segunda-feira, 30 de maio de 2011 | | 0 comentários

Uma família no mar

Guardei o recorte de uma entrevista muito legal que eu fiz por e-mail com a família Schürmann, publicada em 23 de janeiro de 2000 no caderno "Jornal de Domingo", do Jornal de Limeira. Para quem não sabe, os Schürmann largaram tudo o que tinham em terra para passar anos no mar. Vale a pena ler!



* Para ampliar a página da entrevista e lê-la, é só clicar na imagem ou aqui.

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A solução para o trânsito

A cidade de São Paulo discute há mais de uma década medidas para amenizar o caos no trânsito. Várias medidas já foram tomadas, como a implantação de um rodízio, a ampliação da Marginal Tietê, a construção de viadutos e avenidas, etc. Pouco se fez, porém, no que realmente deve ser feito. 

E o que deve ser feito? A resposta vem de Copenhage, capital da Dinamarca – pelo que sei, é um país razoavelmente desenvolvido, não?

Em entrevista publicada no último sábado (28/5) no jornal “Folha de S. Paulo”, o prefeito da capital dinamarquesa, Frank Jensen, ensina o único caminho possível para acabar com o caos no trânsito. Acredite: é muito mais fácil e barato do que todas as alternativas até aqui implantadas nas grandes cidades brasileiras.

“A Dinamarca é um dos países mais caros do mundo para se ter um carro, por causa dos impostos e das taxas. Para frear o aumento nas cidades, melhoramos ainda mais a infraestrutura cicloviária e aumentamos a eficiência do transporte público, construindo mais metrôs e integrando trens e ônibus”, disse Jensen.

Para ler a reportagem na íntegra, clique aqui (é preciso ter senha do jornal ou do UOL).

domingo, 29 de maio de 2011 | | 0 comentários

Drogas: uma discussão necessária

A “Folha de S. Paulo” deste domingo publicou uma interessante e elucidativa entrevista com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele fala de sua luta a favor da descriminalização das drogas. Presidente de honra do PSDB, FHC acaba de protagonizar um documentário chamado “Quebrando o tabu”, no qual defende sua ideia. O filme - imperdível! - mostra como a questão é tratada ao redor do mundo.


A seguir, um trecho da entrevista publicada na “Folha” (a íntegra pode ser liga aqui – é preciso ter senha do jornal ou do UOL):

Folha - Claramente, qual é a sua posição sobre as drogas?
FHC -
Eu sou a favor da descriminalização de todas as drogas.

Folha -
Cocaína, heroína?
FHC -
Todas, todas. Uma droga leve, tomada todo dia, faz mal. E uma droga pesada, tomada eventualmente, faz menos mal. Essa distinção é enganosa. Agora, quando eu digo descriminalizar, eu defendo que o consumo não seja mais considerado um crime, que o usuário não passe mais pela polícia, pelo Judiciário e pela cadeia. Mas a sociedade pode manter penas que induzam a pessoa a sair das drogas, frequentando o hospital durante um período, por exemplo, ou fazendo trabalho comunitário. Descriminalizar não é despenalizar. Nem legalizar, dar o direito de se consumir drogas.

Folha -
Os manifestantes da Marcha da Maconha, por exemplo, defendem a legalização, o direito de cada um fumar ou não o seu baseado.
FHC -
Eles defendem não só a legalização, como dizem: "Não faz mal". Eu não digo isso, porque ela faz mal. Agora, não adianta botar o usuário na cadeia. Você vai condená-lo, estigmatizá-lo. E não resolve. O usuário contumaz é um doente. Precisa de tratamento e não de cadeia.

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Passado e presente

Recentemente, estive na Estação Cultura, em Campinas, um lugar fantástico, antiga estação ferroviária do século 19 agora restaurada. O local, como grande parte das estações criadas no período áureo do café em São Paulo (Limeira inclusive), segue o estilo inglês (parece até meio vitoriano, embora eu não entenda nada de arquitetura).

A seguir alguns flashes deste belo local, que hoje abriga atividades culturais.





 

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Frase

"Não, a única coisa que preocupa todo homem é se a ferramenta dada por Deus, o cajado da integridade, não funciona. E a minha funciona muito bem. Se você olhar para isso desde a perspectiva bíblica, a Bíblia nos diz 'espalhai vossa semente'. Estou apenas fazendo o trabalho do Senhor."
Gene Simmons, líder da banda Kiss, em entrevista à "Folha de S. Paulo" (para ler a íntegra, clique aqui - é preciso ter senha do jornal ou do UOL)

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"Oração"

sexta-feira, 27 de maio de 2011 | | 0 comentários

Reflexão do dia

Não sei por que nasci
pra querer ajudar a querer consertar
O que não pode ser...

Não sei pois nasci para isso e aquilo
E o inguiço de tanto querer.

