Gostaria de saber, afinal, o
que Limeira ganha com a festa do peão, agora renomeada de rodeio.
Não se trata de nenhum comentário
crítico por preconceito, é apenas uma curiosidade, um questionamento mesmo. Quanto
a festa rende de impostos aos cofres públicos? O município gasta algo com o
evento, ainda que na infraestrutura indireta? Se sim, quanto?
A população tem direito de
saber as respostas.
Trata-se, como todos sabem, de um evento estritamente particular, pertencente a duas ou três pessoas, que assumem os riscos e ficam com os eventuais lucros.
Nada contra este princípio,
mas é forçoso reconhecer que a festa está ficando elitizada (portanto, já não é
mais popular) e traz efeitos colaterais para o setor de entretenimento e lazer.
Durante dois finais de
semana, é visível como os bares e afins ficam esvaziados em razão do rodeio. Isto
significa prejuízo para os empresários e também menor arrecadação de impostos
para o município.
Estamos falando de dois
finais de semana (período de maior receita para o setor) em um mês!
E não é só: embora elitizado,
o rodeio atrai populares. O problema é que estes gastam o que não possuem para
comprar ingressos que chegam a R$ 260 (fora estacionamento, etc). Resultado: as
pessoas comprometem o orçamento mensal por causa de um ou dois dias na festa do
peão.
Para quem acha exagero, saiba
que eu conheço duas pessoas – um amigo e um colega de trabalho – que disseram nos
últimos dias que não podiam sair mais este mês “porque já gastaram demais com o
rodeio”.
E estou falando só do meu
caso, quantos outros devem ter ouvido algo semelhante?
O mesmo foi dito pelo dono de
um bar em Limeira nesta segunda-feira (17/9) numa conversa informal. Quando questionei
os eventuais benefícios do rodeio, ele emendou: “não são só dois finais de
semana, é o mês todo comprometido porque as pessoas gastam todo o dinheiro na
festa e deixam de sair”.
Somado um problema ao outro,
conclui-se que setembro (mês em que tradicionalmente ocorre o rodeio) é uma
dor-de-cabeça para os empresários do setor de lazer.
Prejuízo para eles e também
para os cofres municipais, que deixam de arrecadar em razão do movimento abaixo
do possível nos bares e afins.
Por isso, é mais do que justo
querer saber o que Limeira ganha com o rodeio.
Nada contra a festa tampouco
contra seus organizadores, mas como cidadão me vejo no dever de levantar tal
questionamento.
Em tempo: algum candidato a
prefeito se arrisca a fazer o mesmo, questionar?
PS: ainda que eventualmente o rodeio renda muito para a prefeitura, há que se pensar em alternativas, pois quem gera emprego e renda durante todo o ano não merece ficar às mínguas durante um mês.
***
Aliás, ao tratar sobre lazer,
nenhum candidato até o momento fez referência à chamada Lei do Fecha Bar (lei 3.626/03, complementada pela lei 4.078/06). Ela
veta a abertura de bares, restaurantes e similares após 22h (ou 23h durante o
horário de verão) se não possuírem um alvará especial.
O blog sabe de
estabelecimentos instalados recentemente numa das principais áreas de lazer da
cidade, a Avenida Saudades, que estão ameaçados de fechar justamente em razão
da tal lei.
Um comerciante da área contou
ao blog que está deixando de investir porque não consegue o tal alvará.
Acontece que um bar vizinho possui a licença porque estava na avenida antes da
vigência da lei. Isto numa avenida que se transformou em polo de lazer e
entretenimento, concentrando a vida noturna da cidade com bares, pizzaria,
boate e restaurante.
Ou seja: não dá para tratar
de lazer em Limeira sem discutir essa lei.
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