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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014 | | 0 comentários

Limeira é campeã estadual em furtos de veículos

Em 2011, mais precisamente no dia 27 de junho, postei neste blog um balanço sobre a criminalidade na região. A conclusão não deixava margem para dúvidas: “(...) nos crimes patrimoniais (exceto veículos), Limeira é a que apresenta os maiores índices disparadamente”.

Em 28 de agosto de 2012, registrei – uma conclusão subjetiva, embora embasada em dados mais do que objetivos – que a política de segurança e a polícia tinham fracassado em Limeira.

Em 27 de setembro de 2013, praticamente um ano depois, fiz um novo levantamento de dados da criminalidade e constatei que “roubos e furtos só crescem em Limeira”. Na ocasião, perguntei: “até quando?”.

Enviei o texto, em tom de cobrança, aos 21 vereadores de Limeira. Até hoje não recebi NENHUMA resposta ou comentário.

Ao abrir a “Folha de S. Paulo” desta quarta-feira (19/2/14), vejo que Limeira é a campeã estadual (lembre-se: são 645 cidades em São Paulo) em furtos de veículos.

Nada diferente do que eu já vinha apontando há mais de dois anos.

Infelizmente, nenhuma autoridade em Limeira parece se importar com a questão. Quando muito, há uma ação pontual aqui e outra acolá, sempre descoordenadas e desprovidas de qualquer planejamento de médio e longo prazos.

Não se ouve nenhuma voz se erguer na Câmara Municipal, tampouco no Executivo (isto porque o atual prefeito é delegado de carreira).

Sabe-se que segurança é um dever do Estado, mas sequer há notícia de cobrança de investimentos e melhorias por parte de autoridades limeirenses.

Registre-se que a chamada sociedade organizada também tem se calado.

Todos assistindo, como também já registrei neste blog, passivamente a escalada de violência.

Como diria o narrador esportivo Milton Leite: “Que fase!!!”

terça-feira, 28 de agosto de 2012 | | 0 comentários

A política e a polícia fracassaram

Aparecido Capello assumiu o comando da Delegacia Seccional de Limeira em 27 de março de 2002. Tão logo tornou-se chefe, reuniu a imprensa para se apresentar. Eu era repórter do “Jornal de Limeira” na ocasião e cobri a chegada do novo comandante da Polícia Civil na regional de Limeira.

Lembro bem da ocasião: com a fala calma que lhe é característica e observado pelos olhos claros e de ar sombrio da garota do quadro que há anos estampa a parede dos fundos da sala do seccional, Capello elegeu o combate ao furto e roubo de veículos como prioridade de sua gestão.

De imediato, anunciou a criação de uma força-tarefa para combater esse tipo de crime e também os que estão diretamente ligados a ele, como a receptação de peças pelos desmanches.

Então uma verdadeira praga em Limeira, os furtos e roubos de veículos tinham somado 772 casos em 2001. Já no primeiro ano de Capello à frente da Seccional, o número saltou para 859. Em 2003, a primeira redução em muito tempo – 800 ocorrências. No ano seguinte, uma pequena alta: 828. Uma nova queda foi verificada em 2006 (882 casos) após uma “explosão” nos casos no ano anterior (993).

Capello deixou a Seccional no final de 2008. Entregou ao sucessor um índice de 1.020 roubos e furtos de veículos. Desde então, a unidade policial já teve dois comandantes – Sebastião Antonio Mayrinques e o atual, José Henrique Ventura. Desde então, a ação dos ladrões de veículos só cresceu na cidade. Em 2011, foram 1.564 casos (média de quatro por dia), um recorde histórico.

Tem-se, portanto, que em dez anos esse tipo de crime dobrou em Limeira, o que não se deu com a população nem com a frota veicular (que cresce assustadoramente, mas não na mesma proporção).

Na polícia, sempre que tais números são apresentados, surge o argumento de que muitos casos decorrem do chamado “golpe do seguro”. Deve ser fato – hoje e ontem. Ou seja, a alegação que vale para agora também há de valer para dez anos atrás, ainda que em menor número, mas não o suficiente para justificar o aumento verificado nas estatísticas da Secretaria da Segurança Pública.

Embora eu acredite que a máxima “contra números não restam argumentos” merece ser relativizada, neste caso não há o que contestar. As forças de segurança – comandadas prioritariamente pelo governo estadual – fracassaram na política de repressão aos furtos e roubos de veículos.

Um fracasso que tem custado um alto preço à sociedade, seja diretamente pela perda do bem pela vítima (um prejuízo estimado em torno de R$ 23,5 milhões considerando só os casos de 2011 e tomando como valor médio dos veículos R$ 15 mil), seja indiretamente pelos donos de veículos ao pagarem mais pelo seguro – as companhias seguradoras apontam o problema como causa principal dos preços elevados do serviço em Limeira.