Humm... Estou sempre
pensando em aparar o cabelo de alguém.
E sempre tentando mudar a direção do trem.
À noite a luz do meu quarto eu não quero apagar
Pra que você não tropece na escada quando chegar.

O meu egoísmo é tão egoísta
que o auge do meu egoísmo é querer ajudar.
Mas não sei por que nasci
pra querer ajudar a querer consertar
O que não pode ser...

Carpinteiro do universo inteiro eu sou (ah eu sou assim!).
No final,
carpinteiro de mim!

(“Carpinteiro do Universo”, de Raul Seixas e Marcelo Nova)

quinta-feira, 26 de maio de 2011 | | 0 comentários

"Meia-noite em Paris"

Saiu o trailer do novo – e inspirador – filme de Woody Allen. Desta vez o cenário é a charmosa e encantadora Cidade Luz.



* Para ler mais sobre Paris, clique
aqui.

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Registros do trabalho 2

Produzindo, apresentando e entrevistando o Alexandre Pires.





* Fotos do cinegrafista Cival Sanches

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Uma defesa da imprensa (honesta)

O Lula que reaparece para "assumir a defesa" de Antonio Palocci, o qual já precisou afastar do governo por atitude delinquente e imoralidade administrativa, é um dos piores Lulas: o Lula que faz calúnias fáceis e desumanas.

"A imprensa" a que Lula volta a atribuir conduta de má-fé, com as notícias sobre o enriquecimento peculiar de Palocci, é uma forma verbal que se presta à dispensa cômoda de referir-se aos jornalistas
ligados ao assunto em questão. As revelações, antes de o serem da imprensa, que as veicula, o são dos jornalistas. Nunca os que prestem serviços palacianos e partidários, menos ou mais disfarçados, ou façam "jornalismo" mais de ficções que da disposição de expôr-se às adversidades da profissão. Não é a estes que Lula se dirige.

Exaltado, diz Lula que o bombardeio da imprensa a Dilma começou muito antes do que ocorreu à sua Presidência. De fato, demorou um pouco a revelação ao país, por intermédio daFolha, do tráfico de dinheiro entre políticos operado pelo conluio de parte da cúpula petista com Marcos Valério.
E, é certo, tardou mais ainda a revelação da casa utilizada por lobistas com o então ministro principal de Lula.

Mas não é verdade, e é caluniosa, a acusação de Lula a propósitos de bombardear Dilma e, para tanto, valer-se das revelações sobre os negócios inconfessados, e até agora inconfessáveis, de Palocci outra vez feito ministro por Lula, apesar de tudo. Nem, muito menos, tais revelações têm o objetivo político de "testar a Dilma". Excetuado Fernando Henrique Cardoso, e por motivos óbvios, Lula não demonstraria que algum outro presidente, desde o fim da ditadura de Getúlio, fosse tratado com mais consideração pessoal e cuidado crítico do que Dilma Rousseff em seus cinco meses iniciais (ao que acrescento: tratada como fez por merecer).

As duas revelações fundamentais do novo caso Palocci - a compra multimilionária de imóveis e a colheita gênero megassena logo em seguida à eleição de Dilma - foram publicadas pela Folha e elaboradas como notícias objetivas. Sem qualquer extrapolação excedente aos fatos. Nada do publicado ali foi desmentido. A nota de defesa de Palocci, para que senadores, deputados e ministros falassem por ele, foi confirmação inequívoca das revelações. Até com um acréscimo inábil, constatado por artigo nesta coluna, que levava à revelação de posse, além dos imóveis, de riqueza em espécie posta sob guarda e aplicações de empresa especializada.

A atribuição de segundas e outras intenções a jornalistas sérios, como Lula praticou quando presidente e volta a fazer, é caluniosa para com profissionais que se esforçam por um jornalismo honesto. E, sem motivo algum, desumanamente desrespeitosa com eles como pessoas. Os quais nem ao menos são citados nominalmente, para justificar uma defesa.

Com o tempo de vida passado como testemunha e partícipe daquele esforço, não dá mais para ver, como se nada significassem, essas violências e injustiças de fins intimidatórios. E não exclusivas de Lul
a, apesar de sua especialidade. Nunca estive e não estou nem perto das linhas de frente dos defensores da imprensa, brasileira ou outra. Mesmo quando Lula me atribuiu a intenção de causar prejuízo eleitoral ao PT, por ter revelado uma fraude (comprovada) em concorrência na então prefeitura petista de Campinas, apenas assinalei sua atitude. Mas o golpe da calúnia se tornou hábito. Os aborrecimentos para dentro do jornalismo não cabem mais só nele. Se posso usar este para protestar, é o que faço.

O leitor que ache nada ter com isso, e ainda assim chegou até aqui, queira desculpar. Mas tem muito mais a ver com isso do que pode supor.

