Finalizei neste domingo um projeto jornalístico experimental
(para mim, registre-se, pois não se trata de nada inovador). Um blog – o
“Limeira
Para mim, foi a primeira experiência jornalística feita
exclusivamente para a Internet. Uma experiência enriquecedora e bastante
interessante.
Durante o trabalho, dois fatores chamaram minha atenção:
1 – as quase infinitas possibilidades que a Internet
proporciona na divulgação de informações (fotos, vídeos, áudios, links);
2 – a possibilidade de interação praticamente imediata com
os leitores (foram cerca de 40 comentários).
Considerando que este projeto surgiu muito mais de um sonho
e que foi desenvolvido quase como um “hobby” (no sentido de que era feito nas
horas de folga, sem qualquer apoio financeiro), acredito que o resultado tenha
sido extremamente positivo.
Quem acompanhou o blog teve acesso a informações dos bastidores
das campanhas, às propostas completas dos candidatos, às manifestações de cada
um deles nos debates e em palestras diversas. Também ficou sabendo sobre as principais
disputas jurídicas envolvendo a eleição.
Considerando também que o blog teve pouca divulgação (basicamente
Twitter e Facebook) e que tratou de um assunto malquisto por parte da população
(a política), os 63 mil acessos até esta data são recompensadores.
A audiência foi crescente, semana a semana. Nos primeiros
dias, comemorei a marca de 100 acessos. Com uma determinada postagem, o blog
atingiu o recorde na ocasião: 320 visitas. Logo superou a marca de 400, 500,
800 acessos diários. Em setembro, a audiência atingiu picos de 1.500, 2.100
visitas – notadamente após a notícia da cassação de um dos candidatos. Nos
últimos dias, foram milhares de acessos, com recordes diários.
O resultado disso tudo é a satisfação do dever cumprido -
com profissionalismo, dedicação, comprometimento e acima de tudo paixão. É
assim, acredito eu, que os trabalhos devem ser feitos.
Ainda é cedo para pensar se vale a pena investir esforços
num projeto mais amplo voltado especificamente para a Internet, mas é inegável
que a experiência do “Limeira 2012”
deixou um sabor de “quero mais”.
A todos que acompanharam o projeto, muito obrigado!
***
Não poderia fazer esta análise sem acrescentar um desabafo.
Durante a campanha, ouvi algumas vezes suposições (quase em tom acusatório) de
que eu estaria trabalhando em favor de um dos candidatos.
As manifestações vinham sempre por terceiros porque as
pessoas que levantavam tais suspeitas nunca tiveram a coragem ou a dignidade de
me abordar pessoalmente, diretamente - fato que lamento.
Mantive-me praticamente calado por acreditar que meu
trabalho e minha postura – de quem atua profissionalmente em Limeira já há 15
anos – seriam suficientes para dirimir quaisquer dúvidas.
Acredito nisto, na força do trabalho. Talvez eu seja
inocente ou utópico demais, não sei.
Apesar disso, em alguns momentos, tais manifestações me
chatearam. Principalmente porque nunca aceitei qualquer tipo de assessoria ou trabalho
que não fosse aquele prestado para a empresa que paga meus salários (antes o
“Jornal de Limeira”, hoje a “TV Jornal”).
Respeito os que aceitam trabalhos paralelos, cada um sabe o
que faz. Eu prefiro não atuar em outros meios, é apenas minha postura.
Também me chateavam tais comentários por envolverem um candidato
com quem nunca tive um encontro sequer fora dos ambientes profissionais,
qualquer tipo de contato mais próximo ou coisa do gênero.
Algumas vezes, tais comentários tiveram como base análises e
opiniões por mim manifestadas – como se ter uma posição signifique
necessariamente o alinhamento com este ou aquele partido ou candidato.
Sei, porém, que isto tudo “faz parte do jogo” político,
principalmente em períodos eleitorais, quando as paixões se afloram. Por isso,
embora tenha decidido fazer este desabafo, seguirei acreditando na força do
trabalho.
Talvez eu seja inocente ou utópico demais...
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