A fase de
condenações e absolvições no julgamento da ação penal
Cooptou, por
meio da compra (ou corrupção), partidos e parlamentares. Usou recursos
desviados de órgãos públicos simulando empréstimos fraudulentos com apoio de
unidades do sistema financeiro.
Formou-se,
como concluiu nesta segunda-feira (22/10) o Supremo, uma quadrilha a partir do
Palácio do Planalto – a sede do poder Executivo nacional.
Tem-se, por
enquanto, que o então presidente da República não participou do esquema, embora
tivesse sido um dos maiores (senão o maior) beneficiários dele.
É forçoso
reconhecer que o PT cometeu – por meio de seu alto escalão - crimes gravíssimos
contra a República e a sociedade. Não há argumentos que possam justificar o
recurso a práticas escusas, mafiosas até como manifestou o ministro Marco
Aurélio Mello nesta terça no STF, em favor de um projeto de poder.
Deste modo,
a história do Brasil é reescrita. O governo Lula ganha uma mancha indelével.
Sim, as
conquistas sociais promovidas pelo governo petista não podem ser ignoradas e
jamais se apagarão. Ao contrário, é preciso reconhecê-las e enaltecê-las.
Ao mesmo
tempo, é preciso entender que o sucesso brasileiro nos últimos 20 anos se deve
justamente à continuidade de um processo que teve início em 1993 com o governo
Itamar Franco.
Neste
sentido, cada governo deu sua contribuição conforme a ocasião exigia. Com
Itamar, a estabilidade política necessária pós-impeachment do presidente
Fernando Collor de Melo e, depois, as bases para a estabilidade econômica.
Com Fernando
Henrique Cardoso, a sonhada estabilidade econômica após anos de hiperinflação e
a implantação das bases dos programas sociais (com o vale-gás,
bolsa-alimentação, etc). Com Lula, a consolidação e ampliação dos programas
sociais, o avanço na geração de empregos e na posição do Brasil no exterior.
Ao mesmo
tempo, não se pode esquecer que, nos anos FHC, o Congresso foi também cooptado com
recursos (ou seja, comprado) em favor de um projeto político liderado pelo
PSDB. O escândalo da compra de votos para aprovação da emenda da reeleição é
mais do que conhecido.
Houve ainda
fortes evidências de corrupção nos processos de privatização, notadamente das
teles.
É, portanto,
do saldo entre acertos e erros dos governos tucano e petista que chegamos até
aqui como sociedade e nação. Ignorar avanços e desvios de um e outro é
simplesmente ignorar a história – ou vê-la de forma míope ou apaixonada.
Com o
julgamento do “mensalão”, o STF recoloca a locomotiva nos trilhos. Abre um novo
capítulo na história do Brasil. E, espera-se, estabelece um novo patamar para
as práticas políticas (e eventuais punições) no país.
0 comentários:
Postar um comentário