Quando a doutora Dilma assumiu a Presidência, uma ação da
Petrobras valia R$ 29. Hoje ela vale R$ 12,60. Somando-se a perda de valor de
mercado da Petrobras à da Eletrobras, chega-se a cerca de US$ 100 bilhões. Isso
significa que a gestão da doutora comeu um ervanário equivalente à fortuna do
homem mais rico do mundo (Bill Gates, com US$ 76 bilhões), mais a do homem mais
rico do Brasil (Jorge Paulo Lemann, com US$ 19,7 bilhões). Noutra conta, a
perda do valor de mercado das duas empresas de energia equivale à fortuna dos
dez maiores bilionários brasileiros.
(...) O que agrava o episódio é que tanto a Petrobras como a
Eletrobras atolaram por causa de uma decisão politicamente oportunista e
economicamente leviana. Tratava-se de vender energia a preços baixos para
acomodar o índice do custo de vida, segurando a popularidade do governo. O
truque é velho. Mesmo quando deu resultados políticos imediatos, sempre acabou
em desastres para a economia.
(...) O que há no governo é mais do que má gerência. É uma
fé infinita na empulhação, ofendendo a inteligência alheia.
Fonte: Elio Gaspari, “O comissariado destruidor”, Folha de S. Paulo, Poder, 19/3/14.
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