Fonte: Janio de Freitas, “Palocci e o método Lula”, Folha de S. Paulo, Poder, 26/5/2011. 

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Mundo animal 4

O Luan (sim, minha mãe colocou nome na calopsita...) escapoliu dia desses. Quis dar uma volta pelo quintal.

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Frase

"Denise foi vítima de um mundo que ela queria transformar."
Isaías Daniel, pároco da Comunidade Nossa Senhora do Carmo, Residencial Antonio Simonetti, em Limeira, sobre a jovem Denise Cristina de Oliveira, de 25 anos, assassinada na noite de terça-feira durante uma tentativa de assalto. Ela chegava em casa com sua moto quando foi abordada pelos ladrões e levou dois tiros. Mãe de dois filhos, trabalhadora, capoeirista, Denise criou e desenvolvia um projeto de capoeira com 70 crianças e adolescentes da sua comunidade.

terça-feira, 24 de maio de 2011 | | 0 comentários

Relatos de um Brasil selvagem

Acabei de ler uma obra histórica sobre a formação do Brasil. Trata-se do relato de Hans Staden, aventureiro alemão que se embrenhou pelo até então selvagem território brasileiro em meados do século 16, entre 1548 e 1556. Foram duas viagens a partir da Europa, uma delas com portugueses e a outra com espanhóis.

Nas duas ocasiões, Staden teve contato com os povos ditos primitivos que dominavam o solo da nação recém-descoberta. Em seu livro, ele conta como eram e viviam os “selvagens” – tupiniquins, tupinambás, etc. Os relatos impressionam pela riqueza de detalhes e por revelar a precariedade - sob o ponto de vista do Ocidente - da terra ainda nascente.

O livro vale não só pelo aspecto histórico. Do ponto de vista antropológico, é um tesouro! Onde mais se leria com tanta objetividade um aspecto controverso dos povos indígenas que habitavam o Brasil, a antropofagia (ou  canibalismo)?

“Nisto, o algoz golpeia o prisioneiro na nuca, de forma que lhe jorre o cérebro. Imediatamente, as mulheres pegam o morto, arrastam-no para cima da fogueira, arrancam toda a sua pele, deixam-no inteiramente branco e tapam seu traseiro para que nada lhe escape.

Depois que a pele foi limpa, um homem o segura e lhe corta as pernas acima dos joelhos e os braços rente ao tronco. Aproximam-se, então, as quatro mulheres, pegam os quatro pedaços, andam ao redor das cabanas e fazem uma grande gritaria de contentamento. A seguir separam as costas junto com o traseiro da parte dianteira. Dividem tudo entre si. As vísceras ficam com as mulheres. Fervem-nas, e com o caldo fazem uma massa fina chamada mingau, que elas e as crianças sorvem. As mulheres comem as vísceras, da mesma forma que a carne da cabeça. O cérebro, a língua e o que mais as crianças puderem apreciar, elas comem. Quando tudo tiver sido dividido, voltam para casa, e cada um leva seu pedaço.” (Duas viagens ao Brasil, RS: L&PM, 2008, p. 165-6).

Um outro aspecto chama a atenção na obra: a exploração do território brasileiro. Embora seja um fato bastante conhecido dos historiadores, poucas vezes se viu um relato tão nítido de um país colônia àquela altura ainda aparentemente sem dono. Além de portugueses, são frequentes as manifestações de Staden sobre navios espanhóis e franceses na costa brasileira fazendo escambo com os índios. Davam tesoura e espelhos, por exemplo, em troca de especiarias (como pimenta), pau brasil e até animais (como macacos).

Da parte dos portugueses, a exploração é mais do que sabida. Que os espanhóis passaram por aqui também é evidente. Que franceses e holandeses disputaram territórios no Nordeste é fato. Agora que a presença francesa, por exemplo, tenha sido tão frequente (Staden faz vários relatos) no litoral paulista, onde o viajante alemão viveu por cerca de dois anos (nove meses prisioneiro dos tupinambás), chama a atenção.

PS: é curioso ler num livro publicado pela primeira vez em 1557 aspectos ainda hoje conhecidos do nosso litoral, com descrições de fortificações e lugares que os brasileiros visitam quase 500 anos depois, como São Vicente, São Sebastião, Ubatuba e Bertioga. Locais turísticos, estavam todos lá, repletos de “selvagens”, na formação do Brasil.

* Imagens retiradas da Internet, reprodução do original do livro.

segunda-feira, 23 de maio de 2011 | | 0 comentários

Fim de tarde

Registros de um fim de tarde entre Engenheiro Coelho e Limeira:




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"O senso comum confunde a língua com a norma culta"

A polêmica provocada pela publicação na imprensa de trechos do livro de Heloísa Ramos nasce da defasagem entre a visão do ensino da língua materna cultivada pelo senso comum e uma pedagogia desenvolvida com base na linguística.

