domingo, 28 de novembro de 2010 | | 0 comentários

Domingo de velocidade




O domingo foi diferente e especial. Pela primeira vez, estive em Interlagos, o lendário autódromo paulistano que faz parte da história do automobilismo. Um ligar fascinante, que mistura o que temos de melhor (um traçado muito mais inacreditável ao vivo do que pela TV e árvores que garantem sombra enquanto ouvimos o ronco dos motores) e de pior (arquibancadas improvisadas num autódromo que já tem décadas e traz milhões de reais para a cidade, sem contar outras deficiências estruturais, como o padock.

As atrações do dia prometiam: GT Brasil e FIA GT 1 World Championship (campeonato mundial de Gran Turismo da Federação Internacional do Automobilismo).

Na primeira prova, aceleradas de arrepiar em voltas que duravam 1min40s na marcação precisa do cronômetro do amigo Danilo Janine. Na prova que fechou o dia, o ronco subiu, o giro do motor também, a aceleração foi espetacular e o tempo baixou para 1min34s. Isso para percorrer os 4.309 metros do circuito – para efeito de comparação, o tempo da volta na Fórmula 1 chegou a incríveis 1min11s.

Até por isso, porque o ronco dos motores da Ferrari de Alonso e cia. é muito maior, já combinamos: em 2011, estaremos no GP Brasil de F1!

O legal foi que a prova principal, a FIA GT, teve vitória brasileira após uma ultrapassagem bem na nossa frente, na curva conhecida como Bico do Pato, que leva ao trecho final antes da reta dos boxes – esta aliás, apresenta uma incrível subida e, em seu início, na curva, um acentuado declive, ambos difíceis de perceber pela TV (não imaginava que a subida da reta dos boxes era tão subida como vi ao vivo).

Entre os brasileiros que disputaram as duas provas, nomes que passaram pela F1, como Henrique Bernoldi (o vencedor), Antonio Pizzonia e Ricardo Zonta. Outro nome conhecido é Xandy Negrão.

Sobre as provas, aproveito as matérias disponíveis no UOL. Primeiro a da FIA GT:

“Com uma ultrapassagem feita na marra, Xandinho Negrão levou o carro da Vitaphone Racing que divide com Enrique Bernoldi para a vitória na nona etapa do Mundial de FIA GT, disputada neste domingo em Interlagos.” (leia a íntegra aqui)

A seguir, dois vídeos da FIA GT, um deles da largada.

E agora a da GT Brasil:

“Wagner Ebrahim fechou com chave de ouro sua curta participação no Itaipava GT Brasil. O paranaense venceu com facilidade a segunda corrida do fim de semana, que encerrou a temporada de 2010.” (íntegra aqui)







Para ver mais imagens, profissionais, clique aqui (o material é do UOL).

PS: este domingo especial só foi possível graças ao Cacá Parronchi. Ele que arrumou os ingressos e me fez o convite. E ainda falam mal de cunhado! Valeu Cacá!!!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010 | | 0 comentários

Elza - o Retorno

Tão logo Elza Tank (PTB) venceu a eleição para a Câmara de Limeira em 2008, o nome dela surgiu com força para, mais uma vez, comandar o Legislativo. Na época, eu ainda era editor-chefe do “Jornal de Limeira” e responsável pela coluna política “Vai & Vem”.

Liguei para a petebista e tive com ela o diálogo reproduzido nesta postagem (publicado no “JL” dia 10 de outubro daquele ano). Referindo-se ao sonho de ser prefeita de Limeira, Elza foi clara e honesta ao afirmar que a fase dela tinha passado. Quando o assunto foi a disputa pela presidência da Câmara, disse categoricamente que não seria candidata. E não foi. “Já cumpri a minha parte”.

Pois agora Elza deve voltar ao cargo. Para cumprir o que sabe fazer como poucos: a defesa do governo no Legislativo – e num momento em que o prefeito Silvio Félix (PDT) vive uma situação delicada, cercado de suspeitas no caso da merenda escolar, envolto em problemas com a Justiça e enfraquecido politicamente.

Consultei dia desses dois especialistas nos bastidores políticos limeirenses sobre a disputa para a presidência da Câmara, que se avizinha. Para um deles, a pergunta foi direta: “Quem vai ser o novo presidente?”. A resposta veio no mesmo tom: “Elza”.

A explicação é simples: se os governistas se unirem, a oposição não tem chance. A petebista teria os votos de Nilce Segalla (PTB), Carlinhos Silva (PDT), Farid Zaine (PDT), Silvio Brito (PDT), Iraciara Bassetto (PV) e Almir Pedro dos Santos (PSDB), além do dela. Metade dos vereadores. Ou seja, um empate. Elza, como a candidata mais velha, levaria a presidência, segundo estabelece o Regimento Interno da Câmara.

À oposição, resta contar com um racha na bancada governista, buscando votos dos dissidentes. Hoje, os votos certos num candidato anti-Elza (o grupo aceitaria de bom grado Farid e Carlinhos, governistas mais “maleáveis”) seriam de Ronei Martins (PT), Paulo Hadich (PSB), Mario Botion (PR) e Eliseu Daniel dos Santos (PDT). Podem votar com a oposição Raul Nilsen Filho (PMDB) e Miguel Lombardi (PR).

A posição de Piuí (PR) é dúvida (embora seus colegas de partido votem com a oposição, ele é governista; a aposta dos oposicionistas é numa eventual pressão do partido sobre o vereador).

Para vencer a disputa, porém, Elza terá que unir a bancada da situação. É que pelo menos outros três governistas, todos do PDT do prefeito, manifestaram o desejo de ser presidente. Dois deles - Brito e Carlinhos - trabalhavam mais arduamente nos bastidores até dias atrás. Hoje, a informação é que Brito abriria mão do cargo em prol de Elza em troca de ser o primeiro-secretário. Farid, o terceiro pedetista, teria mais chances com a oposição, mas é o que mostra menos apetite para o cargo.

Neste jogo de xadrez, pesa na intenção de qualquer um dos três pedetistas o fato de ter que sair candidato contra a vontade do prefeito – o que implicaria um rompimento.

Assim, se Elza desconsiderar o que disse dois anos atrás, entrará em 2011 como a poderosa presidente da Câmara. Para alegria do “senhor prefeito”, como ela gosta de dizer.


