sexta-feira, 30 de janeiro de 2009 | | 0 comentários

Volta às aulas - ousadia, criatividade e talento


tá chegando from Isca Online on Vimeo.

As férias estão acabando e um novo ano letivo está prestes a começar. As aulas voltam segunda-feira e desta vez terei duas turmas - a minha turma predileta, agora no quinto semestre, e uma turma ainda desconhecida, no terceiro semestre. Para a primeira, Jornal-Laboratório 2; para a segunda, Ética e Legislação. São duas disciplinas que me atraem, uma pelo fazer, outra pelo pensar.

Já ressaltei aqui que a força impulsiva dos jovens me motiva. Na turma para a qual lecionei Jornal-Laboratório 1, isto é marcante. Há alunos com gostos e talentos diversos. E alguns deles correm atrás. Além do blog "Missão Repórter", já apresentado aqui, eles estão elaborando um novo projeto, no qual misturam ousadia, criatividade e talento. Pude dar uma olhada e vi que o resultado é fantástico - e olha que ainda não está pronto!

Embora minha disciplina tenha foco especificamente no jornalismo impresso, fico entusiasmado com a iniciativa digital e televisiva desses estudantes. Tenho certeza que essa mesma força motriz que os move vai permear o semestre e resultar em ótimos trabalhos. Em Jornal-Laboratório 2, por exemplo, o desafio será fazer o inusitado. Tenho certeza que eles vão conseguir! Talento para isso não falta.

***

Aos alunos: aproveitem ao máximo as oportunidades da faculdade, as conversas com os professores, as aulas e as curtições. Tenham certeza que isso contribui de forma decisiva para a formação profissional. E, tão importante quanto isso, tenham certeza que estes tempos deixarão imensa saudade.

Bom semestre a todos nós!

PS: uma mostra do que os alunos estão preparando pode ser conferida no vídeo que ilustra esta postagem.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009 | | 1 comentários

Nós, os jornalistas

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009 | | 2 comentários

A lista

Responda rápido: o que há em comum entre Amy Winehouse, Ana Carolina, Barack Obama, Chico Buarque, Elis Regina, Fidel Castro, João Gilberto, Maria Bethânia, Nelson Motta, Paulinho da Viola, Regina Casé, Ronaldo Boscoli, Tom Jobim, Toquinho, Vinícius de Moraes e eu, Rodrigo Piscitelli?

Pensou? Não sabe?

Estamos todos listados (em etiquetas) no blog do publicitário - e amigo - Cristiano Persona. Vê-se pela lista que é uma grande honra a minha inclusão. Acho que por essa nem eu imaginava. Aliás, mal sei como me dei conta dessa singularidade. Seja como for, valeu!

Em tempo: excluí dois nomes da lista. Um deles (Mario Persona, a quem admiro) apenas para dificultar a adivinhação. O outro (Luciana Gimenez) foi por... deixa para lá...

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Dedicado a mim

Em geral, as músicas, frases e poemas que reproduzo aqui são dedicadas a alguma pessoa em especial. Nem sempre - ou quase nunca - a pessoa a identifica. Sem problema: se fosse para ser algo direto, teria dito diretamente. Desta vez, porém, decidi escrever algo dedicado a mim - que quero passar além do Bojador. É de autoria de um de meus poetas favoritos.

"Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu.
Mas nele é que espelhou o céu."
(trecho de "Mar Português", de Fernando Pessoa)

terça-feira, 27 de janeiro de 2009 | | 0 comentários

What? Where? How?

Came in from a rainy Thursday
on the avenue
thought I heard you talking softly
I turned on the lights, the TV
and the radio
still I can't escape the ghost of you

What has happened to it all?
Crazy, some say
Where is the life that I recognize?
gone away

But I won't cry for yesterday
there's an ordinary world
Somehow I have to find
and as I try to make my way
to the ordinary world
I will learn to survive

Passion or coincidence
once prompted you to say
"Pride will tear us both apart"
Well now pride's gone out the window
cross the rooftops
run away
left me in the vacuum of my heart

What is happening to me?
Crazy, some say
Where is my friend when I need you most?
Gone away

Papers in the roadside
tell of suffering and greed
here today, forgot tomorrow
ooh, here besides the news
of holy war and holy need
ours is just a little sorrowed talk

And I don't cry for yesterday
there's an ordinary world
Somehow I have to find
and as I try to make my way
to the ordinary world
I will learn to survive

every one
is my world, I will learn to survive
any one
is my world, I will learn to survive
("Ordinary Wolrd", de Duran Duran)

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A árvore de Versailles

Nossa, acabei de ver no UOL (de onde peguei a foto) que um forte temporal derrubou uma árvore de 223 anos no jardim de Maria Antonieta no Palácio de Versailles. Ela fica exatamente no lugar de onde fotografei o monumento ao fundo (acredito ser o Belvedere). Minha foto pode ser vista em meu álbum, cujo link está no menu à direita.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009 | | 1 comentários

"Vamo, vamo Winner!"

Sempre fui apaixonado por esporte. Durante anos, cruzei o Estado de São Paulo - e outros estados - para acompanhar as partidas da minha Internacional. Com a Inter, vivi momentos de alegria e tristeza, que só o esporte pode proporcionar. Estive no Maracanã para ver Inter e Botafogo. Acompanhei de perto conquistas memoráveis e campanhas medonhas. Vivi títulos e rebaixamentos. Vivi, eis o que o esporte proporciona.


Com o meu Palmeiras, cruzei fronteiras internacionais.

Ainda jovem, acompanhei as partidas de basquete do Nosso Clube. Torcia, sofria, gritava. Vivia. Ouvi pelo rádio o vice-campeonato paulista de 1994.

Depois, por motivos diversos, passei a ter o esporte apenas como atração ocasional da televisão. Até que em Limeira ressurgiu um time de basquete. Voltei ao ginásio. Vi esse time crescer, passo a passo, ficar maduro até chegar a uma final. Derrota. Previsível e doída. Estive lá em Ribeirão Preto naquela decisão contra o COC.

Os anos se passaram e eis que a Winner chegou a uma nova final. Desta vez, do outro lado estava a tradição francana. Foram quatro jogos memoráveis. O primeiro teve duas prorrogações (após dois empates históricos). O segundo e o terceiro, duas vitórias limeirenses incontestáveis. O último jogo, em Franca, foi suado. A equipe começou mal, passou à frente, descontrolou-se e voltou a dominar o jogo. Empate. Prorrogação. Vitória. A Winner é campeã paulista!!! O primeiro título de envergadura do basquete limeirense. E eu estava lá, vi e vivi tudo isso de perto.

O ginásio Pedrocão estava lotado. A torcida gritava freneticamente: "Franca! Franca!" E na minha cabeça eu só ouvia: "Vamo, vamo Winner, vamo vamo Winner, vamo vamo Winner!"

É simplesmente indescritível a sensação da conquista. Queria, por um milésimo de segundo que fosse, poder compartilhar esse sentimento com cada pessoa.

