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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015 | | 0 comentários

Jabuticaba de esquerda

Curiosa a posição dos manifestantes a favor do governo da presidente Dilma Rousseff - e, portanto, contra o impeachment. Desde o início do ano, e agora com mais ênfase, saem às ruas defendendo a petista e criticando o ajuste fiscal promovido por ela.

Ou a política econômica, mesmo comandada por um liberal, não é de responsabilidade da presidente? 

Defendem um governo - legitimamente - no qual não se reconhecem (ao menos na economia).

Não foi uma, nem foram duas ou três vezes, que Dilma manifestou que a política de ajuste fiscal era do governo, não do ministro Levy.

A esquerda quer o bônus, mas não o ônus da desastrosa administração Dilma, é isto? Então ficamos assim: os acertos (quais mesmo?) são de Dilma e do governo petista; os erros, dos outros...

quarta-feira, 7 de outubro de 2015 | | 0 comentários

Sobre o impeachment de Dilma

O que penso a respeito de um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) foi muito bem explicitado pelo empresário Lawrence Pih numa interessante entrevista recente ao jornal “Folha de S. Paulo”

Reproduzo a seguir o trecho em questão e recomendo a leitura da entrevista na íntegra para entender um pouco mais, do ponto de vista da economia, a atual situação do país:

Impeachment é traumático. Pensam que se remove presidente do dia para a noite, mas não é tão simples. Não sou especialista, mas dizem que pode haver afastamento devido a pedaladas ou financiamento irregular de campanha. Essas coisas ocorreram no passado, mas nunca foi apurado. Os dois pontos são suficientemente graves? Essa primeira pergunta é técnica. 
 A segunda é política: ela tem condições de continuar governando sem levar o país ao caos? Quando o câmbio quase dobra em um ano, está instalado um grau de confusão grande. Com ela na Presidência até 2018, como ficará o país? Se as coisas começam a se deteriorar no ritmo em que isso acontece desde janeiro, estamos em maus lençóis. Não é só uma questão técnica. É também política, sob o aspecto da governabilidade.

sexta-feira, 17 de abril de 2015 | | 0 comentários

Frase

“Como um partido pode pedir impeachment antes de ter um fato concreto? Não pode.”
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República e líder do PSDB, sobre a possibilidade da oposição protocolar um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

sexta-feira, 10 de abril de 2015 | | 0 comentários

Frases

“Não acho que os protestos sejam coisa de ‘coxinha’ ou da mídia. Já existia mídia no governo Lula e ele tinha 85% de aprovação.”
Cândido Vaccarezza, ex-deputado federal pelo PT-SP

“Porém, a sociedade não aceita sacrifício algum, até porque na campanha eleitoral do ano passado a maioria que votou em Dilma entendeu que não haveria sacrifício algum, caso ela fosse eleita.
Eduardo Guimarães, em artigo no "Blog da Cidadania", postado em 2/4/15

terça-feira, 31 de março de 2015 | | 0 comentários

Frase

“Como afirmava Marina Silva, não é bom ganhar perdendo. Não é bom para o governo e não é bom para o país. A conta do estelionato ficou cara demais.
Samuel Pessôa, formado em Física e doutor em Economia, em artigo para a “Folha de S. Paulo”.

sexta-feira, 27 de março de 2015 | | 0 comentários

Voltando a 25/10/14

A previsão foi feita por mim neste blog ainda na noite de sábado, véspera da eleição.

Pois ela se confirmou, como parecia óbvio: uma disputa com um eleitorado dividido só poderia resultar em crise de governabilidade.

Acrescente os erros óbvios do governo na condução da economia nos últimos anos (uma conta alta a ser paga agora) e mais o estelionato eleitoral de quem venceu e está posta uma crise de legitimidade.

Dá para 2015 acabar logo?

Em tempo: para quem não leu a dita previsão, veja aqui,

quinta-feira, 19 de março de 2015 | | 0 comentários

Só para saber...

Atacado duramente pela esquerda durante os anos 1990 e início dos anos 2000, o chamado Consenso de Washington - o resumo das políticas ditas neoliberais - está "de volta" ao país? Trazido justamente por um governo supostamente de esquerda?

Será a evidência da vitória do neoliberalismo e da sua necessidade para a social-democracia? Para onde foi o socialismo da esquerda? Ou o PT não é mais esquerda?