***
Pela terceira vez seguida, Elza Tank (PTB) foi eleita como a mais votada para a Câmara de Limeira. Foram 8.237 votos - praticamente o dobro do que ela obteve há quatro anos. A votação expressiva fez com que sua coligação elegesse mais um vereador.

Muito se falou sobre a dificuldade da sra. se reeleger em virtude do quociente eleitoral. E a sra. dobrou sua votação e ajudou a eleger outra pessoa. Como se sente?
Elza Tank - É uma estima do povo e isso me deixa muito contente. Vou trabalhar da mesma forma como trabalho, fazer a parte da Câmara e também parte social para o meu semelhante.

Respaldada por essa votação, a sra. é naturalmente pré-candidata à presidência da Câmara. E já admitiu que gostaria de voltar para a Secretaria da Saúde. Qual a preferência?
Elza - Fico com o coração partido. Quanto à secretaria, depende do senhor prefeito, não é a minha vontade, é a dele. Se ele me convidar, gostaria de voltar, até por causa do Hospital da Mulher. Mas ficar na Câmara me dá satisfação.

Mas será candidata à presidência?
Elza - Não, absolutamente. Não passou pela minha cabeça. Sinceramente, não pretendo. Já cumpri a minha parte.

A sra. sempre sonhou ser prefeita. Ainda nutre este sonho?
Elza - Acho que minha fase passou. Lógico que tive muita vontade. Deixando a modéstia de lado, acho que teria sido uma boa prefeita. Mas estou com a idade avançada, 73 anos, não me vejo mais como prefeita.

Esta então é a uma frustração que a sra. carrega?
Elza - Lógico. Qualquer político leva a frustração de não ter sido prefeito.

A sra. disse certa vez que Jurandyr Paixão foi o melhor prefeito de Limeira. Ainda acha isso?
Elza - Acho que agora o Silvio (Félix, PDT) pegou uma boa faceta do progresso. Aliás, tenho em meus recortes o Paixão dizendo que o Silvio seria seu sucessor.

* Para acessar a coluna, clique
aqui.

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"O Palestra encolheu"

Vi, com o olhar fascinado de menino, o Palmeiras transformar-se em Academia, nos agitados anos 1960, com Valdir, Dudu, Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar Carabina, Ferrari, Zequinha, Ademir da Guia, Julinho Botelho, Servílio, Vavá, Gildo, Rinaldo e tantos outros astros. Vi aquele time encarar, intimidar e envolver o Santos de Gilmar, Mauro, Lima, Zito, Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pepe e um certo Pelé. Vi aquela equipe não dar bola pra São Paulo e Corinthians e conquistar títulos locais e nacionais com a autoridade que lhe era inerente.

Vi o Palmeiras trocar a camisa verde pela amarelinha e bater o Uruguai por 3 a 0, na inauguração do Mineirão, em 1965. Sem mais nem menos, sem fazer força, Rinaldo, Tupãzinho, Germano estufaram redes novinhas. Ninguém estranhou a metamorfose. Afinal, aquele time era sinônimo de seleção. Por que perder tempo com convocações aqui e ali? Era mais fácil, mais prático, mais justo converter um uniforme em outro, só por 90 minutos. A nação, agradecida, fez reverência à máquina dirigida pelo argentino Don Ernesto Filpo Nuñez.

Vi o Palestra ser o Brasil de fato, e sem ironia, na Libertadores de 1968, em duelos épicos nas finais contra o Estudiantes. Vi no Pacaembu lotado à noite bandeiras de rivais ao lado dos estandartes com enormes "P", todos unidos contra os argentinos. E as vi serem agitadas nos 3 a 1, gols de Tupãzinho (2) e Rinaldo. Imaginava, então, que por algumas horas fosse possível esquecer diferenças clubísticas em nome da pátria de chuteiras. Não existiam ainda as torcidas organizadas e o radicalismo que levaram para as arquibancadas.

Vi, com o olhar inquieto de adolescente, o surgimento e o auge da segunda edição da Academia, nos anos 1970. Revista e melhorada, talvez mais implacável do que a primeira. A formação titular até hoje soa como doce estrofe musical, a ser entoada com suavidade: Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir; Edu, Leivinha, César e Nei. Quem já dobrou a curva dos 40 anos ou mais sabe o bolão que jogou aquele amontoado de astros, sob o comando de mestre Osvaldo Brandão.

Vi, com o olhar atento da maturidade, o renascimento palestrino, nos anos 1990, na parceria com a Parmalat. Um consórcio ousado, que tirou o time do limbo, acabou com a abstinência de taças e o recolocou na trilha da qual jamais deveria ter saído. Breve, e inesquecível, parêntese nessa jornada em direção à decadência. A versão 3 da Academia abrigou craques do quilate de Veloso, Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo, Evair, Edmundo, Zinho, Mazinho, César Sampaio. Lotou estádios, devolveu a autoestima à torcida. Isso foi dia atrás, não faz tanto tempo assim, e acabou num instante, dissolveu-se, azedou.

Lembrei desses momentos anteontem, enquanto assistia à derrota para o Goiás - com casa cheia, de virada, com direito a estupefação e choro. Vieram em mente outros episódios de quedas históricas, diante de Guarani, Internacional de Limeira, XV de Jaú, ASA, Ceará, Vitória, Ipatinga, Santo André... Vi um Palmeiras impotente, pequeno, perdido, com jogadores que não aguentam o peso da camisa. Um Palmeiras punido por sua arrogância, um Palmeiras que "não sabia" se domingo haveria jogo com o Flu. Um Palmeiras prostrado, entregue.

Que Palmeiras verei, daqui a alguns anos, já com o olhar cansado da velhice? Ou que Palmeiras haverá? Décadas de equívocos, de ideias encarquilhadas, brigas, ciúmes, conchavos, personalismo, traições e vendettas embicaram o Palestra para o fosso dos times comuns, banais, corriqueiros, pálidos coadjuvantes.

Talvez ocorra nova ressurreição. Tomara, para alegria de sua torcida. Mas estou cético, por aquilo que sai dos calabouços da Turiaçu. Por enquanto, me resta dizer: descanse em paz, Palmeiras, à espera de um Messias que o faça reviver. E danação eterna aos mascates que o apequenaram, aos que desonraram a memória dos nonnos e às hienas prontas para dar o bote e roer a carcaça de um clube que um dia mereceu ser seleção.