Em tempo: fenômeno semelhante ocorreu em Piracicaba (1.935 ocorrências em 2011) e Americana (1.539 casos), o que reforça a tese que se trata de um crime regional, combatido via de regra localmente porque faltam integração e inteligência conjunta para as polícias.

No que diz respeito aos furtos e roubos de veículos, a “política de segurança” do Estado - se é que há... - falhou.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010 | | 0 comentários

Um triste recorde - e um prejuízo milionário!

Espere seis horas e conte mais um veículo roubado ou furtado em Limeira. É o que indicam as estatísticas de criminalidade divulgadas nesta terça-feira pela Secretaria Estadual de Segurança. Em 2009, os ladrões levaram nada menos que 1.373 veículos na cidade. É o maior índice da história! Representa um aumento de 34,6% em relação a 2008, que teve 1.020 veículos roubados e furtados.

Em 2009, houve 1.084 furtos de veículos – contra 874 do ano anterior. O mais preocupante, porém, é a escalada dos roubos. Eles praticamente dobraram de um ano para outro: 289 casos no ano passado ante 146 em 2008. Traduzindo: a violência está aumentando. Os ladrões estão ficando mais audaciosos.

Segundo um corretor de seguros entrevistado pelo jornalista André Montanhér em reportagem para a TV Jornal, o crescimento dos roubos de carros está ligado aos mecanismos tecnológicos usados na atualidade, como os rastreadores, que dificultam os furtos. Ainda assim, os ladrões estão furtando muito. Quase quatro vezes mais do que roubam.

Um crescimento dessa proporção revela, sem dúvida, um fracasso do sistema de segurança – principalmente considerando os investimentos em câmeras feitos pela prefeitura e o aparelhamento da Guarda Municipal. Esse indício vira convicção diante do aumento dos casos de furtos e roubos (exceto veículos) também verificado no ano passado. Os furtos saltaram de 2.718 em 2008 para 3.339 (+22,8%); os roubos cresceram de 943 para 1.215 (+28,8%) – e olha que houve nestes dois crimes uma subnotificação de 21%, segundo o Estado, em razão da paralisação de policiais civis durante alguns meses.

Não resta dúvida: os crimes patrimoniais são o mal a combater em Limeira.

Cenário idêntico (em números absolutos menores, claro) ocorreu em Iracemápolis. Já Cordeirópolis reduziu os furtos e roubos de veículos e os furtos em geral.

Importante: em Piracicaba, os furtos e roubos de veículos vêm caindo desde 2006 (no ano passado foram 1.717 casos, redução de 2,1% em relação a 2008 – índice semelhante ao verificado no Estado, o que significa que Limeira rema contra a maré). Em Americana, houve uma alta de 11% após dois anos em queda.

PREJUÍZO MILIONÁRIO
Nos últimos nove anos, os limeirenses tiveram 8.511 veículos levados pelos ladrões, uma média de 945 por ano. Considerando um valor médio de R$ 15 mil por veículo (há muitas motos e carros usados), chega-se a um espantoso prejuízo de R$ 127 milhões! Sendo um pouco mais modesto, tomando um preço médio de R$ 10 mil, ainda assim a conta assusta: R$ 85 milhões.

Muitos poderão dizer que parte desses números envolve o famoso golpe do seguro. Pode ser, mas ainda assim é um crescimento espantoso.

E para quem acha que a polícia pouco age, só no ano passado 1,2 mil pessoas foram presas em Limeira, 700 em flagrante e 500 por mandados judiciais. São mais de três prisões por dia, conforme balanço da Delegacia Seccional. Outros 190 menores foram apreendidos. Foram tirados de circulação na cidade 504 quilos de drogas e 140 armas. Ainda assim, 20 mil ocorrências chegaram aos distritos policiais e viraram boletins, quase 55 por dia!

Para o delegado seccional José Henrique Ventura, um dos fatores que contribuem para a criminalidade em Limeira são as rodovias. A cidade está num ponto estratégico, cercada por três das principais vias do país - Anhanguera, Bandeirantes e Washington Luiz -, sem contar as pistas para Piracicaba e Mogi-Mirim e algumas vicinais. E se não bastasse existem ainda 850 quilômetros de estradas rurais (mais que a distância de Limeira a Florianópolis, capital de Santa Catarina), que ficam com pouquíssima vigilância.

De positivo no ranking, 2009 teve apenas a redução dos assassinatos – foram nove, contra 12 no ano anterior. Nos últimos nove anos, 224 pessoas perderam a vida brutalmente em Limeira.

Com a palavra, as nossas autoridades.