Há uma esperança no mercado de jornais e ela diz respeito ao
leitor.
Nos Estados Unidos, onde a crise no meio impresso é mais
acentuada na medida em que crescem os meios digitais e portáteis de acesso à
informação, alguns especialistas sugerem aumentar o preço dos jornais como alternativa à recorrente queda na receita com publicidade.
Se a curto prazo isto pode representar um “golpe” contra o leitor,
a médio prazo a tendência é que o público saia ganhando. Como? Simples: tendo
às mãos produtos de maior qualidade.
A matemática não é difícil: na medida em que cai a
dependência financeira da publicidade e cresce a dependência do dinheiro direto
do leitor, os jornais se verão obrigados a elevar a qualidade dos seus
produtos.
Algumas iniciativas – como a do “paywall” adotada pelo “The
New York Times” e pelo “Dallas Morning News” – já indicam que o leitor está
disposto a pagar por um conteúdo de qualidade.
Nos últimos anos, com a crescente influência da publicidade
na mídia, muitos veículos relegaram a segundo plano o “coração” de qualquer
jornal – a Redação – para focar investimentos no setor comercial.
É uma visão míope, já que há uma ligação direta entre
anunciante e audiência (o primeiro é atraído em razão da segunda). E audiência
se conquista com qualidade editorial (entre outros pilares, como credibilidade,
entrega e atendimento eficientes).
Ainda assim, como prevalece em muitos veículos de mídia essa
tal visão míope, as Redações foram sendo “sucateadas” em detrimento de outros
setores.
Agora, com a migração da publicidade para outros meios, os
jornais estão sendo forçados a discutir alternativas. E uma delas é justamente
voltar os olhos para seu MAIOR patrimônio, o leitor.
Aquele cidadão que, nos últimos anos, ficou em segundo
plano, perdendo espaço para o anunciante.
Em tempo: a publicidade e os anunciantes são essenciais para
qualquer empresa de mídia, mas eles devem ser a consequência do trabalho e não
a causa em si, como vem ocorrendo nos últimos anos.
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