Na condição de ciência, a linguística tem por objetivo descrever a língua, não prescrever formas de realização.

O trabalho do linguista passa ao largo dos frágeis conceitos de "certo" e "errado". É fato, porém, que, para os leigos no assunto, o estudo da língua parece se resumir exatamente a esses conceitos.

A pedagogia que orienta a obra afronta, portanto, o senso comum, que se expressa no temor de que a escola vá passar a ensinar o "errado".

A ideia é mostrar que mesmo realizações sintáticas como "os livro" ou "nós pega" têm uma gramática, que, embora diversa da que sustenta a norma de prestígio social, constitui um sistema introje
tado por um vasto grupo social - daí ser possível falar em variante linguística.

Embora goze de maior prestígio social, a norma culta é apenas uma das variantes, não a própria língua. A visão distorcida do fenômeno linguístico municia o preconceito linguístico, manifesto na inferiorização social daqueles que não dominam os recursos da variante culta.

Cabe a uma pedagogia preocupada em promover a inclusão tratar desse tipo de questão e fomentar entre os estudantes o respeito à forma de expressão de cada um.

Isso não significa, porém, deixar de ensinar a norma culta, que é o código de mediação necessário numa sociedade complexa e um meio de acesso às referências literárias e culturais que constituem a nossa tradição e reforçam a nossa identidade.

Fonte: Thaís Nicoletti de Camargo, “Folha de S. Paulo”, Cotidiano, 18/5/2011. Ela é consultora de língua portuguesa do Grupo Folha-UOL.

sexta-feira, 20 de maio de 2011 | | 0 comentários

Registros do trabalho

Nos últimos dois dias, fiz duas coberturas "além das fronteiras" de Limeira para o programa "A Hora Informação Verdade", da TV Jornal (segunda a sexta, 17h45). 

A primeira delas, quinta-feira, foi na pequena Engenheiro Coelho. Típica cidade do interior, com pouco mais de dez mil moradores, ela comemorou naquele dia seus 20 anos de emancipação política e administrativa. 

Distante 19 quilômetros de Limeira, via SP-147, Engenheiro Coelho era ligada à cidade de Artur Nogueira. Sua história como um distrito remonta há mais de décadas, segundo relatos dos moradores.

Gente simples, humilde e trabalhadora que tive o prazer de conhecer. Por alguns momentos, vimos - eu e os colegas da TV que me acompanharam na reportagem - o tempo parar.

A seguir alguns registros:






Ontem, sexta-feira, foi a vez de Campinas. Uma cobertura complicada (faltavam imagens dos acontecimentos e isto é um problema mais do que sério em televisão), porém prazerosa. Fiquei horas em frente ao Palácio dos Jequitibás, a sede da prefeitura, acompanhando os protestos contra o governo do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), envolto em denúncias de corrupção.
 

Como chegamos por volta do meio dia, tivemos que aguardar o descanso da hora do almoço - porque até a democracia deu um tempo para o estômago...



quarta-feira, 18 de maio de 2011 | | 0 comentários

Uma ode aos anos 80

Para os economistas, os anos 1980 foram a década perdida. Para mim, foram pulsantes. Obviamente, esta conclusão carrega muito saudosismo. Nascido em meados dos anos 70, vivi intensamente a década seguinte. Eram tempos muito, muito diferentes.

Na política, o Brasil ainda vivia sob o estigma de uma ditadura – que estava prestes a ruir. Na economia, existia um dragão, o da inflação, assombrando os brasileiros. No esporte, vivia-se a entressafra das conquistas da seleção canarinho. Na tecnologia, ... que tecnologia? Na música, o rock nacional explodia no Planalto Central e se espalhava pelas rádios de todo o país.

Que país era aquele?

Um Brasil, sem dúvida, mais lutador, mais unido, mais sonhador. Ainda havia objetivos e sonhos para a juventude. Abaixo a ditadura! Diretas já! Lembro-me de ler estas frases, principalmente a última, em cartazes colados no muro do Grupo Brasil – ou E.E.P.S.G. “Brasil”, como a escola se chamava oficialmente na época. Recém-ingresso na primeira série, não entendia bem o que aquilo significava.

Hoje, sei que era a pulsação da democracia se manifestando em nosso cotidiano. A juventude de hoje, nascida num país já democrático, parece dar pouco ou nenhum valor a valores como este. Muitos jovens simplesmente ignoram essa luta vital das gerações passadas. Alguns são incapazes de explicar o que foi o movimento das Diretas!

E a ditadura se foi, ainda com um governo civil eleito indiretamente, Tancredo Neves presidente, José Sarney vice. O vice que virou presidente. O presidente que morreu antes de posse. Morte que comoveu a nação, ainda inebriada com a volta da democracia. Eu chorei ao ver toda aquela gente chorando, ao som de “Coração de Estudante”, embora mal soubesse o que se passava.