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Além da crise política

A seguir, trechos de uma interessante entrevista do filósofo Vladimir Safatle ao jornal “Folha de S. Paulo”, na qual ele faz uma análise mais ampla e complexa (distante, portanto, do inútil e rasteiro “fla x flu” partidário que tomou conta do país:

Vivemos atualmente uma instabilidade política em meio a comemorações de 30 anos da redemocratização. A democracia brasileira está consolidada?
Safatle - (...) Apesar disso, é falso chamar de "democracia incompleta". O certo é dizer que é uma neodemocracia que gira em torno dos seus impasses há 30 anos. Do final dos anos 1980 até hoje a democracia não se aperfeiçoou, e os seus problemas ficaram mais evidentes, como a baixa participação popular, um sistema parlamentar que produz distorções no sistema representativo e perpetuação de castas que interferem no sistema, interferências econômicas inacreditavelmente altas nos processos eleitorais. Nesse momento da história, é necessário ter claro o fato de que a Nova República acabou, morreu.

O que isso quer dizer? Quais são os impactos disso para o sistema democrático e para o país?
Safatle - A Nova República foi, entre outras coisas, um modelo de construção pós-ditadura na qual a governabilidade era compreendida através da cooptação de uma parte da classe política que se desenvolveu na própria ditadura, e da gestão de toda essa massa fisiológica da política brasileira vinculada a interesses locais. Foi assim no governo de Fernando Henrique Cardoso, com apoio de Antonio Carlos Magalhães e do PFL, e foi assim no governo Lula, com Sarney. Nos dois casos, o PMDB era o grande gestor da fisiologia política. Esse modelo se esgotou completamente. A produção de grandes atores políticos, do PT e do PSDB, se desmontou. Esses dois núcleos se esgotaram por completo. Ninguém mais espera que o processo de modernização nacional possa ser feito a partir de propostas desses dois grupos. Os dois já foram testados e demonstraram limites muito evidentes. Ninguém vai conseguir fazer nada continuando este modelo. O trágico é que quando uma coisa termina, ela não acaba necessariamente logo, e pode continuar como zumbi, como morto-vivo, e o país fica paralisado por muito tempo. Nada está acontecendo, apesar de todos os embates atuais. O fim do modelo é trágico, e leva consigo os atores políticos, intelectuais e formadores de opinião. (...)

Em tempo: postei apenas dois trechos, como exigido pelo jornal, mas reforço que vale a leitura de toda a entrevista, cujo link está no início da postagem.

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Só para constar

No momento em que o Brasil celebra 30 anos de vida democrática, com a posse do primeiro presidente civil após duas décadas de ditadura miliar, faço um registro histórico necessário:

- o PT boicotou a eleição de Tancredo Neves, caminho de conciliação possível para a volta da democracia ao país e ameaçou até punir três deputados que votaram a favor de Tancredo na eleição indireta do Colégio Eleitoral (os três deixaram o partido para evitar a punição);

- o PT não aceitou votar a favor da nova Constituição de 1988;

- o PT não aceitou votar a favor do projeto que criou o Plano Real;

- o PT não aceitou votar a favor da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que significou um marco no combate ao descalabro das contas públicas no país (o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, chegou a fazer um "mea culpa" a respeito quando já estava no governo).

Não farei comentários. A história se encarrega disso.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015 | | 0 comentários

Cunha ou Dilma: a culpa é de quem?

Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o novo presidente da Câmara dos Deputados, foi criticado pela esquerda por suas posições conservadoras (o que é verdade). O peemedebista já adiantou que jamais colocará em votação projetos que descriminalizam o aborto ou que tratem da união civil de pessoas do mesmo sexo - temas delicados da chamada pauta progressista.

As críticas surgiram como uma avalanche - com razão, embora escondam muito mais um desconforto político (mesmo pertencendo a um partido aliado, Cunha é identificado como inimigo número um da presidente Dilma Rousseff) do que propriamente questões de mérito. Ao menos no que diz respeito aos eleitores dilmistas.

Afinal, a pauta progressista poderia ter avançado em outros momentos no Congresso durante os mais de 12 anos de governo petista, e nenhum esforço foi feito neste sentido, nem pelo ex-presidente Lula, nem por Dilma. A atual presidente, aliás, manifestou com todas as letras, tanto na campanha de 2010 quanto na da reeleição, no ano passado, que não mexeria na legislação sobre o aborto.

São de uma carta dirigida ao povo brasileiro pela então candidata Dilma em 2010 as seguintes palavras (repetidas em 2014):

Sou pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual sobre o assunto; 
Eleita presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no País.
Portanto, atirar apenas contra Cunha a responsabilidade pelas pautas progressistas não avançarem soa como crítica de ocasião - que, repito, guarda na verdade um fundo muito mais político do que ideológico. 