Há coisas que só o esporte pode proporcionar. Ele ensina a vencer e a perder. Ele libera uma adrenalina sem igual. Ele transforma atletas em heróis. Ele mobiliza uma comunidade. Ele nos faz feliz.

PS: fazia muito, muito tempo que eu não vivenciava algo tão especial como essa conquista da Winner. E acho que ela veio em boa hora, num momento em que estou recarregando as baterias.

Em tempo: este texto ficou um tanto pessoal. Minha intenção era tentar descrever a emoção que vivi esses dias todos em que acompanhei de perto a Winner - em Limeira e Franca. Aproveito para agradecer ao técnico Zanon, ao Cássio Roque e a toda a equipe Winner que permitiu minha presença "big brother" e a do jornalista Danilo Janine (CQC) nesta reta final. Ah, parabéns aos campeões! E "vamo, vamo Winner!"

A foto é de Marcos do Carmo/Draft Brasil.

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Pílulas de fim de mês

>>> Este blog ficou alguns dias sem atualização por motivos profissionais. Estive em Franca fazendo um trabalho e só agora consegui ligar o computador. Espero que vocês tenham sentido a ausência de atualização (hehehe).

>>> Por falar em Franca, vivi naquela cidade uma situação curiosa (para dizer o mínimo). Entrei numa banca para comprar um jornal local e duas revistas de tiragem nacional. E não é que não encontrei nenhuma das revistas? Após procurar muito, pedi a ajuda de uma atendende. Ela mal sabia das publicações. Depois de muita enrolação, viu uma das revistas escondidinha na bancada. "Achei!", disse ela. Como eu sabia qual era o assunto da capa, estranhei de cara. Fui olhar a data: fevereiro de 2006! Isto mesmo, uma revista de três anos atrás. Diante do desconforto gerado pela situação, a atendente resolveu consultar o dono da banca. E ele soltou a pérola: "Ainda não recebi essas revistas deste mês". Isso dia 23! Ora, fui a uma banca que não tem revistas...

>>> Ainda em Franca, enquanto descansava no hotel, comecei a mexer no celular. E não é que descobri um serviço de acesso ao MSN! Que fantástico! Pelo celular, eu conseguia conversar com meus amigos via MSN. E também podia ler blogs e comentários! São as maravilhas da tecnologia. Eu em Franca lendo pelo celular um blog que um amigo acabara de atualizar em Limeira.

>>> Esta minha nova vida tem sido corrida. Mais do que eu mesmo imaginei.

>>> Conviver com pessoas é uma eterna fonte de aprendizado. Em razão disso, procuro sempre me cercar de pessoas com que tenho algo a aprender, ainda que estas tenham pensamentos distintos dos meus (e é bom que tenham). Eu, por exemplo, tenho aprendido nos últimos dois anos uma grande lição de tolerância. Embora não compartilhe dela ao extremo, é sempre bom tê-la por perto para que possa refletir sobre as situações da vida. Em tempo: admiro muito quem pode oferecer essas lições (e obrigado pelo capuccino!).

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 | | 1 comentários

Reflexões sobre a mídia (e o cabelo de Ronaldo)

Em razão de minhas futuras aulas na faculdade, estou fazendo alguns estudos sobre ética. Isso tem me estimulado - até comentei hoje com um amigo sobre a importância de pararmos de vez em quando para refletir sobre a profissão. Nesse campo, e longe de querer ser acusatório ou provocativo, gostaria de reproduzir algumas indagações feitas pelo jornalista Rogério Christofoletti em seu recém-lançado livro "Ética no Jornalismo" (Editora Contexto). Aí vão elas:

- É possível fazer colunismo social sem promiscuidade com as fontes?

- O que pensar de jornalistas que combinam manchetes, após as entrevistas coletivas?

- Jornalistas dos cadernos de veículos conseguem manter independência editorial após viajar à custa de uma montadora para uma feira internacional?

- Quando o jornalista pode entrevistar parentes ou amigos?

- Como relatar casos de violência, discriminação, sequestros e suicídios sem contribuir para a estigmatização das pessoas envolvidas?

- O jornalista pode acumular funções, sendo assessor de imprensa de manhã e repórter à tarde?

- Até onde se pode ir para conseguir a manchete do dia?

Em tempo: o livro aborda um pouco a "idiotização da mídia" no caso das celebridades. Pois é isso que me parece estar ocorrendo com a cobertura sobre o atacante Ronaldo no Corinthians. Com o perdão da expressão, já encheu o saco. E não se trata de crítica barata porque sou palmeirense. Admiro o esforço de Ronaldo, mas não dá para, dia após dia, ver notícias como "Ronaldo mostra a barriga pela primeira vez", "Ronaldo entra no balde de gelo pela primeira vez no Timão", etc...

E para quem pensa que isto vem apenas da imprensa sensacionalista, engana-se. O UOL, um dos mais respeitados portais de notícia do país, trazia há pouco o seguinte destaque em sua página principal: "Ronaldo reduz o volume de cabelo com corte de R$ 15". Definitivamente não dá!

PS: gostaria muito de ver, tanto em relação a essa questão do Ronaldo como também sobre os questionamentos anteriores, a opinião do editor de Esportes do Jornal de Limeira, Cristiano Kock Vitta.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009 | | 1 comentários

Novas pílulas

>>> Pronto, chegou o que faltava: cerveja de chocolate. O novo produto é da cervejaria Sapporo, do Japão. As vendas serão feitas pela Internet (uma caixa com três latinhas custará cerca de R$ 35). E tem mais: a Chocolat Brewery terá prazo limitado de venda (de 14 a 23 deste mês). O site da empresa é http://www.sapporobeer.jp. Em tempo: a notícia sobre a novidade me foi enviada por um amigo, fiel companheiro de cervejadas. Pois este amigo bem que podia encomendar uma caixa para experimentarmos... Que tal?

>>> A companhia aérea US Airways, aquela do avião que pousou emergencialmente no Rio Hudson, em Nova York, na semana passada, acaba de enviar um cheque de US$ 5 mil a cada um dos 150 passageiros. É a compensação pelas perdas de bagagens, etc. Isso cinco dias depois do acidente. No Brasil, é preciso esperar décadas para uma indenização...

>>> A Secretaria Estadual da Educação implantará em Limeira até o final de 2009 o programa que transforma as salas de informática de escolas estaduais em espécies de "lan houses", deixando-as abertas em período integral.

>>> No dia da posse de Barack Obama na presidência dos Estados Unidos, reproduzo o comentário feito pelo jornalista Fernando Rodrigues em sua coluna na "Folha de S. Paulo" dia desses: "Como escreveu o festejado comentarista da CNN Fareed Zakaria, ´o novo presidente dos EUA será julgado pela habilidade de salvar o capitalismo´". Faz sentido.

>>> Agradeço as manifestações de Paulo Silas, Sérgio Lordello Duarte e Reinaldo Bastelli. A todos, minha gratidão.

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Obama, a restauração (?)

