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terça-feira, 2 de junho de 2015 | | 0 comentários

Constatação

Do jornalista Valdo Cruz, em coluna na “Folha de S. Paulo” de 1/6: "Diante da nova decepção em curso, fica provado que nunca teremos uma reforma política digna do nome enquanto seus autores forem apenas os atuais parlamentares. As ruas que despertem para tal fato".

sexta-feira, 17 de abril de 2015 | | 0 comentários

Frase

“Como um partido pode pedir impeachment antes de ter um fato concreto? Não pode.”
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República e líder do PSDB, sobre a possibilidade da oposição protocolar um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

sexta-feira, 27 de março de 2015 | | 0 comentários

Palavras de um senador

A seguir, trechos do pronunciamento do senador Omar Aziz (PSD-AM) em sessão do último dia 12/3:

(...) Quem financia as campanhas no Brasil são as grandes empreiteiras. De todos os partidos, à exceção de um ou de outro. (...) Estão todos sob suspeita, independentemente de partido político. (...) Mas eles (empreiteiros) nos acham tão bonitos que nos dão dinheiro, para os partidos políticos. E aqui não há de tirar ninguém. Nós temos que investigar mesmo. Por isso que esse sistema de financiamento de campanha que existe hoje induz à corrupção. Quem tem mais dinheiro tem mais facilidade de ganhar. (...) 
Quando eu falo sob suspeita, falo de todos os partidos e não de A, B, ou C, não. Qualquer partido que recebeu recursos das empresas que estão sendo acusadas agora nessa Operação Lava Jato, para mim, está sob suspeita, porque não é possível que um partido receba R$ 60 milhões, R$ 70 milhões de uma empreiteira ou de várias empreiteiras – o outro, também, R$ 60 milhões – e distribua esse dinheiro por diretórios regionais para ganhar eleição. 
É por isso que os partidos fazem o maior número de deputados, o maior número de deputados federais, de senadores. Eles se fortalecem com o quê? Com recursos públicos! Tirando dinheiro do povo brasileiro! Aí o partido fica grande!

Diz mais o senador:

(...) E nós passamos, ontem, mais de 12 horas em uma sessão do Congresso. Depois de 12 horas, eu vi o esforço dos Parlamentares, mas o que nós contribuímos para o País, realmente, de fato, passando 12, 13, 14 horas dentro do Congresso debatendo? O que o povo brasileiro tirou de proveito daquilo, ganhou com aquilo? Melhorou a vida dos brasileiros com aquilo?

A resposta todos sabemos...


* Leia também:


- História da carochinha

quinta-feira, 9 de outubro de 2014 | | 0 comentários

Pitacos pós-eleitorais

De Limeira:
- O resultado das urnas mostrou que alguns insistentes candidatos, se tiverem um mínimo de noção, largam mão de aventuras eleitorais. Caso de Kleber Leite (PRB), que não atingiu sequer dez mil votos (9.944 para deputado federal) após números ridículos como candidato a prefeito em 2012;
- Por sorte, a população não se deixa mais enganar por comunicadores popularescos e demagógicos. Casos de Kleber Leite e Thiago Gardinali (PTB, 3.127 votos para deputado estadual);
- Embora o eleito Miguel Lombardi (PR) seja da bancada governista, não é exatamente um dos pilares do grupo do prefeito Paulo Hadich (PSB). Deve-se, portanto, à eleição de Lombardi muito mais ao trabalho dele como vereador (além, é claro, do “efeito Tiririca”);
- Há, portanto, uma (preocupante para o grupo no poder) sinalização de esgotamento do grupo de Hadich – o presidente da Câmara Municipal, Ronei Martins (PT), que há dois anos seria a grande estrela da eleição, conseguiu menos votos dos que o levaram ao Legislativo municipal (11.685 votos para deputado estadual);
- Mesmo derrotado nas urnas por apenas 92 votos de diferença, o ex-vereador Mário Botion (PEN, 38.397 votos para deputado estadual)) sai extremamente fortalecido do pleito. Não poderá ser ignorado na disputa de 2016 – gabaritou-se até para disputar o comando do Executivo;
- Lombardi, agora deputado com 32.080 votos, também será figura importantíssima na eleição municipal;
- Hadich - que teria até pedido votos para um candidato de fora de Limeira - vê seu grupo desidratar-se nas urnas.
Do Brasil:
- Não se sabe afinal onde foi parar o desejo de mudança manifestado nas jornadas de Junho de 2013. Efetivamente, ele não se materializou nas urnas. Uma breve análise dos eleitos apontará a prevalência de figurinhas bastante carimbadas;
- Há que se considerar ainda que parte da renovação envolve nomes ligados (muitas vezes com parentesco) a políticos de carreira. Portanto, fica difícil criticar práticas viciadas se o eleitor escolhe sempre mais do mesmo;
- De resto, as urnas mostraram que estrutura partidária, alianças e tempo de televisão fazem toda a diferença;
- Para o bem e para o mal, a eleição consolidou a polarização que há duas décadas domina a política nacional – PT e PSDB. Para o mal porque será sempre mais do mesmo, deixando a renovação de lado. Para o bem porque efetivamente premia partidos que têm um mínimo de organização, ideologia, quadros políticos e projeto.

