Esta postagem é fruto de reflexões feitas nos últimos dias.
Uma das atividades que mais me dão prazer na vida é a arte
do diálogo, da conversa (séria ou descompromissada, seja o que o momento pedir),
a arte de “trocar ideia”, como dizem os jovens.
Invisto no diálogo e aposto nele não só como fonte de distração,
mas também como meio mais adequado para a solução de qualquer conflito.
Olhando em retrospectiva, notei que minhas relações mais
fortes e duradouras são justamente com pessoas que, como eu, sabem dialogar.
Um exemplo é minha esposa. Somos muito diferentes, pensamos
de forma muito diferentes, tivemos criações muito distintas. Nem por isso
deixamos de nos entender. E isto ocorre principalmente porque sempre praticamos
a arte do diálogo. Se houver uma qualidade a apontar em nossa relação eu não
hesitaria em citar isto – o diálogo.
O mesmo vale para meus amigos. Aqueles que se mantêm firmes
ao meu lado são justamente os que apostam nas conversas. Em alguns casos, são
amigos com pensamentos e modos de ser e de agir radicalmente opostos aos meus,
mas ainda assim partilhamos o diálogo.
Importante: nem sempre é um diálogo tranquilo; já houve
episódios de conversas duras e ríspidas até, mas ainda assim apostou-se na arte
de dialogar – e o resultado tem sido sempre positivo. Aproximamos mais nossos
pensamentos na medida em que compreendemos uns as razões e ideias dos outros
sem que isto signifique concordância absoluta.
E se algo eventualmente passar um pouco do limite, nada que
um pedido de desculpas e o reconhecimento do valor do outro e do necessário
respeito para que tudo se restabeleça.
Bom que seja assim. Pobres os que apenas conseguem se relacionar
com quem pensa igual. É a ditadura do pensamento único!
No mesmo sentido, tenho convivido ao longo dos últimos tempos
com pessoas que não sabem, não querem ou não conseguem dialogar (por motivos
diversos). Vejo como os relacionamentos, nestes casos, não fluem.
É difícil compartilhar (o que quer que seja) com alguém que
não consegue se expressar ou não permite que eventuais conflitos (existentes em
qualquer relação) sejam discutidos para que se busque uma solução.
A experiência tem me mostrado que varrer as diferenças para debaixo do tapete é a pior forma de “resolver” uma questão (ou de se acreditar que ela está resolvida).
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