Como era de se esperar, o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Hussein Obama, fez um discurso "daqueles". Restaurou os valores da América, abriu o país ao mundo, pregou tolerância, união e trabalho. Obviamente, não faltou patriotismo (o já conhecido patriotismo norte-americano, o do "somos os maiores"), mas isto é detalhe neste momento.

Obama falou que não se deve medir a prosperidade dos EUA pelo Produto Interno Bruto (PIB) e sim por sua conhecida característica de criar oportunidades a todos aqueles que queiram. Não se cria prosperidade ajudando os prósperos; foi assim que pregou apoio aos países pobres. Ele lembrou que os EUA são um país multifacetado, formado por imigrantes, e que estes devem formar uma só nação, não pequenos grupos dentro de uma nação.

O novo presidente reconheceu o tamanho da crise e disse que os EUA não fugirão à luta. De cara, recolocou o Estado no lugar devido ao manifestar que não se pode deixar o mercado sem um olho fiscalizador. Disse que vai entregar o Iraque aos iraquianos. Aos muçulmanos, pregou respeito mútuo. Falou, naturalmente, de racismo - sem rancor - ao citar que há 60 anos seu pai não podia entrar num restaurante local e hoje ele estava sendo empossado presidente do país.

Diplomaticamente, Obama agradeceu a George Walker Bush - o agora ex-presidente - pela generosidade na transição e pelos esforços feitos pela nação, mas não deixou de criticar as escolhas erradas. Defendeu o estilo de vida norte-americano, mas salientou que os países ricos não podem ignorar os efeitos de suas ações no meio ambiente.

Neste momento, talvez ainda seja cedo para destacar qual de suas frases entrará para a história - se é que alguma delas entrará. O fato é que Obama chegou no lugar onde muitos imaginaram que ele não chegaria. Isto, por si só, já lhe dá o direito à confiança. De resto, é trabalhar. Obama, os norte-americanos, você, eu, todos. O discurso foi belo, mas não será ele isoladamente que fará um mundo melhor.

PS: a foto é do site da BBC Brasil.

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O julgamento de Hefesto

Hefesto sentou-se à mesa junto com os comensais. Imaginava uma celebração. Viu-se num julgamento. À moda antiga. Sequer houve um simulacro de contraditório. Nada. Na tábula, só acusadores. “Hipócrita! Infiel!” Em dados momentos, insinuava-se uma compaixão. Pobre Hefesto. Sentiu a dor dos indefesos. Depois, buscou no fundo da alma a força dos injustiçados e deixou escorrer por entre os lábios o veneno da vingança, perdido. Não, Hefesto jamais o usaria.

Numa mistura de ódio e dor, ele aguardou a sentença. Viu sorrisos, que lhe pareceram ainda mais debochadores. Houve tempo para que um dos acusadores ensaiasse compaixão. Desnecessária. A compaixão brevemente transformou-se em remorso, engolido a seco, corroendo as entranhas. Ainda assim, Hefesto sentiu-se naquele momento guarnecido por uma gota de bom-senso. Sim, restava uma gota.

À volta, Hefesto olhava e via hipocrisia. Sarcasmo. Justamente daqueles que escolhidos a dedo foram. O torpor fez com que não mais distinguisse mentira de verdade. Sendo assim, decidiu acreditar em tudo. E sendo assim, aplicou a si próprio a lei do silêncio. Decidiu nada mais falar. E assim será. Por todo o sempre.

Por fim, Hefesto não foi condenado. Jamais seria. Talvez seja esta a pior das condenações, aquela que não escapa aos lábios, mas que se transmite pelos olhos e que fica na mente, à espera de um novo julgamento – ou seria uma nova sessão de tortura?

“Vinho para todos!”, gritou Hefesto. E celebraram, como se nada houvera passado, como se nada houvera sido falado naquela noite.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009 | | 0 comentários

Paisagens britânicas



Há uma exposição em Londres, chamada "Take a View", que retrata as melhores fotos de paisagem da Grã-Bretanha do ano passado. O concurso que resulta na mostra é promovido anualmente para pessoas de todas as idades, de todos os lugares (seja britânico ou apenas um visitante da Grã-Bretanha). Ele é dividido em várias categorias, como Paisagem Clássica, Paisagem com Pessoa Adulta, Sua Visão, etc. As fotos, naturalmente, são belas.

Segundo a BBC Brasil, o prêmio principal no valor de 10 mil libras (algo em torno de R$ 40 mil) foi para Gary Eastwood. Ele captou uma cena espetacular - e crepuscular: fotografou seu cachorro Barney na cidade inglesa de Hove. Além da foto dele, esta postagem traz as imagens feitas por Gary Waidson (Floresta de Tandlewood, em Lancashire) e de Kevin Walsh (Balsa encalhada na praia de Blackpool, em Lancashire).

As fotos colocadas neste blog foram disponibilizadas pela BBC Brasil em seu site. Todas as fotos vencedoras em 2008 e informações sobre o concurso podem ser obtidas no site http://www.take-a-view.co.uk. Garanto que vale a pena!!!

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As manobras de Serra

Ainda não se sabe com exatidão quais as reais intenções do governador José Serra (São Paulo) e do seu partido, o PSDB, com a indicação - anunciada há pouco pelo UOL - da nomeação do ex-governador Geraldo Alckmin como novo secretário estadual de Desenvolvimento.

Dois fatos, porém, já são certos: 1) Alckmin volta à cena política, galgado por um "inimigo íntimo" (ele e Serra travaram árduas disputas nos bastidores do PSDB paulista); 2) Serra fortalece suas alianças internas na tentativa de ser presidente da República em 2010.

Há um outro ingrediente em questão: a nomeação se dá justamente no momento em que despontavam na mídia os nomes do vice-governador Alberto Goldman e do secretário-chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, como eventuais candidatos tucanos ao governo paulista. Ou seja: partiu do chefe Serra o balde de água fria (Alckmin é cotadíssimo para disputar o cargo que já ocupou por anos).

domingo, 18 de janeiro de 2009 | | 0 comentários

Pilhéria

Idiota, segundo o Moderno Dicionário da Língua Portuguesa: “falta de inteligência”, “estúpido, parvo, pateta”; “ignorante”; “doente de idiotia”, “pessoa com nível mental a um quinto, ou menos, do nível normal do grupo de idade cronológica a que pertence”.

Burro, segundo o mesmo dicionário e na acepção que interessa aqui: “indivíduo estúpido, grosseiro, teimoso ou muito ignorante”.

Filho da puta: bem, esta expressão não consta do dicionário.

Some todos os ingredientes e o resultado será: eu (com todo o respeito que a minha mãezinha merece)!

PS: esta postagem é uma brincadeira. Indelicada, mas ainda assim uma brincadeira. Portanto, riam se quiserem.