* Leia também:


- Sinais e ruídos


Desafio aos candidatos: convencer quem votou branco ou nulo:


quinta-feira, 25 de setembro de 2014 | | 0 comentários

Que tal um plano de saúde grátis para sempre?

Senadores têm direito a plano de saúde mesmo sem fazer nenhuma contribuição. O benefício sai do meu, do seu, do nosso bolso – do contribuinte brasileiro.

Não bastasse isso, a assistência médica é estendida a ex-senadores (também sem nenhuma contrapartida do bolso deles, apenas do nosso).

Não bastasse isso mais aquilo, dependentes também têm o mesmo direito.

O benefício foi finalmente contestado pelo Ministério Público Federal. Além de abusivo, o MPF apontou, segundo reportagem da “Folha de S. Paulo”, que faltam “critérios firmes para pautar os gastos com assistência à saúde”. Ou seja: senadores, ex-senadores e dependentes gastam à vontade, inclusive “acima dos próprios limites estabelecidos".

O que diz o governo federal?

Ainda segundo a “Folha”, a União alega que o sistema “visa garantir aos membros do Legislativo a mais completa e segura assistência possível”.

Não bastasse isso, o governo cita também que o “benefício vitalício a ex-senadores e dependentes é mais uma forma de se garantir condições de vida digna”.

E quanto a nós, o povo, que tal o governo ter a mesma preocupação em “garantir condições de vida digna” e bancar “a mais completa e segura assistência possível”?

Pode isto, Arnaldo?

quinta-feira, 14 de agosto de 2014 | | 0 comentários

Perda nacional

Com a morte de Eduardo Campos, o Brasil perde indiscutivelmente um jovem e promissor político.

* Leia também:

- Campos, questões, discussões

segunda-feira, 7 de julho de 2014 | | 0 comentários

Arruda e o eleitor brasiliense (brasileiro?)

O que mais me espanta não são as decisões estranhas da Justiça em favor de José Roberto Arruda (PR), ex-senador (que renunciou para escapar da cassação no escândalo da violação do painel de votações do Senado) e ex-governador (preso e cassado após ser flagrado pegando dinheiro de corrupção no chamado "mensalão" do DEM) do Distrito Federal.

O que mais me espanta não é a "cara de pau" de Arruda em, mais uma vez, ser candidato a governador mesmo condenado em primeira instância por improbidade administrativa e com fortíssimos riscos de se tornar "ficha suja" por lei (porque moralmente já o é há tempos).

O que mais me espanta é Arruda, tendo o currículo que possui, liderar de modo disparado as pesquisas de intenção de voto para o governo do DF.

ACORDA POVO BRASILEIRO!

Depois reclamam dos políticos corruptos como se quem os colocasse lá fossem marcianos...

segunda-feira, 16 de junho de 2014 | | 0 comentários

Eles não entenderam nada (ou o povo com nariz de palhaço)

O PMDB há 20 anos está na base dos governos tucanos em São Paulo e, agora, com candidato próprio, ataca o atual governador por não ter feito as obras do sistema de abastecimento de água previstas desde 2004.