A inflação produzia cenas que faziam parte de nossas vidas, a geração dos anos 80, sem que entendêssemos o que se passava. Aquilo era rotina, o cotidiano, o único modo de viver, pensávamos. Ir ao supermercado uma vez por mês, tão logo os pais recebessem o salário, e fazer megacompras, encher dois, três, quatro carrinhos com todos os produtos necessários para a manutenção da casa e as refeições. Tudo para fugir dele, do dragão da inflação, que elevava os preços diariamente. Comprava-se tudo em dezenas: bolacha, leite condensado, macarrão. Tudo para o mês.

Assim, fazer compra se constituía num verdadeiro programa de família. Íamos todos para o supermercado, antes mesmo dele abrir. Sempre que possível, em Campinas, onde havia o Carrefour e os preços eram muito mais vantajosos. As compras duravam quase todo o dia. Almoçávamos lá. Para nós, crianças, era uma diversão. Comprar dez chocolates de uma vez, dez pacotes de bolacha recheada... Uhm!!! Mal sabíamos o quanto a inflação deixava as famílias mais pobres.

Com o dragão cada vez mais assustador, vieram os planos econômicos. E nós, da geração anos 80, fomos nos acostumando às frequentes mudanças de nome da moeda: cruzeiro, cruzado, cruzado novo... E dá-lhe corte de zeros! De repente, assim, da noite para o dia, 1.000 cruzeiros viravam 1 cruzado. “O governo decidiu cortar três zeros”, anunciava a TV. Houve um momento em que não dava mais tempo para fabricar as cédulas e elas vinham simplesmente com carimbos informando o novo valor.

Era a luta incessante – e até então infrutífera – contra a inflação. Luta que incluía o tabelamento de preços. E lá íamos nós, a família reunida, ao supermercado com o recorte do jornal mostrando os preços congelados pelo governo. Era a tabela da Sunab – a Superintendência Nacional de Abastecimento. E ai de quem vendesse acima daqueles valores. Viramos os “fiscais do Sarney”. Assim o então presidente convocou as “brasileiras e brasileiros” para a luta contra o aumento de preços.

Luta inútil. Houve um momento em que os produtos subiam da manhã para a tarde...

Uma cena frequente, impensável pelas novas gerações, eram as filas para abastecer o carro. A coisa acontecia assim: 10 horas da noite, estávamos assistindo a um filme na TV (sim, não existia videocassete ainda; na minha vida, ele só surgiu em 1986) quando entrava o “Plantão do Jornal Nacional” (sim, quase não se mudava de canal porque as TVs não tinham controle remoto; era preciso levantar do sofá e mudar o conversor, uma geringonça semelhante a um rádio, cujos canais tínhamos que captar pelas ondas, indo um pouco para direita, um pouco para a esquerda, até achar a sintonia).

E o plantão informava, na voz grave de Cid Moreira: “O governo acaba de autorizar o reajuste dos combustíveis a partir da meia-noite de hoje”. E dá-lhe correria para abastecer antes do aumento. Filas e filas nos postos de todo o país.

Já que falei dele, o videocassete revolucionou a nossa diversão. Virou moda gravar os filmes da “Tela Quente”, a tradicional sessão de cinema das segundas-feiras na Globo, e emprestá-los aos amigos. E entrevistas, reportagens, tudo o mais que pudesse servir para mostrar para a turma.

Com o videocassete nasceram as videolocadoras – ou simplesmente locadoras. Uma verdadeira “febre”. Lembro-me bem dos dois primeiros filmes locados – que estrearam o nosso primeiro videocassete: “Mad Max” e “Indiana Jones e o Templo da Perdição”. Foi um acontecimento na rua, uma reunião de amigos com pipoca e guaraná. Ah, e não podia esquecer de rebobinar a fita antes de devolvê-la à locadora, pois poderíamos levar uma multa. Sem contar as vezes em que a fita mascava no meio do filme...

A TV em cores era artigo raro em muitas casas. Lembro-me que na casa dos meus primos, à frente da tela da televisão havia uma placa azul de acrílico. Assim se dava a sensação de cor às imagens em preto e branco.

Criado naquela década, o controle remoto era artigo de luxo. Bem como o telefone sem fio (não, os celulares não existiam, eram coisa de ficção científica até então), modelos que se popularizaram com os “foguetões” para o Paraguai, viagens de um dia só para comprar “muambas”. Tempos em que os números dos telefones se resumiam a seis dígitos: 41-9900. Tempos em que não se localizava as pessoas facilmente quando elas estavam fora de casa. Tempos em que se colocava o telefone na declaração de imposto de renda porque as linhas custavam muito, muito mesmo.