Afinal, a mesma esquerda que agora critica o presidente da Câmara é a que votou numa candidata que manifestadamente se apresentou contra alteração nas leis vigentes (ou seja, contra itens da chamada pauta progressista).
Só não vê quem não quer!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015 | | 0 comentários

A lei de mídia argentina: enfrentar ou não enfrentar o problema?

escrevi neste blog sobre a conveniência de discutir uma lei de mídia no Brasil, a rigor do que especifica a Constituição (e sem paixões partidárias ou ideológicas – para deixar claro, não é a “imprensa golpista” que investiga as denúncias da Operação Lava Jato, tampouco manda prender ou soltar; é a Polícia Federal do governo do PT, o Ministério Público e a Justiça Federal a partir de delações de executivos – convenhamos que ninguém aceitaria se incriminar em troca de redução de pena se de fato não tivesse cometido crime).

Feita a ressalva, queria tomar por base a sempre citada lei de mídia da Argentina, sancionada e promulgada em 10 de outubro de 2009. Pelo que tenho lido, o projeto em discussão no Brasil, ainda no forno, traz uma diferença substancial em relação ao que se aprovou no país vizinho.

Aqui, talvez para facilitar a discussão e tramitação da proposta, defensores da lei dizem que não se pretende tirar concessões de ninguém, ou seja, mexer no que já está feito. O objetivo seria, pois, regular o que virá.

Se assim for, perde-se talvez o principal objetivo de uma lei desse gênero, principalmente para fazer jus ao que exige a Constituição, ou seja, evitar oligopólios. De que valerá uma lei de mídia se empresas poderão seguir detendo várias (dezenas?) cadeias de TV, rádio, jornais e revistas?
  
Ley de Servicios de Comunicación Audiovisual N.º 26.522 
 Artículo 45 - Multiplicidad de licencias. A fin de garantizar los principios de diversidad, pluralidad y respeto por lo local se establecen limitaciones a la concentración de licencias. 
 En tal sentido, una persona de existencia visible o ideal podrá ser titular o tener participación em sociedades titulares de licencias de servicios de radiodifusión, sujeto a los siguientes límites: 
 1- En el orden nacional: 
 a) Una (1) licencia de servicios de comunicación audiovisual sobre soporte satelital. La titularidade de una licencia de servicios de comunicación audiovisual satelital por suscripción excluye la posibilidad de ser titular de cualquier otro tipo de licencias de servicios de comunicación audiovisual. 
 b) Hasta diez (10) licencias de servicios de comunicación audiovisual más la titularidade del registro de una señal de contenidos, cuando se trate de servicios de radiodifusión sonora, de radiodifusión televisiva abierta y de radiodifusión televisiva por suscripción con uso de espectro radioeléctrico. 
 c) Hasta veinticuatro (24) licencias, sin perjuicio de las obligaciones emergentes de cada licencia otorgada, cuando se trate de licencias para la explotación de servicios de radiodifusión por suscripción con vínculo físico en diferentes localizaciones. La autoridad de aplicación determinará los alcances territoriales y de población de las licencias. 
 La multiplicidad de licencias - a nivel nacional y para todos los servicios - en ningún caso podrá implicar la posibilidad de prestar servicios a más del treinta y cinco por ciento (35%) del total nacional de habitantes o de abonados a los servicios referidos en este artículo, según corresponda. 
 2 - En el orden local: 
 a) Hasta una (1) licencia de radiodifusión sonora por modulación de amplitud (AM). 
 b) Una (1) licencia de radiodifusión sonora por modulación de frecuencia (FM) o hasta dos (2) licencias cuando existan más de ocho (8) licencias en el área primaria de servicio. 
 c) Hasta una (1) licencia de radiodifusión televisiva por suscripción, siempre que el solicitante no fuera titular de una licencia de televisión abierta. 
 d) Hasta una (1) licencia de radiodifusión televisiva abierta siempre que el solicitante no fuera titular de una licencia de televisión por suscripción. 
 En ningún caso la suma del total de licencias otorgadas en la misma área primaria de servicio o conjunto de ellas que se superpongan de modo mayoritario podrá exceder la cantidad de tres (3) licencias. 
 Artículo 158 - Régimen de licencias vigente. Los actuales titulares de licencias legalmente otorgadas para explotar algunos de los servicios regulados por esta ley, que hayan obtenido renovación de licencia o prórroga, no podrán solicitar una nueva extensión de plazo por ningún título, quedando expresamente habilitados para participar en concursos y/o procedimientos de adjudicación de nuevas licencias.  

