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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

Uma curta reflexão sobre o caso "Charlie Hebdo"

Foi de propósito que esperei para escrever algo a respeito do lamentável ataque ao jornal "Charlie Hebdo", em Paris (França), na semana passada.

Li análises diversas, ouvi opiniões diversas e gostaria apenas de reforçar um aspecto que considero necessário em relação ao episódio: nada (repito - em letras garrafais - NADA) justifica o terror.

Se abrirmos uma brecha, pequena que seja, para buscar justificativas para atos desse tipo estaremos no perigoso caminho para justificar atrocidades como as do nazismo e tantas outras.

* Leia também (acrescentado em 21/1/15):

Žižek: Pensar o atentado ao Charlie Hebdo

sexta-feira, 28 de novembro de 2014 | | 0 comentários

A sociedade custa caro

Custo mundial da obesidade*: US$ 2 trilhões (2,8% do PIB global)
Custo mundial do cigarro: US$ 2,1 trilhões
Custo mundial das guerras, conflitos e terrorismo: US$ 2,1 trilhões

Total: US$ 6,2 trilhões (ou R$ 15,5 trilhões – três vezes o PIB do Brasil)

* “A estimativa se baseia em perda de produtividade econômica, custos para os sistemas de saúde e investimentos necessários para mitigar o impacto da obesidade”, segundo reportagem da “Folha de S. Paulo.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013 | | 0 comentários

Um ataque ao jornalismo e ao mundo

O Terrorism Act of 2000 já era polêmico, principalmente em seu item 7, que permite à polícia de fronteira deter pessoas sem qualquer tipo de mandado judicial no Reino Unido. Com o caso da detenção do brasileiro David Miranda, o que era polêmica virou um escândalo mundial.

Muito já foi apresentado sobre o assunto e não pretendo ser repetitivo. Gostaria apenas de enaltecer dois pontos:

1 – está mais do que claro após as mentiras que levaram à Guerra do Iraque (lembra da história das armas de destruição em massa?) e os vazamentos do Wikileaks e de Edward Snowden que a restrição de direitos civis adotada após os atentados de 11 de Setembro extrapola qualquer norma do direito internacional.

2 – está mais do que claro que, em nome do suposto combate ao terrorismo, os governos mentem e desrespeitam direitos.

A questão-chave é: o que querem esconder, afinal?

A detenção de Miranda no aeroporto de Heathrow, na Inglaterra, expôs esta questão de modo muito claro. Em tese, o Reino Unido pouco tem a ver com os vazamentos promovidos por Snowden, um ex-agente da NSA, a agência nacional de segurança dos Estados Unidos. Por mais que uma unidade britânica também tenha sido envolvida nos vazamentos, o foco é o governo norte-americano.

Por que, então, a detenção em Londres justificada por uma norma contra o terrorismo se não há suspeita alguma contra Miranda a este respeito? A resposta é mais do que óbvia: ele foi detido unicamente pela ligação com o jornalista Glenn Greenwald, de quem é namorado. Greenwald é autor das reportagens sobre a vigilância ilegal da NSA sobre cidadãos de todo o mundo.

Oficialmente, o governo britânico justificou a detenção de Miranda como uma “questão operacional da Polícia Metropolitana de Londres”. Se era uma questão meramente operacional da polícia local, por que então o governo norte-americano foi avisado com antecedência, como a própria Casa Branca admitiu?

O que está em jogo, portanto, são as liberdades individuais e a liberdade de imprensa, princípios básicos do direito internacional e de qualquer sociedade democrática – como alegam ser a norte-americana e a britânica.

Não custa lembrar que, em nome do combate ao terrorismo, um brasileiro foi assassinado no metrô de Londres anos atrás.

“Eles abusaram completamente da própria lei contra o terrorismo por razões que não têm nada a ver com terrorismo: uma forte lembrança de quão frequentemente os governos mentem quando alegam que precisam de poderes especiais para combater ‘os terroristas’, e quão perigoso é dar poderes sem limites em nome disto”, escreveu Greenwald em artigo para o “The Guardian”, jornal para o qual trabalha.