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O poder absoluto

A humanidade – e o ser humano, por consequência – costuma aprender com os erros. Foi assim com a bomba atômica, foi assim com o genocídio dos judeus, foi assim com a escravidão, foi assim com o absolutismo. Muitas vezes, é verdade, sequer o erro é suficiente para ensinar (a história está marcada por exemplos de erros que se repetem, como a disputa entre judeus e palestinos na Terra Santa).

Estava pensando tudo isso porque, ao assistir à série “Tudors” (aliás, uma das produções mais requintadas dos últimos tempos), deparei-me com um dos ícones do absolutismo que reinou na Europa há 500 anos. A história de Henrique VIII, da Inglaterra, é intrigante, sob todos os aspectos. Ela revela um monarca volúvel, voraz, humano e carrasco, tudo ao mesmo tempo.

Tão ou mais interessante do que isso, porém, é imaginar o poder absoluto – e, no caso de Henrique VIII, o absolutismo ganhou um ingrediente extra quando ele se declarou chefe da Igreja na Inglaterra. De fato, a humanidade precisou passar por essa experiência para descobrir quão perigosa ela é. Ousar questionar uma decisão do rei podia significar a morte. Ousar se apaixonar por uma das dezenas de mulheres que lhe interessavam era crime imperdoável. O monarca podia, de um momento para o outro (e fez isso várias vezes, com várias pessoas), levar alguém do céu ao inferno. Ana Bolena, por exemplo, passou de uma simples ama da rainha Catarina à rainha da Inglaterra e, dali três anos, era decapitada por ordem do rei.

Não, definitivamente nenhum ser humano deve ter o poder absoluto. Até porque ele dá uma grande margem para se cometer injustiças, que muitas vezes não podem mais ser consertadas.

PS: eu, por exemplo, se tivesse o poder absoluto dias atrás, teria ordenado que todos à minha volta, indistintamente, queimassem na fogueira. Eu ardia de ódio, eles arderiam no fogo. Isso aconteceu poucas horas depois de eu abandonar meu “império”...

Em tempo: a série “Tudors” revela uma faceta do ser humano bastante interessante. É perceptível como a amizade se sobrepõe às demais relações, inclusive às amorosas. No fim das contas, é sempre aos poucos amigos que Henrique VIII recorre. Eles são os verdadeiros e únicos detentores da confiança real. É o endosso de uma frase que ouvi certa vez. Ela apontava que a relação de amigos exige muito mais confiança do que qualquer outra – sendo, portanto, mais “nobre”.

sábado, 17 de janeiro de 2009 | | 3 comentários

Alguém aceita alface?

A origem das palavras – ou etimologia - é das coisas mais interessantes que existem, pois revela não só o caráter linguístico de uma determinada sociedade, como também sua história. Na Língua Portuguesa, temos muitas palavras de origem estrangeira, algumas delas facilmente identificáveis porque remetem a objetos e seu país de origem. É o caso de abajur – palavra e objeto oriundos da França.

Em outros casos, porém, não há uma identificação direta. Outro dia, estava numa roda de bate-papo e falei sobre a origem árabe de palavras iniciadas com “al” – correspondente ao nosso artigo definido “o”. Os companheiros de roda desconheciam o fato. Citei o exemplo de alface – e a partir daí foi um tal de “almeirão”, “alcachofra”, que mais parecia brincadeira de criança tentando achar palavras.

Pois é isso mesmo. Para quem não sabe, “todas as palavras cuja primeira sílaba seja ´al´ são de origem árabe, mas aquelas em que ´al´ não forme uma sílaba podem ter uma raíz distinta”, explica o Wikipedia. Isso é reflexo do domínio árabe (mouro) sob a Península Ibérica por quase 500 anos.

Além de alface, são de origem árabe alambique, alcachofra, alcaide, alcateia, álcool, alecrim, alfafa, alfaiate, alfândega, alfarrábio, alfazema, alferes, alforria, algarismo, álgebra, algema, algodão, alicate, almanaque, almofada, almôndega, almoxarifado, alvará, etc. E não é só “al”; tem também açafrão (que vem de azzafaran, amarelo), açoite, açougue, açúcar, azeite, azulejo, etc.

Muitos nomes de famílias também atestam a presença árabe em Portugal. Quando houve a Reconquista e a expulsão dos mouros, aqueles que foram presos tiveram que optar pela conversão ao catolicismo ou a morte. Como a tradição entre árabes era a de usar como sobrenome a localidade de origem da pessoa, os mouros convertidos – os chamados cristãos-novos - precisaram ser batizados. Para isso, foram sendo criados sobrenomes ligados a árvores, animais, ferramentas, como Pinheiro, Carvalho, Nogueira, Figueira, Machado, Coelho, etc.

Portanto, todas as pessoas que possuem estes sobrenomes, se fizerem suas árvores genealógicas, deverão se deparar com algum antepassado árabe.

PS: o território ocupado pelos árabes na Península Ibérica chamava-se Al-Andalus. Daí para Andaluzia, uma região hoje pertencente à Espanha, não é preciso muito...

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009 | | 0 comentários

Encarar a realidade

Outro dia um amigo escreveu no blog dele que o ser humano enxerga o que lhe convém. É fato. Da mesma forma, o ser humano tem dificuldade para lidar com a realidade. Obviamente, nos dois casos são generalizações - elas existem para indicar tendências comportamentais de um grupo. O curioso é perceber como estas características se dão na prática.

Outro dia, eu vivi uma experiência interessante. Acabei de sair do emprego onde estava há dez anos, num jornal. Foi, portanto, uma decisão difícil para mim e para os outros. Combinamos - a direção da empresa e eu - que ficaria até uma determinada data e elaboramos um planejamento de transição. Pelo planejamento, nesta semana - a última - eu ficaria "invisível". Ou seja: só observaria eventuais falhas processuais, não atuando diretamente em nenhum dos processos.

Para mim a tarefa não foi tão difícil. O mais difícil foi para os outros. Muitas pessoas teimavam em recorrer a mim. Delicadamente, eu explicava que aquela tarefa não me cabia mais. Oficialmente, porém, eu ainda era o editor-chefe (embora na prática não estivesse mais exercendo o cargo).

Num dia desses à tarde, estava na sala do gerente comercial quando tocou o telefone. Era um leitor que queria falar comigo (na verdade, com o editor-chefe). O gerente comercial atendeu, ensaiou alguma desculpa, olhou-me como quem dissesse "o que eu falo?" até que disparou, prático como ele só:

- Diga que o Rodrigo não é mais o editor-chefe do Jornal.

Ele riu, eu ri. Ele ainda comentou com certo tato: "é isso, né?". Claro que era isso - e o tato era dispensável. A seguir comentamos justamente sobre a dificuldade das pessoas admitirem uma nova realidade e a necessidade de falar isso claramente, como ele fez.

PS: confesso que ainda não tinha ouvido alguém falar tão diretamente que eu não era mais o editor-chefe. Como eu sempre soube que tudo na vida é passageiro, inclusive os cargos que ocupamos, não me choquei. Fico imaginando como é "o dia seguinte" para uma pessoa que ocupa um alto cargo, como o presidente da República, e que vive sendo bajulada em função disso... Sim, porque há muitas pessoas que se apegam a isso e se esquecem que são lembradas mais pelo cargo que ocupam do que pelo que efetivamente são.

