segunda-feira, 8 de outubro de 2012 | |

Webjornalismo: uma experiência e um desabafo

Finalizei neste domingo um projeto jornalístico experimental (para mim, registre-se, pois não se trata de nada inovador). Um blog – o “Limeira 2012”. O objetivo do trabalho foi cobrir o processo eleitoral na cidade de modo alternativo, com informações complementares às fornecidas pelas mídias tradicionais.

Para mim, foi a primeira experiência jornalística feita exclusivamente para a Internet. Uma experiência enriquecedora e bastante interessante.

Durante o trabalho, dois fatores chamaram minha atenção:

1 – as quase infinitas possibilidades que a Internet proporciona na divulgação de informações (fotos, vídeos, áudios, links);

2 – a possibilidade de interação praticamente imediata com os leitores (foram cerca de 40 comentários).

Considerando que este projeto surgiu muito mais de um sonho e que foi desenvolvido quase como um “hobby” (no sentido de que era feito nas horas de folga, sem qualquer apoio financeiro), acredito que o resultado tenha sido extremamente positivo.

Quem acompanhou o blog teve acesso a informações dos bastidores das campanhas, às propostas completas dos candidatos, às manifestações de cada um deles nos debates e em palestras diversas. Também ficou sabendo sobre as principais disputas jurídicas envolvendo a eleição.

Considerando também que o blog teve pouca divulgação (basicamente Twitter e Facebook) e que tratou de um assunto malquisto por parte da população (a política), os 63 mil acessos até esta data são recompensadores.

A audiência foi crescente, semana a semana. Nos primeiros dias, comemorei a marca de 100 acessos. Com uma determinada postagem, o blog atingiu o recorde na ocasião: 320 visitas. Logo superou a marca de 400, 500, 800 acessos diários. Em setembro, a audiência atingiu picos de 1.500, 2.100 visitas – notadamente após a notícia da cassação de um dos candidatos. Nos últimos dias, foram milhares de acessos, com recordes diários.

O resultado disso tudo é a satisfação do dever cumprido - com profissionalismo, dedicação, comprometimento e acima de tudo paixão. É assim, acredito eu, que os trabalhos devem ser feitos.

Ainda é cedo para pensar se vale a pena investir esforços num projeto mais amplo voltado especificamente para a Internet, mas é inegável que a experiência do “Limeira 2012” deixou um sabor de “quero mais”.

A todos que acompanharam o projeto, muito obrigado!

***

Não poderia fazer esta análise sem acrescentar um desabafo. Durante a campanha, ouvi algumas vezes suposições (quase em tom acusatório) de que eu estaria trabalhando em favor de um dos candidatos.

As manifestações vinham sempre por terceiros porque as pessoas que levantavam tais suspeitas nunca tiveram a coragem ou a dignidade de me abordar pessoalmente, diretamente - fato que lamento.

Mantive-me praticamente calado por acreditar que meu trabalho e minha postura – de quem atua profissionalmente em Limeira já há 15 anos – seriam suficientes para dirimir quaisquer dúvidas.

Acredito nisto, na força do trabalho. Talvez eu seja inocente ou utópico demais, não sei.

Apesar disso, em alguns momentos, tais manifestações me chatearam. Principalmente porque nunca aceitei qualquer tipo de assessoria ou trabalho que não fosse aquele prestado para a empresa que paga meus salários (antes o “Jornal de Limeira”, hoje a “TV Jornal”).

Respeito os que aceitam trabalhos paralelos, cada um sabe o que faz. Eu prefiro não atuar em outros meios, é apenas minha postura.

Também me chateavam tais comentários por envolverem um candidato com quem nunca tive um encontro sequer fora dos ambientes profissionais, qualquer tipo de contato mais próximo ou coisa do gênero.

Algumas vezes, tais comentários tiveram como base análises e opiniões por mim manifestadas – como se ter uma posição signifique necessariamente o alinhamento com este ou aquele partido ou candidato.

Sei, porém, que isto tudo “faz parte do jogo” político, principalmente em períodos eleitorais, quando as paixões se afloram. Por isso, embora tenha decidido fazer este desabafo, seguirei acreditando na força do trabalho.

Talvez eu seja inocente ou utópico demais...

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