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quarta-feira, 22 de abril de 2015 | | 0 comentários

O futuro da TV

Reportagem publicada hoje (22/4) pela “Folha de S. Paulo”, assinada por Nelson de Sá e Fernanda Reis, sobre o futuro da Rede Globo por ocasião das comemorações dos 50 anos da emissora, traz uma espécie de diagnóstico desse importante meio de comunicação.

Reproduzo a seguir um trecho da reportagem justamente pelo fato da análise extrapolar os muros da Globo e valer para a TV em si:

Para começar, fala Boni, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, seu principal executivo por três décadas: "Capacitada a produzir conteúdo em escala, o caminho da Globo será investir cada vez mais em qualidade, para utilizar todas as plataformas. Não importa onde, pelo ar, cabo, internet. O importante é ter conteúdo que atraia visibilidade". 

Nizan Guanaes, dono do maior grupo publicitário do país, o ABC, vai na mesma direção: "Vivemos a era do conteúdo e do 'storytelling' [contar histórias]. As próximas décadas vão ser desafiadoras para ela como vão ser para todo o mundo. Mas ela está muito bem posicionada porque é craque em padrão mundial nas duas coisas". 

Para Esther Hamburger, da USP, e Vanderlei Dias de Souza, do Mackenzie, a TV aberta seguirá firme. "Tem gente que fala que está morrendo, mas não, está se transformando", diz ela, citando as coproduções da Globo. "A TV do jeito que é não vai desaparecer, a Globo ainda dá audiência, apesar da queda", diz ele. 

Mas o desafio agora é o novo público, não passivo como na TV aberta, e sim "junto". Ken Doctor, do Nieman Lab, de Harvard, diz que a Globo "pode com certeza" achar o seu lugar nesse ambiente: 

"O grande agente de mudança é o consumidor, que agora ocupa parte do banco do motorista. A compreensão profunda da audiência, por idade, plataforma, é requisito para empresas como a Globo. Em seguida virá como agir a partir dessa compreensão".

Leia também (acrescentado em 4/5):

- Novas tecnologias dinamizaram a forma de ver TV

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015 | | 0 comentários

Esporte: um negócio em questão

Usar o esporte como fonte de lucro e, ao mesmo tempo, impedir a necessária divulgação daqueles que ajudam a manter a atividade não parece uma boa equação.

Pois é o que ocorre no Brasil há tempos, em várias modalidades. O caso mais recente e flagrante envolveu a transmissão de uma partida do Red Bull Brasil, clube-empresa criado em 2007 que chegou à primeira divisão do futebol paulista este ano.

Para não citar o nome do patrocinador (que, neste caso, mais que patrocinador é o nome OFICIAL do time), a TV Globo alterou até o logotipo do clube em suas transmissões.

A situação não é nova. Envolve, por exemplo, as novas arenas esportivas do país, cujos “naming rights” (os nomes comerciais adquiridos por patrocinadores) são rigorosamente apagados de jornais, revistas, TVs e sites.

No basquete, há tempos os times ganharam apenas o nome das cidades onde atuam. Assim, a Winner Limeira (nome de um patrocinador, mas também nome fantasia OFICIAL da equipe desde sua fundação) é chamada apenas de Limeira.

E assim ocorre com Bauru, São José dos Campos, Rio Claro...

Mas não com Flamengo – que não é chamado de Rio de Janeiro. Tampouco o Paulistano ou o Pinheiros são chamados de São Paulo.

Aliás, por que nas transmissões de Fórmula-1, por exemplo, a tradicional Ferrari (nome de uma marca de automóveis) não vira “Itália”?

Não defendo que os times sejam chamados com nomes de todos os patrocinadores, mas que recebam a nomenclatura que considerarem oficial. O Reb Bull Brasil não é o “time X” que ganhou o nome de um patrocinador; ele nasceu como Red Bull. É o Red Bull.

Por mais que se possa alegar que a emissora nada ganha com o merchandising alheio, não se pode esquecer que ela só paga pelos direitos de transmissão dos esportes em geral porque estes conferem audiência e lucro. Do contrário, não estariam na grade de programação.

Para que este negócio seja sustentável, porém, há que se permitir que meios de angariar patrocínio (e a divulgação na mídia é um dos principais) vinguem. Clubes rentáveis são um passo importante para campeonatos melhores. Neste sentido, esconder os nomes-fantasia não parece ser uma forma de contribuir com o esporte.

