Fonte: Álvaro Pereira Júnior, “Folha de S. Paulo”, Ilustrada, 18/1/14 (íntegra aqui).
sábado, 18 de janeiro de 2014 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 03:43 | 0 comentários
"Papel = Internet"
Fonte: Álvaro Pereira Júnior, “Folha de S. Paulo”, Ilustrada, 18/1/14 (íntegra aqui).
Marcadores: Álvaro Pereira Júnior, Internet, multimídia, NY Times, webjornalismo
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 03:30 | 0 comentários
"Uma boa-nova"
Marcadores: Folha, Internet, ombudsman, reportagem, Suzana Singer, webjornalismo
quarta-feira, 31 de outubro de 2012 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 10:00 | 0 comentários
Em prol do jornalismo (e de um jornalista)
Como jornalista a serviço de empresas de comunicação, fui processado só uma vez em 31 anos de profissão - a despeito de ter trabalhado a maior parte desse tempo como repórter investigativo e de ter feito dezenas de denúncias graves. E ganhei.
Há menos de quatro anos, criei um blog dedicado à reflexão política e à denúncia de iniciativas visando sufocar a liberdade de expressão, promover ou justificar a corrupção.
Ao longo de sua existência, tornei-me alvo de uma avalanche de processos judiciais. Foram oito ao todo, que me obrigaram a gastar uma fortuna com a contratação de advogados. Como blogueiro, descobri a condição de vulnerabilidade em que se encontram dezenas de jornalistas que decidiram atuar independentemente na internet.
Jamais fui condenado, mas é fato inquestionável que o exercício das garantias constitucionais é excessivamente custoso para quem não está respaldado por uma estrutura empresarial - ou não vendeu a alma ao diabo.
Contratar advogados, pagar custas e honorários, invariavelmente caríssimos, já constitui, em si, uma punição severa, mesmo para quem fatalmente será absolvido ao final de um processo sofrido e demorado.
Foi o que me levou à decisão de parar de publicar no blog.
Os dois primeiros processos vieram do Paraná, de onde uma quadrilha de estelionatários e traficantes de trabalhadores brasileiros para os EUA conseguiu censurar o blog durante alguns meses. A prisão dos denunciados fez com que a censura se extinguisse. Não satisfeitos e embora presos, passaram a pleitear uma indenização por danos morais.
De Mato Grosso chegaram outras quatro ações. O autor é o deputado estadual José Geraldo Riva, réu em 120 processos por peculato, corrupção e improbidade administrativa. Seu mandato foi cassado duas vezes por compra de votos, mas Riva ainda preside a Assembleia Legislativa do Estado, mesmo proibido de assinar cheques e ordenar despesas.
Boa parte dos textos teve como objeto o repúdio às práticas que o STF agora condenou como crimes praticados pelos mensaleiros do PT. O foco era o desvirtuamento ético, e não a questão partidária.
Também critiquei o mata-mata na segurança pública de São Paulo, Estado governado pelo PSDB. Daí brotaram dois outros processos.
O primeiro, uma queixa-crime do ex-comandante Paulo Telhada, que acaba de ser eleito vereador em São Paulo graças à imagem que ele alimenta de matador implacável. É o mesmo acusado de incitar no Facebook a campanha que culminou em uma série de ameaças ao repórter André Caramante, desta Folha.
O segundo é uma ação por danos morais movida pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, que novamente pôs o blog sob censura.
Não fui o único blogueiro a ter a sua atividade jornalística impedida por uma sequência de ações judiciais. Outro caso exemplar é a mato-grossense Adriana Vandoni, do blog "Prosa & Política". Desde 2009, a publicação está censurada judicialmente pelo mesmo José Geraldo Riva.
Não defendo prerrogativas de qualquer natureza para o jornalismo irresponsável. O exercício do jornalismo se torna deletério quando há deslizes éticos, com prejuízos enormes para quem se vê caluniado, difamado ou injuriado.