Em tempo: o ano novo mal começou e eu já tenho duas frases que entrarão no meu resumo de 2009.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 | | 1 comentários

Despedida



"Já está chegando a hora de ir
Venho aqui me despedir e dizer
Em qualquer lugar por onde eu andar
Vou lembrar de você(S)

Só me resta agora dizer adeus
E depois o meu caminho seguir
O meu coração aqui vou deixar
Não ligue se acaso eu chorar
Mas agora adeus."
("Despedida", de Roberto Carlos/Erasmo Carlos)

PS: dedicado aos amigos e colegas do Jornal de Limeira

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Um "até logo" junto ao fogo

Certa vez, ainda criança, estava num acampamento de férias quando conheci uma "tia" legal. Isso mesmo, "tia", como aquelas da escola. Eu estava ainda na idade de chamá-la assim. Essa "tia" era de São Paulo e rapidamente entrosou-se com o pessoal de Limeira. Ela coordenava as brincadeiras com as crianças, fazia lanches, cantávamos e conversávamos.

Confesso que não me lembro o nome dessa "tia", mas me recordo com exatidão a sua figura e as coisas que falou.

Já perto do fim das férias naquele acampamento, estávamos discutindo futuros encontros, visitas do pessoal de Limeira a São Paulo e vice-versa. Na noite anterior ao dia da despedida, a "tia" fez uma fogueira, reuniu a galera e começamos a conversar e a cantar. Recordo-me bem do trecho da música: "Não é mais que um até logo, não é mais que um breve adeus; bem cedo junto ao fogo voltaremos a nos ver".

Eu, na minha inocência da infância, acreditei que aquela música era verdadeira. Que, de fato, não seria mais que um até logo, mais que um breve adeus. Não foi. Foi um adeus definitivo (ou ao menos que tem durado uns 25 anos).

Hoje, confesso que não sei se é melhor ter a inocência da criança que acredita em tudo ou a dureza do adulto que sabe que a vida não é bem assim. Só sei que a cada fato da vida, como o que vivencio agora, sempre acredito que será apenas um até logo, um breve adeus, mas temo que a realidade seja como aquelas visitas mútuas que havíamos programado naquele dia, naquele acompamento, e que jamais ocorreram.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009 | | 1 comentários

Lágrimas e chuva


Chego em casa nesta noite de quarta-feira e a chuva cai. Cai forte, cai límpida.

Há tempos venho tendo vontade de tomar chuva, como fazia quando criança. Tentei no Ano Novo, sob olhares repreensivos de alguém, mas desisti. Nesta noite, a vontade se acentuou. "A chuva lava a alma", digo.


Em casa, olho pela janela e a chuva cai. "A chuva lava a alma", diz, coincidentemente, minha mãe. Mais um sinal da vida. Preciso realmente tomar chuva.


"Lágrimas e chuva molham o vidro da janela

Mas ninguém me vê."

Olho no espelho e vejo olhos verdes. Meus olhos estão ficando verdes. Fico feliz por um segundo, um eterno segundo. E volto. Acho que estão ficando verdes por causa das lágrimas. Elas insistem em cair nestes dias.


"A noite é muito longa,

eu sou capaz de certas coisas que eu não quis fazer."

Eu quis. Eu fiz. Ainda assim as lágrimas insistem em cair. Como a chuva lá fora.


Duas pessoas me perguntaram hoje como estou nestes dias. Estou chovendo. Está chovendo.


"Será que alguma coisa nisso tudo faz sentido?

A vida é sempre um risco, eu tenho medo do perigo."

Mas sigo. Meus olhos quase verdes seguem também... vendo a chuva. A chuva para. Eu paro. As lágrimas cessam. Por ora.


"Será que existe alguém ou algum motivo importante

que justifique a vida ou pelo menos este instante."

Existe. A chuva. A lágrima. As lágrimas que insistem em cair. Teimosa e dolorosamente, marcando o tempo, contando as horas que faltam.


Cansei de chorar. Ainda tenho muito o que chorar. As lágrimas me pertencem. Eu, no meu quarto, olho pela janela e vejo que a chuva vai voltar. E eu quero tomar chuva.


"Não sou eu quem me navega,

quem me navega é o mar."

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Asas à imaginação





Um comercial que tem passado na TV (a cabo) há alguns dias tem como estrela um cão-peixe. Ou seria um peixe-cão? Vira e mexe surgem experiências que misturam duas espécies animais, ainda que sejam experimentos meramente "ilustrativos" (ou seja, não reais). Até o ser humano já foi alvo dessas experiências. Afinal, quem nunca quis ter asas para voar? Essa vontade - ligada à fantasia humana - deu origem até a um super-herói, o Homem-Pássaro.

Pois agora uma artista plástica australiana, Emily Valentine, decidiu colocar asas nos cães. Isso mesmo. Ela criou cães-pássaros. Para isso, usa penas de pássaros e as coloca em esculturas de cachorros. A intenção das obras é questionar a relação dos seres humanos com os animais, informa a BBC Brasil. "Ora são pestes, ora animais de estimação. Valiosos ou sem valor. Quero entender porque essa relação é assim", afirmou.

Em tempo: uma exposição de Valentine vai ser aberta dia 30 na galeria Tin Sheds da Universidade de Sydney, na Austrália.

PS: as fotos são da BBC Brasil.

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A bondade humana depende de Deus?

Estou lendo há algum tempo um livro difícil - "Deus, um delírio", de Richard Dawkins. São 500 páginas de pura teoria científica. O autor busca provar que Deus não existe. Quando o adquiri, obviamente fiquei tentado pela provocação do título.

Pois bem, não vou aqui reproduzir as teses de Dawkins sobre a inexistência de Deus. Um capítulo que estou lendo agora, porém, chamou minha atenção em particular - e este tema considero interessante para discutir: afinal, o ser humano depende de Deus para ser bom? A bondade humana está ligada a uma religião?

De antemão, adianto que o autor defende que a bondade precede a religião. Logo, não há ligação entre elas. Mais: ele mostra como a bondade (aqui resumida nesta palavra mais genérica) tem suas raízes na evolução humana.

"Temos agora quatro bons motivos darwinianos para que os indivíduos sejam altruístas, generosos ou 'morais' uns com os outros. Em primeiro lugar, há o caso especial do parentesco genético. Em segundo, há a replicação: o pagamento dos favores recebidos, e a execução de favores 'antecipando' seu pagamento. Depois desses vem, em terceiro lugar, o benefício darwiniano de adquirir uma reputação de generosidade e bondade. E, em quarto, se Zahavi estiver certo, vem o benefício adicional específico da generosidade conspícua, como forma de comprar uma propaganda autêntica e impossível de falsificar." (p. 286)

Interessante, não? Dawkins vai além ao identificar semelhanças entre a natureza do desejo sexual e da generosidade humana.