Uma última questão: por que os clubes se rendem a contratos “leoninos” em troca de algumas migalhas se, quando podem efetivamente faturar algo mais com as transmissões de TV, são impedidos inclusive de colocar placas de publicidade em seus ginásios, como ocorre na Liga Nacional de Basquete?

segunda-feira, 10 de novembro de 2014 | | 0 comentários

O valor de uma amizade

Para saber o valor de uma verdadeira amizade, uma boa história foi contada pelo "Fantástico" (TV Globo, dom, 21h).

Quem não viu pode assistir clicando aqui. Vale a pena!

Porque por amigos de verdade o infinito é o limite.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014 | | 0 comentários

A "velha nova" classe média fez sucesso na TV

Chegou ao final na semana passada (11/9) - num episódio emocionante, inteligente, ousado e metalinguístico - um dos melhores (senão o melhor) e dos mais longevos seriados da TV brasileira nas últimas duas décadas: "A Grande Família".

Não me atreverei a falar do programa porque os entendidos já fizeram isto de forma muito melhor (leia aqui coluna do crítico de TV da "Folha de S. Paulo" e UOL, Maurício Stycer).

Gostaria apenas de fazer um registro que escapou às análises que li: à parte a qualidade imensurável do elenco, o que ajuda a explicar o sucesso de "A Grande Família" foi o fato básico de que ela conseguiu reproduzir, de modo muito simples, personagens, personalidades e o cotidiano de uma típica família de classe média brasileira. 

E isto numa época (14 anos atrás, quando o seriado começou) em que a tal "ascensão da nova classe média" nem era tema dos debates...

Simples assim.

* A imagem que ilustra esta postagem foi retirada da Internet (busca via Google)

terça-feira, 21 de janeiro de 2014 | | 0 comentários

Na TV, também é possível escrever bem

Como um gênio da música clássica chegaria aos ouvidos de uma adolescente da Amazônia?

Fantástico: Pensa em Vivaldi, o que você sente quando ouve?

“São loucuras, muitas notas, muito rock, muito pesado”, diz a estudante Yandra Roberta Silva.

O que uma suíte para violoncelo despertaria em uma garota quilombola? “Música desperta um sentimento de amor, de alegria, de emoção”, afirma a estudante Larissa Ramos.

Para que serve um violino em uma palafita? “Fazer com que os alunos alcem voos maiores. Aqui é apenas a plataforma. Daqui o céu é o limite”, afirma o maestro Elias Tavares Sampaio.

Isso tudo acontece em Macapá, às margens do grande rio. O Amazonas é testemunha de um surpreendente projeto de massificação da música erudita. Com uma abrangência e uma rapidez que ninguém esperava, crianças pobres da capital do Amapá ganham a inusitada companhia de um Mozart, de um Bach, de um Tchaikovsky.

Lago dos Cisnes num jorro tropical. É apenas uma das muitas orquestras nascidas no local.

“A grande maioria começou comigo aos 9 anos de idade, há cinco anos. Sempre pensando que, no futuro, eles seriam os multiplicadores para que a gente pudesse criar um sistema de orquestras”, conta o maestro.

Cada um desses garotos integra o exército de músicos do subtenente Elias, do Corpo de Bombeiros do Amapá. “A quantidade de alunos vai crescendo. Então, os meus braços, os braços do sistema, têm que crescer também”, ele destaca.

Um sistema que se instalou onde sobram poeira e lama, onde falta oportunidade. “O Lago da Vaca é um dos bairros mais pobres da periferia. E aqui nós temos um polo do nosso sistema nessa igreja. Têm em torno de 70 crianças, todas de famílias pobres”, explica Elias.

Quem aprende vai ensinando ao outro. Yandra é fascinada por Bach. Mas, para ela, cada grande compositor tem uma personalidade musical. “Bethoven é mau. Um cara muito sombrio, muito cheio de coisas sombrias”, define.

O que acabou iluminando um caminho que ela não conhecia: “Eu não tinha concepção de vida, entendeu? Depois que eu conheci o projeto, eu vivi de novo. Foi a minha vida, a música é a minha vida”, ela diz.

Yandra é parte do milagre da multiplicação de instrumentistas. Mil e quinhentas crianças já aprenderam a tocar. Em alguns casos, com inesperada facilidade.

“As crianças nascem praticamente musicalizadas. Porque dentro do quilombo, eles têm os ritmos chamados batuque e marabaixo”, destaca o maestro.

No quilombo do Curiaú, perto de Macapá, Larissa aprendeu a dançar com o avô, no ritmo do marabaixo.

“É bom demais para eles aprenderem. Vai depender dela, da força de vontade. O pessoal vem aí, ensinando. Pode aprender, e muitos outros mais”, destaca o avô, João da Cruz.