“Isto foi obviamente armado para transmitir uma mensagem de intimidação”, afirmou o jornalista. “É obviamente uma profunda escalada de ataques aos métodos da imprensa e ao jornalismo. É ruim processar e prender fontes. É pior ainda prender jornalistas que transmitem a verdade. Mas começar a deter familiares e pessoas queridas dos jornalistas é simplesmente despótico. Até a Máfia tem regras éticas a respeito de familiares das pessoas por quem ela se sente ameaçada”.

Greenwald garantiu que a tentativa de intimidação não surtirá efeito. Ou melhor: terá efeito contrário. Ele garante que manterá seu trabalho, com ainda mais ênfase.

Que assim seja!

“Cada vez que os governos dos EUA e Reino Unido mostram sua verdadeira face ao mundo (...) tudo o que fazem é ajudar a sublinhar porque é tão perigoso permitir que executem o vasto e ilimitado poder de espionagem”.

É no que acredito.

A dúvida é: a quem caberá colocar as necessárias barreiras aos aparentemente intermináveis abusos? O que fará o governo brasileiro além do tradicional “blá-blá-blá” diplomático? E os governos do resto do mundo? 

Ou esperaremos passivamente por novos Jean Charles e David Miranda?

sábado, 11 de maio de 2013 | | 0 comentários

E o novo WTC vem aí!

Não se pode dizer que os norte-americanos não sejam obstinados. Pouco mais de uma década após os atentados terroristas de 11 de Setembro, que destruíram as torres gêmeas do World Trade Center, ícones da paisagem de Manhattan, em Nova York, eles acabaram de colocar a última parte da antena-torre sobre o novo WTC.

Com isso, o prédio atinge a altura de 1776 pés (ou 541 metros - a medida usada nos EUA é em pés e não metros; repare que a altura foi calculada para coincidir com o ano da independência do país, mais uma resposta simbólica e patriótica aos terroristas). É o edifício mais alto do Ocidente.

Um ano atrás, quando lá estive, o prédio já dominava - imponente como o antigo WTC - o '"skyline" da cidade:



Em tempo: a área onde ficavam as torres gêmeas sedia atualmente um memorial em homenagem aos mortos nos ataques terroristas.

* As fotos são de Carlos Giannoni de Araujo, com quem fiz a viagem

segunda-feira, 15 de abril de 2013 | | 0 comentários

Boston, 15/4/12 - um ano antes das bombas

- Você viu as bombas na maratona de Boston?

A pergunta, oriunda de um conhecido, colocou-me de imediato numa máquina do tempo. Voltei um ano, exatamente um ano, exatamente a 15 de abril de 2012. E respondi, um tanto estupefato:

- Eu estava lá exatamente um ano atrás, na mesma rua, no mesmo lugar...

Era domingo, um domingo ensolarado e um tanto frio. Cheguei a Boston acompanhado por um ex-colega de trabalho, vindos de Washington D.C. no voo 1790 da JetBlue. Destino inicial: a Monsignor O´Brien Hwy, onde ficava nosso hotel.

Até então, meu colega e eu não tínhamos entendido a razão dos hotéis em Boston custarem bem mais do que em qualquer das outras cidades pelas quais passaríamos (eram pelo menos dez). Tampouco sabíamos porque era difícil achar vagas na cidade. Só descobrimos quando iniciamos nosso passeio. 

Ao chegar no centro histórico, encontramos uma estrutura toda montada para a famosa Maratona de Boston, uma das mais importantes e históricas provas de atletismo de rua do mundo. Para se ter uma ideia, ela foi criada em 1897, sendo a segunda mais antiga - atrás apenas da maratona olímpica. 

A prova ocorreria no dia seguinte, segunda-feira 16, feriado. Naquele domingo, portanto, o espaço que sediaria o evento estava parcialmente bloqueado, disponível para os pedestres. E como havia gente na cidade! Fora os locais, atletas profissionais e amadores de diversas partes do mundo - daí a razão dos hotéis lotados e dos preços altos.

Passeamos tranquilamente pelas ruas, vimos a estrutura de apoio aos participantes, as arquibancadas e os banners com o logotipo da prova - tudo pronto! Nas fotos a seguir, as grades dispostas na calçada eram para a maratona, bem como o estande montado em frente à igreja (aliás, os atentados foram ali perto).



Um ano depois, ao tomar conhecimento dos atentados a bomba, confesso que me deu uma sensação curiosa. Uma mistura de indignação com a capacidade humana de produzir atos insanos e, ao mesmo tempo, um sentimento de pertencimento. Como se eu - por conhecer aquele lugar e ter estado exatamente no mesmo ponto um ano atrás, no mesmo dia 15 de abril - tivesse algo a ver com a cidade. Senti como os locais devem ter sentido.