"O desejo sexual é a força que impulsiona uma grande proporção da ambição e do esforço humanos, e boa parte dela constitui um erro. Não há nenhum motivo para que o mesmo não possa acontecer com o desejo de ser generoso e piedoso, se essa é a consequência equivocada da vida nas aldeias de nossos ancestrais. A melhor maneira de a seleção natural imprimir os dois tipos de desejo nos tempos ancestrais foi instalando regras gerais no cérebro. Essas regras ainda nos influenciam hoje em dia, mesmo quando as circunstâncias as tornam inadequadas a suas funções originais." (p. 289)

E você, o que pensa: a bondade humana depende de Deus?

terça-feira, 13 de janeiro de 2009 | | 0 comentários

Paisagens



A cada estação, uma nova cidade. Quando fui para o Japão, a guia disse que o país é diferente a cada uma das estações do ano. Isso, obviamente, não é exclusividade japonesa. Veja, por exemplo, como a paisagem de Paris muda da primavera para o inverno...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009 | | 1 comentários

O medo e os sinais da vida

É espantoso como a sabedoria é sábia (atenção: redundância proposital) e pode vir das pessoas e nos momentos mais surpreendentes.

Alguém disse certa vez que a diferença entre o remédio e a droga é a dosagem. Exatamente o mesmo acontece com o medo. Há um limite tênue entre a necessária cautela e a paralisia. Um miligrama a mais ou a menos pode ser fatal - ainda que não de modo literal.

Estou escrevendo tudo isso porque ontem um amigo e eu tomávamos um chope, como aliás há muito tempo não fazíamos (subversivamente numa segunda-feira), e discutíamos justamente o medo - e seus sinônimos comportamentais que nos impedem de agir, de correr atrás, de arriscar (este é "o verbo"). Apresentávamos uma série de teorias, com as quais ambos concordamos, e voltávamos sempre ao mesmo ponto: o medo de arriscar em razão do comodismo.

O mais engraçado é que sempre neste ponto da conversa discutimos como se não fôssemos nós os envolvidos no assunto, como se aquilo não nos dissesse respeito, como se não coubesse a cada um de nós agir. Fazemos o diagnóstico, sabemos a saída e não agimos.

Foi exatamente neste ponto da conversa que a garçonete chegou. Tínhamos ido ao local para tomar uns dois ou três chopes. Ela ofereceu mais e negamos. Brincamos que ela estava querendo ganhar comissão, ela explicou que não e disparou o morteiro:

- Vocês estão é com medo!

Meus Deus. São raras as vezes em que alguém consegue resumir de forma tão marcante uma conversa. Aquela frase soou como uma flecha, disparada por um sábio arqueiro em direção ao alvo. Não tenho dúvida, foi um sinal. De Deus, do universo, da sabedoria, transmitido por aquela humilde garçonete.

Tenho lido umas coisas ultimamente que falam exatamente disso, da necessidade de sabermos identificar os sinais que a vida nos dá. A frase daquela mulher foi um sinal. O recado foi dado. Cabe a cada um recebê-lo ou ignorá-lo - só não se poderá depois acusar a vida de não ter alertado.

PS: como fiz no final de 2008, pretendo em dezembro reproduzir as frases que marcaram meu ano. Eis aí a primeira delas...

Em tempo: após a frase, acabamos pedindo mais alguns chopes. Além de transmissora involuntária de sinais, a moça é boa vendedora.

domingo, 11 de janeiro de 2009 | | 0 comentários

Ouvindo Fernanda Young - uma reflexão sobre a "idolatria da bunda"

Na última semana assisti a uma entrevista da Fernanda Young. Sempre gostei do trabalho dela como roteirista ("Os Normais", por exemplo). Por justiça, cumpre registrar que ela conta com a co-autoria do marido Alexandre Machado. Assisto com certa frequência ao programa dela no GNT, "Irritando Fernanda Young". O programa passa aos domingos depois do "Manhattan Conection", uma das atrações de que eu mais gosto, e por isso sempre o vejo. Confesso que ele vale mais pelo inusitado do que por ser um programa de entrevista, mas esta é outra questão.

Esta postagem começa a ficar longa e ainda não entrei no assunto principal. Pois bem, voltando à entrevista: Fernanda Young me surpreendeu. Achava que ela fazia um pouco de tipo, meio rebelde, mas vi que não, ela é autêntica. E faz pensar! Disse, por exemplo, que não há sentido em gostar de velhinhos só porque são... velhinhos. "Tem muito velhinho filha da puta", citou. Faz sentido. Da mesma forma, ela falou que mãe não é doce só por ser mãe. De fato. Tem muita mãe filha da puta...

Obviamente, ela criticou a hipocrisia nacional (ou do ser humano, melhor dizendo). Pregou o valor do caráter e da honestidade (em todos os detalhes da vida, até naquele um centavo que possamos eventualmente receber a mais) e manifestou ter uma certa "inocência" (coloquei entre aspas porque na verdade ela se referiu à confiança no ser humano, o que eu traduzi pela palavra em questão).

Um ponto da entrevista que me chamou a atenção foi quando ela criticou com veemência o que podemos chamar de "idolatria da bunda" neste País. Um amigo e eu tínhamos conversado sobre este assunto naquele mesmo dia. Ele escreveu sobre isso no blog dele. Recomendo a leitura, pois expressa de certo modo o que a Fernanda Young quis dizer. O endereço é http://cristianopersona.blogspot.com/2009/01/caras-e-bundas.html.

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A última primeira página

Sábado último eu praticamente encerrei meu ciclo profissional no Jornal de Limeira (esta semana ficarei só no "backstage"). Nesse dia, portanto, fiz minha última primeira página. Brinquei com alguns amigos durante a semana que ela (a derradeira) traria alguma mensagem enigmática de despedida. Claro que meu senso de responsabilidade não me permitiu fazer nenhuma brincadeira lá, mas aqui no blog o espaço é livre. Eis, portanto, a primeira página que eu não pude fazer (lá):

Em tempo: repare nos títulos (basta clicar na imagem para visualizá-la em tamanho maior), da manchete à linha azul. Eles trazem as mensagens necessárias.

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Momentos felizes

Três momentos felizes:

1 - A Mi e eu (e meu sorriso encantador)
2 - A Mi, eu e os amigos
3 - Eu e eu (um rapaz sério hehehe)

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Violência e sociedade

Outro dia estava discutindo com um grupo de amigos quais as soluções para a violência. Dois defendiam a pena de morte; um outro e eu ponderávamos que a saída é a educação e a forte presença do Estado (resultados a médio prazo, obviamente). No domingo passado (4/1), li na "Folha de S. Paulo" um artigo do jornalista Gilberto Dimenstein - "Entre o Bronx e a cracolândia" - que ajuda a clarear um pouco o que penso a respeito do assunto.