Sem discutir os limites impostos pela lei argentina, parece-me que o Brasil corre risco de criar uma jabuticaba jurídica, com pouco efeito prático.

* Leia também (acrescentado em 24/2):

Política de mídia está nacontramão da de EUA e Europa

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015 | | 0 comentários

Impeachment é legal (diz petista!), mas há que ser legítimo

"Qualquer deputado pode pedir à Mesa da Câmara a abertura de processo [de impeachment] contra o presidente da República. Dizer que isso é golpe é falta de assunto." A frase não é de um tucano em busca do 3º turno, mas de um petista insuspeito. Ela foi articulada por José Dirceu em 1999, quando o PT liderava um movimento para afastar o então recém-reeleito Fernando Henrique Cardoso, que, como Dilma, perpetrara um estelionato eleitoral ao manipular o câmbio em favor de sua candidatura. (...)

A frase e o comentário – trazidos à luz pelo filósofo Hélio Schwartsman em coluna na “Folha de S. Paulo” - encerram qualquer discussão.

E reforçam a ligação umbilical entre PT e PSDB, passado e presente de si mesmos. O tal do “eu sou você amanhã”.

De todo modo, quero deixar claro: NÃO EXISTEM motivos para qualquer pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Por mais que o respeitado jurista Ives Gandra da Silva Martins tenha produzido um parecer no qual sinaliza a possibilidade do impedimento por culpa e não necessariamente dolo, não há um elemento fundamental para que tal processo seja colocado no momento: clima social e, decorrente deste, político.

Considero o governo Dilma incompetente, mas até aí não há motivo algum para derrubar uma presidente eleita legitimamente.

Contudo, como já mostrou um dia o baluarte petista Dirceu, não há que se demonizar um instrumento LEGAL previsto na Constituição Brasileira, por mais que petistas hoje façam ecoar aos quatro ventos que trata-se de golpismo – visão endoçada por respeitados analistas, como Mario Magalhães. 

Da Responsabilidade do Presidente da República 

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: 
I - a existência da União; 
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; 
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; 
IV - a segurança interna do País; 
V - a probidade na administração; 
VI - a lei orçamentária; 
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. 
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. 

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. 
§ 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções: 
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; 
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. 
§ 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. 
§ 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. 
§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.


É legal, é possível, só não é neste momento legítimo.

Enquanto não existir o elemento fundamental da legitimidade (popular e política), o impeachment seria sim uma tentativa de golpe que, creio, não encontraria respaldo no Congresso. Se em algum momento a legitimidade do pedido surgir, não há que se falar em golpismo. O país já fez isto uma vez com um presidente também legitimamente eleito e ninguém falou em golpe – nem se teve no decorrer dele uma quebra democrática ou institucional.

Até porque, como já demonstrado, institucionalizado o instrumento está. E na Constituição!

O resto é mero “blá-blá-blá”.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

Um governo de oposição?

Restrição a benefícios trabalhistas (seguro-desemprego e pensão) - a "vaca tussiu", né presidente?

Juros não param de subir - vem aí mais um aumento pelo Copom.

Preço de energia aumentará entre 20 e 25%, diz ministro.

Fazenda eleva impostos, inclusive da gasolina.

Dilma veta correção da tabela do IR - alguém prometeu na campanha não prejudicar trabalhadores?

Ué, na campanha eleitoral recém-concluída, não era a oposição que falava da necessidade de “ajustes” e de “medidas amargas”?

Para a presidente-candidata, a economia não estava em ordem? Por que tantos ajustes agora?

Parabéns...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015 | | 0 comentários

Que ministério é este, Dilma? (2)

Fato inconteste: a presidente Dilma Rousseff (PT) tem pregado reiteradamente a necessidade de uma reforma política - até como antídoto a casos como os do "mensalão" e "Petrolão" -, mas repetiu na formação de seu novo ministério exatamente os mesmos vícios que levaram aos recentes escândalos de corrupção no país.

Ricardo Balthazar, em artigo na "Folha de S. Paulo", resumiu o "espírito da coisa": "Em outubro, após a confirmação de sua vitória nas eleições, Dilma disse que a reforma do sistema político brasileiro seria uma de suas prioridades. Com a chegada do pastor Hilton ao time, talvez tenha chegado a hora de a presidente esclarecer o que queria dizer com isso".