Fonte: Antero Greco, “O Estado de S. Paulo”, Esportes, 26/11/10.

PS: situação fruto de brigas políticas que parecem eternas e de má gestão - o Palmeiras foi o time que mais gastou com o futebol este ano entre os grandes da capital, informou esta semana o jornal "Folha de S. Paulo".

quinta-feira, 25 de novembro de 2010 | | 0 comentários

Ventos que sopram da Europa

Quarta-feira (24/11) foi a greve geral em Portugal, um protesto dos trabalhadores – organizado pelas duas maiores centrais sindicais do país – contra medidas de austeridade fiscal anunciadas pelo governo para 2011: aumento do IVA (o imposto sobre valor agregado, algo como o ICMS no Brasil) em dois pontos percentuais, redução dos salários em média de 5% e redução das pensões, entre outras.

No dia seguinte (25/11), foi a vez dos estudantes ocuparem o Coliseu, em Roma, e a famosa torre da catedral de Pisa protestando contra uma reforma do Ministério da Educação que inclui cortes de verbas do setor.

Recentemente, a França foi agitada por paralisações e protestos contra o aumento – de 60 para 62 anos - da idade mínima para se aposentar.

São os ventos que sacodem a Europa desde que a crise financeira mundial estourou, em outubro de 2008. A ferida do que muitos consideram gastança e outros chamam de estado de bem-estar social foi aberta. Uma bolha que estouraria em algum momento. A Grécia já quebrou. A Irlanda ruma para isso (ambas recorreram ao dinheiro da União Europeia). Especialistas afirmam que Portugal, Espanha e Itália seguem de modo acelerado no mesmo caminho.

Diante deste cenário, duas palavras têm dominado o noticiário nos principais jornais europeus: crise e reforma. Não se fala em outra coisa, não se discute outro assunto, embora muitas vezes com posições diversas – não raramente divergentes. É preciso reformar o Estado, as finanças públicas não se sustentam diante do atual nível de gastos, pregam quase em uníssono.

Isso implica mexer em algo caro para os europeus, o gasto social. Implica também melhorar a eficiência dos gastos públicos, atacar a corrupção, estabelecer freios para o mercado (principalmente o sistema financeiro) e por fim a benesses populistas.

Na Itália, o “la Repubblica” de 19/10 informava sobre um decreto do governo prevendo que a Igreja volte a pagar impostos. Em busca de votos num país tradicionalmente católico, isenções foram concedidas em dezembro de 2005 pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi com vistas às eleições da primavera seguinte. Cerca de um bilhão de euros.

Agora a conta chegou.

Pelo que entendi, a Igreja aceitou uma espécie de acordo de cavalheiros para voltar a pagar tributos a partir de 2014. Funcionará assim: escolas, hospitais, clubes, etc, da Igreja vão pagar os mesmos impostos que qualquer outro empreendimento privado semelhante. Ou seja: a volta de uma concorrência leal.

No “24 Ore” de 31/10 (a mesma edição em que a então candidata – hoje presidente eleita – Dilma Rousseff foi chamada de “alterego feminino do presidente Lula”), vejo a entrevista de uma líder da oposição italiana cobrando reformas drásticas por parte do governo. E urgentes.

Uma brasileira que vive na Itália há anos contou que muitas empresas estão oferecendo dinheiro para que os trabalhadores estrangeiros voltem para seus países de origem. “Aqui já foi bom, o bom agora é o Brasil”, disse, enquanto esperava o trem na estação central de Milão e contava os dias para as férias no Brasil (ela embarcaria dali três dias).

Faz sentido.


Enquanto por lá o desemprego bate na casa de 20% em muitos lugares, como a Espanha, no Brasil ele atingiu o menor índice desde que a série histórica de registros começou, em março de 2002: 6,1% nas seis principais regiões metropolitanas, apontou nesta quinta-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Para tomar o exemplo espanhol, quando um em cada cinco trabalhadores está sem uma ocupação formal – e vê ameaçados os benefícios sociais de que os desempregados desfrutam -, as reações são previsíveis. Quando não se vislumbra uma luz no túnel, a situação tende a piorar. Daí ao perigo da volta de um cenário sombrio de 70 anos atrás é um passo.

Sinais nesse sentido já são vistos com certa frequência na Europa. São os efeitos colaterais que surgiram com a crise. A ultradireita avança e conquista espaço em vários países, informou o “Corriere della Sera” em matéria de uma página. Crescem também as manifestações de xenofobia (a França expulsou os ciganos).

Crescem também as ondas separatistas e as respectivas reações contrárias (de resistência), como vi em duas pichações em Pisa.

Não se sabe se reformas serão suficientes para salvar o euro e, de resto, a União Europeia. Se salvarem, não se sabe se a sociedade sobreviverá (no sentido figurado) a uma anunciada convulsão social decorrente das medidas.

Nunca, portanto, Sócrates esteve tão em voga com seu “Só sei que nada sei” (citado por Platão em “Apologia de Sócrates”, já que o filósofo de quem foi discípulo não deixou escritos).

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Vai uma Murphy´s aí?

No Maverick (claro!), com os amigos Danilo Janine e André de Paula.


PS: a foto foi tirada pela Mirele.

terça-feira, 23 de novembro de 2010 | | 0 comentários

Jogo de xadrez no PDT

Desde que anunciou o rompimento de relações políticas com o atual prefeito de Limeira e presidente de seu partido na cidade, Silvio Félix, o presidente da Câmara Municipal, Eliseu Daniel dos Santos (PDT), não mais falou com o chefe do Executivo. A não ser de forma protocolar, em algum evento. Garantiu ao prefeito a governabilidade necessária no que dependesse de sua atuação como presidente do Legislativo, mas não mais se comprometeu a defender o governo.

Hoje, quem ouve o presidente da Câmara falar sobre o prefeito sabe que a reconciliação é difícil – só não digo impossível porque esta palavra definitivamente não combina com o mundo político. Eliseu ainda não se conforma (se é que um dia se conformará...) com a deslealdade do prefeito e da primeira-dama Constância durante a última campanha eleitoral. Ambos, marido e esposa, ignoraram o até então aliado e colega de chapa em toda a propaganda política e, mais que isso, apoiaram outra candidata a deputado federal.