Também não me insurjo contra o direito dos ofendidos de pleitear reparação diante de distorções e erros da imprensa. O blog, aliás, sempre criticou o engajamento do jornalismo a soldo de políticos suspeitos, que atua como uma máquina de destruir reputações. Tal máquina ataca inclusive jornalistas, como Heraldo Pereira, da TV Globo, e Policarpo Júnior, da "Veja", vítimas de uma campanha difamatória hedionda movida pela blogosfera estatal.
Minha página eletrônica nunca aceitou qualquer forma de publicidade. Era mantida exclusivamente às expensas da minha renda pessoal auferida como repórter e apresentador da Rede Bandeirantes de Televisão. O exercício da liberdade de expressão, no ambiente cultural de uma democracia que ainda não se habituou à crítica (e a confunde com delitos de opinião), desafortunadamente, se tornou caro demais.
Mas sou forçado a concordar com os que entenderam minha atitude como capitulação. Porque o silêncio compulsório, que é o que desejam os inimigos da liberdade de expressão, só fará agravar o problema.
Fonte: Fábio Pannunzio, "Contra a avalanche, o jornalista desiste", Folha de S. Paulo, Tendências/Debates, 31/10/12, p. 3.
Marcadores: Fábio Pannunzio, jornalismo, webjornalismo
quinta-feira, 25 de outubro de 2012 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 20:55 | 0 comentários
Qual o sentido da briga entre Google e ANJ?
(...) Não há mais dúvidas de que o modelo convencional de negócios das empresas jornalísticas é inadequado para a produção de notícias na internet. Desde o surgimento deste Código Aberto, há oito anos, alertamos que a Web inverteu as regras do mercado de notícias. Passamos de uma era de escassez (poucos jornais) para uma era de abundância informativa (só de blogs são 55 milhões no mundo inteiro), o que reduziu a commodity notícia a quase zero ao mesmo tempo em que acelerou a diversificação e recombinação de dados e informações graças às facilidades das redes virtuais.
A notícia está hoje em todos os lugares e cercá-la com os muros do direito autoral equivale a tentar enxugar gelo. A rentabilidade não está mais em guardá-la como uma commodity, mas na sua circulação. Quanto mais uma notícia circular mais pupilas e cérebros ela alcançará, ampliando a reputação de quem a produziu, distribuiu e comentou. Ter informação não é mais sinônimo de ter poder. Pelo contrário, o poder de influenciar outras pessoas depende da intensidade com que a informação circular entre estas pessoas.
(...) A decisão da ANJ responde ao interesse de executivos da indústria da comunicação jornalística de arrancar toda a rentabilidade possível antes que chegue um momento fatal, como ocorreu há dias com a revista norte-americana Newsweek, que aqui no Brasil foi o modelo seguido pela Veja. Para os executivos pode ser uma estratégia inteligente para garantir uma aposentadoria dourada, mas para nós, consumidores de informações, é uma péssima notícia.
Fonte: Carlos Castilho, "Jornais vs. Google: a briga que ninguém ganha", Observatório da Imprensa, Código Aberto, 23/10/12.
(...) Além da exigência de remuneração financeira, há na decisão da ANJ também uma disputa por poder na cadeia de valor da indústria jornalística, na opinião do jornalista Eugenio Bucci, professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). "Com o surgimento dos buscadores e agregadores de notícias na internet, os jornais perderam parte importante dessa cadeia de valor. Acho que a movimentação de sair de um serviço de busca é uma tentativa de dominá-la novamente", explica Bucci.
No caso de um jornal impresso, a empresa é dona da totalidade da cadeia de valor - da produção da notícia à entrega da publicação aos leitores. Na internet, para o conteúdo chegar ao leitor, parte desse valor fica com a indústria de telecomunicações, com a indústria de computadores e, mais recentemente, também com os intermediários como o Google.
"A questão é como vai ser remunerado o jornalismo independente", sintetiza Bucci. "(A saída dos grandes jornais do Google Notícias) pode ser um movimento infeliz, que se mostrará errado daqui a algum tempo". Mas, como ainda não há um modelo que garanta essa remuneração em longo prazo, as redações independentes têm que preservar o valor do que oferecem. No cenário que está se formando, uma matéria do New York Times acaba tendo o mesmo valor de uma matéria produzida por uma organização partidária", compara o jornalista.