Já na posse, Dilma anunciou - como registrou o jornalista Igor Gielow em análise também na "Folha" - o "mote de governo envolvendo educação no momento em que o ministério da área foi loteado na bacia das almas para um aliado sem qualquer afinidade com o tema".

Leonardo Sakamoto, em seu blog, fez uma síntese:


Você pode escolher, o estelionato eleitoral  (Joaquim Levy, controlando a economia), a afronta (Kátia Abreu à frente da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a provocação (Gilberto Kassab, no Ministério das Cidades) ou o professor-tem-que-trabalhar-por-amor-não-por-dinheiro (Cid Gomes, na Educação). 
Ou um comunista (Aldo Rebelo), que afirmou não acreditar que o ser humano é responsável pelo processo de aquecimento global, no Ministério da CIÊNCIA e Tecnologia. 
Teve até espaço para velhas tradições, como a família Barbalho (Helder, na Pesca), e o velho peso da família (Armando Monteiro, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Sem contar, o Ministério do Esporte, que foi entregue a Deus.

Até gente mais alinhada com o petismo, como Ricardo Melo, em artigo na "Folha", não conseguiu evitar críticas: "Ao indicar nomes identificados com interesses que ela combateu durante a campanha, Dilma promove um curto-circuito talvez impossível de consertar antes de a fumaça aparecer".

Vinicius Torres Freire oferece, em coluna na "Folha", uma interessante análise que explica a causa e a consequência do novo ministério de Dilma. Diz que "falta outra vez projeto de governo, articulação de interesses sociais a fim de tocar reformas substantivas" e que "a presidente está acuada pelos próprios reveses, com pouco prestígio para queimar".

Talvez fosse melhor Dilma aplicar a proposta de Bernardo Mello Franco em artigo também na "Folha": "Reconhecer os erros do primeiro mandato seria uma fórmula mais indicada para quem precisa tanto de confiança ao iniciar o segundo".

* Leia também:

- Grupo de atletas comandado por Raí detona novo ministro do Esporte: 'Envergonhados'

- Que ministério é este, Dilma?

- Brincando de ser ministro (acrescentado em 21/1/15)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014 | | 0 comentários

Dilma - passado e futuro

Resumo da era Dilma 1.0:

(...) Ao assumir, Mantega encontrou um país que crescia algo mais que 3% ao ano, com a inflação na meta (4,6%) e um superavit de US$ 13 bilhões (1,4% do PIB) nas contas externas. O superavit primário não era maquiado e equivalia a 3% do PIB, enquanto a dívida bruta do governo caíra para 56% do PIB. Naquele momento, o Brasil gerava 1,3 milhão de empregos formais por ano e pavimentava seu caminho para receber o grau de investimento. 

O país que entrega não poderia ser mais diferente. O crescimento neste ano mal deve superar zero, a inflação (6,6% nos últimos 12 meses) segue perigosamente próxima ao teto da meta e o deficit externo supera US$ 84 bilhões (3,7% do PIB) nos 12 meses até outubro.
 

O superavit primário (maquiado) caiu para 0,6% do PIB (sem maquiagem, trata-se de deficit de 0,2% do PIB), e a dívida governamental atingiu 62% do PIB. A geração de empregos formais nesse contexto caiu para pouco menos de 300 mil postos por ano. (...)
 

Fonte: Alexandre Schwartsman, “Uma fotografia na parede”, Folha de S. Paulo, Mercado, 17/12/14.

Desafios da era Dilma 2.0:

(...) 1) Gastar menos do que se dispõe, bidu; 

2) Não esconder dívidas no armário (esqueletos ou caveirinhas), assumir as que estão debaixo do tapete, não maquiar a contabilidade;
 

3) Preços de verdade: tarifas de eletricidade sem subsídios (repassar custos para o consumidor), por exemplo. Aumentar a taxa de juros, a TJLP, dos empréstimos e doações do BNDES a empresas;
 

4) Estimativas realistas de crescimento do PIB e de receita de impostos, de juros ou inflação. Isto é, projeções de mercado, acompanhadas de estimativas paralelas do governo, como de resto o faz o BC;
 

5) Revisar subsídios e desonerações a fim de verificar se os benefícios dessas políticas, no fundo despesas ("gastos tributários"), foram eficazes pelo menos segundo seus objetivos iniciais. Isto é, ainda tem imposto para aumentar, além dos comentados na praça (IPI, Cide, Imposto de Importação, IOF etc.);
 

6) Bancos públicos devem ajustar a concessão de crédito às suas possibilidades e aos riscos maiores de uma economia estagnada, o que de resto é um auxílio ao BC, que talvez assim possa maneirar no juro se a banca estatal maneirar no crédito.
 