Ora, por que o PMDB não fez o alerta antes e, diante da omissão do governo, não deixou a base de apoio?

O PSC acaba de lançar a candidatura do pastor Everaldo para a Presidência da República mediante críticas ferozes ao governo da presidente Dilma Rousseff. “É um governo ausente, omisso e incompetente”, disse o candidato, segundo a “Folha de S. Paulo”.

Ocorre que o PSC fez parte da base governista até março deste ano. Será que o governo tornou-se “ausente, omisso e incompetente” nos últimos dois meses apenas?

Isto sem contar as recentes alianças do PT com o PP de Paulo Maluf em São Paulo, sem contar as alianças petistas com os “300 picaretas” que Luiz Inácio tanto criticou. Como se não fosse o PT o arauto da ética e da moralidade até 15 anos atrás... (porque os demais partidos sempre estiveram do “lado de lá” mesmo, daí serem normais alianças com Malufs, Renans e Sarneys, mas o PT não, os petistas sempre atacaram e combateram esta gente!).

São apenas alguns exemplos que confirmam a regra de um sistema político doente e viciado.

Como escreveu o jornalista Ricardo Mello em coluna na "Folha":

Políticos em sua totalidade, sem distinção partidária, costumam responder aos críticos das alianças heterodoxas de que participam com uma frase padrão: "Política não se faz com o fígado". Tudo bem, mas se faz também com memória. Cada vez que um candidato do PT aparece numa foto com olhar subserviente diante de um Paulo Maluf, uma legião de gente bem-intencionada torce o nariz. Por essas e por outras eu repito o que disse certa vez: em dia de eleição, só saio da cama depois das cinco da tarde.

Daí se constatar que os partidos e os políticos realmente não entenderam nada dos recados dados pelas ruas nas jornadas de junho de 2013.

Se a eleição deste ano tiver recorde de votos brancos e nulos não terá sido mera coincidência.

Por isto, enquanto não mudar o sistema, o Brasil estará fadado a um eterno mais do mesmo – corrupção, fisiologismo, aparelhamento do Estado, toma-lá-dá-cá.

É, pois, por um novo sistema de representação popular que devemos lutar!

segunda-feira, 9 de junho de 2014 | | 0 comentários

Frase

"Numa democracia, os políticos se submetem ao questionamento dos jornalistas porque reconhecem que devem prestar contas à sociedade e entendem que a imprensa existe para fiscalizar os governos, não para elogiá-los."
Ricardo Balthazar, jornalista, em coluna na “Folha de S. Paulo”

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014 | | 0 comentários

Brasil de hoje, de ontem e de amanhã

"Presidencialismo de coalizão" é o eufemismo cunhado por acadêmicos cínicos para nomear um sistema político hostil ao interesse público, endemicamente corrupto, que se reproduz parasitando as pessoas comuns. Nas jornadas de junho, a sociedade rebelou-se precisamente contra isso, provocando pânico visível entre gregos e troianos. 

Fonte: Demétrio Magnoli, “Flores no jardim”, Folha de S. Paulo, Poder, 8/2/14.

***

(...) Rui Barbosa, em junho de 1899, descrevia “um Congresso de mendicantes, janízaros do chefe de Estado e de agentes de negócios dos governadores”. (p. 132-3)

(...) o Reino da Mentira, descrito pelo senador Rui Barbosa, nos idos de 1919, volta à ordem do dia: “Mentira por tudo em tudo e por tudo. Mentira na terra, no ar, até no céu. Nos inquéritos. Nas promessas. Nos projetos. Nas reformas. Nos progressos. Nas convicções. Nas transmutações. Nas soluções. Nos homens, nos atos, nas coisas. No rosto, na voz, na postura, no gesto, na palavra, na escrita. Nas responsabilidades. Nos desmentidos”. (p. 162)

“Reformar a cultura política significa, sobretudo, reformar o cidadão. Cidadãos mais exigentes, cultos e preparados, serão o oxigênio para a gestão mais racional de nossa democracia. Até chegarmos a esse estágio civilizatório, teremos de conviver com partidos do faz de conta, administrações que mais se assemelham a capitanias hereditárias, tensões políticas constantes, justiça lenta e contingentes apinhados no balão político das trocas.” (p. 274)

Fonte:
Gaudêncio Torquato, “Era uma vez... mil vezes – O Brasil de todos os vícios”, ed. Topbooks: São Paulo, 2012.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013 | | 0 comentários

E agora, José?