Fonte: Isabela Fraga e Natalia Mazotte, "Boicote ao Google News resultou em queda de apenas 5% do tráfego na web, afirmam jornais brasileiros", Blog Jornalismo nas Américas, Knight Center for Journalism in the Americas, 25/10/12.
Marcadores: ANJ, Carlos Castilho, Eugênio Bucci, Google, Internet, jornalismo, mídia, webjornalismo
segunda-feira, 8 de outubro de 2012 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 18:19 | 0 comentários
Webjornalismo: uma experiência e um desabafo
Finalizei neste domingo um projeto jornalístico experimental
(para mim, registre-se, pois não se trata de nada inovador). Um blog – o
“Limeira
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sexta-feira, 11 de maio de 2012 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 21:36 | 0 comentários
"Como pensar o texto para a mídia digital?"
O consumo de notícias online
vem ganhando importância ao redor do mundo, com exponencial aumento de
audiência e investimento. Nos EUA, veículos digitais já dão mais lucro com
conteúdo e publicidade que os meios tradicionais e no Brasil, a tendência é que
o mesmo ocorra em 2015. Contudo, nem todos os profissionais que lidam com
notícias estão preparados para adaptar seus textos do papel para a tela,
levando em conta a forma como o leitor lê na internet.
A “via crucis” para alguns jornalistas, no entanto, é ter de abrir mão de seu estilo próprio. “Em webwriting, ‘estilo’ é algo com que você se preocupa depois que conseguiu produzir um conteúdo que atenda a todos os requisitos necessários à sua visualização e consumo”. alerta Rodrigues, em conversa com o Centro Knight.
Segundo o consultor, há quatro princípios básicos na escrita para a web:
- Persuasão: criar mecanismos de interesse pela informação produzida, e muito além de pensar em um texto 'bem escrito', que é condição “sine qua non”;
- Objetividade: dar aos usuários os aspectos da informação que o leitor deseja, sem “despejar” detalhes desnecessários;
- Visibilidade: tentar trabalhar com “camadas” em um site, oferecendo informações aos poucos, porém sem criar uma estrutura muito profunda;
- Navegabilidade: usar a informação como recurso de orientação em um site, ajudando o usuário a cruzar informações e produzir conhecimento.
Há diversos artigos que dão noções básicas de como aplicar as técnicas de webwriting. Alguns sites e organizações oferecem treinamentos voltados a melhorar a qualidade do texto online, como o Poynter Institute, o britânico Writingfortheweb e a HTML WritersGuild. Para quem está começando, a Radio Television Digital News Association (RTDNA) apresenta dicas em slides para "Melhorar a escrita para web em 30 minutos".
Também é possível encontrar webinários sobre o assunto. O site britânico eCPD Webinars oferece um sobre escrita e tradução para a web, que ocorrerá no dia 11 de abril, em inglês. A StateImpact dispõe de um seminário online em vídeo sobre Webwriting para radiodifusores.
Além disso, a Biblioteca Virtual do Centro Knight guarda vários títulos sobre webjornalismo e webwriting, todos disponíveis gratuitamente para download.
Ao escrever para a web, também é preciso estar atento às técnicas de SEO (do inglês Search Engine Optimization) para que seu texto seja encontrado com mais facilidade. Para isso, existem algumas dicas simples, como repetir palavras-chave, criar hiperlinks com palavras relevantes e construir títulos precisos.
O Google disponibiliza online um manual básico de SEO, com dicas que vão desde medidas básicas na estrutura do texto até a forma certa de promoção de sites. Também há cursos de SEO disponíveis, como o curso gratuito do SEO Master, site que ensina e faz consultoria sobre o assunto.
Sobre a forma como os algoritmos de busca influenciam o conteúdo digital, Rodrigues afirma: “Ele (SEO) dita 100% a produção de conteúdo e este é um caminho sem volta. Achar o conteúdo é tudo o que o usuário da web deseja - e exige”.
Fonte: Eric Andriolo, blog “Jornalismonas Américas”, do Knight Center for Journalism in the Américas.
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