sábado, 3 de agosto de 2013 | |

É preciso ter paixão

"Você tem que perder alguma coisa."

A frase foi dita pelo tenista Fernando Meligeni em entrevista ao programa "Fim de Expediente", da rádio CBN, nesta sexta-feira (2/8). Ouvi parte da entrevista ao acaso, quando entrei no carro e o rádio ligou automaticamente. Era um bate-papo descontraído (como de costume no programa - que, aliás, recomendo!) com o trio de apresentadores Luiz Gustavo Medina, José Godoy e Dan Stulbach.



Do pouco trecho que ouvi no trajeto até minha casa, Meligeni contou da transição em sua vida ao fim da carreira. Admitiu ser difícil acordar um dia de manhã e não ter o que fazer, ou não ter mais que fazer a atividade à qual você dedicou anos de paixão e energia (no caso dele jogar tênis). 

Também falou das coisas que perdeu ao optar por ser um atleta profissional num esporte que exige viagens constantes. "Casamentos de amigos, estas coisas", a distância dos colegas de infância. Foi o "preço a pagar" pela dedicação à profissão que escolheu e ao sucesso da carreira que construiu. 

Daí a conclusão exposta na frase que abre esta postagem: não é possível ter tudo na vida, é preciso fazer escolhas e, ao fazê-las, inevitavelmente estamos abrindo mão de algo (ou perdendo algo).

Isto me lembrou uma música recorrente em minha mente: "But you´ve got to make choices / Be wrong or right / Sometimes you´ve got to sacrifice the things you like / But I was born to try" (algo como "Mas você tem que fazer escolhas / Certo ou errado / Algumas vezes você tem que sacrificar coisas de que você gosta / Mas eu nasci para tentar").

É a segunda vez esta semana que ouço referências à necessidade de paixão nas coisas que fazemos. 

Tenho atestado isto e reforçado minha convicção a respeito: na vida é preciso paixão. É preciso que façamos as tarefas com paixão, principalmente quando lidamos com as questões profissionais. A vida não pode, não deve e não merece ser tocada burocraticamente. É preciso buscar o lado sadio da paixão (porque nas relações amorosas a paixão costuma ser doentia e não é disto que trato). 

A paixão leva à entrega (na medida certa), à dedicação, à devoção, à esperança, ao recomeço. A paixão é capaz de mover montanhas, fazer o olho brilhar, o coração bater mais forte, traz à tona a energia e é capaz de captar a energia.

"Tudo o que eu faço, eu faço se eu amo. 'Ah, mas...' Não faço! "Ah, vai lá...' Você não tira eu de casa", disse Meligeni na entrevista. 

É isto! Na base da burocracia, do "fazer por fazer", do fazer porque todo mundo faz ou simplesmente porque é necessário fazer algo a vida não funciona. Ela segue, evidentemente, mas sem a vibração necessária para fazer dos dias algo mágico, encantador e único.

Também tenho reforçado a convicção naquilo que Meligeni falou: "Tem que perder alguma coisa."

C´est la vie...

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