Félix, por sua vez, vivendo um delicado momento político e quase isolado, prefere o silêncio para não polemizar. Questionado pela imprensa sobre o caso, preferiu não se pronunciar. Espera – e aposta – que o tempo faça a poeira baixar e isso de alguma forma permita um diálogo (hoje impensável) com o ex-aliado. Nos bastidores, o prefeito sinalizou querer conversar. Fez isso por meio de interlocutores, mas Eliseu mostra-se irredutível na decisão de romper as relações políticas.

O presidente da Câmara, porém, agora é mais cauteloso quando fala da possibilidade de deixar o PDT. De início, quando anunciou o rompimento com Félix e a sua pré-candidatura a prefeito em 2012, Eliseu não hesitava em comentar que, se preciso fosse, trocaria de partido.

Questionado sobre o assunto nesta terça-feira no programa “Fatos & Notícias” (TV Jornal), afirmou categoricamente que entra no Ano Novo no PDT. Chega até a Páscoa e se depender unicamente dele, disputa a próxima eleição pelo partido. Disse que o PDT confiou nele ao dar-lhe legenda para a eleição deste ano e lembrou que é suplente de deputado federal pela sigla.

Segundo Eliseu, a única condição que o faria deixar o PDT seria um clima “insustentável” com o partido na cidade. Por partido entenda-se o prefeito. Indagado se o clima está rumando para o insustentável, o presidente da Câmara sorriu, hesitou, engasgou... Não era preciso mais responder, mas ele confirmou o que já estava dito por suas expressões: “sim, está insuportável”.

O que isso significa ainda não se sabe. Lendo assim, de modo simples, a fala de Eliseu soa quase contraditória. Manifestou que permanece no partido a não ser que o clima fique insustentável e, ao mesmo tempo, afirmou que o clima está insustentável. Logo, estaria posta a condição para sair.

Mas numa análise mais ampla, não é isso exatamente que Eliseu quer neste momento. Ele aposta numa disputa que vai se travar em São Paulo, junto ao diretório estadual – onde tem contatos e acredita ter influência. Como o partido vai lidar com Félix neste embate, já que o prefeito é fundador da sigla em Limeira e seu principal expoente até então, não se sabe.

Uma batalha interessante se anuncia nos bastidores. É esperar para ver.

De certo, o fato de que Eliseu não terá o apoio de Félix para uma candidatura a prefeito em 2012. E, se fosse hoje, o presidente da Câmara não ia querer tal apoio.

PS: a eleição para a presidência da Câmara, agora em dezembro, deve contribuir para clarear um pouco mais este cenário. Da definição do novo presidente do Legislativo depende a força que o prefeito terá para os seus últimos dois anos de governo – que prometem ser conturbados.

É praticamente certo que a bancada governista deve fazer o novo presidente. A dúvida é como (mais do que quem) será este novo presidente: alguém mão-de-ferro com a oposição (a tradicional e a neo, Eliseu incluído) ou alguém mais maleável, adepto do diálogo.

As respostas começarão a surgir em menos de um mês.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010 | | 0 comentários

Um presente

Às vezes, manifestações singelas têm muito mais valor do que presentes caros.

Recebi na semana passada da amiga e jornalista Kelly Camargo (da família Rocha Camargo hehe) três fotos de sua recente passagem por Buenos Aires. As fotos falam por si - e explicam a razão de estarem aqui. Elas transmitem um simples, porém valioso, "lembrei de você".



"Achamos a casa em uma rua não muito comercial. Pena que estava fechada, então não consegui ver o que eles comercializam", escreveu.

São gestos simples assim que mostram o valor das relações humanas.

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Os fins justificam...?

Argentina, Chile, Japão, EUA e a Europa, num total de 80 países, aprovaram resolução na ONU, encaminhada pelo Canadá, contra as "recorrentes violações dos direitos humanos" por parte do governo do Irã. O Brasil se absteve. Votou como Sudão, Síria, Líbia, Cuba e Venezuela, entre outros.

Na resolução, está em jogo o repúdio às execuções por apedrejamento, às execuções de menores, à tortura, às mutilações, à perseguição a mulheres, minorias e presos políticos pelo Estado iraniano.

Ao justificar a posição brasileira, a embaixadora Maria Luiza Viotti defendeu que os direitos humanos devem ser examinados "de uma maneira holística, multilateral, despolitizada e não seletiva".

Maneira "holística"? Cabe um "voto de protesto" contra esse jargão eufemístico, a serviço da empulhação diplomática? Diante da iraniana que está prestes a morrer apedrejada, a fala brasileira soa simplesmente cínica.

Mas a abstenção do Brasil também é política. Ela faz eco à posição do próprio Irã, que vê na defesa dos direitos humanos uma cortina de fumaça para os interesses da política externa norte-americana.

O Brasil se nega a criticar o Irã publicamente. Insiste que a cooperação e o diálogo são preferíveis ao isolamento de Ahmadinejad. Na prática, transige com a barbárie, negociando vergonhosamente os direitos humanos, em nome, talvez, de um antiamericanismo fora de época e de lugar, como quem quisesse acertar contas do passado por razões equivocadas.

Lula, ao oferecer asilo a Sakineh Ashtani, acredita ter feito a sua parte. Lavou as mãos. Mas o Brasil será cobrado, e com razão, se sua execução se consumar. Por que não tratar o caso Sakineh como um divisor de águas? Ou melhor: por que, sabendo que ele assumiu essa dimensão, emprestar solidariedade aos facínoras? Por que jogar o peso político do país na simpatia acovardada e covarde pelo obscurantismo? Pois é disso, afinal, que se trata.

Fonte: Fernando de Barros e Silva, ” Abstenção pela pedra”, Folha de S. Paulo, Opinião, p. 2, 22/11/10.

Está nítido que a posição brasileira é política. A única dúvida é: a afronta aos direitos humanos aceita – ou permite – concessões, ainda que politicamente justificadas?

sexta-feira, 19 de novembro de 2010 | | 0 comentários

Empresas estimulantes

O “Jornal da Globo” exibe esta semana uma interessante série de reportagens – encabeçada pelo repórter Fábio Turci (que, por sinal, foi responsável por cortar o meu cabelo no trote da faculdade) – sobre o conflito de gerações no mercado profissional.

