(...) Quando chefe da Casa Civil, Dilma mandava no setor energético mais do que havia conseguido mandar na sua lojinha. Em 2006, a Petrobras comprou de uma empresa belga chamada Astra Oil 50% de uma refinaria que fica em Pasadena, nos EUA, por US$ 360 milhões. Ocorre que a Astra havia pagado pela refinaria inteira, menos de um ano antes, apenas US$ 42,5 milhões. A Petrobras comprou por US$ 360 milhões aquilo que valia US$ 21,25 milhões - um ágio de 1.590%. Cláusulas contratuais obrigaram a empresa brasileira a ficar com a outra metade, aí por US$ 820,5 milhões. A sucata está lá, parada. (...)
Fonte: Reinaldo Azevedo, “Gaby Amarantos canta para Dilma”, Folha de S. Paulo, Poder, 21/3/14.
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(...) 1 - Como a tão centralizadora e detalhista Dilma, então chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, votou a favor de uma operação tão esquisita?
2 - Se havia todo um detalhamento da proposta, por que Dilma e os conselheiros, que são bem remunerados, contentaram-se com um mero resumo agora criticado como "técnica e juridicamente falho"?
(...) 5 - Mas a mais importante questão de todas, no caso Pasadena, é aritmética: como, quando e por que pagar US$ 360 milhões pela metade de uma refinaria que acabara de ser vendida um ano antes, integralmente, por US$ 42,5 milhões?
(...) 7 - É comum uma refinaria de US$ 42,5 milhões passar a valer mais de US$ 1 bilhão num passe de mágica?
8 - Por que Dilma ficou esses anos todos calada e agora resolveu soltar uma nota jogando o escândalo dentro do Palácio do Planalto? Ela quis se antecipar a outros dados que estão para pipocar?
Fonte: Eliane Cantanhêde, “Perguntar não ofende”, Folha de S. Paulo, Opinião, 21/3/14.
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(...) Cerveró caiu da direção em maio de 2008, quando o conselho e Dilma, dizem, foram informados de que seriam esfolados pela Astra. Mas caiu "para o lado". Era diretor financeiro da BR até ontem. Por que ficou? Era inocente? Sabia demais? Por que Dilma o expôs apenas agora?
Dilma achava que o negócio inicial era bom? Isto é, aprovou gastar US$ 360 milhões por 50% de uma refinaria vendida um ano antes por US$ 42 milhões?
O que foi feito para tirar a coisa a limpo? Houve tempo. Petrobras e Astra começaram a negociar um acordo no final de 2007. A petroleira jogou a toalha em março de 2012. Não deu tempo de investigar o motivo da tunda de US$ 1 bilhão?
Fonte: Vinicius Torres Freire, “A refinaria sem refinamento de Dilma”, Folha de S. Paulo, Mercado, 21/3/14.
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