7) O que o governo não tem tempo, dinheiro ou capacidade de fazer será feito pelo setor privado. "Deu certo em aeroporto e em certas rodovias. Vai ter disso também em porto, setor de gás, internet". (...)
 

Fonte: Vinicius Torres Freire, “As dores de cair na real”, Folha de S. Paulo, Mercado, 17/12/14.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014 | | 0 comentários

Estelionato eleitoral petista chega à educação em SP

Não só em nível federal que o PT pratica estelionato eleitoral. Agora é a vez de São Paulo. Após passar várias campanhas (inclusive a mais recente, para o governo do Estado) com seus candidatos atacando a aprovação automática na rede estadual, a prefeitura da capital – liderada pelo petista Fernando Haddad – anunciou justamente a aprovação de alunos que não conseguiram nota suficiente para passar de ano. Em ouyras palavras, aprovação automática.

Faça o que eu digo, não faça o que eu faço... Ou: ouça o que eu digo, mas não repare no que eu faço... Ou: critico o que tu fazes, digo que não faço, mas faço.

E quando eu digo que são todos farinha do mesmo saco...

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As verdades sobre a crise da água em SP

Para quem quer entender melhor os motivos da atual crise da água e as soluções de fato (e não aquele blá-blá-blá demagógico, populista e marqueteiro de petistas e tucanos na última campanha eleitoral, que só falavam em obras para captação de água), recomendo a leitura da entrevista da urbanista Marussia Whately, do Instituto Socioambiental, ao jornal “Folha de S. Paulo”, publicada nesta segunda (8/12).

Ela critica o foco nas obras de adução quando grande parte do problema está na distribuição (sobre a qual nenhum político falou). “Se diminuirmos as perdas do sistema de 30% para 20%, economizaremos sete metros cúbicos de água por segundo, que é quase metade do que o Alckmin quer produzir com as novas obras propostas”, diz.

Também aponta o exemplo de Nova York (EUA), metrópole inchada como São Paulo, mas que foi mais inteligente ao se deparar com risco semelhante.

E traça um diagnóstico preocupante: “A previsão é de chuvas um pouco acima da média. Se for assim, o risco é alto de chegarmos a abril do ano que vem pior do que chegamos a abril deste ano. Se chover na média, teremos problemas. Se chover menos, é o caos”.

sábado, 6 de dezembro de 2014 | | 0 comentários

Questões para refletir...

(...) É estranho, considerando o cenário político atual, ouvir alguns dos hinos que foram entoados por gente que clamava por democracia e ver o que aconteceu com alguns dos ícones daquela geração. Foi inevitável a sensação de que algo saiu fora do script. "O que há algum tempo era novo, jovem, hoje é antigo, e precisamos todos rejuvenescer." (...)

Fonte: Renato Andrade,
“Falso brilhante”, Folha de S. Paulo, Opinião, 6/12/14, p. 2.

***

(...) A gente sempre se pergunta o que um partido quer com a nomeação de um diretor de banco estatal. Implementar suas políticas de ampliação de crédito, discutir a adequação do banco às normas de Basileia, incrementar a bancarização? (...)

Fonte: Vinicius Torres Freire,
“Dilma e seus inimigos ocultos”, Folha de S. Paulo, Mercado, 4/12/14.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014 | | 0 comentários

Frase

“Não se iludam. Isso que acontece na Petrobras acontece no Brasil inteiro. Em ferrovias, portos, aeroportos. Tudo. Acontece no Brasil inteiro.”
Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, um dos principais delatores dos esquemas de corrupção na estatal, em depoimento à CPI do Congresso

terça-feira, 2 de dezembro de 2014 | | 0 comentários

O fim ou a salvação do PT

Encontrei dia desses um conhecido economista, da lista dos "bã-bã-bãs" que sempre aparecem na mídia, e comentei que a indicação de Joaquim Levy para o ministério da Fazenda representaria, a média prazo, o fim do PT.

Obviamente, não uma extinção de direito, mas de fato - fruto do "estelionato" eleitoral decorrente da guinada definitiva à direita, em direção oposta à origem das bandeiras petistas.

A resposta que ouvi desse economista é bastante interessante e vai no sentido oposto: "O Joaquim Levy vai salvar o PT!".

Tendo a achar que os dois movimentos não são excludentes.

É esperar para ver...