolo. Ouro de mãos sujas e infâncias roubadas.

Todos os que se beneficiam deste setor, ainda que cumpram suas obrigações legais, deveriam por a mão na consciência e concluir que é preciso fazer algo para mudar esta realidade.

Se isto ocorrerá? Duvido.

segunda-feira, 8 de julho de 2013 | | 0 comentários

Um exemplo de jornalismo

Trabalho magnífico de reportagem feito pela equipe do “Fantástico”, da TV Globo. Um trabalho de um ano, com edição primorosa, mostrando que o INVESTIMENTO em jornalismo de QUALIDADE vale a pena!


* Veja mais sobre o tema e os bastidores da reportagem aqui.

quarta-feira, 18 de julho de 2012 | | 0 comentários

Recordações



Vi este "objeto" no banheiro de um bar em Limeira. Ele trouxe à mente boas lembranças da infância quando brincava com os famosos tijolinhos construindo casas, prédios, cidades... 

Não tive dúvida: peguei o celular e tirei a foto!

sexta-feira, 8 de junho de 2012 | | 0 comentários

Lembranças...

Vem e eu mostrarei que o meu caminho te leva ao pai
Guiarei os passos teus e junto a ti hei de seguir
Sim, eu irei e saberei como chegar ao fim
De onde vim, aonde vou, por onde irás irei também

Vem, eu te direi o que ainda estás a procurar

A verdade é como o sol e invadirá teu coração
Sim, eu irei e aprenderei minha razão de ser
Eu creio em ti, que crês em mim e a tua luz verei a luz

(...) 
Vem que a terra espera quem possa e queira realizar
Com amor a construção de um mundo novo muito melhor!
Sim, eu irei e levarei teu nome aos meus irmãos
Iremos nós e o teu amor vai construir enfim a paz!

("Vem e eu mostrarei", de Waldeci Farias)

***

Um dia uma criança me parou,
olhou-me nos meus olhos a sorrir.
Caneta e papel na sua mão,
tarefa escolar a cumprir.
E perguntou no meio de um sorriso
o que é preciso para ser feliz?

Amar como Jesus amou,

Sonhar como Jesus sonhou,
pensar como Jesus pensou,
viver com Jesus viveu.
Sentir o que Jesus sentia,
sorrir como Jesus sorria
E ao chegar o fim do dia
eu sei que eu dormiria muito mais feliz.

Ouvindo o que eu falei ela me olhou 

disse que era lindo o que eu falei. 
Pediu que repetisse, por favor, 
que não falasse tudo de uma vez. 
E perguntou no meio de um sorriso 
o que é preciso para ser feliz.

("Um dia uma criança me parou", de padre Zezinho)

segunda-feira, 19 de março de 2012 | | 0 comentários

Lembranças do Playcenter...

Quem tem mais de 25 anos de idade certamente viveu, ano após ano, a expectativa das famosas excursões para o Playcenter. O então principal parque de diversões do país, localizado na beira da marginal Tietê na região da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, atraía multidões nas décadas de 70, 80 e meados de 90.

Nós, jovens estudantes, passávamos o ano sonhando com o dia da excursão – que dependia sempre da boa vontade de um professor em organizar a viagem (ou seja, ver o custo do fretamento de um ônibus, comprometer-se com isso, cobrar os alunos e depois servir de monitor). Não era tarefa fácil, afinal o tal professor teria a responsabilidade de cuidar de um grupo de 50 adolescentes...

Isso acontecia sempre uma vez por ano, normalmente no segundo semestre (porque a excursão era condicionada ao comportamento da turma). E era preciso autorização por escrito dos pais ou responsáveis.

Os mais afortunados ainda podiam desfrutar de viagens ocasionais ao parque, uma vez por ano ou em alguns anos. Eu, quando pequeno, vez ou outra ganhava – junto com meu irmão – uma ida ao Playcenter. Era sempre um motivo de festa! Aquele parque cheio de brinquedos diferentes parecia na época tão gigantesco, muito maior do que efetivamente era.

Recordo-me das filas enormes na Montanha Encantada, uma atração de barquinhos e bonecos em movimento da qual gostava muito. Também lembro do teleférico que cruzava o parque – íamos sempre minha mãe e eu num carrinho e meu pai e meu irmão em outro. E ainda do show de ursos mecânicos que me encantava, certamente um avanço para a época (todos os anos era a mesma história, a mesma música, mas eu me divertia, principalmente quando um dos ursos dava uma “porrada” – um tapinha, na verdade – num outro urso ou num papagaio, não me recordo, que sempre aparecia para amolar).