A primeira orquestra quilombola do Brasil não podia deixar de ter uma caixa de marabaixo na percussão.

“Nós só fomos lá no quilombo e juntamos a orquestra com o veio artístico natural deles”, diz Elias.

O que a nova violoncelista achou? “Foi o máximo. No primeiro dia que a gente tocou uma música, ficou muito bom”, diz Larissa.

“Algum maestro pode até dizer:’ mas você está tocando Vivaldi com caixas de marabaixo?’ Por que não?”, questiona Elias.

E por que não entrar tocando tango nos alagados de Congós, na periferia de Macapá? Por que não Luiz Gonzaga com a regência coletiva da plateia? Por que não criar orquestras mesmo sem dinheiro, mesmo sem instrumento para todo mundo?

“Uma orquestra com o que tu tens. Tu tem que fazer música com aquilo que tu tem”, afirma o maestro.

Uma orquestra imaginária com instrumentos de isopor é a nova façanha do projeto. “Eles fazem a brincadeirinha do arco. Ponta, talão, meio, aquele negócio todo. Mas o objetivo mesmo é que o aluno tenha conhecimento do instrumento sem tê-lo”, explica Elias.

A aula é optativa. Mas a iniciação da escolinha pública está sempre lotada. Com os pais acompanhando da porta, muito mais que ensino musical. “Conceito de harmonia, obedecer a quem está à frente. É uma gama de informações”, destaca o maestro.

A professora Elisângela é a mãe de Abner e Ezequias, a quem dedica tudo o que lhe é possível. “Não posso dar riqueza, às vezes não é o de melhor, que eu sei que eles merecem. Mas o que eu tenho, que o meu pai me deu, eu tenho que passar para eles da melhor maneira possível”, afirma.

Ao ensinar o filho a tocar, Elisângela viu o talento aflorar na música preferida do violinista de 10 anos.

Quando Vivaldi ecoa nos barracos do bairro pobre, a aspiração do garoto vai muito além de Macapá. “Quero tocar na orquestra de Berlim”, diz Abner.

“Um dia eu ei de ver meu filho brilhar. Muito, muito. Eu ouço as músicas e fico imaginando ele tocando, as pessoas vendo, aplaudindo, e eu falando: ‘esse é meu filho’”, diz Elisângela.

O maestro Elias também se alimenta da esperança dos alunos e dos pais. Mas se um dia a orquestra de Berlim aparecer na vida de alguém, será apenas a consequência de uma conquista muito maior.

“Existe a oportunidade. Para você ser qualquer profissão, você tem de ser cidadão primeiro. Tem de ser responsável, tem que estar no horário, tem que obedecer às regras, então é isso que a gente pensa, usando a ferramenta música”, diz Elias.

Como não se vive sem sonhos, o do maestro, embora possível, tinha mesmo de ser imenso como um grande rio.

“O meu sonho é que em cada escola pública do estado do Amapá tenha uma orquestra”, conta, emocionado, o maestro.

PS: este é o texto de uma reportagem de Marcelo Canellas, apresentada no “Fantástico” (TV Globo, dom., 21h) do último dia 21/1/14.

Com texto magnífico, a reportagem foi espetacular: poético e tocante sem ser piegas. Vale a pena conferir
aqui.

sábado, 24 de agosto de 2013 | | 0 comentários

Apenasmente fantástica

Elogiar as produções globais feitas em formato de mini e microssérie ou no horário alternativo de novelas, às 23h, é "chover no molhado". É nestas horas, ou nestas produções, que o propalado "padrão Globo de qualidade" se evidencia.

Contudo, "Saramandaia" merece um registro. Do texto aos cenários, das temáticas ao elenco, passando pela abertura e o acabamento geral, a novela - um "remake" inspirado no original do genial Dias Gomes, exibido em 1976 - é um primor.

Eu me divirto com os diálogos e as "invencionices" linguísticas dos personagens, o "bolibolismo" (ou "saramandismo", se preferir), algo presente no original e perfeitamente mantido na adaptação atual. De um dos capítulos, retirei as seguintes frases e palavras:

- exagerância, previsões meteorologísticas, deverasmente periclitante, acautelatório, "falassice" (nem sei como se escreveria isto), de repentemente;

- O senhor me deu seu palavrismo...
- Mas vou lhe confessar que o meu curiosismo me mata.

- Chega de conversionismo.

- Não aceito o derrotismo!

- Quanto gentilismo das pessoas, mas eu já estou bastantemente melhor.

- Era apenasmente um sonho.