E no final dos anos 80, surgiu um aparelho de fazer inveja. Seu nome? Atari. Era a fonte de desejo de dez em cada dez crianças e jovens. O primórdio dos videogames populares marcou a geração com jogos como “Pitfall”, “River Raid”, “Pacman” e “Enduro”. A diversão era trocar as fitas com os colegas (sim, os jogos eram em fitas). Se houvesse essa linguagem na época, diria que a resolução dos jogos era de dois pixels, um quadradinho na esquerda e outro na direita. Era, porém, uma grande diversão (jogar “X-Man” escondido na casa dos amigos - porque no final, após uma maratona, um “pauzinho” com cabeça quadrada simulava uma transa com uma “pauzinha” também de cabeça quadrada - era o máximo da subversão!).

Olhando assim para o passado, tudo agora soa retrógrado. Saudosista, admito. Confesso que estranho quando crianças e jovens imaginam que celulares, computadores, e-mails e redes sociais sempre tenham existido. Não, a vida era muito diferente! A gente usava telefones de discos – as teclas surgiram depois. Fazia cursos de datilografia para escrever à máquina. Mandava cartas para as pessoas.

Comprávamos LPs e fitas cassete esperando para ver qual artista ia estampar a capa. Os discos riscavam, a agulha quebrava, o som chiava, mas a gente gostava. E passava tardes de domingo com os colegas gravando as músicas da rádio. E avisava o locutor: “é para gravar!”, o que significava que ele não devia falar durante a execução e a música devia tocar até o fim, sem ser interrompida pela vinheta da rádio. Gravávamos também conversas, piadas e tudo o mais que desse na telha. Um gravador na mão e uma ideia na cabeça.

Dávamos de presente fitas cassete virgem, uma monstruosidade nos dias atuais.

Íamos ao cinema (o Cine Vitória) nas férias assistir à estreia do novo filme dos “Trapalhões” – e todo ano tinha uma nova aventura do quarteto (sim, eles ainda eram um quarteto). Acordávamos cedo para ver o “Programa do Bozo”, com a vovó Mafalda e o garoto Juca. E depois veio o “Xou da Xuxa”, com o Dengue e o Praga. E tinha o Trem da Alegria e o Balão Mágico (e nós todos éramos apaixonados pela Simony).

Ah, os anos 80. Tempo das “Revoluções por Minuto”. Tempo em que se questionava “Que país é este?”. Tempos agitados, que mudaram o mundo. Tempos que, costumo dizer, só quem viveu pode contar. Contar feliz. Feliz de quem viveu os anos 80!

PS: para quem não é daquela época, a sigla E.E.P.S.G. significa “Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau”.

* Todas as imagens desta postagem foram retiradas da Internet, via Google

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"Carência afetiva 2.0"

Sempre se sofreu de solidão, de carência afetiva. Mas para uma turma cada vez maior, parece que o Facebook, com suas relações fechadas de amigos (só se entra mediante aceitação de alguém de dentro), aumentou a percepção de exclusão do pessoal "de fora".

Com o Twitter, o Flickr e o Instagram (de troca de imagens) somam-se bilhões de atualizações por dia.

Se, por um lado, isso produziu uma imensa montanha de textos, fotos, registros de áudio e informações acessíveis on-line a milhões de curiosos, voyeurs, inimigos e até amigos; por outro, serviu para jogar na sua cara as festas, os programas legais e as reuniões em que todo mundo está se divertindo demais. Menos você.

Ninguém precisa mais de fofoca para saber que não foi convidado para uma comemoração. Está tudo nas redes sociais. É só querer achar.

Os americanos, que são bons nisso, já deram nome para o fenômeno. Chama-se "Fear of Missing Out".

Eles já falam apenas Fomo, e todo mundo entende, de tão íntimos que ficaram do conceito (o Google tem 1.030.000 entradas para a expressão). Aqui, pode-se traduzir como "medo de ficar de fora, de estar perdendo algo." Quem já entrou numa rede social sabe bem o que é essa sensação.

"O problema é saber. Diariamente, recebo um zilhão de alertas, me avisando de que estou perdendo algo imperdível. Fico com dor de barriga de ansiedade. Mas o pior é que, toda vez que escolho um programa, logo depois descubro que o melhor é aquele a que não fui."

O depoimento é da publicitária paulistana A.P., 24, baladeira convicta, conectada 24 horas por dia, viciada no programa de troca de mensagens gratuitas WhatsApp, além do Facebook (em que coleciona 1.314 amigos).

Segundo o estudante e professor de inglês M.B., 27, 157 amigos no Facebook, as redes sociais, ao mesmo tempo em que aproximam as pessoas, acabaram aprofundando uma sensação de solidão. "Quando descubro na rede que uma balada muito legal está acontecendo, eu não consigo deixar de pensar que eu deveria estar lá também. Por que é que ninguém me avisou disso?", lamenta.