Também, naturalmente, fiquei com uma sensação de nostalgia. Um ano atrás eu caminhava pelas ruas de Boston, mas esta parte da história tem capítulos que são um tanto dolorosos até hoje. Enfim, coisas da vida...

Leia também:


terça-feira, 11 de setembro de 2012 | | 0 comentários

O Memorial do 11 de Setembro

Com o tempo, tendemos a absorver os fatos negativos da vida. Isto é mais evidente nesta época em que a capacidade de indignação das pessoas é cada vez mais rara. Por isso, escrevo para que a data de hoje - 11 de setembro - não seja esquecida.

Para lembrar a data na qual a vida de milhares de pessoas foi perdida em razão da insanidade e intolerância de alguns, reproduzo imagens captadas em abril deste ano no Memorial de 11/9 em Manhattan, Nova York, Estados Unidos.

Exatamente no local onde ficavam as torres gêmeas do World Trade Center, hoje existem duas grandes fontes. A água - um símbolo da vida - jorra ininterruptamente, uma homenagem a todas as pessoas que morreram nos ataques terroristas de 2001.






Quando lá estive, o museu do 11 de Setembro ainda não estava aberto. 

Confesso que o lugar causou-me uma sensação estranha. Ao mesmo tempo que o memorial representa um símbolo de resistência (inclusive pela construção logo ao lado da Freedom Tower, a "Torre da Liberdade", que vai substituir o WTC na paisagem nova-iorquina), é impossível ignorar que ali é um terreno de morte. 




Um silêncio obsequioso tomou conta de mim, principalmente por ver ali os nomes de todas as pessoas que morreram quando os aviões se chocaram contra as torres gêmeas. Um silêncio estranho, daqueles que atingem a profundeza da alma.

Leia também:

- Os azulejos de Setembro

- Uma ferida em solo americano

- 11/9 - Uma homenagem

- "U.S.A.! U.S.A.!" (?)

segunda-feira, 2 de maio de 2011 | | 1 comentários

"U.S.A.! U.S.A.!" (?)

Confesso que me surpreendi com a reação extasiada do povo americano (uma generalização, claro) ao saber da notícia da morte do saudita Osama Bin Laden. Sem qualquer mobilização prévia (o que, claro, seria impossível neste caso), centenas – talvez milhares – de pessoas foram às ruas comemorar tal qual a conquista de uma Copa do Mundo aqui nos trópicos. Aos gritos de “U.S.A.! U.S.A.!”

Qualquer um que tenha estado nos EUA nos últimos dez anos consegue ter noção da ferida aberta pelo 11 de Setembro. Uma ferida que talvez nem a morte de Bin Laden irá cicatrizar.

Ainda assim, não imaginava tamanha comemoração. Pelas imagens da TV, era perceptível uma sensação de alívio misturada com êxtase. Não era uma comemoração qualquer.

Ao longo da história, é comum verificar como as nações se unem diante de um inimigo externo. Muitas guerras foram usadas com esse fim, reforçar o sentimento nacional. Nos EUA não é diferente.

A causa da segurança nacional ainda não está completa. Mas hoje, nós nos lembramos mais uma vez que a américa pode fazer qualquer coisa que se determinar a fazer. Essa é a história da nossa história, seja a busca da prosperidade do nosso povo, ou a luta pela igualdade de todos os cidadãos; nosso compromisso de defender nossos valores no exterior e nosso sacrifício para tornar o mundo um lugar mais seguro”, disse o presidente Barack Obama em seu célebre discurso na madrugada desta segunda-feira, quando anunciou “à população americana e ao mundo” a morte de Bin Laden.

Olhando assim, soa meio pretensioso. E é. Americanos são assim.

E para quem duvida dos efeitos políticos da bem-sucedida caçada a Bin Laden, um cartaz carregado por um popular, exibido na TV, é exemplar:

Obama 1
Osama 0

* Para ler o discurso de Obama na íntegra, clique aqui.

* Para ler a história dos Azulejos de Setembro (cuja imagem ilustra esta postagem), postada no blog Piscitas – Travel & Fun, clique aqui.