O impensável aconteceu.

Estava tudo tão fácil, era como chutar cachorro morto. Bastava jogar a pá de cal: o deputado Natan Donadon (ex-PMDB/RO) está preso, condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), de modo que a cassação do mandato seria quase protocolar.

Mas não: a Câmara dos Deputados preferiu o suicídio, como bem definiu o jornalista Josias de Souza em seu blog.

Sob o escudo cada vez mais injustificável do voto secreto, manteve inconcebivelmente o mandato de um parlamentar condenado e preso, um “cadáver político”, conforme Josias.

O colunista da “Folha de S. Paulo” recorreu a adjetivos e advérbios absolutamente felizes (se é que se pode falar em algo feliz nesta história) para descrever o que ocorreu na Câmara Federal na noite de 28 de agosto, de modo que me cabe apenas repeti-los diante da ausência de melhores palavras. Repetirei em caixa alta, como se diz no mundo gráfico:

NOITE CONSTRANGEDORAMENTE DEPLORÁVEL.

Foi o que se viu. Pela primeira vez na história do Parlamento brasileiro, um presidiário de terno e gravata ocupava a tribuna e exprimia palavras deprimentes, para acentuar o tom constrangedor da noite:

- Esses 60 dias que eu estou preso lá, tenho sofrido muito. Tenho sofrido muito. É desumano o que um prisioneiro passa. A minha família tem sofrido muito. Por favor, me absolvam. Essa Casa é independente!


Se mentiu a respeito de sua inocência, Donadon sabia bem o que estava falando quando apelou aos colegas pregando a independência do Legislativo. Nas entrelinhas, estava dando recados.

E os recados foram entendidos.

O fato está posto, não tem volta. O Brasil conseguiu a façanha de ter um deputado, com mandato eletivo, atrás das grades. Uma “anomalia”, definiu Josias.

Minha dúvida é: o que faremos nós todos, os brasileiros, a sociedade, o povo que foi às ruas em junho cobrar melhorias e mudanças nos rumos deste país?

Minha dúvida é: você, em outubro de 2014, vai votar em quem?

Não me causará espécie se, apurados os votos, ver no Parlamento os Feliciano, os Otoniel (e os votos de cabresto que ambos recebem de fiéis eleitores), os Sarney, os Renan, os Jader, os Maluf, os... Donadon.

Quem os coloca lá, afinal? Será algum marciano?

Até quando vão faltar educação e consciência política neste país, molas propulsoras do populismo demagógico (sim, é pleonasmo, foi intencional), da hipocrisia e da corrupção?

Pois é, tudo leva a crer que o sistema político não mudará, as caras não mudarão, os modos não mudarão porque, antes e acima de tudo, o povo (com exceções, claro) em sua grande parte não mudará. E não mudará porque lhe falta vontade, interesse, consciência e educação.

Sim, temos nossa parcela de culpa, nossa tão grande culpa.

Sei que não se muda um país sozinho e tampouco sei agora o que podemos cada um de nós individualmente fazer. Juntos, porém, temos força. Teremos força. Somente a união nacional será capaz de escrever uma nova história.

Então voltemos às ruas! Com ainda mais força!

Porque, ao que parece, eles realmente não entenderam o recado.

Ou simplesmente ignoraram porque, bem... quando os votos forem apurados...

Como escreveu o poeta: e agora, José?

Em tempo: já que 131 nobres deputados (fora 41 que se abstiveram, algo incompreensível) se compadeceram das dores de Donadon, por favor ouçam o apelo do nobre deputado-presidiário: a comida da cadeia é ruim, falta água e o banho é frio.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013 | | 0 comentários

PT + PSDB = sujeira

Para o PT o julgamento do mensalão é uma armação. Para o PSDB, na investigação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica em torno do propinoduto alimentado por grandes empresas de equipamentos em São Paulo, o órgão vem "se comportando como polícia política". As duas condutas são radicalizações teatrais que tentam blindar hierarcas metidos em maracutaias.