(...) "Sempre que dou um rolê nas redes, me sinto com saudades", afirma o professor M.B.. "É sempre incômodo lidar com as saudades quando você encontra pessoas com quem teve algum nível de intimidade no passado.

Sabe aquela amiga com quem você morou há anos, em uma república? Depois de dez anos, você, de repente, encontra-a em uma página do Facebook, e ela mora em outros lugares, está pensando outras coisas, tem outros amigos. É quase impossível um reconhecimento imediato; então você se dá conta de que perdeu aquela pessoa."

Segundo Caterina Fake, cofundadora do Flickr, o medo de estar perdendo algo é um velho problema que agora foi apenas exacerbado pela tecnologia. "O desejo é um dos três venenos do budismo", ela lembra (os outros são o ódio e a ignorância). Sempre foi assim, diz Fake.

Fonte: Laura Capriglione, “Folha de S. Paulo”, Tec, 18/5/2011, p. 1 e 6.

* Para ler na íntegra, clique aqui e aqui.

segunda-feira, 16 de maio de 2011 | | 0 comentários

Felicidade tem preço?

Você por acaso conhece os segredos de uma vida feliz? Pois é, eles foram tema no ano passado de uma reportagem na “FT Magazine”, a revista do renomado jornal “Financial Times”. E chamaram a atenção de muita gente.

Assinada por Nick Powdthavee – um economista comportamental, autor do livro “The Happiness Equation” (“A Equação da Felicidade”) - e Carl Wilkinson, a reportagem cita que “a maioria de nós tem dificuldade em prever como vamos reagir quando confrontados com muitas das experiências da vida”. Por isso, tendemos a superestimar o impacto de muitas experiências.

Contudo, conforme indica a reportagem, a felicidade pode estar justamente nas coisas mais simples. Segundo o texto, uma nova pesquisa sugere que a resposta para a pergunta "Onde encontrar a felicidade?" está no que já temos: amigos, familiares, etc. “O segredo para ser feliz é simplesmente dedicar mais do nosso tempo e atenção a essas experiências ricas e gratificantes de felicidade”.

A reportagem traz inclusive uma tabela do que seria o “preço da felicidade”. Pela tabela, baseada num estudo, ter saúde representaria um ganho de 1,3 milhão de libras (cerca de R$ 3,9 milhões), enquanto a morte de um amigo equivaleria à perda de oito mil libras (R$ 24 mil). Soa matemático demais, não...?

Conforme a reportagem, os sete segredos de uma vida feliz são:

1) O dinheiro compra pouco a felicidade;
2) Amigos valem mais do que uma nova Ferrari;
3) Ganhar na loteria não vai fazê-lo instantaneamente feliz;
4) Perder o emprego o faz infeliz - mas não tanto quando outros também perderam;
5) Amigos gordos o fazem mais feliz do que os magros;
6) O divórcio pode fazê-lo feliz; 
7) A felicidade é contagiosa.

Alguns itens são estranhos (como o segundo); outros, curiosos (como o quinto). Uns são previsíveis (como o sétimo); outros, surpreendentes (como o sexto).

Por exemplo: ao estabelecer que o dinheiro compra menos a felicidade do que imaginamos, o economista Richard Easterlin explica na reportagem que isso se deve em parte ao fato de que nos preocupamos muito mais com quanto os outros ganham do que com quanto nós ganhamos.

Já a comparação da amizade com a Ferrari exige uma conta exata demais para algo tão subjetivo e abstrato como a felicidade. De acordo com a reportagem, na Grã-Bretanha, um aumento salarial de mil libras equivale a um aumento na felicidade de 0,0007 ponto. Ver os amigos com mais frequência, por sua vez, representa um aumento de 0,161 ponto. Isso significa dizer que ter uma vida mais sociável equivaleria a um aumento salarial de 230 mil libras – mais do que custa uma nova Ferrari 612 Scaglietti.

Para quem ficou interessado, a reportagem completa (em inglês) está disponível no site da “FT Magazine” e pode ser acessada aqui.

* A imagem que ilustra esta postagem foi retirada da própria reportagem.

sábado, 14 de maio de 2011 | | 0 comentários

Terror em SP - 5 anos depois

Nos dias em que o Estado de São Paulo relembra os cinco anos do início dos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa que domina os presídios paulistas, é interessante olharmos no retrovisor para tentar entender melhor o que ocorreu naquela antevéspera de Dia das Mães de 2006, buscar as causas daqueles dias de terror e buscar evitar que o episódio se repita.