A cada ano, novas atrações eram anunciadas e despertavam a curiosidade de todos. Eva, a mulher gigante; Shamu, a Orca Assassina; o Splash, a montanha-russa que dava looping, as Noites do Terror... As duas primeiras não vi (e fiquei muito frustrado). Era novo demais para acompanhar as excursões da escola e, como disse, as idas com meus pais eram esporádicas - custava um pouco caro para uma família ir ao Playcenter (de modo que as vezes em que isto acontecia era sempre uma ocasião especial).

Quando a viagem era marcada, sonhávamos durante dias, combinávamos aventuras com os amigos, montávamos grupos para ir aos brinquedos, planejávamos quantas vezes iríamos em cada atração... Conheci gente que passou a vida sonhando com uma ida ao Playcenter. Acompanhei uma dessas pessoas, uma antiga paquera.

A última vez em que estive lá foi em 1997 ou 98. Acompanhava meu sobrinho em sua primeira ida ao parque, ainda pequeno. Tinha cinco ou seis anos, prometeu não chorar no trem fantasma e saiu de lá quase aos berros, acompanhado da mãe. Naquele momento, o Playcenter já não era o mesmo. Não que estivesse em crise, eu é que tinha crescido. Virei adulto e o parque perdeu o encanto da infância.

Lembrei-me de tudo isso ao ler hoje a notícia de que o Playcenter vai fechar a partir de 29 de julho próximo. Terá encerrado um ciclo de quatro décadas divertindo crianças, jovens e adultos, fazendo-as sonhar e sorrir. Dará lugar a um novo parque com foco no público infantil (mais detalhes aqui).
 
Não sei exatamente quais motivos levaram à decisão de fechar o Playcenter. É sabido que o parque enfrentou uma crise financeira e até de identidade anos atrás. Viu nascer em novembro de 1999 um forte concorrente bem perto, o Hopi Hari, em Vinhedo (a 72 quilômetros da capital) – que tomou-lhe o lugar de principal parque de diversões do país.

Seja como for, para quem tem mais de 25 anos de idade, o Playcenter deixará saudade. Muitos sonhos, muita aventura e diversão (e, em certos casos, muitos beijos de adolescente) foram vividos ali. Não há quem não tenha uma história para contar.

Um amigo costuma dizer que amizade tem começo e fim. Discordo radicalmente dele, mas no caso do Playcenter, a história foi mesmo assim.

quinta-feira, 29 de julho de 2010 | | 0 comentários

Lembranças da infância

Quem tem mais de 30 anos com certeza vai se lembrar da musiquinha a seguir. E vai sentir saudades.



Ich, por culpa de uma colega de trabalho, e unicamente dela, esta música não sai mais da minha cabeça.

segunda-feira, 19 de julho de 2010 | | 1 comentários

10 dicas para uma boa educação

Praticamente uma semana depois do presidente Lula enviar ao Congresso um projeto de lei que proíbe os castigos físicos contra crianças (leia aqui e aqui), nada melhor do que ajudar a plantar a cultura da paz.

Para isso, recorri às dez dicas para evitar conflitos entre crianças, adolescentes e adultos citadas pelo Programa de Combate à Violência contra a Criança e o Adolescente, apresentado recentemente em Limeira.

1) Acalme-se! Respire fundo antes de chamar a atenção da criança. Evite discutir sob o efeito da raiva.

2) Converse sempre com a criança e o adolescente. Entender porque algo está acontecendo é o primeiro passo para que, juntos, encontrem a solução.

3) Jamais recorra a tapas, insultos ou palavrões. Devemos tratar a criança de maneira respeitosa.

4) Não deixe que outras preocupações (cansaço, raiva ou estresse) sejam descarregadas na criança ou adolescente.

5) Converse sentado, somente com os envolvidos na discussão. Isso contribui para uma melhor comunicação.

6) Mantenha um tom de voz baixo e calmo, segure as mãos da criança enquanto você conversa, porque o contato afetuoso ajuda a gerar maior confiança e acalma a criança.

7) Considere sempre as opiniões e idéias da criança ou adolescente. Eles têm direito à liberdade e expressão e opinião.

8) Elogie quando a criança ou adolescente se comportar bem e quando não. Ao invés de dizer “você é um desastrado, nunca faz nada direito”, que tal tentar “Olha o que acaba de acontecer, como podemos evitar que aconteça de novo?”.

9) Busque expressar de forma clara quais são os comportamentos que aborrecem. Explique o motivo de suas decisões.

10) Se sentir que errou, peça desculpas à criança e ao adolescente. Eles aprendem com nossas atitudes.

E só para lembrar: o artigo 18 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) diz que “é dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”.