A matéria de quinta-feira em especial foi, além de interessante, estimulante!


quinta-feira, 18 de novembro de 2010 | | 0 comentários

Limeira é 2ª em anúncios de investimentos na região em 2009

Após despencarem nos três primeiros anos do governo Silvio Félix (PDT), como já mostrou este blog (veja aqui), os investimentos anunciados em Limeira se recuperaram e deixaram a cidade com o segundo melhor desempenho da região em 2009. É o que aponta o levantamento feito anualmente pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). No total, foram anunciados 11 investimentos em Limeira, que somam US$ 60,66 milhões.

Só Rio Claro teve desempenho melhor no ano passado, com US$ 63,18 milhões (dos quais US$ 43 milhões são fruto da parceria público-privada firmada com a Foz do Brasil para tratamento de esgoto). Atrás de Limeira, aparecem Piracicaba (US$ 49,89 milhões), Americana (US$ 20,61 milhões) e Sumaré (US$ 11,86 milhões). São Carlos, um dos principais polos tecnológicos do país, teve investimentos de US$ 13,24 milhões.

Não custa lembrar que, após a publicação da postagem anterior, em meados do ano passado, o prefeito criticou o Seade. Félix manifestou na ocasião que o levantamento era um “chutômetro” e que a metodologia usada pela fundação era “furada” (veja
aqui).

Dos investimentos anunciados para Limeira em 2009, segundo o Seade, destaca-se a multinacional japonesa Yachiyo/Honda: US$ 30,23 milhões, metade do total da cidade no ano. A empresa está implantando uma unidade nas margens da Via Anhanguera.

As demais empresas que anunciaram investimentos para Limeira em 2009 foram Doce Vida (implantação), Hospital Frei Galvão/Santa Casa (ampliação), Maxxi Atacadista/Wal-Mart (implantação - US$ 14,38 milhões), Senac (ampliação), Sindicato dos Comerciários (implantação de nova sede), Siscom (implantação - US$ 5,8 milhões), Sixtini (implantação), Supermercados Covabra (implantação nova loja - US$ 6,21 milhões), Tennis One (implantação) e Wal-Mart (implantação).

Americana teve nove investimentos anunciados, Piracicaba somou 14 (destaques para a Cosan, com US$ 16,49 milhões, e a CNH-Case New Holland/Fiat, com US$ 15 milhões), Rio Claro teve sete, Sumaré cinco e São Carlos seis.

Em todo o Estado, o Seade somou 742 anúncios de investimentos no ano passado. Eles totalizaram US$ 28 bilhões, um aumento de 20% em relação a 2008 (US$ 23,7 bilhões). A pesquisa de investimentos (Piesp) tem como base os anúncios publicados por grandes jornais, como “Folha de S. Paulo”, “Estado de S. Paulo”, “Valor Econômico” e “Gazeta Mercantil”.

Apesar do resultado positivo de Limeira em nível regional e do crescimento expressivo em relação aos anos anteriores, os números ainda estão muito distantes do período de 2001 a 2004, notadamente a partir de 2002, no governo José Carlos Pejon (agora integrado à equipe de Félix). Nesse período, o ano que teve investimentos mais modestos anunciados registrou um valor três vezes maior do que o verificado em 2009.

1998 ..... 2 anúncios ..... US$ 252 milhões

1999 ..... 5 anúncios ..... US$ 26,81 milhões
2000 ..... 6 anúncios ..... US$ 32,08 milhões
2001 ..... 16 anúncios ..... US$ 89,9 milhões
2002 ..... 14 anúncios ..... US$ 515,74 milhões
2003 ..... 30 anúncios ..... US$ 285,02 milhões
2004 ..... 13 anúncios ..... US$ 173,06 milhões
2005 ..... 6 anúncios ..... US$ 3,03 milhões
2006 ..... 9 anúncios ..... US$ 5,29 milhões
2007 ..... 16 anúncios ..... US$ 14,43 milhões
2008 ..... 10 anúncios ..... US$ 18,48 milhões*
2009 ..... 11 anúncios ..... US$ 60,66 milhões

Fonte: Seade

* PS: do total de dez investimentos anunciados em 2008, um deles não se concretizou: o da empresa Worksheep. A empresa investiria US$ 3,01 milhões para uma fábrica na unidade da antiga União, mas o negócio não chegou a ser implantado em definitivo.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010 | | 0 comentários

A genialidade de Dalí em Milão

Viajar muitas vezes proporciona experiências com as quais sequer imaginamos. Principalmente quando se vai para uma grande cidade, rica em cultura.

Numa recente passagem por Milão, fui presenteado com uma exposição sobre um dos gênios da pintura espanhola e mundial, Salvador Dalí. Suas obras estão de volta à capital italiana da moda após mais de 50 anos, no mesmo lugar onde estiveram em outubro de 1954: o Palazzo Reale, antigo palácio real que durante séculos foi o centro das decisões políticas da cidade, localizado bem ao lado do Duomo, hoje trasnformado num belo centro cultural.

A exposição “Dalí – Il sogno si avvicina” - aberta em 22 de setembro, seguindo até 30 de janeiro de 2011 – apresenta mais de 50 obras do pintor espanhol. Em comum, todas exploram a relação do artista com a paisagem, o sonho e o desejo, temática que a torna intimista e encantadora em meio à loucura que marca o trabalho de Dalí (e que me perdoem os críticos, nada entendo de arte; falo apenas de sentimentos de um espectador).

Na mostra, o público se depara com obras de destaque. Elas reforçam a genialidade de Dalí, que soube como ninguém tratar de temas tão subjetivos e relevantes como o desejo e o sonho de um modo surreal.

E numa exposição que desperta sentimentos e instiga, o espectador não poderia ficar só observando. Numa sala que simula um rosto feminino, após uma cortina de cabelos louros, é possível experimentar o “Sofá-lábios de Mae West”. E se não bastasse isso, uma filmadora reproduz em dois monitores a imagem de quem passa pelo sofá. Pura diversão – surrealista, claro!

Em tempo: o sofá foi feito em 1937, sob encomenda do britânico Edward James. Moldado em madeira e cetim, foi inspirado na atriz Mae West (daí o nome).

