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segunda-feira, 27 de outubro de 2014 | | 0 comentários

O mundo é belo

Recentemente, fiz um “road show” de divulgação do Peru, a convite do governo daquele país e da PromPerú. Ao planejar minha apresentação, tive forçosamente – e prazerosamente – que pensar sobre aquele país, que tive a oportunidade de visitar em maio último.

Ao “rever” o Peru que guardei na memória, reforcei a convicção de viajante de que não existe país melhor do que outro. São apenas diferentes.

Assim, o Peru é tão único e singular quanto a Suíça.

Os vídeos a seguir são bons exemplos do que falei. Ambos mostram a beleza de suas regiões. 

Um Peru mágico e sinônimo de riqueza histórica e cultural:



uma Suíça exemplo de beleza e perfeição:

quinta-feira, 18 de setembro de 2014 | | 0 comentários

Maias e incas: arte e história

Tive a oportunidade de ver recentemente na Oca, do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, a exposição “Mayas: revelação de um tempo sem fim”, a maior mostra sobre esta antiga civilização pré-colombiana já montada no Brasil.



A exposição me fez lembrar a visita que fiz em maio ao Peru. Lá, estive em dois museus – bem distintos – que retratam as 24 civilizações que formaram o país.

O Museu Larco, na capital Lima, ocupa o espaço de uma antiga fazenda erguida sobre uma huaca (espécie de local sagrado de antigas civilizações). Ele possui a maior coleção de peças pré-colombianas em cerâmica do mundo: 54 mil. O curioso é que tudo fica numa espécie de acervo técnico, que pode ser visitado normalmente.

Há também peças especiais que formam a exposição. Todas as 24 civilizações são retratadas.

   
Um outro destaque é a área destinada à arte erótica. Naturalmente, as peças chamam a atenção. Em geral, elas mostram o que se podia ou não praticar (neste último caso as figuras aparecem como caveiras – era a forma de educar usando a caveira como símbolo do pecado e da morte). Incluem-se neste item práticas como beijo na boca e masturbação.

Algumas peças serviam como depositário de esperma, a “semente da vida”.


















Já o novíssimo museu Inkariy fica no coração do Vale Sagrado, perto de Cusco. Ele retrata algumas das principais civilizações que tiveram grande influência para a formação do atual Peru, tendo culminado no império inca (a maior e mais influente de todas).

Nesse museu, chama a atenção o nível de detalhamento e a perfeição com que cenas do cotidiano dessas civilizações são reproduzidas.

Vale a pena conferir!

quarta-feira, 3 de setembro de 2014 | | 0 comentários

Aprendendo a cozinhar no Peru

O pisco é a pinga peruana. Um aguardente de uva, com alto teor de açúcar e álcool - 43%. A bebida é conhecida desde 1617 e, segundo o chef Gonzalo Carbajal Cobilich, foi inventada porque o Peru colonial não tinha permissão da Espanha para produzir vinho.

E assim como a bebida dos deuses, provar o pisco também exige um ritual. “Não é whisky, não é vodka, exige um trago fino...”, diz o chef. Ele explica que a bebida é fina, deve ser tomada em pequenas doses. É preciso dar uma tragada e permitir que o aroma atinja o nariz. Não é fácil: a técnica exige tempo para ser aprendida.







O pisco é a base do principal acompanhamento das refeições no Peru: o pisco sour (ou sauer). O drinque foi inventado em Lima, capital do país, nos anos 50.

Mas antes de aprender a receita, vamos até a região de Ica, no meio do deserto, saber como o pisco é feito. O caminho revela um solo arenoso e seco. Na Fazenda San Nicolas, a guia explica que a colheita é tardia, por isso as uvas ficam com aparência de secas. Isto aumenta a concentração de açúcar. Plantar aqui é quase um milagre da natureza, com uma ajudinha do homem. A parreira, por exemplo, cresceu no solo arenoso do deserto. Basta usar técnicas de irrigação, muitas delas aprendidas em Israel.





Depois de amassadas, as uvas ficam nestes tanques de fermentação. Dá até para ver as borbulhas. Em seguida, o caldo é destilado. É aí que surge um líquido cristalino. Só nessa fazenda são produzidos cem mil litros de pisco por ano.




