terça-feira, 9 de outubro de 2012 | |

Eleição premiou - e puniu - trajetórias

Passada a turbulência do período eleitoral (bem, não passou tanto assim pelo que se tem visto esta semana), é hora de fazer uma análise do resultado. As urnas efetivamente deram recados importantes: o principal deles é que as trajetórias dos candidatos fazem diferença – a favor ou contra.

Isto é importante porque, a partir de agora, os futuros candidatos terão em mente que não basta posar de transparente, honesto, generoso, humilde apenas nas vésperas da eleição.

Não se pode exigir que o eleitor, de uma hora para outra, simplesmente apague da memória episódios pregressos de cada candidato. Quem se habilita a entrar na vida pública deve responder pelo que fez e foi durante toda a trajetória de vida e na carreira política especialmente.

Este recado das urnas ficou mais do que evidente tanto na eleição majoritária quanto na proporcional. Aqueles, por exemplo, que foram contrários à cassação do então prefeito Silvio Félix (PDT) tiveram votações inexpressivas ou bem inferiores àquelas alcançadas quatro anos atrás.

Foram, literalmente, “varridos” da vida pública.

Em 2012, o eleitor fez cada candidato pagar pelos seus atos. Trata-se, como se sabe, de um lento, porém progressivo, processo de depuração das nossas práticas e, como consequência, das nossas instituições.

Naturalmente, o cidadão deve entender que não existem santos – portanto, nunca o eleitor encontrará um deles para votar. São todos seres humanos, com suas qualidades e imperfeições.

Contudo, não se pode ignorar ligações perigosas e atitudes ou omissões do passado. Elas devem ser cobradas pelo cidadão e respondidas/explicadas pelos candidatos.

No fim, o julgamento – soberano - é das urnas.

Em tempo: é óbvio que ninguém deve pagar por eventuais erros por toda a vida. Desde que reconheça que errou e adote novas práticas. Sempre há tempo para recomeçar e escrever uma nova história.


PS: a reportagem acima, do repórter Gustavo Nolasco, mostra a cobertura da TV Jornal no dia da eleição (7/10).

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