As atuações todas são primorosas, mas merecem destaque as participações de Vera Holtz na pele da engraçadíssima Dona Redonda (e ela vai explodir na clássica cena, já gravada); Matheus Nachtergaele como Seu Encolheu, o marido da Redonda; e Aracy Balabanian como Dona Pupu - os três impagáveis em seus papéis.

A abertura merece um elogio especial ao recorrer ao desenho e insinuar o realismo-fantástico que marca o enredo. Este, aliás, repleto de menções metafóricas e alegóricas a temas da realidade brasileira, mantém-se vivo, mesmo após mais de 30 anos da exibição do original. 

É relevante também o fato da novela recorrer a metáforas e alegorias para tratar de questões já presentes na década de 1970 e ainda mais importantes no século 21, como a dificuldade da sociedade em lidar com o diferente - algo exemplarmente tratado por meio do personagem João Gibão, vivido pelo ator Sérgio Guizé.

Tudo isso somado à trilha sonora fantástica, que tem como ápice (embora ausente da abertura) o clássico de Ednardo, "Pavão Mysteriozo", faz de "Saramandaia" um deleite para os fins de noite.

É divertismo puro!

segunda-feira, 8 de julho de 2013 | | 0 comentários

Um exemplo de jornalismo

Trabalho magnífico de reportagem feito pela equipe do “Fantástico”, da TV Globo. Um trabalho de um ano, com edição primorosa, mostrando que o INVESTIMENTO em jornalismo de QUALIDADE vale a pena!


* Veja mais sobre o tema e os bastidores da reportagem aqui.

domingo, 9 de setembro de 2012 | | 0 comentários

“Glu-glu!!!”

Esta é para quem quer se divertir um pouco. Um pouco não, muito!

A entrevista de Sérgio Mallandro ao “Programa do Jô” no último dia 5/9 foi hilária. “Iê-ié!!!!”, “glu-glu!!!”

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011 | | 0 comentários

O som da notícia

Muito legal isto!



Claro que o vinheteiro virou personagem de uma reportagem do “Jornal Nacional”. Para assistir, clique aqui.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011 | | 1 comentários

Um ano depois

Três semanas atrás, o Brasil inteiro viu uma tragédia crescer, na Região Serrana do Rio de Janeiro, alimentada pelo número de mortos da enchente. Nesta sexta-feira (4), são 878 mortos, e ainda há 413 desaparecidos.

Todo mundo lembra que, no ano passado, o estado do Rio de Janeiro tinha enfrentado outras situações trágicas em tempestades. Foram 134 mortos.

O Jornal Nacional foi investigar como estão, hoje, os lugares que produziram tantas lágrimas e tantas promessas nas chuvas de 2010. A reportagem é de André Luiz Azevedo.

As obras de contenção ainda não chegaram nem à metade, e o sofrimento dos sobreviventes da chuva que matou 53 pessoas na noite de réveillon de 2010, no litoral sul do Rio de Janeiro, também parece ainda longe do fim.

Em Angra dos Reis, no Morro da Carioca, as obras estão atrasadas. O muro de contenção deveria ficar pronto em um ano e ter 260 metros. O prazo estourou, e o muro tem apenas 80 metros. Segundo os moradores, a primeira promessa é de que as casas para os desabrigados seriam entregue em seis meses. Seria uma obra rápida, mas a tragédia já completou um ano, e ninguém ainda pode se mudar.

Um casal de aposentados perdeu a casa, recebe aluguel social e mora em um local improvisado. Mais de 1,2 mil famílias também ainda dependem da ajuda. “A gente está esperando para ver”, afirma a senhora.

Angra recebeu R$ 110 milhões de repasses dos Governos Federal e Estadual. O prefeito da cidade, Tuca Jordão, diz que parte dos apartamentos já está pronta, e eles serão entregues ainda este mês. Os demais, só em abril. Ele reclama da burocracia para liberação do dinheiro.

“A gente precisa exatamente acelerar esse ponto. Essa liberação é fundamental para que as obras que poderão levar oito ou nove meses não levem um ano ou um ano e meio como está acontecendo aqui”, destaca Tuca Jordão.

O governo do estado, responsável pelas obras, afirmou que não houve demora nos repasses, mas que as chuvas de janeiro deste ano e brigas judiciais envolvendo moradores que não querem deixar as áreas de risco atrasaram as obras.

Em abril de 2010, foi a Região Metropolitana do Rio de Janeiro que enfrentou um temporal que provocou destruição e morte.

A promessa é de que ninguém ficaria mais em áreas de risco no Morro dos Prazeres em Santa Teresa, onde 34 pessoas morreram nas chuvas do ano passado, mas basta uma pequena caminhada, bem ao lado de onde houve o desabamento, e nós encontramos moradores que não querem sair de casa.