Já na introdução, ele explica: "O senso de coletividade foi um dos ingredientes que fizeram a falida Nova York retornar a sua exuberância". A seguir, alguns trechos do artigo:

"MORADOR DE HIGIENÓPOLIS há 40 anos, Norman Gall foi criado em South Bronx, em Nova York. O sossegado bairro de imigrantes europeus se transformou, na década de 1970, no símbolo da degradação urbana dos Estados Unidos - com guerras de gangues e incêndios criminosos, era o cenário de muitos dos filmes sobre violência nova-iorquina. Mas, hoje, é um daqueles laboratórios de soluções urbanas, admirados mundialmente. Norman voltou recentemente para a escola pública em que estudou e se admirou com as inovações. Não apenas escreveu um livro sobre o que viu, mas estabeleceu uma ponte para que a experiência pudesse, neste ano, ser testada em colégios estaduais na zona leste de São Paulo e daí, quem sabe, ser replicada.

(...) Indivíduos como Norman Gall revelam uma cidade com um crescente senso de coletividade -no qual não se esperam soluções apenas do governo- e foi esse um dos ingredientes que fez a falida Nova York retornar para a sua exuberância. Em São Paulo, há dezenas de instituições e empresários que vêm assumindo projetos sociais e escolas públicas. Um dos mais famosos publicitários brasileiros, Nizan Guanaes me disse que vai usar seus recursos e contatos para criar, na periferia, uma escola de referência nacional. É o que pretende a Faap ao adotar uma escola na zona oeste. Batem recordes as captações de recursos para programas de proteção à infância e à adolescência.

Boa parte da elite paulistana se aglutinou no movimento Nossa São Paulo, criando metas para toda a cidade. O fato de a violência na cidade cair ininterruptamente desde 1999 e praticamente tirar do assassinato o rótulo de epidemia se explica, em parte, pela ação da sociedade, onde nasceu a campanha pelo desarmamento. Movimentos pela paz se disseminaram em regiões como Jd. Ângela, Paraisópolis e Heliópolis.

São Paulo tem a vantagem de viver uma desconhecida harmonia entre um prefeito e um governador, cujos principais investimentos nos próximos anos serão na região metropolitana, entre os quais metrô, Rodoanel e escolas técnicas. Essa será uma das vitrines de José Serra. Essa parceria favorece acertos nas mais diferentes áreas, como cultura e educação, que se concentram em espaços municipais. Embora em menor escala, a cidade vem conseguindo que os três poderes (federal, estadual e municipal) trabalhem juntos, como em Heliópolis, onde se desenvolveu o conceito de bairro educador, previsto para ser disseminado pela prefeitura.

Além do aumento do sentimento de coletividade e da parceria com o governo estadual, São Paulo terá políticas razoavelmente ininterruptas por dois mandatos; afinal, Kassab ficará (isso se cumprir sua promessa) por quase oito anos no cargo. Ele está com prestígio em alta, não terá um ano para se adaptar à maquina da prefeitura - e não perderá um ano no final de seu mandato, metido numa eleição. É bastante tempo para que ele revitalize a região da Luz, conhecida como cracolândia, a nossa versão do South Bronx, implante as escolas em tempo integral, espalhe centros culturais e saúde pela periferia, e transforme favelas em bairros.

(...) Um dos fatos que mais marcaram meu aprendizado sobre engenharia comunitária foi ter sido apresentado ao South Bronx por ex-chefes de gangues, que se converteram em reformadores de casas abandonadas. O combate à barbárie rumou das ruas para dentro das escolas, gerando resultados extraordinários, devido a uma série de ousadias. Aqui, ouvi a frase que sempre quis ouvir de um governante brasileiro. O prefeito Michael Bloomberg pediu aos eleitores que o julgassem por um critério: "Quero ser avaliado pelo desempenho dos meus alunos". Cada vez que volto aqui, vejo que ele está vencendo, a tal ponto que algumas das suas ações se espalham pelo mundo, como na zona leste. Mas também percebo como a resistência paulistana é um dos fatos sociais mais interessantes do Brasil."

PS: esta postagem é dedicada ao amigo Rogério.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009 | | 2 comentários

Para NC, obrigado por tudo! RP


São 2h55 e estou pensando em uma amiga. Com todo o respeito. Ela vive um dilema pelo qual passei recentemente e acho que uma palavra amiga sempre ajuda – eu tive experiência nesse sentido e posso garantir que ajuda.

Se pudesse encontrá-la agora, diria: o que a faz feliz? Ao menos profissionalmente. Então é isso que deve fazer. Assuma os riscos e as consequências e seja feliz. Não é possível ter tudo na vida.

Talvez tenha falado poucas vezes e a poucas pessoas o que vou dizer agora. A vida é feita de circunstâncias. Eu, por exemplo, tornei-me uma pessoa um tanto individualista. Sei disso. Antes de pensar em todo o resto, penso em mim. O “resto” inclui minha família (aliás, meus pais). Sei que para muitas pessoas isso soa como falta de amor aos outros. Estão enganadas. Eu sei dos meus sentimentos. Amo as pessoas como sequer elas imaginam. Isso vale para um grupo de cinco, que têm o meu amor maior. Aquele amor por quem se faria mil vezes, como o dito em “O caçador de pipas”.

O fato de pensar antes de mais nada em mim não me faz uma pessoa certa ou errada, melhor ou pior. Não me faz amar mais ou menos. Posso garantir. Se houvesse um medidor de amor, o meu pelas pessoas a quem quero bem atingiria um nível muito maior do que muitos imaginam.

Ainda assim, amar as pessoas intensamente (sim, não sei ter relações superficiais, sou emotivo) – ainda que isso não seja demonstrado da forma como muitos esperam – não impede que eu pense antes em mim. São meus interesses que interessam, com o perdão da pobreza vocabular.

Não temo ser julgado por isso. Assumo que sou individualista. Já ouvi tanta coisa que estou escaldado. Já me disseram que sou incompetente e eu simplesmente tenho pena dessa pessoa (pena, o pior dos sentimentos). Já insinuaram que passei rasteira e eu simplesmente rio dessas pessoas (elas realmente não me conhecem). Não, não temo julgamentos. Ninguém, absolutamente ninguém, paga minhas contas. Até por isso não devo justificativas dos meus atos.

Estou escrevendo isso para deixar o recado para esta amiga: antes de tudo, você. Pense no que você precisa para ser feliz. E faça! Não espere dos outros. Lembre-se apenas que às vezes é preciso abrir mão de algumas muitas coisas. São escolhas que fazemos na vida – e ela nos força a fazer. Só não permita a lamentação. Este é o fundo do poço! Também não se deixe enganar com ilusões – a gente costuma se iludir facilmente, principalmente quando estamos cegos (normalmente de paixão). A vida é mais fria e prática do que imaginamos, o que não impede o sangue de pulsar. Graças a Deus!

Quase três anos depois, eu retribuo-lhe o mesmo verso que certa vez você me enviou: “Por que você faz isso com você?”. Está naquela música do Raul, lembra-se? Você não consegue ter idéia de como aquela música me inspirou.

