A audiência pública realizada pela Prefeitura de Limeira na
noite desta terça-feira (27/8) para apresentar os detalhes do PPA (Plano Plurianual)
2014-17 terminou em meio a críticas do público. Ocorrida no Palacete Levy, no
Centro, a reunião contou com cerca de cem pessoas, incluindo sete secretários e
servidores municipais.
Dois vereadores – Wilson Cerqueira e Aloízio de Andrade,
ambos do PT e da base do governo Paulo Hadich (PSB) – estiveram presentes. O
prefeito não foi – tinha outro compromisso, justificou o vice Antônio Carlos
Lima (PT).
Ao abrir a audiência, o vice-prefeito enalteceu o fato do
plano ter sido construído “com todas as mãos da sociedade limeirense”.
Foi justamente a participação popular que levou aos
questionamentos. Conselheiros do projeto de Orçamento Participativo (OP) reclamaram
da ausência das propostas discutidas por eles durante semanas a partir das
demandas da comunidade nas várias regiões da cidade.
O PPA é o instrumento que formaliza o planejamento das ações
da administração municipal para um período de quatro anos (portanto, todo o atual
governo).
A explicação do secretário de Governo e Desenvolvimento,
Mauro Zeuri, de que as propostas geradas a partir do OP seriam detalhadas numa
reunião na próxima terça-feira acentuou a revolta dos conselheiros. Isto porque
o projeto do PPA tem que ser enviado à Câmara Municipal até esta sexta-feira (30/8),
por força de lei.
As manifestações foram duras. “A gente está fazendo papel de
bobo”, disse um conselheiro. Um outro lembrou que a inclusão no PPA da
construção de uma unidade básica de saúde na região do Jardim Brasil/Santo
André tinha sido prometida pelo então secretário da área, Raul Nilsen Filho.
“Foi acordado com ele e não está no PPA”, reclamou o conselheiro.
“Eu me sinto hoje desrespeitado. Se isto não for melhor
discutido eu estou indo embora e não volto mais”, manifestou um homem. “Eu
estou me sentindo abandonada. A quem vou recorrer?”, perguntou uma mulher. “Só
falam que vai por no site (a lista das propostas do OP) e até agora nada”,
reclamou uma conselheira.
Zeuri reconheceu que não houve tempo para finalizar a
listagem das demandas surgidas via OP e a posição do governo a respeito delas (quais
serão incluídas nos futuros orçamentos municipais e quais não foram acolhidas).
Ele explicou que a ideia da audiência não era detalhar as ações e sim
apresentar o plano geral da administração.
As explicações não acalmaram os ânimos. “Eu estou me
sentindo uma verdadeira palhaça”, falou uma conselheira. “O que é que nós vamos
ver dos nossos debates neste PPA?”, perguntou um conselheiro. O secretário explicou
que o fato de uma proposta surgida nas reuniões do Orçamento Participativo não ter
sido apresentada na audiência não significa necessariamente que esteja fora do
PPA.
A situação só foi amenizada diante da antecipação para esta
quarta-feira (28) – antes, portanto, do PPA ser enviado à Câmara – da reunião
do conselho do OP que estava agendada para a próxima terça (3/9).
Em tempo: o vice-prefeito não ouviu as críticas do público pois se retirou logo após abrir a audiência.
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