(...) O PSDB diz que o PT protege corruptos e o PT diz que o protetor de corruptos é o PSDB. E se os dois estiverem certos? Desacreditam e corroem tanto a política como a própria democracia. (...)

Fonte: Elio Gaspari, “O PSDB e o PT minam a democracia”, Folha de S. Paulo, Poder, 12/8/13.

segunda-feira, 29 de julho de 2013 | | 0 comentários

Esta gente aí...

Já escrevi neste blog que me arrependo de um monte de coisas, acho normal revisar o que fizemos na vida e concluir: "não faria de novo".

Arrependo-me, por exemplo, de um dia ter acreditado em Aldo Rebelo, Aloizio Mercadante, Lula...

terça-feira, 23 de julho de 2013 | | 0 comentários

Franciscos e Dilmas

Dois textos necessários publicados nesta terça-feira na "Folha de S. Paulo" (a íntegra está disponível nos links):

"(...) quais das autoridades que foram atrás de fotos e bênçãos do papa franciscano poderiam se dar ao luxo de passear pela avenida Rio Branco com os vidros do carro (não blindado) abertos? (...)"
Vera Magalhães, “De vidros abertos”, Opinião, 23/7/13, p. 2.
  
"(...) Digamos que Francisco foi Francisco, Dilma foi Dilma. Um foi o papa despretensioso, que dispensa ouro, capas de veludo e pompas para se colocar cada vez mais próximo do povo. A outra foi a presidente de expressão arrogante, num momento em que está acuada, precisa se justificar e luta bravamente para recuperar a popularidade perdida. (...)"
Eliane Cantanhêde, "Discurso errado no hora errada"Opinião, 23/7/13, p. 2.

sexta-feira, 19 de julho de 2013 | | 0 comentários

O teatro oficial x as vozes das ruas

"Eles (políticos) estão provocando a sociedade."
Lilian Witte Fibe, jornalista, no "Programa do Jô"

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), com seu jeito falastrão, afirmou recentemente a respeito dos protestos que ocorrem em seu Estado que "não é assim que se faz oposição"

Não sei qual é o jeito - se é que existe um. 

Só sei que Cabral e todos os demais políticos ainda não entenderam a mensagem das ruas - e ela é muito clara, por mais que muitos digam não entender: o povo está cansado de tudo o que está aí, do jeito de fazer política no Brasil, da desfaçatez dos nossos governantes e das prioridades invertidas na administração pública.

A resposta que nossos governantes em geral, das esferas municipais à federal, ofereceram aos protestos de rua não passa de mero discurso, pomposo em alguns casos, mas mero discurso, descolado da realidade, de ações concretas que melhorem a vida dos cidadãos (salvo um ou outro decréscimo nas tarifas de transporte). Fazem puro teatro, jogam para a plateia (vide a troca de farpas entre governo e Congresso, um buscando jogar no colo do outro a "conta" da crise política e institucional que o país atravessa).

Daí a constatação feita pela jornalista Lilian Witte Fibe esta semana. Ao encenar um teatro patético, os políticos estão conclamando o povo à ação mais uma vez. Porque se pensam que a chama se apagou, ela apenas arrefeceu; as brasas continuam incandescentes, podendo o vulcão das ruas entrar em erupção a qualquer momento.

Tome-se o caso do abuso no uso de aviões oficiais. Em meio aos protestos que varreram o país de cima a baixo, políticos que se acham acima dos demais cidadãos pegaram carona com a FAB (Força Aérea Brasileira) para ir a festas de casamento, jogos de futebol, etc. E ao menos um deles chegou a defender o direito de usar os aviões oficiais para atividades particulares só porque é o chefe de um poder (o Legislativo)!

