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terça-feira, 24 de setembro de 2013 | | 0 comentários

Um giro de pedicab por NY

"Se um táxi poluente pode rodar, eu também posso".

Eis a frase síntese do pedicab, meio de transporte alternativo-improvisado que virou mania-moda em Nova York (EUA).

Como tudo por lá prospera rápido, já tem até associação. São centenas de motoristas-ciclistas - competindo por passageiros e, logo logo, pelo domínio da paisagem urbana com os tradicionais táxis amarelos.

No vídeo da "The New Yorker", um passeio pela cidade com Gregg Zuman, o autor da frase que abriu esta postagem:



Segundo a revista, o sucesso do negócio depende da arte da negociação oral. "Tem que ser bom nisso para sobreviver". 

Zuman, porém, acrescenta um outro ingrediente - e "ele acredita no que vende", cita a New Yorker": promover um passeio agradável. "Estamos buscando tornar a cidade um lugar melhor, então a negociação difícil - quando eu gasto quatro minutos falando para um potencial cliente depois deles dizerem não cinco vezes - muitas vezes realmente vale a pena. Eu posso fazer as pessoas felizes, sabe?".

quarta-feira, 6 de março de 2013 | | 0 comentários

Tortura em Limeira, um registro histórico

Fuçando dia desses no arquivo digital da revista “Veja”, deparei-me com um registro histórico. O Brasil vivia plena ditadura militar e Limeira foi destaque numa matéria que tratava de uma prática muito comum no período: a tortura.

A reportagem – publicada na página 26 da edição número 200, de 5 de julho de 1972 – tratava de uma máquina de choques encontrada na cidade. Título da matéria: “Os torturadores”. Uma pequena foto mostrava o aparelho achado em Limeira. No texto, um dos acusados menciona o famoso delegado Fleury.

Trata-se de Sérgio Fernando Paranhos Fleury, morto em 1979, homem-forte do DOPS paulista, o Departamento de Ordem Política e Social, organismo central da máquina de tortura do governo militar.

Parte da reportagem está reproduzida a seguir:

Confiante, o investigador Lázaro Pacheco dizia a jornalistas sobre o inquérito em que o juiz de Piracicaba, SP, ouve presos que se dizem torturados: “Não adianta denunciar torturas às autoridades porque tenho proteção na Secretaria de Segurança”.

Lázaro (ou, como ele prefere, o famoso “Lazinho de São Paulo, da equipe do delegado Fleury”) talvez esteja enganado quanto aos favores da autoridade que porventura o acoberte. Mas dois inquéritos iniciados também na semana passada – no Recife e em outra cidade paulista, Bebedouro – indicam que ele pelo menos não está sozinho quanto aos métodos que emprega.

Exemplos paulistas - O juiz de Piracicaba, Alfredo Miglori, já colheu o depoimento de quinze presos. Um deles, estudante, contou: “Lazinho me espancava, enquanto o investigador Jurandir pisava na minha garganta, obrigando-me a confessar que tinha entorpecentes em casa. Fui solto porque meu patrão pagou 500 cruzeiros”. Outra vítima, uma moça, contou: “Fui levada para a sala de torturas, despida e amarrada. Quando o investigador Édson me amarrou, Lazinho pediu a ele que molhasse bem o pano, para não deixar marcas. Depois me deram choques e me bateram na sola dos pés”.

Num terceiro depoimento, as palavras de um dono de bar: “Lazinho e o investigador ‘Fininho’ revistaram tudo na minha casa, em busca de drogas. Nada encontraram, mas levaram um relógio, um rádio portátil, um aparelho de televisão e uma máquina fotográfica”. Levaram também o dono do bar e o torturaram.

Na delegacia de Bebedouro, onde apurava denúncias de torturas, o juiz Álvaro Breves de Menezes encontrou uma engenhosa máquina de dar choques, movida a manivela, usada para obter confissões. Máquina idêntica fora encontrada, meses antes, na cidade de Limeira, pelo juiz Ernani Miglori. O delegado de Limeira, para que o juiz tivesse inteira liberdade de investigar, foi removido para Piracicaba. (...)