(De Tomas Tranströmer, tradução de Enaiê Azambuja)
quarta-feira, 1 de abril de 2015 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 07:19 | 0 comentários
"Abril e silêncio"
(De Tomas Tranströmer, tradução de Enaiê Azambuja)
Marcadores: poema, poesia, Tomas Tranströmer
terça-feira, 31 de março de 2015 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 07:20 | 0 comentários
"Tempo de travessia"
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares…
Marcadores: Fernando Teixeira de Andrade, poema, poesia
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 04:51 | 0 comentários
Flor azul
(De Rodrigues Lima, dedicado à mãe dele – e, com licença que peço, extensivo a todas as mães)
sexta-feira, 14 de novembro de 2014 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 07:00 | 0 comentários
Apenas versos
(Trecho de “O livro sobre nada”, de Manoel de Barros)
Marcadores: Manoel de Barros, poema, poesia
segunda-feira, 8 de setembro de 2014 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 20:42 | 0 comentários
48 horas...
48 horas já não são mais suficientes para falar todas as palavras,
para matar todas as saudades,
para bater todos os papos,
para tomar todas as cervejas
e cafés.
48 horas já não são mais suficientes para rever as pessoas amadas,
para relaxar, curtir, dormir
para caminhar, passear, saborear
para nada fazer
e tudo querer.
48 horas já não são mais suficientes para todas as visitas devidas,
para todos os presentes atrasados,
para todos os churrascos programados,
para todas os convites recebidos
e os abraços desejados.
48 horas simplesmente já não são...
já não dão...
quarta-feira, 3 de setembro de 2014 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 11:54 | 0 comentários
"A poem"
"A bird is a bird is a bird."
domingo, 20 de abril de 2014 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 16:07 | 0 comentários
“O lutador”
é a luta mais vã.
Entanto lutamos
mal rompe a manhã.
São muitas, eu pouco.
Algumas, tão fortes
como o javali.
Não me julgo louco.
Se o fosse, teria
poder de encantá-las.
apareço e tento
apanhar algumas
para meu sustento
num dia de vida.
Deixam-se enlaçar,
tontas à carícia
e súbito fogem
e não há ameaça
e nem há sevícia
que as traga de novo
ao centro da praça.
Busco persuadi-las.
Ser-lhes-ei escravo
de rara humildade.
Guardarei sigilo
de nosso comércio.
Na voz, nenhum travo
de zanga ou desgosto.
Sem me ouvir deslizam,
perpassam levíssimas
e viram-me o rosto.
Lutar com palavras
parece sem fruto.
Não têm carne e sangue…
Entretanto, luto.
(digo exasperado),
se me desafias,
aceito o combate.
Quisera possuir-te
neste descampado,
sem roteiro de unha
ou marca de dente
nessa pele clara.
Preferes o amor
de uma posse impura
e que venha o gozo
da maior tortura.
(De Carlos Drummond de Andrade)
Marcadores: Carlos Drummond de Andrade, poema, poesia
quarta-feira, 12 de março de 2014 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 15:00 | 0 comentários
"A próxima viagem"
(Trecho de poema de Sérgio Medeiros, parte do livro "Viagens e Passeios às Ilhas")
Marcadores: Nova York, poema, poesia, Sérgio Medeiros
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 15:54 | 0 comentários
"Bem no fundo"
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela - silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas
Marcadores: Paulo Leminski, poema, poesia, reflexão
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 04:15 | 0 comentários
O que passou...
o que passou passou
e não há força
capaz de mudar isto.
Nesta tarde de férias, disponível, podes,
se quiseres, relembrar.
Mas nada acenderá de novo
o lume
que na carne das horas se perdeu.
O que passou passou.
o lume
do tempo que apagou.
Marcadores: Ferreira Gullar, poema, poesia
domingo, 19 de janeiro de 2014 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 03:47 | 0 comentários
"São Paulo, teu nome"
lençol de eus e meus em multidão
plantada em hastes, a planalticeia:
cidade inventada a cada pessoa.
vestem a roupa rústica das manhãs
à noite desapertam os calçados da tarde
ora com nuvens, ora sem elas.
enquanto os olhares usurpam cores
das feias esquinas à quimera das vitrines
atados estamos ao preço das coisas.
nos cômodos das mesmas casas
soma de tantos gestos e sentenças
manchas úmidas nas paredes gastas.
acionam os remos largos da madrugada
e no amanhecer fecham os olhos cansados
indiferentes à altivez dos arranha-céus.
crianças - as que se interessam pela terra
acreditam na sombra das árvores
e acolhem faceiras a luz deste dia.
despertam os músculos, os ossos e o rosto.
Novamente o corpo se levanta por inteiro
novelo de artérias sem fim nem começo.
tão pouco de ti lembra a santidade.
(De Fernando Paixão; publicado originalmente no caderno Ilustríssima, da “Folha de S. Paulo”, em 19/1/14)
domingo, 3 de novembro de 2013 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 17:20 | 0 comentários
Meros versos
e cada dia tem o seu próprio labirinto.
Marcadores: Jorge Luis Borges, poema, poesia
terça-feira, 1 de outubro de 2013 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 11:23 | 0 comentários
Setenta vezes sete
Marcadores: Khalil Gibran, poema, poesia
sexta-feira, 20 de setembro de 2013 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 12:56 | 0 comentários
O lustre
Marcadores: arquitetura, fotos, palacete, poema, poesia
| Postado por Rodrigo Piscitelli às 07:00 | 0 comentários
O sonho
Deus e que a Deus falava;
e sonhei que Deus me ouvia...
Depois sonhei que sonhava...
À noite sonhei que ouvia
Deus, que me gritava: Alerta!
Depois Deus adormecia
e eu gritava: Desperta!
(António Machado, poeta espanhol, em “Antologia Poética”, tradução de José Bento)
Marcadores: António Machado, poema, poesia
quarta-feira, 18 de setembro de 2013 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 04:43 | 0 comentários
O caminho
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há-de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar.
(António Machado, poeta espanhol, em “Antologia Poética”, tradução de José Bento)
Marcadores: António Machado, poema, poesia
terça-feira, 30 de julho de 2013 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 12:00 | 0 comentários
“O quintal que tentei desenhar”
Sobre seu olho machucado!
entrou aqui,
- Ainda parece
O mesmo
Envelopou-se
Em seu quarto
Dormem
De boca aberta
Dessa rosa,
(Jack Kerouac, tradução de Claudio Willer, em "Livro de Haicais")
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sábado, 20 de julho de 2013 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 10:43 | 0 comentários
Um pouco de poesia
Em tempo: isto era parte de uma exposição sobre o famoso poeta paulistano - um dos pais do modernismo. A mostra estava no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, tempos atrás.
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sábado, 8 de junho de 2013 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 01:06 | 0 comentários
Um pouco de Vinicius
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos -
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos -
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai -
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte -
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
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quarta-feira, 8 de maio de 2013 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 12:24 | 0 comentários
"Uma arte"
A arte de perder não é nenhum mistério;
tantas coisas contêm em si o acidente
de perdê-las, que perder não é nada sério.
a chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
lugares, nomes, a escala subsequente
da viagem não feita. Nada disso é sério.
lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
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