Aliás, o Congresso tenta responder às ruas com uma tal "agenda positiva" de um lado enquanto de outro mantém uma série de privilégios que custam bilhões de reais aos cofres públicos. Os mesmos bilhões que faltam para saúde, educação, transporte, etc.

E não venham me dizer que o orçamento do Congresso é uma norma legal porque se querem de fato dar exemplo deveriam sim cortar benefícios, reduzir o próprio orçamento ao mínimo necessário para funcionamento das duas casas legislativas e deixar o restante do dinheiro com o governo, fiscalizando a sua aplicação (o que, aliás, é dever de todo parlamentar).

Por exemplo: por que os deputados e senadores têm direito a aposentadoria se a função que desempenham não é profissão? Por que um senador tem direito a plano médico com cobertura ILIMITADA e não só para ele como também para seus familiares (cônjuge e dependentes até 21 anos ou até 24 anos se estiver na faculdade)?

(Veja os benefícios dos senadores aqui.)

Naturalmente, deputados, senadores e vereadores não são os únicos problemas do Brasil. Não são sequer os principais problemas, mas são parte deles, causa de muitos deles e simbolicamente representam muito daquilo que as vozes das ruas querem mudar. 

Portanto, ou falta sensibilidade para entender isto ou falta mesmo vergonha na cara. Em um caso ou outro, "eles estão provocando a sociedade"...

Em tempo: entre tantas besteiras que o ex-presidente Lula fala, ao menos ontem ele disse algo sensato. Foi em palestra na Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo: "A pior coisa que pode acontecer no mundo é a gente aceitar a negação da política".

segunda-feira, 8 de julho de 2013 | | 0 comentários

Já voou num jatinho da FAB?

Eles realmente não entenderam nada.

Não foi para que se faça reforma política alguma (ao menos não da forma como o governo está propondo) que o povo foi às ruas.

O povo foi às ruas para que ninguém, por exemplo, use jatinhos da FAB (Força Aérea Brasileira) para fins particulares.

O povo foi às ruas por mais transparência, mais ética, mais senso de responsabilidade e espírito público, menos abusos, desvios e corrupção. Abusos que vão das malfadadas férias de meio de ano, chamadas de recesso, às viagens para festas e jogos pagas com dinheiro público.

O povo foi às ruas contra a farra nacional. E quanto a isso não será voto distrital, em lista fechada ou mista e financiamento público de campanha que irão mudar a realidade.

Aliás, para mudar a realidade só há um meio: EDUCAÇÃO.

Em tempo: sobre abusos, recomendo a leitura da coluna do último domingo (7/7) de Elio Gaspari na “Folha de S. Paulo” na qual ele cita os exemplos dados pelo papa Francisco em poucos meses de papado.

terça-feira, 11 de junho de 2013 | | 0 comentários

Constatação

De Barack Obama a vereadores de Limeira, há um descompasso cada vez mais profundo entre o que os políticos pregam e defendem e o que de fato praticam quando estão no poder.

Triste realidade - porque, via de regra, a metamorfose se dá para pior.

sábado, 11 de maio de 2013 | | 0 comentários

Agora, Alckmin tem que falar!

Já usei este título neste blog para uma outra situação. Recorro a ele novamente em razão de recente discurso do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

Durante evento de lançamento de um programa estadual, o tucano resolveu ter um acesso de sinceridade. Deixou de lado a demagogia típica dos políticos e falou o que todos os cidadãos sabemos - embora muitos prefiram ignorar. Disse textualmente:

"(O) povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele. (...) Se não, ia faltar guilhotina para a Bastilha, para cortar a cabeça de tanta gente que explora esse sofrido povo brasileiro."

"O sujeito fica rico, bilionário, com fazenda, indústria, patrimônio e não acontece nada. E o coitado do honesto é execrado. É desolador. (...) A corrupção, o paraíso é o Judiciário. Todo mundo diz: 'Na hora que for para Justiça vai resolver'. Vai levar 20 anos."

Pois bem: agora que Alckmin resolveu ser sincero deveria fazer o serviço completo. Se sabe o que nós, povo, não sabemos (ou sabemos apenas um décimo), que fale!

A que exatamente ele se referia?

O povo tem o direito de saber!