Junto desse verso, para encerrar, reproduzo uma canção cujo refrão é o resumo da vida:

“Doing everything that I believe in
Going by the rules that I´ve been taught
More understanding of what´s around me
And protected from the walls of love

No point in talking what you should have been
And regretting the things that went on
Life´s full of mistakes, destinies and fate
Remove the clouds look at the bigger picture

All that you see is me
And all I truly believe

That I was born to try
I´ve learned to love
Be understanding
And believe in life
But you've got to make choices
Be wrong or right
Sometimes you´ve got to sacrifice the things you like…”
("Born to try")

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Uma história em números

Confesso que quando decidimos que eu faria o fechamento do Jornal de Limeira nesta primeira semana útil de janeiro, a ideia não me agradou muito. Estou cansado e em ritmo de despedida.

No entanto, mudei de ideia. Estou adorando estes dias de fechamento. Tenho buscado fazer o melhor dentro das possibilidades. Além disso, estou em companhia de amigos à noite - o que reforça o prazer do trabalho.

Acho que a sensação de que são as últimas vezes tem me motivado. Aliás, estava fazendo umas contas básicas e cheguei a uns números interessantes: até o próximo dia 16, terão sido nada menos do que:

3.780 dias de dedicação ao Jornal de Limeira,

800 primeiras páginas e

1.560 colunas do "Vai & Vem".

Com tudo isso, não me resta dúvida: fiz minha parte na história do JL, uma história que está prestes a se encerrar...

"Sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que estou indo embora
Um dia eu volto
Talvez eu volte
Um dia eu volto, quem sabe...

Mas eu preciso esquecê-la
Ah, minha grande
Ah, minha grande
Ah, minha pequena
Ah, minha imensa obsessão
Ah, minha grande obsessão"
("Vapor Barato")

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Pílulas de Ano Novo

Algumas pílulas para o início de 2009:

>>> Para quem ainda não percebeu, já estou aplicando (ou tentando) a nova ortografia da Língua Portuguesa. Em relação a este assunto, só uma colocação: por que não eliminaram o hífen de vez (hehehe)?

>>> Minha mãe esteve recentemente em Natal (RN) e eu perguntei sobre o menino do cajueiro. Ela não o viu nem tinha informações. Pois eu li hoje num jornal o atual endereço de Tom, o tal menino. Ele acaba de assumir a Secretaria de Turismo de Brotas, no coração do Estado de São Paulo. O então menino ficou famoso na década de 1990 ao ser apresentado em rede nacional pela Regina Case.

>>> A revista “Viagem & Turismo” de janeiro traz uma nota sobre o trabalho fotográfico e artístico de Michael Hughes. Para quem não sabe, ele fotografa souvenires no lugar de pontos turísticos tradicionais. A revista está divulgando agora, mas quem acompanha meu blog “Piscitas – Travel & Fun” leu sobre isso no início de outubro. Para quem perdeu, o endereço é:
http://rodrigopiscitelli.blogspot.com/2008/10/souvenir-1.html.

>>> Ao reler um trecho do livro “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu, que ganhei de um amigo, deparei-me com uma interessante informação sobre como “captar” espiões. Princípio básico: identificar as pessoas que deixaram de receber uma promoção profissional, estão descontentes com o superior, têm ganância em crescer na vida a qualquer custo, foram passadas para trás, gostam demasiadamente de dinheiro e poder, etc. Em outras palavras, pessoas suscetíveis à corrupção. Detalhe: a obra foi escrita no século IV antes de Cristo...

>>> Aliás, vêm do mesmo livro duas frases para reflexão. Em tempo: a obra é efetivamente um manual de guerra. Assim, tudo nela é voltado a isso. Não acho que a vida deva ser encarada como uma guerra.


“Aquele que conhece o inimigo e a si mesmo lutará cem batalhas sem perigo de derrota; para aquele que não conhece o inimigo, mas conhece a si mesmo, as chances para a vitória ou para a derrota serão iguais; aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio, será derrotado em todas as batalhas."

"Evitar guerras é muito mais gratificante do que vencer mil batalhas.”

>>> Vem também da Antiguidade uma outra informação interessante que vi num documentário. Registros dos sumérios, povo que viveu há cerca de três mil anos, mostram o sistema solar já heliocêntrico, ou seja, com o sol no centro e os planetas girando ao seu redor, algo que só foi considerado cientificamente há 450 anos por Nicolau Copérnico e Galileu Galilei. Em tempo: o sistema solar dos sumérios tinha todos os planetas conhecidos atualmente. E mais um...

>>> Um amigo tem no seu rol de qualidades um olhar, digamos, sofisticado. Foi por esse olhar que ele captou, numa viagem a Lisboa no ano passado, um visual interessante na calçada. Andávamos pela região de Belém quando, numa área com pedrinhas portuguesas (naturalmente!), ele identificou uma espécie de mosaico e quis tirar uma foto. No fim, ele estava imaginando um tipo de imagem e eu outra. Acho que ele não gostou muito da foto dele, mas eu gostei da minha hehehe. Aliás, gostei muito. A imagem é paradoxalmente simples e complexa. O máximo!

PS: o amigo em questão, e obviamente autor da foto, é o Cristiano Persona. Tá registrado! Hehehe.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009 | | 1 comentários

Relações humanas

Um amigo me apresentou ontem uma teoria sobre relações humanas com a qual concordo. Ela é simples e tem os seguintes pressupostos:

1) todo ser humano tem suas aflições, dúvidas, tristezas;

2) todo ser humano precisa ter alguém com quem compartilhar estas aflições, dúvidas, tristezas;

3) a essa pessoa com quem o ser humano pode compartilhar suas aflições, etc, damos o nome de amigo (e esta é uma condição essencial para ser amigo).

Logo, como o primeiro e o segundo pressupostos são indissociáveis da natureza humana, resta o terceiro. Portanto,

a) se o ser humano não tem alguém com quem compartilhar suas aflições, etc, tende a ser angustiado e infeliz;

b) se o ser humano simplesmente não compartilha suas aflições, etc, é porque não confia (sendo assim, a conclusão restante da letra “a” também vale aqui);

Ninguém é autossuficiente, seguro e feliz todo o tempo. Sendo assim, não tem jeito: a amizade EXIGE confiança para compartilhar as aflições, dúvidas, tristezas. Se você, como amigo, hesita em compartilhar isso, reveja seu conceito de amizade. Se você, como amigo, não participa do compartilhamento do outro (a) porque este (a) não permite, reveja sua amizade.

Fora isso, todo o resto são colegas: de trabalho, de baladas, de futebol, de cervejadas, de jogatinas, de putarias, seja lá o que for. Só não são amigos. Amigos compartilham suas aflições, dúvidas, tristezas. SEMPRE.

Em tempo: este mesmo amigo (e ele cumpre os pressupostos acima) tem uma outra teoria sobre relações humanas, mas com esta eu concordo parcialmente. Ei-la: não existe amizade entre homem e mulher; existe interesse. Sexual.