“Nós começamos também um trabalho de mapeamento de risco na cidade do Rio de Janeiro. Nesse mapeamento, nós vimos que não havia necessidade de retirar todas as famílias do Morro dos Prazeres. Então, nós nos concentramos naquelas famílias que tinham problemas de alto risco, problemas sérios que pessoas que estavam ali ainda poderiam sofrer consequência”, destaca o secretário municipal de obras do Rio de Janeiro, Alexandre Pinto.

Duzentas famílias foram removidas da favela. Quarenta moradores entraram na Justiça contra a remoção ou em busca de uma indenização maior.

Também em abril, o Morro do Bumba, em Niterói, deslizou, e 47 pessoas morreram. Hoje, o aspecto já é de uma área recuperada. Mas a situação de quem perdeu a casa é bem diferente.

Pelos números oficiais, sete mil famílias ficaram desabrigadas em toda a cidade. E a prefeitura admite que quatro mil famílias não receberam o aluguel social nem indenização. Outras 400 ainda vivem em abrigos.

A prefeitura prometeu a construção de 7,5 mil casas, mas a previsão é que elas só fiquem prontas no ano que vem. Enquanto isso, as famílias, que já passaram por três abrigos diferentes, vivem agora em um quartel do Exército.

“Estão nos fazendo de marionete. O que acontece é uma humilhação. Você pega os poucos móveis que você já tem. Quando você já vai montar, já está tudo capenga. Tem que botar tijolo, e é isso que a prefeitura está fazendo com nós. Esse é a dignidade que eles disseram que nós temos aqui”, critica a desabrigada Simone de Oliveira.

A entrada da nossa equipe foi proibida, mas fotos mostram que os galpões foram divididos com tapumes de madeira. “Essas pessoas estão dentro de cômodos. Você tem famílias com cinco ou seis crianças. Ou seja, seis pessoas na família. Realmente, não tem como essas pessoas ficarem”, diz Francisco de Souza, presidente da associação de vítimas do Morro do Bumba.

Adriana estava grávida quando a casa desabou. E a primeira moradia do pequeno João Pedro, de um mês, é o abrigo. “É meio precária a situação dele, mas está indo”, conta a jovem. Adriana também revela que não tem perspectiva de ir para um apartamento definitivo.


A prefeitura de Niterói preferiu se pronunciar por nota e negou que as condições dos abrigos sejam precárias. Sobre as quatro mil famílias que ainda não recebem o aluguel social, a prefeitura afirma que espera a assinatura de um convênio com o Governo do Estado para liberar a verba.


Fonte: "Jornal Nacional", TV Globo, 4/2/11 (para assistir à reportagem, clique aqui).

Eis algumas das razões pelas quais culpo o Poder Público pelas tragédias "naturais" que atingem o Brasil. Porque sempre há um dedo humano nestas tragédias...

Em tempo: belo trabalho jornalístico da equipe da TV Globo. Relembrar promessas, cobrar, mostrar para prevenir são diferenciais na cobertura factual.

PS: esta questão já foi tratada neste blog em algumas ocasiões. Leia aqui e aqui.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011 | | 0 comentários

Mais crônicas direto de Nova York



Esta é mais uma matéria da série “Crônicas de Nova York”, assinada pela jornalista Giuliana Morrone, correspondente da TV Globo na cidade norte-americana. Já falei sobre o assunto neste blog (leia aqui). A série é exibida pelo “Jornal Hoje” aos sábados.

Das últimas matérias, separei outras três que me chamaram a atenção. Infelizmente, não consegui o código de incorporação dos vídeos. Portanto, eles podem ser acessados apenas pelos links a seguir:

*
Nova York atrai fotógrafos de todo o mundo

*
Cores e romantismo do outono transformam Nova York

*
Escadas de incêndio são símbolo cultural de Nova York

terça-feira, 31 de agosto de 2010 | | 0 comentários

Crônicas direto de NY

O “Jornal Hoje”, da Rede Globo, iniciou no último dia 21 um novo quadro. Chamado “Crônicas de Nova York”, ele está a cargo da repórter Giuliana Morrone e traz a cada sábado detalhes do que está na moda na “Graned Maçã” – mas não aquela moda que usualmente conhecemos e sim o cotidiano de uma cidade marcada pelo pioneirismo e pela constante transformação.



Em tempo: para quem quiser ler minhas crônicas de Nova York, acesse o meu blog Piscitas - Travel & Fun (acesso direto clicando aqui e aqui)