Em tempo: questionado pela imprensa no evento, o governador não quis comentar as declarações.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013 | | 0 comentários

Direto de Brasília

A Câmara Federal aprovou nesta quarta-feira (27/2) o fim do pagamento do 14° e 15° salários aos deputados. Sobre isto, disseram:

"É o cumprimento cívico do dever desta Casa. Foi um momento que passou. Essa Casa, por unanimidade, portanto, encerrou esse episódio e virou essa página."
Henrique Eduardo Alves(PMDB-RN), presidente da Câmara

"Como trabalhadores que somos, não merecemos nenhum direito a mais."
Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), líder da bancada comunista

"Esta tarde é uma tarde histórica. Esse dinheiro não nos pertence."
Rubens Bueno (PPS-PR), deputado

Perguntinha estúpida: se os salários extras não eram merecidos, eram ilegítimos e imorais, como afirmam os deputados, por que simplesmente não devolviam o dinheiro? Por que demoraram tanto tempo para colocar fim a este abuso que agora reconhecem?

Em tempo: segundo o noticiário, apenas 30 dos 513 deputados recusavam-se voluntariamente a receber os salários extras.

domingo, 10 de fevereiro de 2013 | | 0 comentários

O que, afinal, faz um deputado?

Sempre considerei Brasília, como símbolo do poder (ou seja, a alegoria vale para as demais esferas), uma “ilha da fantasia”. No caso da capital federal, a sensação se acentua pela distância que o núcleo do poder está do grosso da população.

Em Brasília, os poderosos em geral vivem um mundo à parte. No Congresso Nacional a situação é mais evidente. O que faz, afinal, um deputado e um senador?

Pelo que lemos e vemos diariamente, grande parte dos parlamentares foca seu trabalho muito mais em questões “interna corporis”, como se costuma dizer no mundo jurídico, do que propriamente nos interesses da coletividade.

As recentes eleições de Renan Calheiros (PMDB-AL) para a presidência do Senado e de Henrique Alves (PMDB-RN) para o comando da Câmara Federal mostram como o jogo de poder está voltado muito mais aos interesses internos das casas legislativas (cargos, emendas, negociatas) do que propriamente ao interesse público.

O “sistema é foda”, como cita magnificamente o filme “Tropa de Elite 2” na magistral cena final.

Recentemente, tive a oportunidade de conferir como em Brasília tudo gira em torno do compadrio (ainda que não exista nesta relação necessariamente nenhum dinheiro envolvido). Não são as questões técnicas que prevalecem e sim os contatos, as amizades. Daí a importância dos políticos indicarem apadrinhados para cargos nas mais diversas esferas da administração.

Para se obter um benefício, ainda que de modo lícito, é preciso conhecer a secretária da secretária da secretária do ministro ou do diretor de algum órgão.

Não deveria ser assim. Processos e procedimentos deveriam caminhar independentemente de cor partidária, ideológica ou de qualquer laço de amizade.

Como o compadrio é regra, porém, não é raro surgirem escândalos. Quando se juntam os interesses mesquinhos dos políticos com o “sistema”, chega-se facilmente à conclusão de que os poderosos indicam afilhados políticos para atenderem aos seus interesses. Não – e raramente – aos interesses da sociedade.

Dá para mudar este jogo? Se eu acreditasse que não, talvez fosse melhor parar o mundo.

Sei, porém, que é quase uma utopia.

Quando se chega ao ponto do Tiririca afirmar que se desiludiu com a atividade de deputado, que não se pode fazer nada no Congresso, percebe-se que o caminho é longo.

É preciso, porém, dar o primeiro passo. E este primeiro passo envolve necessariamente a eleição. Somos nós, eleitores, que colocamos aquelas pessoas onde elas estão. Cabe a nós a mudança. Ao Brasil inteiro.

Vai demorar, mas é preciso começar!

PS: finalmente a sociedade brasileira começa a manifestar sua voz de modo mais frequente, já não aceita passivamente os desmandos. Nos últimos dias, um movimento foi criado para cobrar a saída de Renan Calheiros do comando do Senado.

Você pode colaborar aderindo ao abaixo-assinado aqui.