Era mais do que previsível que Limeira apareceria no "Globo Repórter" sobre trabalho infantil. Mais uma vez, o setor de joias folheadas em questão.
Muitos dizem que o setor de folheados é a riqueza de Limeira. Pois é há anos responsável por roubar a infância de milhares de crianças, por pagar salários aviltantes (responsável pelo baixo nível de renda na cidade, confirmado recentemente pelo IDHM, como mostrou este blog), por condições de trabalho degradantes e pela poluição ambiental dos corpos de água, como já provou uma pesquisa do curso de Engenharia Ambiental do Isca Faculdades na bacia do ribeirão do Pinhal.
Limeira vem há anos tendo destaque nacional negativo em razão desses problemas do setor de joias, responsável por fazer a riqueza de uns poucos à custa da exploração de muitos.
Sinceramente, não sei se este setor trouxe afinal vantagens à cidade. O ônus é muito pesado.
Há anos os representantes do setor devem uma resposta à sociedade. Ainda que permaneça o discurso oficial de que a exploração de mão de obra infantil é exclusividade das empresas informais, cabe às que são legalizadas contribuir para educar, conscientizar e oferecer alternativas. Seria uma contrapartida mínima, mas isto exige visão social e coletiva - o que falta para muitos.
Enquanto isto, Limeira segue aparecendo em rede nacional como uma cidade que explora crianças e adolescentes num mapa que tem em sua maioria cidades do Norte e Nordeste, como o próprio "Globo Repórter" mostrou.
Um mapa da pobreza.
Ainda que, no caso de Limeira, a situação envolva uma riqueza, o ouro.
Ouro de tolo. Ouro de mãos sujas e infâncias roubadas.
Todos os que se beneficiam deste setor, ainda que cumpram suas obrigações legais, deveriam por a mão na consciência e concluir que é preciso fazer algo para mudar esta realidade.
Se isto ocorrerá? Duvido.
sexta-feira, 9 de agosto de 2013 | Postado por Rodrigo Piscitelli às 19:18 |
Ouro de tolo
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