Passada a turbulência do período eleitoral (bem, não passou
tanto assim pelo que se tem visto esta semana), é hora de fazer uma análise do
resultado. As urnas efetivamente deram recados importantes: o principal deles é
que as trajetórias dos candidatos fazem diferença – a favor ou contra.
Isto é importante porque, a partir de agora, os futuros
candidatos terão em mente que não basta posar de transparente, honesto,
generoso, humilde apenas nas vésperas da eleição.
Não se pode exigir que o eleitor, de uma hora para outra,
simplesmente apague da memória episódios pregressos de cada candidato. Quem se
habilita a entrar na vida pública deve responder pelo que fez e foi durante
toda a trajetória de vida e na carreira política especialmente.
Este recado das urnas ficou mais do que evidente tanto na
eleição majoritária quanto na proporcional. Aqueles, por exemplo, que foram
contrários à cassação do então prefeito Silvio Félix (PDT) tiveram votações
inexpressivas ou bem inferiores àquelas alcançadas quatro anos atrás.
Foram, literalmente, “varridos” da vida pública.
Em 2012, o eleitor fez cada candidato pagar pelos seus atos.
Trata-se, como se sabe, de um lento, porém progressivo, processo de depuração
das nossas práticas e, como consequência, das nossas instituições.
Naturalmente, o cidadão deve entender que não existem santos
– portanto, nunca o eleitor encontrará um deles para votar. São todos seres
humanos, com suas qualidades e imperfeições.
Contudo, não se pode ignorar ligações perigosas e atitudes
ou omissões do passado. Elas devem ser cobradas pelo cidadão e
respondidas/explicadas pelos candidatos.
No fim, o julgamento – soberano - é das urnas.
Em tempo: é óbvio que ninguém deve pagar por eventuais erros
por toda a vida. Desde que reconheça que errou e adote novas práticas. Sempre
há tempo para recomeçar e escrever uma nova história.
PS: a reportagem acima, do repórter Gustavo Nolasco, mostra a
cobertura da TV Jornal no dia da eleição (7/10).
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