segunda-feira, 17 de setembro de 2012 | |

O que Limeira ganha com o rodeio?

Gostaria de saber, afinal, o que Limeira ganha com a festa do peão, agora renomeada de rodeio.

Não se trata de nenhum comentário crítico por preconceito, é apenas uma curiosidade, um questionamento mesmo. Quanto a festa rende de impostos aos cofres públicos? O município gasta algo com o evento, ainda que na infraestrutura indireta? Se sim, quanto?

A população tem direito de saber as respostas.

Trata-se, como todos sabem, de um evento estritamente particular, pertencente a duas ou três pessoas, que assumem os riscos e ficam com os eventuais lucros.

Nada contra este princípio, mas é forçoso reconhecer que a festa está ficando elitizada (portanto, já não é mais popular) e traz efeitos colaterais para o setor de entretenimento e lazer.

Durante dois finais de semana, é visível como os bares e afins ficam esvaziados em razão do rodeio. Isto significa prejuízo para os empresários e também menor arrecadação de impostos para o município.

Estamos falando de dois finais de semana (período de maior receita para o setor) em um mês!

E não é só: embora elitizado, o rodeio atrai populares. O problema é que estes gastam o que não possuem para comprar ingressos que chegam a R$ 260 (fora estacionamento, etc). Resultado: as pessoas comprometem o orçamento mensal por causa de um ou dois dias na festa do peão.

Para quem acha exagero, saiba que eu conheço duas pessoas – um amigo e um colega de trabalho – que disseram nos últimos dias que não podiam sair mais este mês “porque já gastaram demais com o rodeio”.

E estou falando só do meu caso, quantos outros devem ter ouvido algo semelhante?

O mesmo foi dito pelo dono de um bar em Limeira nesta segunda-feira (17/9) numa conversa informal. Quando questionei os eventuais benefícios do rodeio, ele emendou: “não são só dois finais de semana, é o mês todo comprometido porque as pessoas gastam todo o dinheiro na festa e deixam de sair”.

Somado um problema ao outro, conclui-se que setembro (mês em que tradicionalmente ocorre o rodeio) é uma dor-de-cabeça para os empresários do setor de lazer.

Prejuízo para eles e também para os cofres municipais, que deixam de arrecadar em razão do movimento abaixo do possível nos bares e afins.

Por isso, é mais do que justo querer saber o que Limeira ganha com o rodeio.

Nada contra a festa tampouco contra seus organizadores, mas como cidadão me vejo no dever de levantar tal questionamento.

Em tempo: algum candidato a prefeito se arrisca a fazer o mesmo, questionar?

PS: ainda que eventualmente o rodeio renda muito para a prefeitura, há que se pensar em alternativas, pois quem gera emprego e renda durante todo o ano não merece ficar às mínguas durante um mês.

***

Aliás, ao tratar sobre lazer, nenhum candidato até o momento fez referência à chamada Lei do Fecha Bar (lei 3.626/03, complementada pela lei 4.078/06). Ela veta a abertura de bares, restaurantes e similares após 22h (ou 23h durante o horário de verão) se não possuírem um alvará especial.

O blog sabe de estabelecimentos instalados recentemente numa das principais áreas de lazer da cidade, a Avenida Saudades, que estão ameaçados de fechar justamente em razão da tal lei.

Um comerciante da área contou ao blog que está deixando de investir porque não consegue o tal alvará. Acontece que um bar vizinho possui a licença porque estava na avenida antes da vigência da lei. Isto numa avenida que se transformou em polo de lazer e entretenimento, concentrando a vida noturna da cidade com bares, pizzaria, boate e restaurante.

Ou seja: não dá para tratar de lazer em Limeira sem discutir essa lei.

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