E após tanta emoção (confesso que senti um pouco de melancolia, o que deve ser normal quando se discute o tempo e, de modo indireto, a vida, embora a mostra traga também muita alegria), o encerramento reserva uma preciosidade. O público pode apreciar o resultado da mistura de Dalí com outro gênio: Walt Disney. Uma parceria que deu ao mundo um curta-metragem de animação feito entre 1945 e 46, porém só concluído em 2003, e que não poderia ter um título mais apropriado: “Destino”.



PS 1: eu não resisti e comprei uma gravura que reproduz uma das obras-primas de Dali, “A Persistência da Memória”, uma arte única que discute o tempo e a memória. O tempo que, aparentemente, esvai-se, escorre.


PS 2: além de Dali, o Palazzo Reale tem muitas outras mostras imperdíveis. Para conferir, basta dar uma olhada no site oficial. Só a apresentação do calendário anual de exposições já é um barato.

terça-feira, 16 de novembro de 2010 | | 2 comentários

Experiência italiana 3

Esta é para os amigos apaixonados por esse vermelho inconfundível.


Dei uma passadinha aí para comprar um boné para o meu irmão. Quem resiste??? Não tem jeito, os marmanjos sempre param e babam...

Ah, a loja fica em Florença. E a Ferrari é a usada pelo Rubinho em 2003.

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Os bons exemplos que vêm da Colômbia

"As bibliotecas precisam competir com os shoppings." A frase de Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, revela a importância dada à arquitetura e ao ambiente propostos para a rede de megabibliotecas.

Em vez de prédios feiosos, sem personalidade, Bogotá apostou em obras com bons materiais e linhas contemporâneas. A prefeitura promoveu concursos de arquitetura com a Sociedade Colombiana de Arquitetos para escolher os autores das quatro grandes bibliotecas construídas na última década.

Rogelio Salmona (1929-2007) desenhou a maior delas, de 36 mil m2, com os onipresentes tijolinhos avermelhados e um espelho d'água, traços da obra do maior arquiteto colombiano.

Mas arquitetos jovens também tiveram oportunidade de dar sua contribuição, algo ainda raro no Brasil quando se fala em grandes obras públicas. Suely Vargas tinha apenas 30 anos quando projetou a biblioteca El Tunal.

O programa de megabibliotecas foi criado por Peñalosa e mantido e ampliado por seus três sucessores: Antanas Mockus, Lucho Garzón e Samuel Moreno -todos de partidos diferentes.

Em comum, as quatro foram instaladas próximas a favelas, dentro de parques ou cercadas por áreas verdes, e acessíveis por corredores de ônibus e ciclovias (há 300 km delas na cidade).

Todas aspiram a repetir a atmosfera da biblioteca Luis Ángel Arango, a maior da Colômbia e uma das mais populares do mundo, mantida pelo Banco Central do país.

Com seis andares, escadas rolantes e jovens retirando livros e paquerando, ela não é modesta em comparação a qualquer shopping, mas causa horror aos bibliotecários mais puristas por trazer literatura popular e um ambiente festivo às suas instalações.

Possui sala de concertos e museus (o mais recente, a partir de doação do pintor Fernando Botero, com obras de Picasso, Bacon e Rothko).

As demais unidades da rede também recebem várias doações, de colecionadores a grandes empresários -a última delas cobriu dois terços do custo da construção da Santo Domingo.

O sucesso da Arango e de suas quatro sucessoras inspiraram a biblioteca São Paulo, instalada no parque da Juventude, construído onde ficava o Carandiru, com 4.200 m2. Bem mais modesta que as primas colombianas.

Fonte: Raul Juste Lores, "Unidades levam literatura popular a ambiente festivo", Folha de S. Paulo, Ilustrada, 13/11/10.

domingo, 14 de novembro de 2010 | | 0 comentários

A queda de Limeira no ICMS

A participação de Limeira no bolo do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no Estado voltou a cair na medição para 2011, que toma como base o ano de 2009. Esse movimento é sistemático desde o início do governo Silvio Félix (PDT) – não quero aqui estabelecer uma relação de causa e efeito e sim apenas apontar um fato: a queda se dá desde o ano-base 2005 (aplicação para 2007).

Para 2011, o índice de participação de Limeira no ICMS será de 0,66558731. Em 2006 (ano-base 2004, último da administração José Carlos Pejon), o índice era de 0,74175966. Ou seja: em apenas cinco anos, a cidade perdeu 0,12 ponto no bolo do ICMS, uma das principais fontes de receita do Estado e dos municípios.

Apesar do marasmo que marcou os seis anos do governo Pedro Kühl (PSDB) no que diz respeito ao desenvolvimento, é preciso registrar que a participação da cidade vinha crescendo na administração tucana (após cair nos dois primeiros anos). O salto mesmo, de 0,06 ponto, deu-se no governo Pejon. No período Kühl-Pejon, a cidade ganhou justamente o 0,12 ponto que agora perdeu.

A definição do índice toma como base uma série de fatores, como a população, a receita de impostos e a área cultivada da cidade.

É fato que desde a crise do final de 2008 houve um recuo na participação de várias cidades no ICMS. No entanto, outras tantas – algumas bem pertinho de Limeira – crescem e se desenvolvem. Piracicaba e Sumaré são dois bons exemplos.

No caso de Piracicaba, após dois anos em queda (2004 e 2005, para aplicação em 2006 e 2007), a participação no ICMS só cresce. De 2008 (ano-base 2006) para 2011 (ano-base 2009), o índice piracicabano subiu 0,14 ponto (de 0,89334231 para 1,03077003).

Já Sumaré, que ultrapassou Limeira no ranking do ICMS (veja
aqui), conseguiu aumentar sua participação em 0,05 ponto em apenas dois anos, passando de 0,63600506 em 2009 (ano-base 2007) para 0,68669283 para 2011 (ano-base 2009).

Portanto, antes de tentar desacreditar os números ou buscar desculpas, os responsáveis pelo desenvolvimento de Limeira deveriam adotar uma postura de humildade e procurar nessas duas – e em outras - cidades o que elas vêm fazendo de bom para impulsionar sua participação no ICMS. Em outras palavras, o que tem contribuído para o desenvolvimento dessas localidades.