Para isso, nada melhor do que recorrer a um estudo divulgado na última segunda-feira pela ONG (Organização Não-Governamental) Justiça Global Brasil em parceria com a International Human Rights Clinic, ligada à Universidade de Harvard. Intitulado “São Paulo sob Achaque – Corrupção, Crime Organizado e Violência Institucional em Maio de 2006”, o documento - de 245 páginas – aponta que os ataques do PCC revelaram que o Estado:

- Falhou ao permitir uma corrupção que fortaleceu uma facção criminosa;
- Falhou ao gerir seu sistema prisional realizando acordos com facções criminosas;
- Falhou ao não proteger seus agentes públicos;
- Falhou ao optar por um revide como resposta;
- Falhou ao acobertar os Crimes de Maio ou investiga-los de forma corporativista e;
- Falhou ao apostar novamente na expansão do sistema prisional como solução. (p. 3)

Indo ao encontro do que escreveu o ex-policial civil Roger Franchini no seu livro “Toupeira – A história do assalto ao Banco Central”, o relatório apresentado esta semana pelos dois organismos internacionais aponta que os chamados Crimes de Maio foram o “preço da corrupção, da fúria da violência policial e da falência do sistema prisional”.

“Colhemos provas reforçando o teor da denúncia divulgada pelos principais jornais paulistas de que a corrupção praticada por agentes públicos foi uma das principais motivações do PCC para realizar os ataques em maio de 2006. Especificamente, um esquema de achaques (extorsão), praticado contra familiares de líderes do PCC em 2005, foi fundamental para motivar o ataque coordenado pela facção”. (p. 4)

As extorsões, escreve Franchini no livro, estariam ligadas ao assalto milionário ao Banco Central de Fortaleza (CE).

O relatório reforça também a tese – também presente no livro de Franchini, mas sempre negada pelas autoridades – de que o governo paulista teve que negociar a trégua com o comando do PCC. “A maioria das rebeliões terminou às 16h do dia 15, após encontro entre a advogada e ex-delegada da Polícia Civil, Iracema Vasciaveo, (...) e Marcola. Esse encontro foi articulado pela cúpula do governo paulista que providenciou um jato da Polícia Militar como transporte para Iracema (...)”. (p. 55)

O mais grave, porém, é a constatação no estudo de que, cinco anos depois, as condições que levaram à onda de ataques que levou terror à população paulista continuam firmes e, em alguns casos, ainda mais fortes.

“Infelizmente, não surpreende que São Paulo hoje se encontre em uma situação igual, se não pior, do que estava na véspera dos Crimes de Maio. Esquemas de corrupção que sustentam o PCC persistem. Agentes públicos, e toda a sociedade paulista, continuam vulneráveis a novos ataques. A violência policial tem persistido em grande escala e o descontrole e condições desumanas do sistema prisional continuam contribuindo para a legitimação e persistência do PCC. Em resumo, a resposta do Estado aos Crimes de Maio não deu certo, pelo menos não para a população em geral.” (p. 3)



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Lições de jornalismo (mais uma)

Livro importante para os jornalistas – e para quem fala com os jornalistas -, “O Jornalista e o Assassino”, de Janet Malcolm, foi lançado recentemente em versão de bolso no Brasil. Em entrevista à “Folha de S. Paulo”, a autora fala sobre as relações do repórter com seus entrevistados. Vale a pena ler (a íntegra pode ser acessada aqui).

A seguir, um trecho da entrevista, publicada no dia 2 de abril deste ano.

Folha - Em "O Jornalista e o Assassino", você diz que, frente a um repórter, "em nenhum caso o entrevistado consegue salvar-se". Por que você aceitou dar entrevista? 
Janet Malcolm - Normalmente aceito quando lanço livros. Além disso, gosto de me sentir do outro lado. Como entrevistada, entendi o poder que as perguntas têm. Você se sente na obrigação de respondê-las, como uma criança indagada pela mãe. É uma regressão à infância. 

Folha -
O livro diz que o jornalista apura com ar de "mãe permissiva" e escreve com a dureza de um "pai severo". Continua permissiva e maternal após "O Jornalista..."? 
Janet -
Talvez tenha me tornado mais paternal na apuração. Tento ser o mais direta possível. O jornalista não precisa ser tão amigável. As pessoas estão interessadas em contar suas histórias, independente da atitude de quem ouve. Mas tenho algo a meu favor: meu livro é uma espécie de "Miranda Warning" [aviso de Miranda: a lista de direitos que um policial, nos EUA, é obrigado a dizer a um suspeito quando o prende]. Por causa dele, as pessoas sabem o que esperar quando são entrevistadas por mim, que o tudo o que disserem poderá ser usado contra elas. 

Folha - Você diz que o encontro com o jornalista "parece ter, sobre o indivíduo, o mesmo efeito regressivo que a psicanálise". As profissões são parecidas?
Janet - Sim, no tocante ao elemento da confissão. A diferença é que as pessoas vão ao analista procurando ajuda e pagam por isso. O jornalista, como não recebe nada, não está lá para ajudar.