Recentemente, tive a oportunidade de entrevistar a diretora
de uma universidade da Finlândia. Assunto: educação.
Foi das conversas mais interessantes que tive.
O que me chamou a atenção foi o fato das respostas serem
todas tão óbvias, mas tão óbvias, que me fizeram sentir como realmente o Brasil
está longe de ter uma educação de qualidade. Simplesmente porque as respostas
óbvias estão extremamente distantes da nossa cultura e da nossa realidade.
A seguir, um resumo da entrevista (não se trata de tradução das respostas, apenas o "espírito" do que foi dito):
Por que a Finlândia está sempre no topo dos rankings da
educação? Qual o segredo?
Boa questão. A gente não percebia isso até que nos perguntamos:
“por quê?”. O segredo é a igualdade entre os estudantes. As escolas são
iguais, todos têm a mesma formação e as mesmas oportunidades. Não há
educação privada, todo o sentido é gratuito.
O que o Brasil poderia fazer para melhorar a educação?
Deve começar educando os professores o melhor que se pode.
Na Finlândia, todos têm ao menos mestrado.
O que deve ser feito para combater a evasão escolar? Isto
existe na Finlândia?
É ínfimo, casual, inexistente. Se os pais
respeitam/valorizam a educação, os filhos não deixam a escola.
Como os pais participam da vida escolar dos filhos?
Eu tenho dois filhos. Duas vezes ao ano temos reuniões com
os professores, e reuniões privadas. Os pais acompanham o que está ocorrendo.
O que é mais importante se o Brasil tivesse que escolher uma
meta: treinar os professores, estimular os pais ou investir mais?
Invista nos professores. Eles são os reis da educação.
Em tempo: o ensino básico na Finlândia dura 12 anos. O médio é dividido entre técnico (vocacional) ou tradicional (“high school”) - ambos de três anos.
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