Arrisco dizer que elas têm uma política estratégica, algo que sempre faltou em Limeira.

Do ponto de vista econômico, por mais que o governo Silvio Félix (PDT) gabe-se de ter anunciado tantas empresas, os resultados até agora são tímidos, para dizer o mínimo. Na verdade, são mesmo decepcionantes, inexistentes.

E é bom ficar atento para que Limeira não veja passar o bonde da história num momento em que todo o país cresce em voo de cruzeiro.

Ano-base* - Índice ICMS (prefeito)
2009 - 0,66558731 (SF)
2008 - 0,69620779 (SF)
2007 - 0,70384029 (SF)
2006 - 0,70199737 (SF)
2005 - 0,71903865 (Silvio Félix)
2004 - 0,74175966 (JCP)
2003 - 0,72911770 (JCP)
2002 - 0,68842872 (PK até março-José Carlos Pejon a partir de abril)
2001 - 0,67375165 (PK)
2000 - 0,67696383 (PK)
1999 - 0,65301822 (PK)
1998 - 0,62428491 (PK)
1997 - 0,62636966 (Pedro Kühl)
1996 - 0,66036993 (JP)
1995 - 0,67374379 (JP)
1994 - 0,64487362 (JP)
1993 - 0,65167653 (Jurandyr Paixão)


* Para aplicação dois anos depois

Fonte: Secretaria da Fazenda de São Paulo

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Flagrante italiano 2

Dizem que a Itália é exemplo de elegância no vestir - Milão tem uma das semanas da moda mais famosas do mundo. A Itália é berço de muitas grifes. Logo, não deve ser difícil encontrar pessoas bem vestidas pelas ruas, não é?

Este casal abaixo, por exemplo, foi flagrado em Veneza. Elegantes, não?

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O caminho que resta: a cassação

A CPI da Merenda, da Câmara de Limeira, podia economizar tempo e dinheiro do contribuinte indo diretamente ao que interessa (se é que há interesse nisso). Porque a situação do vereador César Cortez (PV) parece definida.

Se não está provado se o parlamentar recebeu propina da empresa da merenda, a notícia divulgada pelos jornais de Limeira no sábado já é motivo mais do que suficiente para a única medida que restou no caso: a cassação do mandato.

Afinal, não se deve ter como normal o recurso da mentira quando se discute uma questão pública tão importante quanto esta envolvendo a terceirização da merenda.

Cortez sempre negou com veemência qualquer tipo de contato com pessoas da SP Alimentação - a empresa acusada de pagar propina ao vereador para barrar uma investigação e a membros da prefeitura para vencer a licitação da merenda.

Na coletiva de imprensa em que falou da acusação de corrupção e ao programa “Fatos & Notícias” (TV Jornal, segunda a sexta, 11h30), o parlamentar do PV negou que tivesse falado ao telefone com o ex-funcionário da SP, Genivaldo Marques Santos, delator do escândalo da merenda.

Cortez afirmou que, caso tivesse algum contato com Santos, teria sido sem que o interlocutor se identificasse pelo nome ou pela empresa à qual servia na época (2007). O vereador frisou que, como fala com muitas pessoas pelo telefone, até poderia ter atendido alguém da SP sem saber de quem se tratava.

Pois a quebra do sigilo telefônico de Cortez revelou, como mostraram os jornais
“Gazeta de Limeira” e “Jornal de Limeira”, pelo menos 80 telefonemas entre ele e Santos num intervalo de 15 dias. Ora, ninguém fala tanto assim com uma pessoa sem que a conheça.

Diante disso, as dúvidas passam a ser outras: 1) por que Cortez mentiu?; e 2) por qual interesse a SP Alimentação manteve tantos contatos com o vereador justamente no momento em que se discutia na Câmara a possibilidade da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para discutir o contrato da merenda?

São estas respostas que a CPI agora instalada deve buscar. Porque, no caso de Cortez, que comprovadamente mentiu (e não se pode alegar engano diante de 80 ligações), não me parece restar outro caminho que não seja a cassação do mandato.

Mentir deslavadamente assim não combina com a figura de um vereador.

PS: na medida em que se complica a situação de Cortez e que fica cada vez mais evidente a preocupação da SP Alimentação em esconder algo, cresce a sombra que cerca a administração Silvio Félix e o próprio prefeito – que admitiu, no “Fatos & Notícias”, ter tido contato com o dono da SP, Eloízo Durães.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010 | | 2 comentários

Prefeito "queimado"

O prefeito de Limeira, Silvio Félix (PDT), é cada vez mais mal visto no governo estadual.

Os problemas começaram há tempos, segundo relato de uma pessoa com acesso facilitado junto ao Executivo paulista. Faltaria a Félix um pouco de, digamos, humildade no trato com secretários estaduais. A postura um tanto arrogante do prefeito não é bem-vinda na posição de quem precisa de verbas do Estado. A situação chegou a tal ponto dessa pessoa dizer-se envergonhada.

Não bastasse isso e veio o apoio declarado de Félix ao candidato petista ao Palácio dos Bandeirantes, o senador Aloizio Mercadante. O prefeito de Limeira sediou, inclusive, uma reunião estadual do PDT em que sobraram críticas ao tucanato.

A isso somou-se uma declaração desastrada de Félix num encontro do PT em São Paulo: “O que tenho visto é que o governo Lula mudou muito a relação com os prefeitos e com os municípios, na distribuição de verbas do PAC, no atendimento e no respeito aos prefeitos. Sonho com um governo no Estado que tenha a mesma postura republicana” (leia mais aqui).

Para completar, Félix partiu para o confronto com o Estado na questão da instalação de um presídio na zona rural de Limeira. Confronto que seria legítimo se não fossem dois detalhes: 1) o governo municipal, num acordo de cavalheiros e em troca de verbas para o Anel Viário e a construção de um novo Fórum, aceitou duas unidades da Fundação Casa e o presídio na cidade; e 2) foi o próprio município que indicou as possíveis áreas para o presídio, como documentou o Estado, segundo membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Limeira.

No confronto, o prefeito – mais uma vez – deu uma declaração desastrada, inoportuna e deselegante. Foi numa recente visita do governador Alberto Goldman (PSDB) a Limeira. O tucano respondia à imprensa sobre a questão do presídio quando foi abruptamente interrompido por Félix - que, num tom de superioridade, garantiu que a obra não seria no local alvo de polêmica. Mais: falou que o governador ainda não sabia do fato.