 

 



De volta ao restaurante, é hora de preparar o drinque. A receita é simples: três doses de pisco, uma de limão e uma de um melaço de açúcar, tipo um mel. É só bater tudo com gelo, acrescentar uma clara de ovo e no fim um toque de baunilha, por exemplo.

Para comer, o tradicional ceviche, com filé de peixe – nós usamos tilápia. A receita inclui fatias de cebola e limão, que tempera e cozinha o peixe de modo natural. O prato foi decorado com batata e sementes de milho.







A causa é um bolinho salgado à base de batata amarela. Para preparar, é só colocar uma camada de massa, rechear à vontade, e cobrir com mais massa. Na lateral, fatias de abacate. A cobertura ganhou camarão e ovo ralado.


Para finalizar, lomo saltado, um bife de lombo em tiras temperado com molho de pimentão, acompanhado de batatinhas. O nome do prato se deve a esta técnica aí.





Ah, um detalhe importante: no restaurante do chef Gonzalo, é o cliente que põe a mão na massa!

* Texto original de reportagem feita para o "Jornal da Cultura - 1ª edição" (seg.-sex., 12h). Infelizmente, o link da matéria está com problema. Mesmo assim, faço a "linkagem" aqui caso um dia o problema se resolva.

domingo, 31 de agosto de 2014 | | 0 comentários

2ª Bienal de Fotografia de Lima (Peru)

Lima sedia desde abril a 2ª Bienal de Fotografia. O evento, espalhado em 21 pontos da capital peruana, teve como um dos destaques o Brasil. A galeria “Pancho Fierro”, no centro histórico, abriga 86 imagens da fotografia modernista brasileira da coleção Itaú Cultural. Muitas exibem uma íntima ligação com a arquitetura, que teve no modernismo um dos seus momentos de glória no Brasil.

Estão lá nomes como Paulo Pires, Ademar Manarini, José Yalenti, Geraldo de Barros e Thomas Farkes.

“Nos interessava ter uma mostra da fotografia brasileira, o Brasil para nós é um vizinho muito importante, talvez mais em termos de comércio e turismo, e há certas similaridades, como com todos os países sul-americanos, mas há algumas diferenças em alguns casos, como no caso da fotografia. Neste caso, a fotografia modernista brasileira entre os anos 50 e 70 é muito distinta do que tínhamos nessa época na fotografia peruana. Então é um espelho interessante para que os fotógrafos peruanos possam ver como houve uma história distinta na fotografia do Brasil”, diz o curador Carlo Trivelli.



  
A bienal traz também fotos documentais, artísticas e contemporâneas de fotógrafos peruanos e internacionais. Num outro espaço, também no centro, o destaque é o fotolivro latino-americano com imagens da venezuelana Caracas, da cubana Havana e de São Paulo, por exemplo. 

 


Também chama a atenção o trabalho do fotógrafo Shahidul Alam, de Bangladesh. Suas fotos impressionam pela plasticidade e o caráter de denúncia social. A riqueza de detalhes ressalta, por exemplo, a expressão sofrida de muitos rostos.

 


  
Já no centro cultural da PUCP, os visitantes podem conferir uma mostra antológica com trabalhos de Roberto Fantozzi.








E num outro espaço, as fotos de Luz María Bedoya, artista plástica e fotógrafa peruana que retrata de modo intimista as relações do homem com o espaço. “Meu trabalho trata de investigar problemas vinculados ao espaço, tanto urbano como natural. A cidade, a costa peruana, o deserto, e fazer um vínculo entre eles e a linguagem verbal como um instrumento que permite desmontar a experiência que temos das coisas. Creio que é uma maneira de compreender e entender as coisas que temos ao redor”, diz ela.


 
  
Ao todo, serão mais de 30 exposições na bienal. A expectativa dos organizadores é superar os 250 mil visitantes da primeira edição. A programação segue até o dia 22 de agosto e a entrada em todos os recintos é livre.

* Texto originalmente escrito para o programa "Mais Cultura" (TV Cultura, seg. a sex., 13h)