Trecho da entrevista com o
jornalista Steve Coll, da revista "The New Yorker" e diretor da
Faculdade de Jornalismo da Universidade Columbia:
O editor do site "Buzzfeed", Ben Smith, diz que as
redes sociais se transformaram na nova "primeira página" dos jornais,
que é onde se informam os leitores. O sr. saiu do Facebook dizendo que ele é
confuso. Perdem os leitores?
O papel do editor de jornal ou da TV é de tomar decisões
profissionais. Fazer um mix do que é importante, do que é divertido, do que é
local e global. Essas discussões nem sempre servem ao leitor, mas não há dúvida
de que temas sérios de investigação ou reportagens de assuntos globais tinham
seu espaço. Eles seriam negligenciados se tratássemos a primeira página como
uma disputa de voto popular, do que é mais pop. Todas as Redações profissionais
estão no Twitter, e elas estão usando seu pensamento de primeira página no
site. Já o Facebook é muito poluído pelo comércio.
O sr. anunciou sua saída do Facebook no seu blog na
"New Yorker" como "um exercício de cidadania". Poderia
explicar melhor?
Decidi sair em 2012 e não sinto falta nenhuma. O Twitter é
mais sob medida às minhas necessidades. Não me sinto tão explorado quanto no
Facebook. Eu li o contrato e as regras do site e tudo me pareceu muito
pretensioso, escrito como uma Constituição, mas de um Estado do qual eu não
gostaria de ser cidadão.
Fonte: Raul Juste Lores, “Dinheiro já está fluindo de volta para o jornalismo”, Folha de S. Paulo, Poder, 10/3/14.
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