Fato que não se confirmou visto que, esta semana, o próprio Félix disse no programa “Fatos & Notícias” (TV Jornal, segunda a sexta, 11h30) que a ÚNICA garantia de que o presídio não será na área indicada no bairro do Jaguari é a possibilidade (repito: possibilidade) de diálogo com o Estado após intermediação da OAB.

Como a OAB de Limeira reuniu-se com o secretário da Casa Civil, Luiz Antonio Guimarães Marrey, após a visita do governador a Limeira e a única garantia é o diálogo aberto pela Ordem dos Advogados, não é preciso esforço para concluir que Félix mentiu ao interromper Goldman e garantir que o presídio será em outro local (registre-se que o município não tem legitimidade para, por si só, mudar a área do projeto).

Obviamente, a manifestação inoportuna do prefeito durante uma fala do governador soou muito, mas muito mal no Bandeirantes. A análise geral é que Félix está literalmente “queimado” junto ao tucanato – que, registre-se, permanecerá no comando do Estado nos próximos quatro anos. Um interlocutor chegou a ouvir de membros do governo que o prefeito foi “extremamente deselegante” ao interromper o governador e insinuar que o chefe do Executivo estadual estava mal informado numa questão que diz respeito ao Estado.

Aliás, fez-se questão de que esse recado fosse transmitido em Limeira para a população saber que o prefeito – como de praxe – joga para a plateia na questão do presídio.

Será preciso, portanto, muita humildade por parte de Félix para tentar restabelecer uma relação positiva com o governo do Estado.

A esperar.

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Flagrante italiano (ou escocês?)

Tá, eu sei que não tem nada a ver, é cultural, coisa de escocês, mas nunca tinha visto pessoalmente. E que é engraçado, isto é!

PS 1: o nome correto da tal saia é kilt.

PS 2: a foto foi tirada numa feira em Veneza.

terça-feira, 9 de novembro de 2010 | | 5 comentários

Constância Félix está pobre?

A primeira-dama de Limeira, Constância Félix (PDT), está pobre? É o que se deduz ao confrontar a prestação de contas de sua campanha eleitoral e a declaração de bens entregue à Justiça. Como este blog já mostrou (veja aqui), a esposa do prefeito Silvio Félix (PDT) gastou do próprio bolso em sua campanha R$ 468.900,00. É quase o mesmo valor de seu patrimônio – R$ 472 mil.

É no mínimo estranho alguém se dispor a aplicar todo o seu patrimônio numa campanha eleitoral. Ou não?

Não bastasse isso, há outra estranheza. A totalidade dos R$ 472 mil do patrimônio da primeira-dama está baseada em bens – dois terrenos, três veículos e a participação num prédio comercial. Nada em espécie, em contas no banco. Ou seja: para obter os R$ 468.900,00 usados na campanha, Constância deve ter vendido todos os seus bens.

Como não consta a venda de todos esses terrenos e veículos, a matemática de Constância parece mágica.

Mágica que a nossa frágil Justiça Eleitoral parece ignorar. Não só em relação a ela, mas com tantos outros candidatos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010 | | 0 comentários

Limeira e a feirinha do Brás



O coordenador da feira que aparece na reportagem, Ailton Vicente Oliveira, é o atual presidente da Internacional de Limeira.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010 | | 0 comentários

Experiência italiana 2

Assistindo à TV italiana, olha quem surgiu:

E depois veio a esposa também, numa aparição surpresa, cantando "Eu sei que vou te amar"...

... e rolou até um beijo!

No hotel em Milão, TV globalizada. Tinha até a Al Jazeera:

E olha quem apareceu na TV árabe (repare no logo da emissora no canto direito):

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Dúvida existencial eleitoral

O resultado que a primeira-dama Constância Félix (PDT) obteve nas urnas no último dia 3, quando debutou nas disputas eletivas, custou caro. Os 50.830 votos dela – que lhe garantiram a primeira suplência do partido na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa paulista – foram obtidos numa campanha em que ela gastou oficialmente R$ 832.912,20.

A prestação de contas dos candidatos está disponível no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Constância foi, de longe, quem mais gastou na campanha. Foram praticamente meio milhão de reais a mais do que o segundo colocado em gastos, o médico e vereador César Cortez (PV) – R$ 363.617,64. Em terceiro está o presidente da Câmara Municipal, Eliseu Daniel dos Santos (PDT): R$ 252.807,20.

Cada voto de Constância custou cerca de R$ 16. Isso representa quase o dobro da média de gastos por voto (R$ 9,7) dos 513 deputados eleitos, segundo reportagem publicada hoje no jornal “Folha de S. Paulo” (leia aqui).

A primeira-dama recebeu doações do Grupo São Martinho (da Usina Iracema), num total de R$ 100 mil; do Supermercado Covabra (R$ 50.000,00); da Suzano Papel e Celulose (R$ 30.479,80); da empresa NovoRumo Transportes (R$ 5.000,00); e da Associação de Empresas e Empresários de Iracemápolis (R$ 2.000,00), que acaba de vencer a licitação da prefeitura para uma área empresarial em Limeira, entre outros.

Há doações também de assessores e até do prefeito Silvio Félix (PDT) – R$ 900 - e dos filhos do casal, Maurício (R$ 1.000,00) e Murilo (R$ 2.200,00).

O que mais chama a atenção na prestação de contas de Constância, além do total de gastos em si (uma campanha quase milionária), foi a quantidade de recursos aplicados pela própria candidata. Ela doou do próprio bolso R$ 468.900,00 – 56% do total aplicado.

Isso me leva a uma questão, uma dúvida existencial para a qual nunca encontrei resposta: o que leva alguém a gastar quase meio milhão de reais para conseguir um cargo público numa jornada arriscada, de resultado incerto?

Haja disposição e senso de dever público!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010 | | 2 comentários

Experiência italiana 1

Um aviso aos viajantes: caso esteja na Itália e deseje experimentar uma pizza com ovo, cuidado. Eu pedi (o nome da pizza era Bismarck) e veja o resultado...

Mais que decepcionado, eu achei engraçado! Ah, o queijo era muito bom...